Endometriose: conheça melhor a doença - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

Durante a fase fértil diferentes doenças podem afetar a capacidade reprodutiva da mulher, resultando em subfertilidade ou infertilidade. Miomas uterinos e endometriose são exemplos bastante comuns.

Elas são conhecidas por serem dependentes de hormônios, nesse caso, são estrogênio-dependentes, ou seja, se desenvolvem a partir do aumento dos níveis de estrogênio na corrente sanguínea.

Estrogênio é um dos principais hormônios femininos e, entre as suas funções, está a de promover o espessamento do endométrio a cada ciclo menstrual. O endométrio, tecido que reveste internamente o útero, é responsável por abrigar e nutrir o embrião até a formação da placenta.

Quando não há fecundação, os níveis do hormônio decrescem provocando a descamação do endométrio e, consequentemente, a menstruação.

No entanto, por ser uma patologia dependente do hormônio, a endometriose, assim como os miomas, tende a retroceder na menopausa, período em que os níveis são mais baixos.

Continue a leitura e conheça mais sobre a endometriose, considerada a doença da mulher do século XXI.

O que é endometriose?

A endometriose é caracterizada pela presença de um tecido semelhante ao endométrio fora do útero. Os locais mais comuns são os ovários, as tubas uterinas, os ligamentos uterossacros, a bexiga e o intestino.

Considerada um dos principais fatores de infertilidade feminina, a endometriose pode afetar aproximadamente 10% das mulheres em idade reprodutiva, além de estar presente em 50% dos casos de pacientes inférteis com dor pélvica crônica, principal sintoma manifestado pela doença.

Até o momento não há conhecimento sobre o que motiva esse crescimento anormal. A teoria mais aceita é a da menstruação retrógada, que sugere o retorno pelas tubas uterinas de fragmentos de células do endométrio normalmente eliminados pela menstruação. Eles, então, se implantam em outras regiões e o desenvolvimento do tecido ectópico é estimulado pela ação do estrogênio.

Implantes presentes nos ovários, tubas uterinas, colo uterino e ligamentos que sustentam o útero podem afetar a fertilidade. Nos estágios iniciais o tecido ectópico produz citocinas pró-inflamatórias que afetam a foliculogênese, termo que denomina o processo pelo qual os folículos desenvolvem e amadurecem.

Ou seja, pode causar problemas de ovulação e causar alterações no ciclo endometrial, resultando, nesse caso, em falhas na implantação do embrião no endométrio e, consequentemente, em abortamento.

Já nos estágios mais avançados o risco para fertilidade é ainda maior. A evolução do processo inflamatório resulta na formação de aderências, que podem inibir a liberação do óvulo pelos ovários, a captação dele pelas tubas uterinas, ou causar distorções na anatomia pélvica, dificultando o desenvolvimento da gravidez.

Em estágios moderados e graves normalmente há ainda a presença de endometriomas, um tipo de cisto ovariano preenchido por líquido marrom. Eles podem afetar a qualidade dos óvulos e interferem no processo de ovulação.

A endometriose é classificada de acordo com o comprometimento dos órgãos, o local de implantação, a quantidade das lesões, a profundidade dos implantes e o número de endometriomas.

Quais são os sintomas de endometriose?

Os sintomas manifestados pela endometriose também consideram os mesmos critérios adotados para classificação.

Uma doença de crescimento lento, a endometriose geralmente não manifesta sintomas nos estágios iniciais. Eles são mais comuns aos mais avançados e, embora sejam um importante indicador, a assintomatologia dificulta o diagnóstico precoce. Assim, frequentemente é descoberta quando já afetou a capacidade reprodutiva.

Como o endométrio o tecido ectópico também reage ao estrogênio, por isso pode sangrar durante a menstruação, aumentando a intensidade do fluxo menstrual e, consequentemente, dos sintomas que muitas mulheres experimentam no período. A dor na região pélvica, por exemplo, inicia antes da menstruação e se torna mais severa durante.

Além disso, tende a ocorrer dor durante a relação sexual (dispareunia), quando o tecido implanta na vagina ou nos ligamentos uterossacros, dor abdominal se houver rompimento dos endometriomas durante o ciclo menstrual – pode ser repentina ou intermitente, é pulsante e piora durante o dia.

Quando o tecido implanta na bexiga, por outro lado, há dificuldade de micção acompanhada de dor, micção frequente ou presença de sangue na urina. Já no intestino provoca constipação e sangramento retal durante o período menstrual.

Apesar da severidade dos sintomas e dos riscos provocados à fertilidade, a endometriose tem tratamento na maioria dos casos, indicado de acordo com o desejo da mulher em engravidar.

O tratamento possibilita o alívio dos sintomas e aumenta as chances de gravidez, de forma natural ou por técnicas de reprodução assistida, mas a endometriose é uma doença crônica, ou seja, não tem cura, embora possa ser controlada com a queda dos níveis de estrogênio a partir da menopausa.

Diagnóstico e tratamento da endometriose

O método preferido para o diagnóstico de endometriose é a visualização direta de lesões endometriais ectópicas via laparoscopia, acompanhada de confirmação histológica. No entanto, outros exames de imagem também possibilitam atualmente a detecção da doença, determinando a localização, quantidade, profundidade das lesões e comprometimento dos órgãos, entre eles a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética (RM).

Os resultados orientam o tratamento mais indicado para cada paciente, que considera o desejo da mulher em engravidar no momento.

Quando há a manifestação sintomas como aumento do fluxo menstrual e manifestação de algum tipo de dor, mas não há o desejo de engravidar, os sintomas são tratados com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e com medicamentos hormonais para suspender a menstruação.

Se houver o desejo de engravidar independentemente da dor, o tratamento deve ser cirúrgico para a remoção de implantes, aderências ou endometriomas e correção da anatomia uterina, quando for o caso.

A técnica mais utilizada é a laparoscopia cirúrgica. Após a remoção, a gravidez espontânea é possível em boa parte dos casos, porém, se não houver sucesso, pode ser obtida por técnicas de reprodução assistida.

Endometriose e técnicas de reprodução assistida

Todas as técnicas de reprodução assistida aumentam as chances de gravidez de mulheres com endometriose. Veja abaixo quando elas são indicadas:

Técnicas de baixa complexidade: as técnicas de baixa complexidade são a relação sexual programada (RSP) e a inseminação intrauterina (IIU). São assim definidas pois a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, processo chamado in vivo. Dessa forma, é mais adequada quando a endometriose ainda está nos estágios iniciais, quando ainda não causou a formação de aderências que podem resultar em obstruções tubárias.

Fertilização in vitro (FIV): a FIV é de maior complexidade, uma vez que prevê a fecundação de forma artificial, em laboratório, in vitro. Portanto, é indicada se a endometriose já estiver em estágios mais avançados, quando há a formação de aderências, se for mais profunda ou se houver a presença de endometriomas.

Nas técnicas de baixa complexidade, as taxas de sucesso acompanham às da gestação espontânea: entre 20% e 25% a cada ciclo, enquanto na FIV são, em média, de 40% por ciclo de tratamento.

A endometriose é caracterizada pela presença de um tecido semelhante ao endométrio fora do útero. Pode causar infertilidade e a manifestações de sintomas que interferem na qualidade de vida das mulheres portadoras. Toque aqui para saber mais.

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