Como calcular meu período fértil? - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

Quando a mulher está em fase de tentativas de gravidez, um fator que deve ser observado é se a menstruação ocorre em ciclos regulares, isto é, em dias aproximados todos os meses. Quando o ciclo menstrual está dentro do previsto — normalmente, em intervalos de cerca de 28 dias —, a tentante pode calcular seu período fértil com mais facilidade.

A janela de fertilidade corresponde à fase da ovulação, quando os ovários liberam um ou mais óvulos para serem encontrados e fertilizados pelos espermatozoides nas tubas uterinas. Contudo, o período fértil já é contado dias antes da ovulação, uma vez que os espermatozoides podem sobreviver no organismo feminino por até 72 horas.

Ao longo deste texto, mostraremos quais são as fases do ciclo menstrual, como calcular o período fértil e quais são as condições que podem alterar a regularidade do ciclo.

As fases do ciclo reprodutivo

Para saber como calcular o período fértil, também é importante entender como funciona o ciclo reprodutivo. Vamos, então, falar sobre as três fases do ciclo menstrual:

  • Fase folicular;
  • Fase ovulatória;
  • Fase lútea.

Fase folicular

A fase folicular começa no primeiro dia do ciclo reprodutivo e abrange o período menstrual e pré-ovulatório. Essa fase é caracterizada pela redução no nível dos hormônios sexuais responsáveis pela manutenção do endométrio — tecido que reveste a parede uterina e que participa da implantação embrionária.

Com a queda da concentração de estradiol e progesterona, o tecido endometrial se degenera e se desprende do útero, dando início à menstruação.

Na fase folicular, também ocorre a produção e a liberação do hormônio folículo-estimulante (FSH), os quais estimulam os ovários na ação de desenvolvimento folicular. Os folículos, por sua vez, são estruturas funcionais ovarianas que carregam os óvulos e os liberam durante a ovulação.

Fase ovulatória

O FSH começa a ser produzido ainda na fase folicular e tem seus níveis aumentados durante a fase ovulatória. Outra importante substância presente nesse momento é o hormônio luteinizante (LH), que estimula a liberação do óvulo quando atinge seu pico de concentração.

A ovulação acontece por volta do 14º dia após o início da menstruação, intervalo que pode variar conforme o ciclo de cada mulher. O óvulo liberado percorre o caminho até uma das tubas uterinas, onde deve ser encontrado pelo gameta masculino para que ocorra a fertilização.

Fase lútea

A última fase do ciclo reprodutivo é marcada pela formação do corpo-lúteo, que tem origem no folículo que se rompeu para liberar o óvulo. Essa estrutura se torna responsável pela produção de progesterona que, aliada ao estrogênio, influencia o aumento da espessura do endométrio e o prepara para receber o embrião.

Quando não há fecundação, o corpo-lúteo se degenera e interrompe a produção de progesterona, dando início a um novo ciclo menstrual. Mas se um óvulo for fertilizado, outro hormônio começa a ser produzido, a gonadotrofina coriônica humana (hCG).

Esse hormônio mantém o corpo-lúteo em ação, desempenhando importante papel na produção de progesterona e na manutenção inicial da gravidez.

O cálculo do período fértil em ciclos regulares e irregulares

O período fértil dura menos de uma semana e começa nos dias que antecedem a ovulação. Em ciclos regulares, esse cálculo é simples: basta identificar o intervalo entre os períodos menstruais e considerar que a janela de fertilidade acontece bem no meio desse ciclo.

O intervalo utilizado como referência é o de 28 dias, mas é comum haver alguma variação para mais ou para menos. Ciclos de 25 até 33 dias ainda estão dentro da normalidade. Intervalos maiores sugerem irregularidades menstruais e podem estar associados a disfunções ovulatórias, o que requer avaliação médica.

Vamos a um exemplo pontual para calcular o período fértil: mulheres com ciclos de 28 dias devem ovular no 14º dia após o início da menstruação, e o óvulo pode aguardar nas tubas em torno de 24 horas.

Se somarmos o tempo em que os espermatozoides podem sobreviver no organismo feminino, veremos que a janela de fertilidade começa no 9º dia do ciclo. O período fértil, portanto, fica entre o 9º e o 15º dia do ciclo, sendo a fase ideal para que a tentante pratique relações sexuais.

Quando a mulher apresenta ciclos em intervalos irregulares e não consegue calcular uma data prevista para ovulação, há outros meios para verificar se ela está no período fértil. O próprio corpo emite sinais de que está ovulando, sendo uma das características dessa fase a presença de muco cervical menos denso e mais elástico.

Também há testes que podem ser comprados em farmácia, com sensibilidade para detectar os níveis de LH e confirmar a ovulação. Mas o recurso mais garantido para fazer esse controle são os exames de ultrassom, que permitem acompanhar o desenvolvimento dos folículos ovarianos.

Os problemas que causam irregularidades no ciclo menstrual

A oligomenorreia — condição caracterizada por ciclos menstruais com intervalo superior a 35 dias — pode representar disfunções ovulatórias, as quais são causadas por diferentes problemas ginecológicos.

O principal quadro associado à anovulação (ausência de ovulação) é a síndrome dos ovários policísticos (SOP). A falência ovariana prematura (FOP) também causa redução significativa dos períodos menstruais, até a completa supressão.

Endometriose ovariana (endometrioma), problemas na tireoide, quadros de câncer e processos infecciosos, como a doença inflamatória pélvica (DIP), também podem interferir na ovulação. Da mesma forma, é preciso ter cuidados com os hábitos de vida, uma vez que condições como estresse, consumo excessivo de álcool, tabagismo e extremos de peso (obesidade ou índice de massa corporal abaixo da média) são prejudiciais às funções do sistema reprodutor.

Portanto, se a mulher tiver dificuldades de calcular o período fértil em razão de irregularidades menstruais, o ideal é buscar acompanhamento especializado. Em casos de disfunção ovulatória, é preciso investigar o problema e realizar o tratamento mais apropriado, o que pode incluir intervenção medicamentosa, procedimentos cirúrgicos ou técnicas de reprodução assistida.