Pólipos endometriais - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

Os pólipos endometriais são protuberâncias que se formam no endométrio — tecido que reveste a parte interna do útero. As estruturas podem se manifestar de forma isolada ou em multiplicidade, assim como podem ser sésseis ou pediculadas. O tamanho das lesões também é variável, apresentando distorções mínimas da cavidade uterina ou atingindo dimensões que levam ao preenchimento de todo o espaço interno do órgão.

O sangramento uterino anormal é um dos principais sintomas associados a essa patologia. Outra consequência da doença, que pode afetar a vida da mulher de forma significativa, é a infertilidade. Isso ocorre devido a modificações no espessamento do endométrio, com consequentes prejuízos na receptividade endometrial.

As causas da doença

Ainda há discussões sobre a etiopatogenia dos pólipos. Mas acredita-se que a doença seja causada por reações a estímulos hormonais. Mulheres que fizeram uso prolongado de estrogênios isolados parecem ter mais suscetibilidade ao desenvolvimento de anormalidades endometriais.

Nesse sentido, a ação estrogênica induziria a proliferação das células do endométrio, com tendência a causar mais espessamento do tecido. Também pode haver um decréscimo nos receptores de estrógenos, o que explica o desequilíbrio.

Os pólipos são considerados lesões benignas. Contudo, há pequenos riscos de alterações histológicas que podem levar ao desenvolvimento de formações pré-malignas ou malignas, dando origem a um câncer de endométrio — com chances aumentadas para mulheres na pós-menopausa. Nesse sentido, o acompanhamento médico é essencial para detectar a gravidade do problema.

Os principais sintomas dos pólipos endometriais

Boa parte dos casos pode se desenvolver de forma assintomática, o que dificulta tanto o diagnóstico precoce quanto a estimativa sobre a incidência da doença. Por essa razão, os dados sobre a prevalência dos pólipos endometriais ainda apresentam variabilidade evidente na literatura.

Entre as pacientes sintomáticas, a principal manifestação é o sangramento uterino anormal, o que pode incluir:

  • metrorragia (hemorragia uterina fora do período menstrual);
  • irregularidade nos ciclos menstruais;
  • sangramento pós-menopausa;
  • sangramento após o ato sexual.

Os métodos utilizados na avaliação diagnóstica

Para obter o diagnóstico dos pólipos endometriais, a suspeita clínica começa a partir da descrição dos sintomas. Conforme os relatos da paciente, exames de imagem e análise histológica são métodos solicitados para obter a confirmação do quadro.

A ultrassonografia transvaginal garante informações sobre o tamanho da cavidade do útero e a presença de outras possíveis lesões, como os miomas. Os pólipos são identificados no espessamento endometrial, sobretudo se o exame for realizado na fase proliferativa do ciclo menstrual, quando o endométrio se encontra descamado.

A histeroscopia, por sua vez, é o método padrão-ouro para investigar as doenças do útero. O exame é feito para confirmar o tamanho e o número de pólipos presentes na cavidade uterina. Além da eficácia diagnóstica, a histeroscopia ainda permite intervenções cirúrgicas. Dessa forma, é possível fazer a ressecção das saliências, bem como colher uma amostra do tecido endometrial para análise histológica, com a finalidade de descartar a possibilidade de câncer.

Outros exames que podem fazer parte da investigação dos pólipos são a histerossonografia e a histerossalpingografia.

As possibilidades de tratamento

A conduta terapêutica é definida com base em vários fatores, como:

  • risco de malignidade;
  • presença de sintomas e intensidade do sangramento uterino;
  • idade da paciente;
  • intenção de reprodução.

Como o quadro é mais comum em mulheres na faixa de idade da menopausa, é determinada a conduta expectante nos casos assintomáticos. Com isso, a expectativa é de que os pólipos passem por regressão espontânea, conforme a ação dos estrogênios diminui.

Mulheres com pólipos múltiplos ou de grande dimensão podem seguir para intervenção cirúrgica, principalmente em quadros sintomáticos ou se houver desejo reprodutivo. A polipectomia endometrial é feita por histeroscopia e tem mostrado resultados favoráveis para a paciente.

Além de ser eleito o melhor método de avaliação da cavidade endometrial, a histeroscopia também apresenta vantagens enquanto procedimento cirúrgico. Isso porque possibilita a correção das lesões com base na visualização direta do interior do útero, ao passo que as intervenções tradicionais, feitas às cegas, ofereciam mais riscos de falhas.

A reprodução assistida no tratamento dos pólipos endometriais

Assim como acontece em outras patologias uterinas, os pólipos endometriais dificultam a concepção. A infertilidade, nesses casos, decorre de falhas de implantação embrionária e abortamentos, visto que as protuberâncias causadas pela doença funcionam como barreiras e não permitem que o embrião chegue até a parede uterina.

Como foi mencionado, os pólipos endometriais se desenvolvem com mais frequência em mulheres que se aproximam da menopausa, o que traz um agravante para as funções reprodutivas: a idade da tentante. Sendo assim, a fertilização in vitro (FIV) surge como o tratamento com maiores probabilidades de gestação.

Contudo, mesmo que a mulher opte pelas técnicas de reprodução assistida, é necessário fazer a ressecção cirúrgica dos pólipos endometriais antes de iniciar o tratamento para engravidar. Assim, reduzem os riscos de falhas de implantação, enquanto aumentam as chances de a paciente levar uma gravidez a termo.