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Dor pélvica: o que é?

Apesar de incômoda e indesejada, a dor é considerada um mecanismo de defesa do corpo humano, sinalizando a presença da maior parte dos danos que podem representar riscos para a saúde e também para a vida das pessoas.

Por isso, muitas doenças que afetam o ser humano manifestam sintomas álgicos, inclusive as que podem prejudicar o funcionamento dos órgãos abdominais e pélvicos.

Quando os sintomas dolorosos estão localizados no abdômen ou na cavidade pélvica, as origens podem ser mais difíceis de precisar do que nos casos de acidentes e fraturas ósseas, por exemplo, mais evidentes, inclusive, para não especialistas.

Entre as principais condições que provocam dor pélvica, a maior parte está relacionada com a saúde do sistema reprodutivo de homens e mulheres, podendo também indicar alterações urinárias e intestinais, muitas vezes consequência de doenças ginecológicas e andrológicas pela proximidade dos órgãos e estruturas desses sistemas.

Leia o texto e entenda melhor o que é dor pélvica e quais doenças podem ser sinalizadas por esse sintoma.

O que é dor pélvica?

 

A dor pélvica é uma dor localizada no baixo-ventre, também chamado de cavidade pélvica, podendo se manifestar de forma aguda, como pontadas, ou irradiar-se para as costas, abdômen e, quando é mais severa, para as pernas.

As formas com que as dores pélvicas se manifestam podem ser crônicas e contínuas, indicando condições específicas, mas também agudas como as cólicas menstruais, que em algumas doenças adquirem uma intensidade praticamente incapacitante.

Quando, além da dor pélvica, a mulher apresenta sangramento uterino anormal e principalmente febre, o atendimento médico deve ser procurado imediatamente.

O que provoca dor pélvica?

Entre as principais doenças que têm a dor pélvica como um sintoma central, podemos destacar:

A DIP é resultado de ao menos um episódio de infecção polimicrobiana – causada por diversas bactérias, simultaneamente –, que dispara um processo inflamatório local e, se não tratada adequadamente, pode resultar em sepse, infecção generalizada que oferece risco de morte.

Já a dor pélvica causada pela endometriose, adenomiose e também pelos miomas uterinos, é resultado do crescimento das massas celulares típicas de cada doença, normalmente compostas por algum tipo de tecido ectópico: endométrio e miométrio ectópicos, no caso da endometriose e dos miomas uterinos, respectivamente, ou como acontece na adenomiose: o desenvolvimento anormal do tecido endometrial em seu próprio local de origem, mas no miométrio.

A dor pélvica pode se manifestar, nesses casos, por cólicas menstruais muito intensas e pela sensação de peso e aumento abdominal, provocados normalmente pelo crescimento das massas celulares envolvidas na doença.

No caso das ISTs, pode vir acompanhada de sintomas como corrimento de odor desagradável e a presença de secreção purulenta nos órgãos sexuais, além de febre, náusea e vômitos quando as infecções estão ativas.

Quais as consequências da dor pélvica?

Ao contrário do que muitos imaginam, a presença de dor pélvica não necessariamente significa que a função reprodutiva da mulher possa estar sendo afetada, a ponto de criar um quadro de infertilidade feminina, embora esse sintoma deva sempre ser considerado um sinal importante e indicativo da necessidade de buscar atendimento médico.

Contudo, em alguns casos, especialmente se acompanhada de outros sintomas mais específicos, a dor pélvica pode sinalizar principalmente a gravidade de algumas doenças com potencial para afetar a fertilidade das mulheres, como é o caso dos miomas, especialmente os submucosos, e da adenomiose, ambas doenças que afetam a receptividade endometrial.

Da mesma forma, as diversas manifestações da DIP, como endometrite, salpingite, ooforite e peritonite, que prejudicam diretamente a fertilidade das mulheres, seja por alterar a composição do endométrio, seja por prejudicar os processos ovulatórios, têm a dor pélvica como um dos sintomas principais.

Como a dor pélvica pode ser tratada?

O objetivo prioritário do tratamento para as doenças que causam dor pélvica é o controle desse sintoma, que pode ser incapacitante e oferece, além dos prejuízos fisiológicos, também danos à saúde mental, já que a mulher pode se ver isolada socialmente e com dificuldades no ambiente de trabalho, decorrentes de episódios intensos.

Nos casos mais leves, a maior parte das doenças que provocam o sintoma pode ser controlada com a administração de contraceptivos orais combinados de estrogênio e progesterona, que ajudam a regular o ciclo reprodutivo e podem provocar a involução de algumas massas celulares, como nos casos de miomas.

Quando os sintomas são muito intensos, ou se a infertilidade for simultânea à dor pélvica e a mulher deseja engravidar, é possível que apenas a retirada das massas tumorais ou implantes seja capaz de cessar os sinais dolorosos e exercer algum efeito sobre o quadro de infertilidade.

Os principais procedimentos utilizados para essas intervenções são a videolaparoscopia e a histeroscopia cirúrgica, ambos minimamente invasivos e com prognóstico pós-operatório de melhora em curto prazo.

Reprodução assistida

A reprodução assistida pode ser indicada quando os tratamentos específicos sobre as doenças que causam a dor pélvica, ainda que tenham controlado os sintomas álgicos, não foram capazes de reverter o quadro de infertilidade.

As principais técnicas disponíveis atualmente são a RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro). Entre elas, a FIV é a técnica mais complexa e abrangente, e também a que oferece as melhores taxas de gestação, para a maior parte dos casos de infertilidade.

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Hidrossalpinge: o que é?

Quando dão início às tentativas para engravidar, muitas mulheres podem encontrar dificuldades em virtude de quadros, transitórios ou não, de infertilidade feminina causada pela presença de bactérias no trato reprodutivo.

Na maior parte das vezes essas contaminações acontecem pelo contato com ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), ou podem ser resultado do aumento na vulnerabilidade de alguns tecidos do sistema reprodutivo por outros motivos.

De modo geral, podemos dizer que qualquer alteração sistema reprodutivo tem potencial para prejudicar a fertilidade das mulheres, contudo, as tubas uterinas estão entre as estruturas mais delicadas desse sistema, e a maioria das alterações sobre elas pode resultar em infertilidade, tanto pela dificuldade de realizar a fecundação, como por prejuízos à implantação embrionária.

A hidrossalpinge costuma ser resultado da ação bacteriana, de lesões mecânicas e endometriose, que desencadeiam processos inflamatórios na região tubária, provocando um acúmulo de líquido e aumento nas dimensões dessas estruturas.

Nos acompanhando na leitura do texto a seguir você conhecerá melhor o que é hidrossalpinge, e como essa condição está conectada à infertilidade feminina. Aproveite a leitura!

O que é hidrossalpinge?

Chamamos hidrossalpinge a um processo específico que acomete as tubas uterinas e resulta de uma reação inflamatória nesse local, como resposta aos danos causados por parasitismo bacteriano (infecções), lesões mecânicas provocadas por procedimentos cirúrgicos, ou pela presença de focos endometrióticos.

O nome hidrossalpinge reflete bem os acontecimentos tubários envolvidos com esse quadro: a reação inflamatória provoca um acúmulo de líquido local, fazendo com que as tubas inchem e aumentem seu tamanho, bloqueando ou ao menos dificultando a passagem em seu interior.

Além do bloqueio, as diversas células e substância envolvidas no processo inflamatório alteram a composição química no interior das tubas uterinas, e podem tornar esse ambiente inóspito para os gametas masculino e feminino, inviabilizando a fecundação.

Lesões mecânicas ou infecciosas em qualquer tecido disparam o sistema imunológico, que envia ao local afetado principalmente histaminas, prostaglandinas, além das células leucocitárias, plaquetárias e os macrófagos, cujas principais funções são identificar e destruir os agentes causadores das lesões, ou isolar e proteger a área afetada para que a cicatrização ocorra.

No caso da hidrossalpinge, as histaminas e as prostaglandinas são responsáveis pelo acúmulo de líquido que torna as tubas edemaciadas, enquanto a ação das células imunológicas atua no combate às infecções e, em hidrossalpinge por lesão mecânica, auxiliam na cicatrização.

Muitas vezes as mulheres com hidrossalpinge são assintomáticas e a infertilidade pode ser o único sinal para o início da investigação sobre esse quadro.

Os casos sintomáticos normalmente estão relacionados à hidrossalpinge resultante de infecções bacterianas e de endometriose tubária – ou próxima às tubas uterinas –, produzindo sintomas mais específicos para essas doenças do que para a hidrossalpinge exclusivamente.

Entre os principais sintomas, destacamos:

  • Alterações no fluxo menstrual;
  • Dismenorreia;
  • Dispareunia de profundidade;
  • Sangramento fora do período menstrual;
  • Corrimento vaginal de odor desagradável;
  • Febre, náuseas e vômitos.

É importante ressaltar que, na ocorrência de febre, mesmo na ausência de outros sintomas, a busca por atendimento médico deve ser imediata.

Quais as consequências da hidrossalpinge?

As consequências da hidrossalpinge podem ser bastante sérias, já que se trata de um foco infeccioso no interior da cavidade pélvica, com potencial para contaminação dos demais órgãos, estruturas e tecidos aí localizados.

Como a cavidade pélvica está interligada também com a abdominal, os processos infecciosos nessa região podem ser a porta de entrada para quadros graves como sepse, uma infecção generalizada dos órgãos, que pode resultar em morte.

Além da obstrução das tubas uterinas, portanto, pode sugerir a existência de um quadro mais amplo, com aderências e focos de infecção em outras estruturas.

Hidrossalpinge pode causar infertilidade?

A hidrossalpinge claramente prejudica a fertilidade das mulheres quando a infecção está ativa, já que o próprio processo inflamatório obstrui a tuba uterina em que está localizado, alterando também a composição interna dos tecidos de revestimento em contato com os gametas.

Contudo, em alguns casos, mesmo após o tratamento para os processos infecciosos, a ação parasitária das bactérias pode deixar cicatrizes em formas de aderências salientes que, da mesma forma, causam obstruções e oferecem um potencial de risco à fecundação e à implantação embrionária.

A formação de cicatrizes pode ocorrer, ainda, como resultado de intervenções cirúrgicas malsucedidas na região tubária, inclusive a retirada dos focos endometrióticos que, por isso, só é aconselhada às mulheres com endometriose tubária que não desejam ter filhos.

Como é feito o tratamento da hidrossalpinge?

O tratamento mais adequado depende diretamente dos agentes causadores desse quadro inflamatório.

Nos casos de hidrossalpinge por ação microbiana é fundamental que as bactérias envolvidas na infecção sejam adequadamente identificadas: o tratamento é feito pela administração de antibióticos específicos, direcionados para cada microrganismo envolvido no processo.

Se as lesões tubárias foram provocadas por intervenções cirúrgicas malsucedidas, a mulher pode ser tratada com anti-inflamatórios orais durante o tempo prescrito pela equipe médica, para controlar os sintomas da inflamação com o objetivo de que as tubas uterinas retornem às suas dimensões e condições normais.

Quando a hidrossalpinge é resultado da implantação endometriótica, o tratamento deve ser específico para endometriose. A escolha da melhor terapêutica, nesses casos, depende da intensidade dos sintomas e do desejo que a mulher manifesta de ter filhos. Quando não há desejo e os sintomas são leves, o tratamento pode ser feito por contraceptivos orais combinados de estrogênio e progesterona.

No entanto, se a endometriose for mais grave e a mulher tem um desejo de ser mãe, a reprodução assistida pode ser uma forma de tratamento indicada e bastante bem-sucedida.

Reprodução assistida

As mulheres que desenvolvem hidrossalpinge apresentam um risco maior para infertilidade por obstrução tubária, e a única técnica que pode ser indicada para esses casos é a FIV (fertilização in vitro), já que esse procedimento permite a coleta de gametas femininos diretamente dos ovários e promove a fecundação fora das tubas uterinas.

Entretanto, é importante lembrar que mesmo a FIV depende da integridade do sistema reprodutivo feminino, que deve estar realmente livre de qualquer infecção ativa durante todo o tratamento.

Por isso, nos casos em que a hidrossalpinge é provocada pela ação bacteriana, a infecção deve ser tratada antes de o tratamento iniciar.

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Endometriose: quais são os possíveis tratamentos?

A endometriose é uma doença crônica, que afeta milhões de mulheres em idade reprodutiva, principalmente aquelas que nunca tiveram filhos (nulíparas) e também as com histórico familiar para endometriose, especialmente entre parentescos próximos como mães e avós portadoras da doença.

Porém, essa doença é mais conhecida por seus sintomas dolorosos do que por seus efeitos sobre a fertilidade das mulheres, ainda que seja responsável por até 50% dos casos de infertilidade.

Embora a infertilidade seja um sintoma bastante recorrente entre as mulheres com endometriose, nem todas as manifestações dessa doença têm potencial para prejudicar realmente a função reprodutiva feminina.

A endometriose, de forma geral, consiste no aparecimento de focos de tecido endometrial ectópico, principalmente aderidos à órgãos e estruturas localizadas na cavidade pélvica, e cujo crescimento é estimulado pela ação dos estrogênios, o que classifica a doença como estrogênio-dependente.

Durante o ciclo reprodutivo o endométrio original responde positivamente à ação estrogênica, dando início a um processo de multiplicação celular que aumenta a espessura desse tecido, com objetivo de receber o embrião e facilitar sua implantação na cavidade uterina.

Da mesma forma, os focos endometrióticos ectópicos respondem à ação desse hormônio, desencadeando, porém, um processo inflamatório local.

Os sinais dolorosos da endometriose, famosos por sua intensidade, que em alguns casos pode ser incapacitante, são decorrentes desses processos inflamatórios e manifestam sintomas específicos, dependendo do órgão ou estrutura aos quais estão aderidos.

A escolha dos melhores tratamentos para cada caso depende não somente da intensidade dos sintomas, mas também do desejo reprodutivo da mulher e a reprodução assistida é a terapêutica mais indicada para as mulheres com endometriose que desejam engravidar.

Acompanhe o texto e conheça os tratamentos disponíveis atualmente para a endometriose, especialmente para as mulheres que estão tentando engravidar.

Qual a relação entre endometriose e a infertilidade?

Apesar de ser bastante recorrente entre as mulheres que apresentam infertilidade, apenas alguns tipos de endometriose são realmente capazes de trazer danos aos processos reprodutivos da mulher.

Os critérios utilizados para classificação dos tipos de endometriose são, principalmente, a profundidade alcançada pelas infiltrações endometrióticas, e também os órgãos e estruturas aos quais esses focos estão aderidos.

É importante ressaltar que a intensidade dos sintomas é diretamente proporcional à profundidade das infiltrações endometrióticas, assim como a manifestação de sintomas específicos está ligada às funções desempenhadas pelos órgãos em que estão aderidos os focos.

De forma geral, podemos dizer que existem basicamente três tipos de endometriose:

  • Endometriose superficial peritoneal;
  • Endometriose infiltrativa profunda;
  • Endometriose ovariana (endometrioma).

Entre elas, a endometriose ovariana é a principal forma da doença relacionada aos sintomas de infertilidade, especialmente porque os focos endometrióticos aderidos aos ovários formam cistos, chamados endometriomas, que exercem pressão no córtex ovariano afetando a reserva ovariana e os processos relacionados à ovulação.

Além dos endometriomas, a mulher que possui focos endometrióticos nas proximidades das tubas uterinas e até mesmo no interior dessas estruturas, também tem a sua função reprodutiva prejudicada, já que as infiltrações podem obstruir a passagem e impedir, ou ao menos prejudicar, as possibilidades de fecundação.

Quais são os possíveis tratamentos para endometriose?

A escolha do melhor tratamento para abordar a endometriose depende da intensidade dos sintomas, da idade da mulher, da extensão e profundidade dos focos endometrióticos, além de sua localização, mas principalmente do desejo que a mulher tenha ou não de engravidar.

Tratamento para quem não deseja engravidar

Quando a mulher com endometriose não deseja engravidar e os sintomas manifestados pela doença são relativamente leves, a abordagem realizada a partir de contraceptivos orais combinados de estrogênio e progesterona costuma resultar em um controle considerável, principalmente dos sintomas dolorosos.

Contudo, especialmente para mulheres com idade próxima à menopausa e que manifestam sintomas álgicos muito intensos – e por vezes incapacitantes – o tratamento à base de contraceptivos pode não ser suficiente para controlar essas manifestações.

Nesses casos, a mulher e a equipe médica podem optar por duas formas de abordagem: a retirada cirúrgica dos focos endometrióticos, normalmente realizada por histeroscopia cirúrgica ou por videolaparoscopia, e a retirada total ou parcial dos ovários.

A retirada dos ovários é realizada num procedimento denominado ooforectomia, considerado uma alternativa terapêutica para o controle dos sintomas da endometriose pois faz cessar definitivamente o estímulo provocado pelo estrogênio e, consequentemente, o desenvolvimento dos focos endometrióticos.

Entretanto, essa decisão deve ser tomada de forma delicada e cuidadosa, já que a retirada dos ovários provoca um quadro de menopausa precoce, colocando fim definitivo à vida reprodutiva da mulher.

Tratamentos para quem deseja engravidar

Quando a mulher apresenta um grau leve de endometriose, a indicação para reprodução assistida pode ser feita sem a necessidade de qualquer procedimento prévio, porém se os focos endometrióticos são profundos ou ocupam uma grande extensão no interior da cavidade pélvica, pode ser necessária a retirada cirúrgica desses focos para que a doença não afete as taxas de sucesso da técnica de reprodução assistida escolhida.

No entanto, quando afeta os ovários, os riscos de dano ovariano apresentado pela cirurgia, faz com que o procedimento seja desaconselhado para as que desejam engravidar.

Reprodução assistida

A endometriose pode ser abordada por todas as técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente: a RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro).

Porém, a FIV é a mais indicada por oferecer um controle maior sobre os processos ovulatórios e sobre a fecundação, o que normalmente atende as demandas das mulheres com endometriose ovariana e obstrução tubária decorrente da endometriose.

Para as mulheres com infertilidade pela presença dos endometriomas, a FIV traz benefícios por prever uma intensa etapa de estimulação ovariana, cujo objetivo é promover o recrutamento e amadurecimento de aproximadamente 10 folículos ovarianos em um mesmo ciclo reprodutivo.

Quando a infertilidade é causada pela obstrução tubária, a FIV também é indicada, nesse caso, por permitir a coleta de gametas diretamente dos ovários pela punção folicular, e por realizar a fecundação em ambiente laboratorial, procedimentos que podem ser feitos independente da integridade dos tecidos tubários.

Quais os efeitos da gravidez na mulher com endometriose?

Apesar de a endometriose oferecer um risco potencial para a função reprodutiva das mulheres, aquelas que conseguem engravidar, mesmo em face da doença, podem observar uma relevante regressão em seus sintomas, fazendo da gestação um verdadeiro fator de proteção em relação à endometriose.

Isso acontece porque a placenta produz progesterona durante todo o período gestacional, com o objetivo de manter o endométrio estável, agindo como antagonista do estrogênio e paralisando os processos de multiplicação celular endometrial provocados por esse hormônio.

Nas mulheres com endometriose, esse efeito atinge também os focos de tecido endometrial ectópico, diminuindo a atividade celular nesses locais e, consequentemente, o desenvolvimento.

Esse é o motivo, inclusive, para o fato de a endometriose ser mais recorrente em mulheres que nunca tiveram filhos (nulíparas), quando comparadas àquelas que já passaram por gestações anteriores (multíparas).

Para saber mais toque o link.

Endometriomas: o que são?

Os endometriomas são o tipo de endometriose que mais oferece risco para a infertilidade feminina, embora não seja a única forma de manifestação dessa doença, que pode acometer também outras estruturas localizadas na cavidade pélvica e, em casos mais raros, outros órgãos da cavidade abdominal.

Em geral, os focos endometrióticos surgem aderidos à superfície de algumas estruturas, infiltrados com profundidade variável, com exceção da endometriose ovariana, que forma os endometriomas.

Os endometriomas são cistos ovarianos de cor achocolatada, constituídos por tecido endometrial e sangue oxidado, que respondem aos estímulos dos hormônios estrogênio e progesterona, assim como o endométrio original, localizado na cavidade uterina.

Vamos mostrar aqui o que são os endometriomas e como essa forma de endometriose pode afetar as possibilidades de gestação.

Os endometriomas são um tipo de endometriose

Para compreender o que são os endometriomas com mais profundidade, é necessário entender antes o que é e quais as alterações provocadas pela endometriose como um todo.

A endometriose é uma doença estrogênio-dependente e, por isso, muito mais recorrente nas mulheres em idade reprodutiva, ainda que em casos bastante raros possa também ser observada naquelas que estão passando pela menopausa.

Considerada uma doença crônica, a endometriose consiste no aparecimento de tecido endometrial ectópico, ou seja, que se desenvolve fora da cavidade uterina, local original.

Assim como o endométrio original, os tecidos que formam os focos endometrióticos também se mostram responsivos à ação dos hormônios envolvidos no ciclo reprodutivo, com especial destaque para os estrogênios e a progesterona.

A ação do estrogênio sobre o endométrio original faz com que esse tecido entre em um processo de multiplicação celular, que aumenta o número de lâminas celulares, provocando o espessamento: essa é uma das etapas da preparação uterina para receber o embrião e acontece durante a fase proliferativa.

Já a progesterona, produzida apenas durante a fase secretora do ciclo reprodutivo, atua de forma oposta ao estrogênio, paralisando os processos de multiplicação celular e reorganizando o tecido de revestimento interno do útero. Esse hormônio é típico da etapa final de preparação do endométrio para a implantação embrionária.

Nas mulheres com endometriose o estímulo estrogênico incide sobre os focos endometrióticos, desencadeando a multiplicação celular nos locais afetados e disparando processos inflamatórios, que causam dor e prejudicam a função das estruturas em que estão aderidos.

A endometriose pode ser classificada em três tipos, de acordo com duas variáveis principais: a profundidade dos focos endometrióticos e a localização no interior da cavidade pélvica.

De forma geral, podemos dizer que os focos endometrióticos mais profundos estão relacionados aos quadros mais severos da doença, ainda que a profundidade dos implantes tenha maior influência nos sintomas dolorosos do que na infertilidade.

Quando se manifestam aderidos ao córtex ovariano, os focos endometrióticos formam os endometriomas, cistos de cor achocolatada por conter endométrio ectópico e também uma quantidade de sangue coagulado, em seu interior.

Apesar da presença de focos endometrióticos tubários também representar riscos para fertilidade das mulheres, por obstruir essas estruturas, os endometriomas são realmente a forma de endometriose com maior potencial para causar danos à função reprodutiva da mulher.

Os endometriomas apresentam risco de infertilidade

Assim como as demais formas de endometriose, os endometriomas respondem positivamente à ação estrogênica, o que provoca a multiplicação anormal das células endometriais ectópicas e, consequentemente, um aumento nas dimensões desse cisto e o aparecimento de um processo inflamatório local.

Uma das principais características do processo inflamatório é o aumento da concentração local de prostaglandinas, além de edema, vasodilatação e aumento da temperatura, como a maior parte dos processos inflamatórios, onde quer que se localizem.

Essas mudanças no ambiente ovariano podem não somente impedir que a ovulação aconteça, como também danificar, inclusive, os folículos primordiais, que sequer foram recrutados para amadurecimento ainda, causando prejuízo severo para a reserva ovariana.

Além disso, o fato de os endometriomas estarem aderidos justamente aos ovários, local de produção tanto dos estrogênios quanto da progesterona, faz com que a ação desses hormônios seja mais intensa e mais imediata, com destaque para o estrogênio, produzido em maior ou menor quantidade durante todo o ciclo reprodutivo.

Como os endometriomas são estrogênio-dependentes, essa relação estimula fortemente o crescimento dos cistos e, consequentemente, o aumento na pressão sobre o córtex ovariano.

Além disso, atrelada às consequências imunológicas dos processos inflamatórios locais, a pressão danifica fisicamente os folículos ovarianos, os ovários e também interfere nos processos ovulatórios.

O diagnóstico deve ser feito de forma cuidadosa

Apesar de ser raro que as mulheres com endometriose manifestem apenas um tipo de foco endometriótico, quando a doença afeta exclusivamente os ovários, a infertilidade pode ser o único sintoma detectável sem a necessidade de exames clínicos laboratoriais, partindo unicamente do relato que a mulher apresenta sobre suas tentativas de engravidar.

Ainda assim, os exames são necessários para que o diagnóstico seja realmente preciso e exato, lembrando que por ser uma doença estrogênio-dependente, a endometriose pode compartilhar sintomas com outras doenças classificadas nesse mesmo grupo, o que costuma prejudicar ou ao menos retardar o diagnóstico.

Entre os principais exames solicitados destacamos:

  • Exame clínico;
  • Ultrassonografia pélvica transvaginal;
  • Videolaparoscopia;

A videolaparoscopia, além de ser um exame, pode ser também considerada uma forma de tratamento, já que permite fazer a intervenção cirúrgica simultaneamente à realização do exame, e é por isso uma das formas de see and treat, ou ver e tratar, uma metodologia em que alguns exames de imagem permitem também algum nível de intervenção médica terapêutica.

Quando a mulher não tem desejo de engravidar, após a confirmação diagnóstica e somente em face de sintomas dolorosos não intensos, administração de contraceptivos orais combinados de estrogênio e progesterona pode ser suficiente para controlar a maior parte dos sintomas e regular o ciclo menstrual.

Nem sempre a cirurgia é recomendada

Embora a videolaparoscopia para retirada dos endometriomas seja uma cirurgia de relativo sucesso, deve ser contraindicada para mulheres que desejam engravidar. A simples manipulação dos ovários pode prejudicar a reserva ovariana, pois oferece um alto risco de lesões mecânicas, inclusive nas áreas não afetadas pelos endometriomas.

Por isso, recomenda-se que a mulher passe pela avaliação da reserva ovariana antes de dar início a qualquer tipo de tratamento, seja para a retirada dos endometriomas, ou para a reprodução assistida.

A avaliação da reserva ovariana é feita com a combinação de dois exames: a contagem de folículos antrais, por ultrassonografia transvaginal, e também pela dosagem do hormônio antimülleriano (HAM), considerado um indicativo bioquímico da quantidade de folículos primordiais.

O papel da reprodução assistida

A reprodução assistida pode ser indicada para mulheres com endometriomas, pois todas as técnicas disponíveis atualmente contam com uma etapa inicial de estimulação ovariana, cujo principal objetivo é induzir os processos que levam à ovulação, atendendo às demandas da endometriose, em que a infertilidade é provocada por um quadro de anovulação.

Entre todas as técnicas disponíveis porém, a FIV (fertilização in vitro) é a mais indicada, especialmente por sua alta complexidade, grande abrangência e boas taxas de sucesso para a maior parte dos casos de infertilidade, incluindo as mulheres com endometriomas.

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DIP: veja quais são os sintomas

A DIP (doença inflamatória pélvica) é uma infecção polimicrobiana, ou seja, causada pela ação simultânea de diversas bactérias, que atacam antes o canal vaginal e o colo do útero, ascendendo posteriormente para o interior do sistema reprodutivo e da cavidade pélvica, caso não sejam identificada e tratada adequadamente.

Além dos sintomas típicos de um processo infeccioso nessa região, a DIP também oferece risco de infertilidade feminina, especialmente quando afeta as tubas uterinas, já que mesmo após o tratamento a infertilidade pode ser persistente.

É importante ressaltar que a DIP é composta por um conjunto de processos infecciosos que se disseminam com relativa facilidade a partir do momento em que entra em contato com as estruturas do trato superior reprodutivo, oferecendo também o risco de sepse, que nos casos mais graves pode levar à morte.

A identificação dos primeiros sintomas é importante para que o tratamento seja feito de forma precoce, melhorando as chances de cura e também diminuindo a incidência de sequelas que possam afetar a fertilidade das mulheres.

Vamos mostrar aqui quais são os sintomas da DIP e como identificá-los, com o objetivo de ajudar mulheres que desconfiam desse quadro a buscar atendimento médico.

Quais são as causas da DIP?

A principal forma de contaminação primária para o desenvolvimento da DIP acontece por via sexual, embora hábitos de higiene inadequados possam também contribuir para a disseminação, no interior do sistema reprodutivo, de bactérias naturais do trato intestinal.

Nesse sentido, a bactéria Escherichia coli é uma das espécies intestinais mais recorrente nas infecções polimicrobianas que causam a DIP, que também pode ter início em infecções nas vias urinárias e com a proliferação anormal de espécies típicas da flora vaginal, como a Gardnerella vaginalis.

As duas principais ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) envolvidas no desenvolvimento da DIP são a clamídia e a gonorreia, causadas respectivamente pelas bactérias Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, que manifestam sintomas semelhantes.

É possível prevenir a DIP?

Assim como para todas as ISTs a única forma de prevenir a contaminação é a prática do sexo seguro, com o uso de preservativos de barreira, como as camisinhas feminina e masculina.

A disseminação das ISTs também pode ser controlada pela realização regular de testagens, considerando que muitos casos podem ser assintomáticos, levando homens e mulheres a contagiar outras pessoas sem saber.

Quais são os sintomas da DIP?

As infecções primárias que provocam a DIP podem ou não manifestar sintomas, o que constitui um verdadeiro obstáculo para determinação do diagnóstico de forma precoce. Estudos mostram que a clamídia, uma das principais doenças envolvidas na DIP, pode ser assintomática em até 80% dos casos, por exemplo.

Ainda assim, quando um conjunto de bactérias está produzindo infecções ativas e simultâneas na cavidade pélvica, mesmo os casos em que as doenças primárias eram assintomáticas passam a desenvolver uma sintomatologia bastante típica:

Dor ou incômodo no abdômen inferior

A sensação de dor ou incômodo na região pélvica é decorrente do processo inflamatório desencadeado pelas infecções localizadas nessa área.

Esse tipo de sintoma doloroso costuma ser difuso, ou seja, sem uma localização precisa, e pode irradiar-se para as costas, especialmente quando o processo infeccioso afeta o peritônio.

O peritônio é o tecido de preenchimento da cavidade pélvica, em contato com todos os órgãos e estruturas aí localizados, portanto, quando a infecção atinge esse tecido, são altos os riscos de sepse – infecção generalizada nas cavidades abdominal e pélvica – e a mulher deve buscar atendimento médico imediatamente.

Disúria

A proximidade entre o aparelho urinário e o canal vaginal pode fazer com que as infecções nesses dois locais aconteçam, muitas vezes, de forma simultânea.

Quando a uretra feminina é acometida por infecções bacterianas, os processos inflamatórios locais provocam uma hipersensibilidade nas paredes desse canal e uma sensação de ardor no momento em que a urina entra em contato com esses tecidos vulnerabilizados.

Corrimento vaginal

Como acontece em qualquer infecção bacteriana, o embate entre o sistema imunológico e os microrganismos responsáveis pela infecção resulta em um número expressivo de células humanas e bacterianas mortas, que se acumulam na superfície do tecido parasitado, em forma de secreção.

Essa secreção pode ser expelida pelo canal vaginal como corrimento, de cor esbranquiçada ou amarelo esverdeada, e com odor forte e desagradável.

Dispareunia e sangramento durante relações sexuais

De forma semelhante ao que acontece com a hipersensibilidade das vias urinárias quando há disúria, também o canal vaginal se torna revestido por um tecido mais sensível, devido ao processo inflamatório decorrente da infecção localizada nessa região.

Por isso, o atrito das relações sexuais pode ser incômodo e também provocar abertura de microfissuras nas paredes do canal vaginal e do colo do útero, que provocam um pequeno sangramento como resultado da relação sexual.

Febre e náuseas

Quando a mulher passa a sentir, além dos sintomas já mencionados, também um aumento relevante na temperatura corporal, náuseas e vômitos, o conjunto de sintomas podem indicar a contaminação de outros órgãos da cavidade pélvica, o que pode ser bastante grave.

Para todas as infecções, não somente aquelas que afetam a cavidade pélvica, a febre sempre é um sinal de que o corpo não está dando conta de lidar com o processo infeccioso sozinho, e existe a necessidade imediata de dar início a uma terapia medicamentosa, com antibióticos específicos para a bactéria que está causando a infecção.

Menstruação irregular e infertilidade

Especialmente quando a infecção afeta o útero, provocando um quadro de endometrite, o fluxo menstrual pode se mostrar também alterado, e a mulher pode apresentar o sangramento menstrual mais intenso e prolongado, acompanhado de cólicas relativamente mais fortes.

A infertilidade acontece principalmente quando o quadro polimicrobiano parasita a região das tubas uterinas. Quando a infecção está ativa, a mulher pode manifestar hidrossalpinge e o inchaço típico dessa doença pode bloquear a passagem no interior das tubas, impedindo que a fecundação aconteça.

Contudo, muitas vezes mesmo após o tratamento para a infecção tubária, a ação bacteriana deixa cicatrizes que podem ser salientes e obstruir as tubas, prejudicando de forma permanente os processos da fecundação.

Como tratar a DIP?

O tratamento para DIP deve ser direcionado de acordo com a intensidade dos sintomas: nos casos mais graves, quando se observa a presença de sintomas simultâneos de dor e febre, pode haver a necessidade de internação.

De qualquer forma, em todas as abordagens, hospitalar ou ambulatorial, a terapêutica deve ser feita a partir da combinação de antibióticos, que juntos possam incluir o maior número de bactérias possível, já que a DIP é polimicrobiana.

Para os casos em que a infertilidade é persistente mesmo após o tratamento com antibióticos, a abordagem mais indicada é a reprodução assistida e, entre as técnicas, a FIV (fertilização in vitro) é aquela com maior potencial e abrangência, incluindo também os casos de infertilidade por fator tubário obstrutivo, que é a principal forma de infertilidade decorrente da DIP.

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SOP: veja como é feito o diagnóstico

Quando se pensa em infertilidade feminina, é comum imaginar que todos os sintomas eventualmente associados a ela devam sempre estar relacionados, de forma direta, ao sistema reprodutivo das mulheres. Contudo, essa não é uma afirmação completamente verdadeira.

A função reprodutiva e o funcionamento de todos os órgãos e estruturas envolvidos nela, são orquestrados pelo sistema endócrino, mais especificamente por um conjunto de hormônios que, apesar de serem denominados hormônios sexuais, não atuam somente no sistema reprodutivo.

A testosterona é um bom exemplo de hormônio central para o ciclo reprodutivo – inclusive, mais conhecido por ser um hormônio masculino –, mas que exerce funções em outros locais do corpo, especialmente em tecidos periféricos, como a pele, tecido adiposo e tecido muscular esquelético.

Por isso, algumas alterações hormonais, como aquelas que estão por trás do diagnóstico da SOP (síndrome dos ovários policísticos), podem provocar sintomas aparentemente desconexos da função reprodutiva, mas com potencial para afetar também a fertilidade das mulheres.

Na SOP, a infertilidade é um dos sintomas principais, mas também o hiperandrogenismo, que provoca na mulher alterações físicas decorrentes do aumento da testosterona, como aparecimento de pelos faciais e corporais atípicos, alterações no peso, acne e seborreia, entre outros.

Para que o diagnóstico da SOP seja mais exato, é necessário observar com atenção cada um dos principais sintomas manifestados pela doença, já que muitos deles são compartilhados por outras, o que pode causar certa confusão ou demora para estabelecer o diagnóstico final, levando a comunidade médico-científica a estabelecer critérios mais bem definidos para diagnosticá-la.

Nos acompanhe na leitura do texto a seguir e entenda melhor quais são os critérios utilizados para o diagnóstico da SOP, e como essa doença pode afetar o potencial reprodutivo das mulheres.

O que é a síndrome dos ovários policísticos?

A SOP (síndrome dos ovários policísticos) é considerada uma doença metabólica, em que alterações na secreção do GnRH (hormônio liberador gonadotrofinas) e das próprias gonadotrofinas hipofisárias provocam um aumento na concentração de testosterona e a diminuição na de estrogênio, simultaneamente.

Como é feito o diagnóstico da SOP?

Para entender melhor quais são os critérios diagnósticos que identificam a SOP, é preciso compreender como as alterações na concentração de testosterona e estrogênio interferem no sistema reprodutivo e no corpo da mulher como um todo.

No que diz respeito a atuação desses hormônios no sistema reprodutivo destacamos dois fatos principais: a testosterona é produzida pelas células foliculares sob estímulo da gonadotrofina LH (hormônio luteinizante), e esse androgênio deve ser rapidamente convertido em estrogênio pela ação do FSH (hormônio folículo-estimulante), também pelas células foliculares.

Os estrogênios atuam no espessamento do endométrio durante o processo de preparação endometrial, e também no amadurecimento folicular e na ovulação, que é justamente disparada pelo pico hormonal de estrogênio e gonadotrofinas.

Na SOP, a secreção de gonadotrofinas está alterada: o LH é produzido em excesso, enquanto o FSH se mostra insuficiente, levando ao mencionado desequilíbrio sobre a testosterona e o estrogênio.

Assim, a dinâmica hormonal típica da SOP faz com que o pico hormonal pré-ovulatório não aconteça e, consequentemente, também não ocorro o rompimento folicular para liberação do óvulo. Por isso, as células foliculares permanecem nos ovários, como os cistos ovarianos específicos da SOP, e a mulher passa a apresentar infertilidade por anovulação.

A diminuição da concentração estrogênica também leva à ausência de menstruação, e a amenorreia é um dos principais sintomas da SOP.

Paralelamente, o aumento na concentração de testosterona provoca mudanças em outros tecidos-alvo desse hormônio, especificamente relacionados à atividade das glândulas sebáceas e do complexo pele-folículo piloso, provocando acne, seborreia, o aparecimento de pelos em locais tipicamente masculinos e alterações no peso, num quadro geral denominado hiperandrogenismo.

No entanto, esses sintomas podem ser também compartilhados por outras doenças, se observados de forma isolada, fazendo do diagnóstico da SOP um processo que envolve tanto a observação dos sintomas, quanto a exclusão de outras doenças.

Por isso, os critérios finais para chegar a um diagnóstico preciso da SOP devem identificar a presença de, pelo menos, dois dos três principais sintomas dessa doença:

  • Infertilidade por anovulação (e expressa por um quadro de amenorreia);
  • Hiperandrogenismo (com confirmação laboratorial);
  • Cistos ovarianos (com confirmação ultrassonográfica).

Quais exames permitem o diagnóstico da SOP?

Os exames utilizados para o diagnóstico da SOP incluem principalmente os de imagem e dosagens hormonais.

As ultrassonografias pélvicas transvaginal e suprapúbica são os exames de imagem mais solicitados na investigação para o diagnóstico da SOP, porém, em alguns casos, exames mais exatos e que fornecem imagens com maior resolução podem ser necessários, como a ressonância magnética.

As dosagens hormonais são feitas pela análise de uma amostra de sangue, e medem principalmente a concentração de testosterona, estrogênio e FSH, para confirmar o quadro de desequilíbrio provocado pela SOP.

A infertilidade por anovulação, contudo, deve ser averiguada a partir dos relatos apresentados pela mulher sobre suas tentativas de engravidar que não deram certo, ainda que a presença de cistos ovarianos possa atestar o quadro anovulatório.

Como é feito o tratamento?

A escolha do tratamento mais adequado para a SOP depende principalmente do desejo da mulher de engravidar e da gravidade dos quadros hiperandrogênico e anovulatório.

Quando ela não apresenta vontade de ser mãe em curto prazo, a terapêutica que utiliza contraceptivos orais combinados de estrogênio e progesterona costuma ser bem sucedida para o controle dos sintomas, especialmente para regular a menstruação e atenuar os sinais de hiperandrogenismo.

Entretanto, se o quadro de SOP for grave, ou a busca por atendimento médico foi feita justamente porque existe o desejo de engravidar, esse tipo de tratamento medicamentoso é contraindicado.

Para esses casos a reprodução assistida apresenta as melhores possibilidades de abordagem terapêutica para a SOP, com destaque para a FIV (fertilização in vitro), considerada a técnica mais complexa e mais avançada, tanto para o tratamento desta síndrome, como para praticamente qualquer forma de infertilidade feminina ou masculina.

Toque o link e tenha acesso a mais informações sobre a SOP.

Endometriose: conheça melhor a doença

Durante a fase fértil diferentes doenças podem afetar a capacidade reprodutiva da mulher, resultando em subfertilidade ou infertilidade. Miomas uterinos e endometriose são exemplos bastante comuns.

Elas são conhecidas por serem dependentes de hormônios, nesse caso, são estrogênio-dependentes, ou seja, se desenvolvem a partir do aumento dos níveis de estrogênio na corrente sanguínea.

Estrogênio é um dos principais hormônios femininos e, entre as suas funções, está a de promover o espessamento do endométrio a cada ciclo menstrual. O endométrio, tecido que reveste internamente o útero, é responsável por abrigar e nutrir o embrião até a formação da placenta.

Quando não há fecundação, os níveis do hormônio decrescem provocando a descamação do endométrio e, consequentemente, a menstruação.

No entanto, por ser uma patologia dependente do hormônio, a endometriose, assim como os miomas, tende a retroceder na menopausa, período em que os níveis são mais baixos.

Continue a leitura e conheça mais sobre a endometriose, considerada a doença da mulher do século XXI.

O que é endometriose?

A endometriose é caracterizada pela presença de um tecido semelhante ao endométrio fora do útero. Os locais mais comuns são os ovários, as tubas uterinas, os ligamentos uterossacros, a bexiga e o intestino.

Considerada um dos principais fatores de infertilidade feminina, a endometriose pode afetar aproximadamente 10% das mulheres em idade reprodutiva, além de estar presente em 50% dos casos de pacientes inférteis com dor pélvica crônica, principal sintoma manifestado pela doença.

Até o momento não há conhecimento sobre o que motiva esse crescimento anormal. A teoria mais aceita é a da menstruação retrógada, que sugere o retorno pelas tubas uterinas de fragmentos de células do endométrio normalmente eliminados pela menstruação. Eles, então, se implantam em outras regiões e o desenvolvimento do tecido ectópico é estimulado pela ação do estrogênio.

Implantes presentes nos ovários, tubas uterinas, colo uterino e ligamentos que sustentam o útero podem afetar a fertilidade. Nos estágios iniciais o tecido ectópico produz citocinas pró-inflamatórias que afetam a foliculogênese, termo que denomina o processo pelo qual os folículos desenvolvem e amadurecem.

Ou seja, pode causar problemas de ovulação e causar alterações no ciclo endometrial, resultando, nesse caso, em falhas na implantação do embrião no endométrio e, consequentemente, em abortamento.

Já nos estágios mais avançados o risco para fertilidade é ainda maior. A evolução do processo inflamatório resulta na formação de aderências, que podem inibir a liberação do óvulo pelos ovários, a captação dele pelas tubas uterinas, ou causar distorções na anatomia pélvica, dificultando o desenvolvimento da gravidez.

Em estágios moderados e graves normalmente há ainda a presença de endometriomas, um tipo de cisto ovariano preenchido por líquido marrom. Eles podem afetar a qualidade dos óvulos e interferem no processo de ovulação.

A endometriose é classificada de acordo com o comprometimento dos órgãos, o local de implantação, a quantidade das lesões, a profundidade dos implantes e o número de endometriomas.

Quais são os sintomas de endometriose?

Os sintomas manifestados pela endometriose também consideram os mesmos critérios adotados para classificação.

Uma doença de crescimento lento, a endometriose geralmente não manifesta sintomas nos estágios iniciais. Eles são mais comuns aos mais avançados e, embora sejam um importante indicador, a assintomatologia dificulta o diagnóstico precoce. Assim, frequentemente é descoberta quando já afetou a capacidade reprodutiva.

Como o endométrio o tecido ectópico também reage ao estrogênio, por isso pode sangrar durante a menstruação, aumentando a intensidade do fluxo menstrual e, consequentemente, dos sintomas que muitas mulheres experimentam no período. A dor na região pélvica, por exemplo, inicia antes da menstruação e se torna mais severa durante.

Além disso, tende a ocorrer dor durante a relação sexual (dispareunia), quando o tecido implanta na vagina ou nos ligamentos uterossacros, dor abdominal se houver rompimento dos endometriomas durante o ciclo menstrual – pode ser repentina ou intermitente, é pulsante e piora durante o dia.

Quando o tecido implanta na bexiga, por outro lado, há dificuldade de micção acompanhada de dor, micção frequente ou presença de sangue na urina. Já no intestino provoca constipação e sangramento retal durante o período menstrual.

Apesar da severidade dos sintomas e dos riscos provocados à fertilidade, a endometriose tem tratamento na maioria dos casos, indicado de acordo com o desejo da mulher em engravidar.

O tratamento possibilita o alívio dos sintomas e aumenta as chances de gravidez, de forma natural ou por técnicas de reprodução assistida, mas a endometriose é uma doença crônica, ou seja, não tem cura, embora possa ser controlada com a queda dos níveis de estrogênio a partir da menopausa.

Diagnóstico e tratamento da endometriose

O método preferido para o diagnóstico de endometriose é a visualização direta de lesões endometriais ectópicas via laparoscopia, acompanhada de confirmação histológica. No entanto, outros exames de imagem também possibilitam atualmente a detecção da doença, determinando a localização, quantidade, profundidade das lesões e comprometimento dos órgãos, entre eles a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética (RM).

Os resultados orientam o tratamento mais indicado para cada paciente, que considera o desejo da mulher em engravidar no momento.

Quando há a manifestação sintomas como aumento do fluxo menstrual e manifestação de algum tipo de dor, mas não há o desejo de engravidar, os sintomas são tratados com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e com medicamentos hormonais para suspender a menstruação.

Se houver o desejo de engravidar independentemente da dor, o tratamento deve ser cirúrgico para a remoção de implantes, aderências ou endometriomas e correção da anatomia uterina, quando for o caso.

A técnica mais utilizada é a laparoscopia cirúrgica. Após a remoção, a gravidez espontânea é possível em boa parte dos casos, porém, se não houver sucesso, pode ser obtida por técnicas de reprodução assistida.

Endometriose e técnicas de reprodução assistida

Todas as técnicas de reprodução assistida aumentam as chances de gravidez de mulheres com endometriose. Veja abaixo quando elas são indicadas:

Técnicas de baixa complexidade: as técnicas de baixa complexidade são a relação sexual programada (RSP) e a inseminação intrauterina (IIU). São assim definidas pois a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, processo chamado in vivo. Dessa forma, é mais adequada quando a endometriose ainda está nos estágios iniciais, quando ainda não causou a formação de aderências que podem resultar em obstruções tubárias.

Fertilização in vitro (FIV): a FIV é de maior complexidade, uma vez que prevê a fecundação de forma artificial, em laboratório, in vitro. Portanto, é indicada se a endometriose já estiver em estágios mais avançados, quando há a formação de aderências, se for mais profunda ou se houver a presença de endometriomas.

Nas técnicas de baixa complexidade, as taxas de sucesso acompanham às da gestação espontânea: entre 20% e 25% a cada ciclo, enquanto na FIV são, em média, de 40% por ciclo de tratamento.

A endometriose é caracterizada pela presença de um tecido semelhante ao endométrio fora do útero. Pode causar infertilidade e a manifestações de sintomas que interferem na qualidade de vida das mulheres portadoras. Toque aqui para saber mais.

SOP: o que é e qual sua relação com a infertilidade feminina

SOP é a sigla para uma das principais causas de infertilidade feminina, a Síndrome dos Ovários Policísticos. Apenas observando o seu nome, podemos entender um pouco sobre ela. Síndromes, na medicina, são um conjunto de sinais e sintomas que podem ter causas diversas e, em geral, desconhecidas. Em contrapartida, as doenças possuem causas e sintomas definidos.

A SOP provoca um desequilíbrio hormonal que interfere na saúde reprodutiva de milhares de mulheres. O aumento de hormônios androgênios afeta a ovulação, processo em que um folículo ovariano amadurece e libera o óvulo para a fecundação, resultando em uma dificuldade para engravidar.

Ao longo desta leitura vamos mostrar o que é a SOP e como ela se relaciona com a infertilidade feminina. Confira!

O que é SOP?

A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma condição feminina diretamente relacionada com o sistema endócrino. Ela provoca um aumento do nível de hormônios androgênios, causando problemas na ovulação e formando cistos nos ovários.

Apesar das suas causas ainda não serem reconhecidas, há teorias que relacionam a resistência à insulina a um desequilíbrio nos hormônios androgênios.

Entre eles, a testosterona é o mais conhecido. Apesar de ser muito associado aos homens, as mulheres também o produzem. Em excesso, ele provoca um distúrbio endócrino chamado hiperandrogenismo. Ele causa sintomas que podem afetar a qualidade de vida e a autoestima da mulher, podendo causar problemas de ansiedade e depressão.

Quais são os seus sintomas e como ela é diagnosticada?

Os sintomas da SOP são diversos. Em alguns casos, os sintomas relacionados ao hiperandrogenismo podem ficar mais aparentes com o tempo, enquanto para outras pacientes, a dificuldade para engravidar é o principal fator que as levou ao consultório médico.

Entre os principais sintomas causados pela SOP estão:

  • Hirsutismo (aumento de pelos na face e em locais tipicamente masculinos);
  • Acne;
  • Pele oleosa;
  • Queda de cabelo;
  • Menstruação irregular (ciclos muito longos ou ausência da menstruação);
  • Ganho de peso;

O diagnóstico mais utilizado para a SOP é baseado no critério de Rotterdam. A paciente deve, pelo menos, dois entre os três critérios a seguir:

  • Oligomenorreia (intervalos de 90 dias ou mais entre uma menstruação e a outra);
  • Hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial;
  • Presença de cistos nos ovários.

Como a SOP se relaciona com a infertilidade?

A SOP é a principal causa de infertilidade por anovulação, ou seja, por provocar a ausência da ovulação. Com isso, muitas mulheres passam meses sem menstruar devido à irregularidade na duração do ciclo menstrual. Ao tentar ter filhos, a paciente encontra dificuldade porque sem a ovulação não é possível engravidar naturalmente.

O desequilíbrio hormonal provocado pelo excesso de hormônios androgênios também interfere na qualidade do óvulo e no aumento do risco de diabetes gestacional.

A síndrome é progressiva e, com o passar do tempo, os cistos ovarianos que se formam alteram a anatomia do órgão, tornando-o até três vezes maior do que um ovário normal. No interior desses cistos estão os óvulos que não foram liberados na ovulação.

A SOP também está relacionada com o sobrepeso e a obesidade. A perda de peso e a adoção de hábitos mais saudáveis contribui para a regularidade menstrual. Em alguns casos, apenas essa mudança no estilo de vida é suficiente para regular a ovulação.

Pacientes com SOP podem engravidar naturalmente, porém pode ser mais difícil. Nesses casos e, principalmente, quando há outros fatores envolvidos que podem dificultar a gravidez, a reprodução assistida é recomendada.

Como a reprodução assistida pode ajudar mulheres que desejam engravidar?

Até o momento, a SOP não tem cura, mas é possível conviver com a síndrome e aliviar os seus sintomas. Existem diferentes condutas para o seu tratamento, de acordo com o desejo da paciente em engravidar naquele momento ou não.

Em caso de infertilidade, a paciente pode recorrer às técnicas de reprodução assistida. Todas elas têm em comum a etapa de estimulação ovariana, essencial para pacientes que apresentam distúrbios ovulatórios. Na estimulação ovariana, a mulher recebe uma medicação hormonal para desenvolver os seus folículos ovarianos e induzir a ovulação.

A relação sexual programada e a inseminação artificial são indicadas para pacientes com até 35 anos e em boa saúde reprodutiva. Elas são técnicas simples, de baixa complexidade. Caso a paciente tenha mais idade ou existir algum outro fator de infertilidade no casal, a fertilização in vitro é a técnica com melhores resultados.

A SOP é caracterizada por cistos nos ovários, hiperandrogenismo e anovulação crônica. A ausência da ovulação e o aumento no volume dos ovários devido aos cistos afetam a fertilidade feminina, pois sem a ovulação não é possível engravidar naturalmente. Nessas situações, as técnicas de reprodução assistida podem ajudar o casal a ter filhos.

Como vimos, a SOP apresenta uma variedade de sintomas, que podem afetar a qualidade de vida e a autoestima da mulher. Para saber mais sobre ela, reunimos as principais informações sobre a síndrome dos ovários policísticos no nosso site. Confira!

Ovodoação: muitas possibilidades

A ovodoação, ou doação de óvulos, é uma técnica complementar à fertilização in vitro e auxilia diferentes perfis de pacientes que buscam uma gestação.

Hoje a ovodoação é uma alternativa não só para mulheres inférteis, mas também para casais homoafetivos masculinos e homens que optam pela produção independente.

A técnica também pode ser uma opção interessante para mulheres que estão realizando a FIV e possuem óvulos saudáveis que possam ser doados.

Existem regras bastante específicas que regulamentam o procedimento, tanto para as doadoras quanto para os receptores. Para entender como funciona a ovodoação, quem pode receber, como ela é feita e outras informações, continue lendo:

O que é ovodoação?

A ovodoação caracteriza-se pela doação e recepção de óvulos no contexto da reprodução assistida, mais especificamente da FIV. É uma técnica indicada para pacientes que não conseguem engravidar por problemas relacionados à ovulação ou por não possuírem óvulos.

Existem duas possibilidades de realização da técnica: a ovodoação compartilhada e a ovodoação voluntária. Na compartilhada, os receptores custeiam parte do tratamento da doadora, enquanto na voluntária isso não acontece.

Para realizar a técnica, é necessário seguir as normas contidas na resolução 2168 do CFM — Conselho Federal de Medicina. Entre elas, estão:

  • O procedimento deve acontecer de forma totalmente anônima. Receptores e doadores não devem conhecer a identidade uns dos outros;
  • O procedimento não pode ter caráter lucrativo ou comercial;
  • A doadora deve ter no máximo 35 anos.

Todo o procedimento é intermediado pela clínica de reprodução assistida e as duas partes envolvidas não têm contato em nenhum momento.

Os receptores podem escolher as características físicas de sua preferência, para que o bebê formado a partir dos óvulos doados tenha uma genética semelhante à família.

Indicações da ovodoação

As indicações para a ovodoação são diferentes para doadoras e para receptores.

Em relação à doação, qualquer mulher que tenha até 35 anos e óvulos saudáveis está apta a se tornar uma doadora, porém, para a ovodoação compartilhada é necessário que a paciente esteja também em processo de fertilização in vitro.

Já para receber os óvulos doados, as indicações são:

Mulheres que não podem utilizar os próprios óvulos

Mulheres que apresentam infertilidade causada por fatores relacionados à ovulação podem optar pela ovodoação. Estes problemas podem estar relacionados à baixa reserva ovariana ou anovulação, como em mulheres com:

  • Idade avançada;
  • Distúrbios hormonais;
  • Menopausa precoce;
  • Doenças ovarianas, como SOP, endometriomas e outras;
  • Ausência dos ovários;
  • Histórico de tratamento oncológico, etc.

Casais homoafetivos masculinos

Os casais homoafetivos masculinos que estão em processo de reprodução assistida precisam, necessariamente, da ovodoação. A única técnica indicada para estes casais é a fertilização in vitro (FIV) e, além da doação de óvulos, eles precisam de um útero de substituição — também conhecido como “barriga de aluguel“.

Os óvulos doados são fecundados com os espermatozoides de um dos parceiros e os embriões formados são transferidos para o útero da mulher que vai passar pela gestação.

Não é permitido utilizar os óvulos da “barriga de aluguel”. Além disso, de acordo com as normas da CFM, os casais homoafetivos só podem se submeter à ovodoação voluntária.

Homens solteiros

Assim como os casais homoafetivos masculinos, os homens solteiros em produção independente podem receber óvulos doados para se submeter exclusivamente à fertilização in vitro com útero de substituição.

Como a ovodoação é feita?

Existem dois processos diferentes relacionados à ovodoação: o de doação e o de recepção.

Na doação compartilhada, a mulher já em processo de fertilização in vitro passa pela etapa de coleta de óvulos para utilizar em seu próprio tratamento. Ao optar pela doação, metade dos gametas saudáveis coletados é selecionada e utilizada para a fecundação dos pacientes receptores.

Já na doação voluntária, geralmente os óvulos já foram coletados para uma FIV ou preservação social da fertilidade e estão criopreservados. De a mulher não for utilizá-los, pode optar pela doação ao invés de mantê-los congelados ou de descartá-los.

Para receber os óvulos, os pacientes precisam se encaixar em um dos perfis aptos à ovodoação e a mulher que vai passar pela FIV e receber o embrião deve realizar alguns exames e, se necessário, fazer um tratamento hormonal para o preparo endometrial adequado.

Ovodoação e FIV

É importante deixar claro que a ovodoação só pode acontecer no contexto da fertilização in vitro. Esta é a única técnica de reprodução assistida na qual há a manipulação de gametas para a fecundação em laboratório.

Na relação sexual programada (RSP) e na inseminação intrauterina (IIU) a fecundação ocorre dentro do corpo da mulher com seus próprios gametas, e não é possível introduzir os óvulos de uma mulher dentro do corpo da outra para que a fecundação aconteça.

A única possibilidade é a realização da fecundação em laboratório e posterior transferência do embrião formado para o útero.

Para mais detalhes sobre as indicações e normas éticas do procedimento, continue aqui no site lendo sobre a doação de óvulos.

Azoospermia: o que é e como diagnosticar?

Para que a fecundação aconteça em uma gestação natural, dois fatores são essenciais: os óvulos e os espermatozoides. Sem um deles, não há fecundação, provocando a infertilidade conjugal. Por isso, quando o assunto é infertilidade masculina, a azoospermia é uma das suas principais causas.

Homens e mulheres possuem a mesma probabilidade de serem inférteis e, no caso deles, o potencial reprodutivo está diretamente relacionado com a qualidade e a quantidade de gametas. A presença de um distúrbio nos parâmetros seminais pode dificultar a gravidez.

Neste artigo o nosso foco será em uma das alterações seminais mais comuns: a azoospermia. Vamos mostrar o seu conceito, como diagnosticá-la e como casais podem ter filhos biológicos mesmo após a confirmação de azoospermia por meio da reprodução assistida.

Boa leitura!

O que é azoospermia?

A azoospermia é definida pela ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado. Ela não é uma doença, mas uma condição. A presença de alguns distúrbios hormonais, infecções e doenças têm como consequência a azoospermia.

Por ser dividida em dois tipos, vamos mostrar as principais características de cada uma, a seguir.

Azoospermia obstrutiva

Ela é caracterizada por um obstáculo, que impede o transporte dos espermatozoides. Ou seja, eles são produzidos normalmente pelos testículos, porém, a presença de uma obstrução no canal deferente — canal que transporta os espermatozoides dos epidídimos até a uretra — impede que eles se juntem ao líquido seminal.

Ela é o tipo mais comum de azoospermia e entre as suas principais causas, temos:

  • Infecções (incluindo ISTs como a clamídia e a gonorreia);
  • Vasectomia (método contraceptivo masculino definitivo);
  • Traumas;
  • Doenças genéticas.

Azoospermia não obstrutiva

Na azoospermia não obstrutiva, a ausência de espermatozoides no sêmen acontece porque há um problema na produção de gametas. Com isso, o homem ejacula normalmente, porém, nenhum espermatozoide é encontrado no sêmen.

Ela é causada, principalmente, por:

  • Varicocele;
  • Distúrbios hormonais;
  • Alterações cromossômicas;
  • Alterações genéticas;
  • Malformações congênitas dos testículos;
  • Tratamento de pacientes oncológicos com radioterapia ou quimioterapia.

A infertilidade masculina pode ser causada por diversos fatores que afetam a qualidade ou a quantidade de espermatozoides. No caso da azoospermia, a ausência de espermatozoides no sêmen impede que o casal engravide de forma natural. Com a azoospermia, o óvulo e os espermatozoides não se encontram nas tubas uterinas. Desse modo, a fecundação não acontece, assim como a gestação.

Sobre essa condição, vale ressaltar também que ela não apresenta sintomas e também não afeta a ereção ou o desempenho sexual do homem.

Como a azoospermia é diagnosticada?

O principal exame para diagnosticá-la é o espermograma. A partir de uma amostra seminal, ele analisa diversos aspectos macro e microscópicos do sêmen e dos espermatozoides. Dessa forma, é possível comparar os resultados dos exames com os parâmetros definidos pela Organização Mundial de Saúde e avaliar a fertilidade do paciente.

Além do diagnóstico, é importante descobrir o que causou a condição e se ela é obstrutiva ou não. Para isso, podem ser necessários exames complementares, como a dosagem hormonal e a ultrassonografia dos testículos.

O espermograma também é utilizado para detectar outras alterações seminais que podem ocorrer paralelamente com a azoospermia. A baixa concentração de espermatozoides, problemas na motilidade ou na sua morfologia são diferentes tipos de alterações seminais que também podem levar à infertilidade masculina.

Como a reprodução assistida pode ajudar homens com azoospermia?

O tratamento dessa condição visa reverter o quadro de infertilidade para que o homem consiga ter filhos utilizando o seu próprio material genético. A fertilização in vitro é a técnica de reprodução assistida mais indicada para casos de azoospermia e outros fatores relacionados à infertilidade masculina grave.

As técnicas de recuperação espermática complementam o processo da FIV e têm o objetivo de coletar os gametas diretamente dos testículos (onde são produzidos) ou dos epidídimos (onde são armazenados após a produção). A TESE e a Micro-TESE são indicadas para os casos de azoospermia não-obstrutiva e a PESA e a MESA quando o paciente é diagnosticado com azoospermia obstrutiva.

Após a coleta dos gametas femininos e masculinos, a fecundação acontece em um laboratório por meio da técnica ICSI. Ela revolucionou a medicina reprodutiva possibilitando que um espermatozoide fosse inserido diretamente no óvulo. Dessa forma, mesmo homens com baixa produção de espermatozoides podem se beneficiar com a técnica.

Caso a recuperação espermática não apresentar bons resultados, o casal pode optar pela doação de sêmen.

A azoospermia é definida pela falta de espermatozoides no sêmen. Ela é causada por diversos fatores, que podem causar uma obstrução na passagem dos gametas (obstrutiva) ou afetar a sua produção (não obstrutiva). A dificuldade para engravidar pode ser superada com a FIV, pois ela possibilita que os gametas sejam coletados diretamente dos testículos ou dos epidídimos.

Distúrbios nos parâmetros seminais estão entre as principais causas de infertilidade masculina. Neste artigo mostramos apenas uma delas e, para se aprofundar nesse assunto, confira a nossa página sobre a azoospermia!