Nutrologia - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

A nutrologia é uma especialidade médica voltada para o diagnóstico, prevenção e tratamento de condições relacionadas à alimentação. Trata-se de mais uma importante área de apoio e orientação para os casais que desejam engravidar.

Os preceitos da alimentação saudável são bastante difundidos e deveriam ser seguidos por pessoas de todas as faixas etárias. Durante a gestação e o período de lactação, os cuidados nutricionais devem ser especialmente observados, visando a formação saudável da criança e a manutenção da saúde da mãe.

Antes ainda da confirmação da gravidez, o acompanhamento em nutrologia é indicado para os casais que estão se preparando para esse momento. Inclusive, o comportamento alimentar e outros hábitos de vida são questões que entram em pauta na avaliação da infertilidade conjugal.

O profissional de nutrologia tem uma visão ampla da saúde e relaciona a necessidade de uma alimentação adequada a outras áreas da medicina, como ginecologia e obstetrícia. O nutrólogo tem o conhecimento adequado para orientar os pacientes, prescrever dietas individualizadas, receitar suplementos e medicamentos e solicitar exames complementares para avaliar possíveis alterações e promover o equilíbrio global do organismo.

Nutrição e fertilidade

A nutrição adequada tem impactos positivos em todos os sistemas do organismo, incluindo o sistema reprodutor. A relação entre má alimentação e infertilidade tem sido alvo de estudos há décadas. Entre as repercussões envolvidas, podemos afirmar até o momento que as funções reprodutivas, femininas e masculinas, podem ser prejudicadas por disfunções hipotalâmicas, hipofisárias, tireoidianas, adrenais e gonadais (ovarianas ou testiculares).

Essas disfunções, por sua vez, podem ter relação com deficiência nutricional, obesidade, uso de drogas, abuso de álcool e idade avançada. Os extremos de peso, por exemplo, são apontados como fator de risco para anovulação (ausência de ovulação) e alterações na espermatogênese (produção de espermatozoides) e na qualidade espermática.

Define-se como infertilidade a condição de um casal, sexualmente ativo, que não consegue estabelecer uma gravidez após um ano de tentativas. As causas de infertilidade podem ser femininas, masculinas ou de ambos. Quando identificados os fatores que impedem a concepção espontânea, o casal pode tentar engravidar com as técnicas da reprodução assistida, que incluem relação sexual programada, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV).

O funcionamento correto do sistema reprodutor depende, entre outros fatores, do equilíbrio hormonal e da qualidade das células reprodutivas — óvulos e espermatozoides. Além disso, a demanda de nutrientes é elevada para que o embrião tenha um desenvolvimento saudável e a gestante diminua o risco de complicações na gravidez.

Assim, os casais inférteis também devem ser avaliados e acompanhados por um profissional de nutrologia, preferencialmente antes e durante o tratamento de reprodução. Melhorias na alimentação conjuntamente à prática regular de exercícios físicos são importantes medidas para fazer o controle do peso corporal e enriquecer o estado nutricional desses pacientes.

Importância da nutrologia: da preconcepção à amamentação

O corpo da mulher exige uma quantidade maior de nutrientes durante a gravidez, mas isso não significa aumentar a ingestão de calorias. Ao contrário do que se dizia antigamente, que a gestante deve comer por dois, hoje sabemos que o importante é aumentar o consumo de alimentos com alto teor nutricional, evitando as calorias vazias.

O acompanhamento na área de nutrologia é fundamental para adotar hábitos alimentares saudáveis e receber o aporte adequado de nutrientes desde o período preconcepcional, durante toda a gestação e até na fase do aleitamento.

Antes da concepção, os cuidados nutricionais são destinados à prevenção de malformações fetais, tendo em vista que a gravidez é confirmada somente quando o embrião já tem algumas semanas. Durante a gravidez, a dieta deve conter todos os nutrientes para a manutenção da saúde materna e para o crescimento do feto. Após o parto, a alimentação adequada da mãe potencializa o desenvolvimento neuropsicomotor da criança por meio da amamentação.

Além de orientar corretamente a dieta das pacientes, o nutrólogo prescreve a suplementação de acordo com as necessidades de cada organismo. O bom aporte nutricional tem impactos positivos no desenvolvimento físico e cognitivo do bebê, desde a fase embrionária. Com isso, as chances de sobrevida perinatal aumentam e os riscos de doenças crônico-degenerativas diminuem.

Voltando ao exemplo dos extremos de peso corporal: o baixo peso materno, ocasionado por uma dieta carente em micronutrientes, pode resultar em restrição do crescimento fetal e neonato abaixo do peso esperado; a obesidade, por outro lado, está associada ao risco aumentado de diabetes gestacional, síndrome hipertensiva da gravidez e predisposição à obesidade infantil.

Micronutrientes essenciais para a saúde da gestante e do bebê

O baixo consumo de micronutrientes durante a gestação pode comprometer o progresso físico e cognitivo do bebê, resultando em um curso deletério de baixa estatura e baixo peso, além de aumentar os riscos para infecções e ocasionar atrasos no desenvolvimento global da criança.

Entre os micronutrientes essenciais estão:

  • ácido fólico;
  • vitamina A;
  • vitamina B12 e outras do complexo B;
  • vitamina D;
  • ferro;
  • zinco;
  • iodo;
  • selênio;
  • ácidos graxos ômega-3.

O suprimento de vitaminas e minerais pode ser alcançado apenas com a dieta regular, se a alimentação for balanceada. Ainda assim, se não houver o consumo de quantidades satisfatórias de micronutrientes, os suplementos contribuem para melhorar esses níveis.

Por fim, uma questão importante a pontuar é que as crenças, prescrições e interdições alimentares, baseadas nos aspectos familiares e socioculturais da gestação, nem sempre dialogam com a racionalidade técnico-científica. Assim, o acompanhamento com profissionais de ginecologia, obstetrícia e nutrologia reforça o discurso médico na assistência pré-natal — assim como na preconcepção e na amamentação — e favorece as escolhas alimentares dos casais tentantes, das gestantes e puérperas.