SOP: veja como é feito o diagnóstico - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

Quando se pensa em infertilidade feminina, é comum imaginar que todos os sintomas eventualmente associados a ela devam sempre estar relacionados, de forma direta, ao sistema reprodutivo das mulheres. Contudo, essa não é uma afirmação completamente verdadeira.

A função reprodutiva e o funcionamento de todos os órgãos e estruturas envolvidos nela, são orquestrados pelo sistema endócrino, mais especificamente por um conjunto de hormônios que, apesar de serem denominados hormônios sexuais, não atuam somente no sistema reprodutivo.

A testosterona é um bom exemplo de hormônio central para o ciclo reprodutivo – inclusive, mais conhecido por ser um hormônio masculino –, mas que exerce funções em outros locais do corpo, especialmente em tecidos periféricos, como a pele, tecido adiposo e tecido muscular esquelético.

Por isso, algumas alterações hormonais, como aquelas que estão por trás do diagnóstico da SOP (síndrome dos ovários policísticos), podem provocar sintomas aparentemente desconexos da função reprodutiva, mas com potencial para afetar também a fertilidade das mulheres.

Na SOP, a infertilidade é um dos sintomas principais, mas também o hiperandrogenismo, que provoca na mulher alterações físicas decorrentes do aumento da testosterona, como aparecimento de pelos faciais e corporais atípicos, alterações no peso, acne e seborreia, entre outros.

Para que o diagnóstico da SOP seja mais exato, é necessário observar com atenção cada um dos principais sintomas manifestados pela doença, já que muitos deles são compartilhados por outras, o que pode causar certa confusão ou demora para estabelecer o diagnóstico final, levando a comunidade médico-científica a estabelecer critérios mais bem definidos para diagnosticá-la.

Nos acompanhe na leitura do texto a seguir e entenda melhor quais são os critérios utilizados para o diagnóstico da SOP, e como essa doença pode afetar o potencial reprodutivo das mulheres.

O que é a síndrome dos ovários policísticos?

A SOP (síndrome dos ovários policísticos) é considerada uma doença metabólica, em que alterações na secreção do GnRH (hormônio liberador gonadotrofinas) e das próprias gonadotrofinas hipofisárias provocam um aumento na concentração de testosterona e a diminuição na de estrogênio, simultaneamente.

Como é feito o diagnóstico da SOP?

Para entender melhor quais são os critérios diagnósticos que identificam a SOP, é preciso compreender como as alterações na concentração de testosterona e estrogênio interferem no sistema reprodutivo e no corpo da mulher como um todo.

No que diz respeito a atuação desses hormônios no sistema reprodutivo destacamos dois fatos principais: a testosterona é produzida pelas células foliculares sob estímulo da gonadotrofina LH (hormônio luteinizante), e esse androgênio deve ser rapidamente convertido em estrogênio pela ação do FSH (hormônio folículo-estimulante), também pelas células foliculares.

Os estrogênios atuam no espessamento do endométrio durante o processo de preparação endometrial, e também no amadurecimento folicular e na ovulação, que é justamente disparada pelo pico hormonal de estrogênio e gonadotrofinas.

Na SOP, a secreção de gonadotrofinas está alterada: o LH é produzido em excesso, enquanto o FSH se mostra insuficiente, levando ao mencionado desequilíbrio sobre a testosterona e o estrogênio.

Assim, a dinâmica hormonal típica da SOP faz com que o pico hormonal pré-ovulatório não aconteça e, consequentemente, também não ocorro o rompimento folicular para liberação do óvulo. Por isso, as células foliculares permanecem nos ovários, como os cistos ovarianos específicos da SOP, e a mulher passa a apresentar infertilidade por anovulação.

A diminuição da concentração estrogênica também leva à ausência de menstruação, e a amenorreia é um dos principais sintomas da SOP.

Paralelamente, o aumento na concentração de testosterona provoca mudanças em outros tecidos-alvo desse hormônio, especificamente relacionados à atividade das glândulas sebáceas e do complexo pele-folículo piloso, provocando acne, seborreia, o aparecimento de pelos em locais tipicamente masculinos e alterações no peso, num quadro geral denominado hiperandrogenismo.

No entanto, esses sintomas podem ser também compartilhados por outras doenças, se observados de forma isolada, fazendo do diagnóstico da SOP um processo que envolve tanto a observação dos sintomas, quanto a exclusão de outras doenças.

Por isso, os critérios finais para chegar a um diagnóstico preciso da SOP devem identificar a presença de, pelo menos, dois dos três principais sintomas dessa doença:

  • Infertilidade por anovulação (e expressa por um quadro de amenorreia);
  • Hiperandrogenismo (com confirmação laboratorial);
  • Cistos ovarianos (com confirmação ultrassonográfica).

Quais exames permitem o diagnóstico da SOP?

Os exames utilizados para o diagnóstico da SOP incluem principalmente os de imagem e dosagens hormonais.

As ultrassonografias pélvicas transvaginal e suprapúbica são os exames de imagem mais solicitados na investigação para o diagnóstico da SOP, porém, em alguns casos, exames mais exatos e que fornecem imagens com maior resolução podem ser necessários, como a ressonância magnética.

As dosagens hormonais são feitas pela análise de uma amostra de sangue, e medem principalmente a concentração de testosterona, estrogênio e FSH, para confirmar o quadro de desequilíbrio provocado pela SOP.

A infertilidade por anovulação, contudo, deve ser averiguada a partir dos relatos apresentados pela mulher sobre suas tentativas de engravidar que não deram certo, ainda que a presença de cistos ovarianos possa atestar o quadro anovulatório.

Como é feito o tratamento?

A escolha do tratamento mais adequado para a SOP depende principalmente do desejo da mulher de engravidar e da gravidade dos quadros hiperandrogênico e anovulatório.

Quando ela não apresenta vontade de ser mãe em curto prazo, a terapêutica que utiliza contraceptivos orais combinados de estrogênio e progesterona costuma ser bem sucedida para o controle dos sintomas, especialmente para regular a menstruação e atenuar os sinais de hiperandrogenismo.

Entretanto, se o quadro de SOP for grave, ou a busca por atendimento médico foi feita justamente porque existe o desejo de engravidar, esse tipo de tratamento medicamentoso é contraindicado.

Para esses casos a reprodução assistida apresenta as melhores possibilidades de abordagem terapêutica para a SOP, com destaque para a FIV (fertilização in vitro), considerada a técnica mais complexa e mais avançada, tanto para o tratamento desta síndrome, como para praticamente qualquer forma de infertilidade feminina ou masculina.

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