Testes de função espermática - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

Os testes de função espermática são solicitados quando o espermograma não aponta anormalidades nos espermatozoides, mas a dificuldade de reprodução do casal persiste, mesmo que a parceira do paciente avaliado seja fértil.

São considerados instrumentos de avaliação mais específicos que a análise seminal, uma vez que observam as características dos gametas masculinos diante dos obstáculos encontrados no organismo feminino.

O espermograma é o primeiro exame realizado para obter dados sobre a fertilidade do paciente, mas as análises são voltadas ao comparativo da amostra seminal com os padrões de normalidade em relação a aspectos quantitativos e qualitativos.

Já os testes de função espermática complementam o espermograma com informações sobre outras condições que possam prejudicar a fecundação, como a fragmentação do DNA dos espermatozoides.

É válido dizer que nenhum exame isolado é suficiente para concluir um diagnóstico de infertilidade. Nesse sentido, para garantir respostas seguras e direcionar o tratamento, é preciso um conjunto de recursos de avaliação.

As indicações para testes de função espermática

Embora o caminho que o espermatozoide percorre para chegar ao óvulo seja relativamente curto, o sistema reprodutor feminino impõe barreiras biológicas que dificultam o trajeto, como o pH vaginal e o muco cervical. Portanto, quando as células sexuais masculinas apresentam determinadas falhas em sua constituição, o potencial de fertilização é reduzido.

Sendo assim, resultados normais de espermograma indicam que não há problemas nas características gerais dos gametas, mas não garantem que eles estejam totalmente aptos para alcançar o óvulo, fecundá-lo e formar um embrião saudável. Por essa razão, também é importante avaliar se os espermatozoides têm condições para cumprir sua função no organismo feminino.

Os testes de função espermática são solicitados em condições específicas e não fazem parte da rotina da avaliação diagnóstica da infertilidade. Os exames podem ser realizados principalmente nos seguintes casos:

  • infertilidade sem causa aparente (ISCA);
  • histórico de falhas de implantação do embrião no útero;
  • abortamento precoce recorrente.

Os tipos de testes de função espermática

Os testes de função espermática são feitos em laboratório e simulam as barreiras encontradas pelos espermatozoides durante seu trajeto no sistema reprodutor da mulher. Os principais tipos de análise são:

Teste de fragmentação do DNA espermático

Esse teste avalia se há danos no DNA dos espermatozoides e identifica quando há fragmentos presentes no sêmen. Quando ocorre fragmentação do DNA espermático, o gameta masculino não libera todo o seu conteúdo genético durante a mistura cromossômica que se dá com a fertilização do óvulo. Isso pode interferir na formação de embriões saudáveis e, por consequência, acarretar falhas de implantação embrionária e abortamentos.

Portanto, a integridade do DNA contido nas células sexuais masculinas é um dos fatores determinantes para a concepção. Mas esse é um problema que o espermograma não consegue identificar, o que leva à necessidade de realizar uma análise específica.

As técnicas mais aplicadas são o teste TUNEL e o teste de dispersão da cromatina espermática, ambos com a finalidade de localizar deficiências no material genético dos espermatozoides. Quanto mais células fragmentadas são detectadas, maior é o comprometimento da fertilidade masculina.

O tratamento para esses casos depende dos fatores que possam ter contribuído para a fragmentação do DNA. Problemas relacionados incluem:

  • varicocele;
  • aumento da idade;
  • obesidade;
  • infecções;
  • exposição frequente a temperaturas elevadas ou produtos químicos;
  • tabagismo, consumo excessivo de álcool ou de outras drogas.

Pesquisa de leucócitos no sêmen

Os leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, são produzidos pelo sistema de defesa do corpo. A função dessas células é combater organismos estranhos e garantir imunidade. A concentração elevada de leucócitos no sêmen pode indicar a existência de algum processo infeccioso latente.

Importante averiguar a fundo a causa da presença dos leucócitos, visto que infecções no trato reprodutivo masculino podem afetar a produção e a qualidade dos espermatozoides, bem como provocar obstruções nos canais que transportam os gametas durante a ejaculação.

Teste de espécies reativas de oxigênio

Níveis elevados de espécies reativas de oxigênio estão relacionados ao estresse oxidativo, prejudicial à saúde dos espermatozoides. Os radicais livres são moléculas instáveis que causam degeneração e morte celular. O efeito dessas moléculas é nocivo à motilidade e à vitalidade dos gametas, impactando a fertilidade masculina.

Pesquisa de anticorpos antiespermatozoides

Os anticorpos antiespermatozoides podem ser detectados quando o sistema imunológico do homem reage a lesões ou cirurgias nos órgãos reprodutores. Do mesmo modo, a presença dessas células de defesa pode derivar de reações do organismo feminino contra o sêmen do parceiro. Essa é outra condição que afeta a motilidade dos gametas, dando origem a um quadro de infertilidade imunológica — embora seja uma condição rara.

Teste hiposmótico

A membrana plasmática do espermatozoide é constituída por substâncias proteicas que favorecem o processo de fecundação. Alterações nessa membrana dificultam a ligação do gameta masculino com o óvulo e, dessa forma, também representam uma causa de infertilidade masculina não detectada em outros métodos de análise. O teste hiposmótico é solicitado para verificar esse tipo de problema.

Os testes de função espermática fazem parte do vasto leque de métodos diagnósticos e técnicas de tratamento dos quais a medicina reprodutiva dispõe. Os avanços na investigação da infertilidade propiciaram a expansão do conhecimento acerca dos aspectos envolvidos no processo de reprodução humana. Dessa forma, hoje os especialistas contam com recursos que oferecem possibilidades para os casais inférteis que antes não existiam.