Preparação seminal - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

A preparação seminal faz parte dos tratamentos de reprodução assistida e consiste na realização de procedimentos laboratoriais para analisar a qualidade de uma amostra de espermatozoides.

Os gametas mais saudáveis são selecionados para serem usados em técnicas de fertilização in vitro (FIV) e inseminação intrauterina (IIU).

No processo reprodutivo natural, o organismo da mulher garante a seleção dos espermatozoides mais preparados para alcançar as tubas uterinas e realizar a fecundação.

Nas técnicas de reprodução assistida, são empregados diferentes métodos de capacitação espermática, de forma que somente os gametas mais resistentes, com boa morfologia e motilidade, passem para a etapa da fertilização, seja in vivo, seja in vitro.

As técnicas de preparo da amostra seminal

Para realizar a preparação seminal, primeiramente a amostra de esperma é coletada para análise. O sêmen é obtido com a masturbação e o material colhido é analisado quanto aos seus aspectos macroscópicos (cor, volume, viscosidade, pH e liquefação do líquido seminal) e microscópicos (concentração, vitalidade, morfologia e motilidade dos espermatozoides).

De acordo com os resultados da análise, é definido o método mais apropriado de preparação seminal, bem como a técnica de reprodução assistida que será utilizada, se FIV ou IIU. Por exemplo, quando não são encontrados espermatozoides no sêmen em quantidade suficiente, somente a FIV pode oferecer recursos complementares para recuperar os gametas.

O quadro é chamado de azoospermia, quando há total ausência de gametas no líquido seminal, ou oligozoospermia, quando o número de células sexuais é escasso. Diante dessas condições, os espermatozoides são colhidos diretamente dos órgãos do sistema reprodutor masculino.

As cirurgias de recuperação espermática podem ser feitas nos testículos, órgãos que produzem os gametas, ou nos epidídimos, ductos que armazenam os espermatozoides enquanto estes amadurecem e adquirem mobilidade.

Os procedimentos de recuperação espermática são PESA, MESA, TESE e Micro-TESE. Os gametas coletados são utilizados na fertilização com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Vale destacar que essas técnicas são aplicadas somente nos tratamentos por FIV, enquanto a IIU pode ser indicada apenas quando há infertilidade masculina por alterações seminais leves.

No processamento da amostra de sêmen, são empregados os seguintes métodos:

Lavagem simples

A técnica de lavagem simples começa com a remoção do plasma seminal, uma vez que a substância plasmática pode conter células não germinativas, cujo efeito é desfavorável às tentativas de reprodução.

Em seguida, os espermatozoides são submetidos a um processo de centrifugação, em que são selecionados somente os gametas capazes de se mover, ao passo que os sobrenadantes são desprezados.

Swim-up

A técnica Swim-up, ou migração ascendente, é um método de capacitação espermática que detecta os gametas com motilidade progressiva. Para isso, os espermatozoides são colocados em um meio de cultura, onde devem migrar para fora do plasma seminal e nadar em direção à superfície.

Gradiente descontínuo de densidade

Nesse método, a amostra é colocada em um tubo de centrifugação com dois gradientes de densidade na substância de cultura. Apenas os espermatozoides com boa mobilidade são capazes de superar as duas camadas, enquanto são retidos os gametas mortos e imóveis, assim como os detritos e resíduos celulares que possam interferir na fecundação.

A preparação seminal como procedimento essencial na reprodução assistida

A preparação seminal é uma técnica de extrema importância nos tratamentos de reprodução assistida, pois aumenta o percentual de espermatozoides capazes de fertilizar um óvulo.

Isso ocorre porque, mesmo que o exame de espermograma indique resultados que correspondam aos parâmetros de qualidade, nem sempre os gametas estão exatamente maduros e preparados para formar um embrião.

Assim, os métodos de preparação seminal em laboratório substituem os efeitos da capacitação espermática natural, o que envolve o percurso percorrido pelos espermatozoides no sistema reprodutor feminino, desde a ejaculação até as tubas uterinas.

Esse trajeto, na concepção natural, conta ainda com o fortalecimento propiciado pelas proteínas secretadas pelo organismo da mulher.

Contudo, a reprodução assistida propõe uma diversidade de técnicas para favorecer a fertilização e o desenvolvimento embrionário, entregando taxas de gravidez por ciclo até mais altas que no processo reprodutivo espontâneo. Nesse cenário, a preparação seminal pode fazer muita diferença nos resultados do tratamento.

Reforçando o que foi mencionado ao longo do texto, a preparação seminal é realizada nos tratamentos de inseminação intrauterina e fertilização in vitro. Cada caso é avaliado de forma individualizada para definir a técnica mais adequada para obtenção da gravidez.

A IIU é indicada apenas para casos leves de infertilidade — como disfunções ovulatórias — e a mulher deve ter tubas uterinas desobstruídas, idade inferior a 35 anos e boa saúde uterina. Nessas condições, a amostra de esperma processada é introduzida no útero da paciente para que a fecundação aconteça in vivo, isto é, dentro do corpo da mulher.

A FIV atende uma gama maior de quadros de infertilidade e dispõe de uma série de técnicas complementares para potencializar o tratamento de condições específicas. Após a etapa da preparação seminal, os espermatozoides são injetados nos óvulos para fecundá-los.

Os embriões gerados são mantidos em incubadoras de cultura entre 3 e 5 dias, para, finalmente, serem transferidos para o útero materno. Todo o processo é realizado em laboratório, com a supervisão de especialistas em embriologia.