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Clamídia: veja os detalhes do tratamento

Clamídia é uma das ISTs (infecção sexualmente transmissível) que mais afeta a vida reprodutiva de homens e mulheres, figurando entre as quatro mais recorrentes, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, as lesões provocadas pela clamídia localizam-se principalmente nos órgãos genitais, embora seja possível que se manifeste também na garganta e nos olhos – especialmente nos casos de transmissão vertical, entre a mãe e o bebê, durante o parto.

Quando a doença não é tratada e há demora em buscar atendimento, condições como infertilidade – masculina e feminina –, endometrite e DIP (doença inflamatória pélvica) podem se instalar.

O fato de a doença ser muitas vezes assintomática é um dos principais motivos pelos quais essas condições decorrentes da clamídia se desenvolvem, já que a ausência de sintomas pode atrasar o diagnóstico e a busca por tratamento – que embora seja simples, deve ser feito o mais rápido possível.

Este texto mostra com mais detalhes o que é a clamídia e como é feito o tratamento para esta doença, inclusive para homens e mulheres que encontram dificuldades em engravidar por consequência da infecção por clamídia.

O que é clamídia?

Como mencionamos, clamídia é a doença causada pela ação da bactéria Chlamydia trachomatis, cujas principais formas de transmissão são o sexo sem preservativos de barreira e da mãe para o bebê, no momento do parto.

É comum que o início da infecção seja assintomático, o que favorece sua transmissão, já que a pessoa não sabe que está contaminada – inclusive, pelo mesmo motivo, a clamídia muitas vezes somente é diagnosticada quando o casal busca atendimento para infertilidade, sem apresentar os sintomas mais clássicos da doença.

A clamídia manifesta sintomas semelhantes em homens e mulheres, embora alguns sinais sejam específicos. De forma geral, os sintomas mais comuns nas mulheres incluem corrimento de cor e odor alterados, dor e sangramento durante as relações sexuais, disúria (dor ao urinar) e dor pélvica, intensa ou leve. Os homens também apresentam dor e ardência ao urinar e uma espécie de corrimento peniano, semelhante ao feminino, além de dor nos testículos.

Quais as consequências da clamídia para a fertilidade?

A infertilidade é uma das principais consequências da clamídia, principalmente porque pode ser persistente, mesmo após o fim dos tratamentos e a erradicação da bactéria. Contudo, as complicações que tangem a função reprodutiva são decorrentes de motivos diferentes em homens e mulheres.

Enquanto nos homens, a infertilidade por clamídia é sempre resultado de obstruções nos epidídimos, por cicatrizes em forma de aderência, que impedem a passagem dos espermatozoides, provocando um quadro de azoospermia obstrutiva, nas mulheres essa condição é causada por diversos fatores.

De forma similar ao que acontece com os homens, a mulher pode desenvolver obstruções nas tubas uterinas que impedem a passagem do oócito, após a ovulação, também resultantes de cicatrizes nas áreas parasitadas pela bactéria, mesmo após o tratamento.

A obstrução tubária, no entanto, também aumenta as chances de gestação ectópica, quando o embrião se fixa nas tubas uterinas e não no endométrio, situação que sempre resulta em perda gestacional e pode, nos casos mais graves, também levar a mulher à morte. 

Além disso, a  clamídia pode instalar-se também no endométrio, provocando endometrite, que afeta a receptividade endometrial e podem levar à aborto de repetição – e, se contraída durante a gestação, a clamídia também pode provocar infecção pós-parto e até mesmo sepse.

Como é feito o diagnóstico?

O primeiro passo para o diagnóstico é o acolhimento do relato dos sintomas, e o exame clínico, que verifica a presença de secreções e hipersensibilidade à palpação.

Quando esses sintomas são observados, a coleta de material para análise laboratorial pode ser feita na primeira consulta, com objetivo de identificar a bactéria responsável pelos sintomas; nos casos assintomáticos, essa coleta é feita de forma preventiva, mesmo na ausência de sintomas.

O espermograma, exame que avalia os parâmetros seminais e a fertilidade masculina, pode auxiliar no diagnóstico da clamídia, especialmente nos casos assintomáticos.

Outros exames, como hemograma e urocultura podem ser também solicitados, principalmente para a exclusão de outras possíveis infecções. Após o resultado dos exames laboratoriais e a identificação correta da clamídia, o tratamento deve ser iniciado imediatamente.

Como é feito o tratamento para clamídia?

Assim como acontece com todas as infecções bacterianas, a clamídia é tratada com o uso de antibióticos específicos, e o tratamento simultâneo das parcerias sexuais é uma conduta preventiva, inclusive contra a recontaminação.

De forma geral, os principais antibióticos utilizados no tratamento da Infecção por clamídia – utilizados também para outras infecções, como ureaplasma e micoplasma – são:

  • Azitromicina;
  • Doxiciclina;
  • Eritromicina;
  • Levofloxacino ou ofloxacino.

Dos medicamentos mencionados, além de ser o tratamento mais indicado para gestantes, apenas a azitromicina é administrada em dose única – os demais, em forma de tratamento continuado por sete dias. 

Todas as abordagens são por via oral, com exceção dos casos agudos, em que se observa a presença de febre, quando pode haver necessidade de internação e administração de antibiótico intravenoso.

Ainda que os tratamentos apresentam alta eficácia, é possível que os sintomas reapareçam, o que indica uma possível resistência da bactéria ao tratamento escolhido, ou a presença de outras infecções e recontaminação.

Nesses casos, os exames devem ser repetidos, confirmando a natureza da infecção, e o tratamento deve ser repensado. É importante que as pessoas diagnosticadas com clamídia e seus parceiros sexuais evitem manter relações sexuais durante o tratamento na semana seguinte a ele.

Quando a infertilidade persiste para homens e mulheres, mesmo após os tratamentos, a reprodução assistida pode ser indicada. Entre as técnicas disponíveis, a FIV (fertilização in vitro) é a mais indicada, na maior parte dos casos.

Quer saber mais sobre a infecção por clamídia? Toque o link e acesse nosso conteúdo completo.

O que é varicocele? Saiba mais sobre a doença

A varicocele, assim como muitas doenças que afetam o sistema reprodutivo masculino, interfere na produção das células reprodutivas dos homens – os espermatozoides – prejudicando as possibilidades de ter filhos e oferecendo risco de infertilidade masculina, entre outros sintomas.

As primeiras etapas da produção de espermatozoides (espermatogênese), acontecem nas paredes dos túbulos seminíferos – estruturas localizadas nos testículos –, com o crescimento, maturação e diferenciação dos espermatócitos, como resultado de estímulos hormonais, especialmente da testosterona.

Também aderidas aos túbulos seminíferos, encontramos as células de Leydig e Sertoli, responsáveis por mediar a ação da testosterona sobre as células reprodutivas masculinas, além de desempenhar papéis relacionados à nutrição e ao suporte dos espermatócitos, durante esse processo.

Após o desenvolvimento espermático nos túbulos seminíferos, os espermatozoides dirigem-se aos epidídimos, onde adquirem motilidade pelo desenvolvimento da cauda, e seguem para os ductos deferentes, onde encontram os líquidos seminais, formando o líquido ejaculado ou sêmen.

Para que a espermatogênese aconteça perfeitamente, além da integridade das estruturas mencionadas e do equilíbrio hormonal, também é necessário que alguns parâmetros estejam em ordem, como uma temperatura ligeiramente menor que a média corporal e adequada pressão interna dos testículos.

A espermatogênese tem início com a puberdade, quando alterações na secreção das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante) levam ao aumento na produção de testosterona, nos homens, e consequentemente ao seu amadurecimento sexual e reprodutivo.

O texto a seguir fala sobre varicocele, uma doença exclusivamente masculina, que pode afetar a capacidade reprodutiva dos homens, além de causar sintomas dolorosos e outros inconvenientes. 

Aproveite a leitura e conheça mais sobre a doença!

O que é varicocele?

Embora a varicocele seja uma doença que afeta o sistema reprodutivo masculino, esta é uma condição do sistema circulatório, que apresenta defeitos nas válvulas da rede venosa que atende aos testículos.

Assim como as demais estruturas do corpo humano, os testículos são irrigados por duas redes vasculares: uma rede arterial, que leva sangue à esta estrutura, para nutrição e oxigenação dos tecidos, e uma rede venosa, que drena o sangue após esses processos. 

Na varicocele, os defeitos valvulares não garantem o fluxo unidirecional do sangue no interior da rede venosa testicular, e este material tende a acumular-se localmente, aumentando o volume testicular e provocando outras alterações e sintomas.

Varicocele e infertilidade masculina

Uma das consequências do acúmulo de sangue venoso nos testículos, típico da varicocele, é o inchaço, com aumento de temperatura e pressão no interior dos testículos, onde encontram-se os túbulos seminíferos, estruturas em que a espermatogênese acontece.

A alteração no volume testicular e mudanças na pressão interna à bolsa escrotal, podem danificar as paredes dos túbulos seminíferos, enquanto o aumento na temperatura prejudica a espermatogênese, lembrando que os testículos mantêm a temperatura em uma média inferior a corporal e que isso é fundamental para a produção de espermatozoides. 

Embora esse processo aconteça para todos os homens com varicocele, a doença pode manifestar sintomas e gravidade em diversos graus e nem sempre a fertilidade é completamente comprometida.

Além disso, a identificação precoce desta condição permite um tratamento também precoce, que diminui as chances de infertilidade.

Como identificar a varicocele?

Sintomas da varicocele

A maior parte dos casos de varicocele é assintomática. 

Nos casos sintomáticos, os principais sinais são consequências diretas do acúmulo de sangue na rede vascular, que realiza o retorno venoso dos testículos e cordão espermático e inclui ducto deferente, artérias, veias, vasos linfáticos e nervos. 

Embora exista uma variação nos sintomas e em sua intensidade, de forma geral o homem com varicocele pode apresentar:

  • Dor testicular;
  • Sensação de peso na bolsa escrotal (com piora em pé e alívio ao deitar-se);
  • Azoospermia ou oligozoospermia.

Nos casos mais graves, é possível observar as veias varicosas a olho nu, na superfície externa da bolsa escrotal e um sensível aumento no volume testicular.

Diagnóstico da varicocele

O diagnóstico da varicocele começa já com o exame clínico, que pode ser realizado na primeira consulta, e consiste na observação sobre o volume testicular e sobre a presença de veias varicosas visíveis a olho nu.

O exame clínico inclui também a manobra de Valsalva, em que o homem (em pé) expira com o nariz e a boca tampados, fazendo com que o diafragma empurre a cavidade pélvica, força que se reflete também nos testículos. 

Se o homem sente dor ou incomodo ao fazer a manobra de Valsalva, mesmo na ausência de outros sintomas, a varicocele deve ser considerada.

Para a confirmação diagnóstica e averiguação sobre a presença de infertilidade masculina, são solicitados dois exames: o espermograma e a ultrassonografia testicular com Doppler.

Enquanto o espermograma consiste na avaliação dos parâmetros seminais, identificando condições como azoospermia e oligozoospermia, observadas na varicocele, o ultrassom testicular com Doppler é capaz de avaliar o movimento do fluxo sanguíneo na rede vascular dos testículos, identificando alterações que podem indicar a presença de veias varicosas.

Como é feito o tratamento da varicocele?

A intervenção cirúrgica nas veias defeituosas que resultam da varicocele é a única forma de tratar a doença, embora a indicação desse procedimento não seja feita para todos os casos.

Se o homem com varicocele não apresenta infertilidade e é assintomático para os sinais álgicos e alterações do volume testicular, a conduta mais indicada é a não intervenção e monitoramento do quadro, com a repetição dos exames ao longo do tempo.

Nos casos sintomáticos ou quando há dificuldades para ter filhos, a abordagem cirúrgica mais bem sucedida é feita por microcirurgia subinguinal, em que um microscópio de alta resolução possibilita a identificação mais precisa das veias defeituosas, que são interrompidas.

Esse procedimento diminui muito as chances de danos colaterais às artérias e outras estruturas dos testículos, além de oferecer um pós-operatório mais simples e rápido, sendo por isso a técnica mais indicada.

Como a reprodução assistida pode ajudar o homem com varicocele?

A infertilidade provocada pela varicocele é decorrente de um quadro maior de azoospermia não obstrutiva, ou seja, quando a ausência de espermatozoides no líquido ejaculado deve-se a problemas na espermatogênese e não a interrupções no trajeto percorrido pelo sêmen, durante a ejaculação.

Os casos de azoospermia não obstrutiva, quando abordados pela medicina reprodutiva, recebem indicação para FIV (fertilização in vitro) e não podem ser tratados pelas demais técnicas – RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial).

Nos casos de azoospermia não obstrutiva, é necessário buscar as células reprodutivas masculinas no local onde são produzidas, por recuperação espermática. As duas principais técnicas utilizadas nesse caso, TESE e Micro-TESE, proporcionam a recuperação de espermatozoides suficientes para a fecundação, diretamente dos túbulos seminíferos. 

Quer saber mais sobre a varicocele? Toque o link e acesse nosso conteúdo completo.

Endometrite: conheça mais sobre o diagnóstico

A endometrite é uma das principais consequências da contaminação por ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), embora esta não seja o único motivo para o desenvolvimento desta doença, que tem grande potencial para provocar infertilidade feminina.

A endometrite refere-se a qualquer processo inflamatório que acomete o endométrio, camada de revestimento da cavidade uterina, provocado pela contaminação com bactérias, fungos, protozoários e vírus, por procedimentos cirúrgicos, como a retirada de miomas uterinos, pólipos endometriais, curetagem ou o próprio parto, e pelo uso de substâncias químicas agressivas, como espermicidas.

Uma das principais consequências da endometrite é a infertilidade feminina, já que esta doença prejudica a receptividade endometrial e pode provocar falhas na implantação embrionária, levando a perdas gestacionais.

A identificação precisa das causas da endometrite é fundamental para que se possa definir os melhores tratamentos, com o objetivo de curar a inflamação e evitar que a infertilidade provocada pela doença seja persistente, mesmo após o tratamento.

Acompanhe a leitura do texto a seguir e conheça melhor como é feito o diagnóstico para endometrite e a importância desse processo para a escolha dos melhores tratamentos, além do papel da reprodução assistida, nos casos em que a infertilidade não é restaurada após o tratamento.

Como a endometrite prejudica a fertilidade das mulheres?

Além dos riscos de que a infecção se espalhe para outros órgãos e estruturas da cavidade pélvica, como tubas uterinas, ovários, bexiga e intestinos e sepse, nos casos mais graves, a endometrite afeta principalmente a fertilidade das mulheres.

Estudos mostram que a DIP (doença inflamatória pélvica), tem a endometrite como uma das suas principais consequências. A inflamação pode estar presente em cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, sendo que em aproximadamente 25% dos casos, é possível observar reflexos na fertilidade.

Como acontece na maior parte dos processos inflamatórios, a ação das prostaglandinas e linfócitos – células de defesa do corpo humano – tem como objetivo atacar os agentes agressores e isolar a região afetada para que o tecido possa cicatrizar.

Quando localizado no endométrio, o processo inflamatório afeta o ambiente intrauterino e faz com que o embrião, assim como qualquer outro corpo que entre em contato com o endométrio, seja rejeitado e eliminado prontamente. 

Essa é uma reação de proteção, no entanto, impede que o embrião consiga fixar-se no endométrio, causando perdas gestacionais como abortos de repetição.

Algumas das principais bactérias envolvidas na endometrite são:

  • Chlamydia trachomatis;
  • Neisseria gonorrhoeae;
  • Ureaplasma urealyticum;
  • Mycoplasma genitalium;
  • E. coli.

Entre esses microrganismos, apenas E. coli não é transmitida obrigatoriamente por vias sexuais, já que se trata de uma bactéria natural da fauna intestinal, mas que pode entrar em contato com o canal vaginal como resultado, principalmente, de hábitos de higiene inadequados.

Quais são os sintomas da endometrite?

Os sintomas da endometrite podem ser inicialmente parecidos com aqueles manifestados pelas ISTs em seus primeiros estágios após a contaminação, embora mais robustos e muitas vezes acompanhados de febre, o que normalmente indica maior gravidade do quadro e a necessidade de buscar atendimento médico imediato.

A mulher pode perceber alguns sinais, como os listados a seguir:

  • Corrimento com cor e odor alterados;
  • Coceira genital;
  • Dor durante as relações sexuais (dispareunia);
  • Sangramentos anormais;
  • Aumento na sensibilidade pélvica;
  • Febre;
  • Náusea;
  • Vômito.

Tanto o corrimento, como a coceira e os episódios de sangramento anormal – que muitas vezes acontece durante a relação sexual com penetração – são resultado do embate entre os agentes microbianos que causam a infecção e o sistema imunológico. Por isso, quanto mais severo for o processo infeccioso, mais intensa será a resposta inflamatória, o que pode tornar o corrimento e os sangramentos mais volumosos.

O sintoma de hipersensibilidade ao toque também está relacionado ao processo inflamatório, que provoca aumento na vascularização local, edema e, assim, a hipersensibilidade dos tecidos, levando à dor pélvica e à dispareunia.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico para endometrite visa não somente confirmar a doença, como também identificar os agentes causadores desse quadro, além de excluir outras possibilidades diagnósticas. Para isso, é imprescindível a realização de exames laboratoriais e de imagem, além do exame clínico, feito na ocasião da primeira consulta.

O exame clínico deve abordar os sintomas observados pela mulher, que normalmente motivam a consulta, seu histórico de saúde – buscando intervenções uterinas, como cirurgias, partos e curetagens – e a realização de intervenções simples, como palpação e observação da composição do canal vaginal e colo do útero, com auxílio do espéculo.

A partir da primeira consulta é possível solicitar os exames mais adequados, que confirmem a endometrite.

Exames laboratoriais

Os exames laboratoriais mais solicitados são o hemograma, urocultura e análise de secreção local, todos com objetivo de identificar possíveis bactérias ou outros microrganismos que estejam atuando no processo infeccioso-inflamatório da endometrite.

A coleta de sangue é realizada no próprio laboratório onde esse material será analisado, enquanto a urina deve ser coletada pela mulher e enviada ao laboratório. As secreções encontradas no aparelho genital são coletadas na primeira consulta e enviadas pela clínica ao laboratório, para análise.

Normalmente os resultados desses exames são suficientes para confirmar a endometrite, quando suas causas são microbianas. Contudo, nos casos de endometrite inflamatória, em que não participam quaisquer microrganismos, os exames bacteriológicos não são suficientes para definir o diagnóstico, que deve ser complementado por exames de imagem.

Exames de imagem

Os dois principais exames de imagem solicitados para o diagnóstico da endometrite são a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética, sendo a ressonância um procedimento mais preciso, com capacidade de fornecer imagens com melhor resolução e mais detalhadas.

A função dos exames de imagem no diagnóstico da endometrite, além de identificar a doença em casos não infecciosos, é também observar a extensão das lesões e, assim, estimar os danos ao potencial de fertilidade da mulher e as possibilidades de que outras estruturas tenham sido acometidas pelo processo inflamatório.

Como é feito o tratamento para endometrite?

Os principais tratamentos para endometrite envolvem principalmente anti-inflamatórios e antibióticos e a indicação de cada abordagem depende dos agentes causadores.

Quando as lesões são provocadas por intervenções mecânicas (cirurgias, partos, curetagens) ou químicas e não existem microrganismos envolvidos no processo inflamatório, o tratamento com anti-inflamatórios ajuda o corpo a diminuir a resposta imune – e suas consequências sobre o tecido afetado – e, assim, a controlar os sintomas dolorosos, restabelecendo a qualidade de vida da mulher. 

Nos casos em que a endometrite tem origem na ação microbiana, no entanto, a abordagem é o uso de antibióticos específicos para as bactérias ou outros microrganismos identificados nos exames laboratoriais. A terapêutica pode ser feita com uma dose única ou com tratamento continuado por alguns dias.

Após o tratamento é necessário realizar os exames laboratoriais novamente, confirmando o fim do processo infeccioso – e aconselha-se que a parceria seja também testada e tratada, evitando a recontaminação e fortalecimento das bactérias.

É importante lembrar que qualquer alteração uterina – o que inclui a endometrite – deve ser tratada antes de dar início às tentativas de engravidar, mesmo quando a mulher tem indicação para reprodução assistida, para evitar falhas de implantação nos ciclos de tratamento.

Embora todas as técnicas de reprodução assistida dependam da integridade uterina para alcançar a gestação, a FIV (fertilização in vitro) é a única que permite a escolha do melhor momento para que os embriões sejam colocados no útero, diminuindo as chances de falhas na implantação.

Para isso, realiza-se o freeze-all, em que todos os embriões conseguidos em um ciclo de FIV são criopreservados e a transferência embrionária somente acontece quando a mulher demonstra alta receptividade endometrial, o que pode ser observado com o monitoramento do preparo endometrial e auxiliado por medicamentos à base de hormônios.

Toque o link e leia mais sobre endometrite.

ISCA: quando a condição é determinada?

A infertilidade sem causa aparente (ISCA) é uma condição que costuma ser frustrante. Afinal, quando não é determinada a causa das tentativas sem sucesso de gestação, torna-se mais difícil o processo de concepção. No entanto, isso não significa que o casal não possa engravidar. A reprodução assistida pode ser indicada para esse casal também. A indicação da melhor técnica depende de alguns fatores.

Essa infertilidade é classificada como idiopática, ou seja, que não tem uma causa evidente. A ISCA ocorre quando, por alguma razão, não é possível identificar as causas da infertilidade. Com o passar do tempo, a frequência da ISCA foi diminuindo, uma vez que a medicina foi avançando e desenvolvendo técnicas e tecnologias para identificar com mais precisão as causas de infertilidade, assim como outras condições. 

Se você está nessa situação, não se preocupe! Atualmente, a medicina reprodutiva oferece técnicas que podem ser indicadas mesmo nos casos de ISCA. Hoje, a ISCA representa cerca de 10% dos casos de infertilidade, mas esse número já foi muito maior no passado.

Vamos entender mais sobre o assunto? Continue conosco!

Quando a ISCA é determinada?

Para determinar a ISCA, uma investigação detalhada das possíveis causas da infertilidade precisa ser feita antes. Dessa forma, são solicitados diversos exames, tanto para o homem, quanto para a mulher, com objetivo de avaliar cada caso detalhadamente e entender o que está acontecendo.

Existem muitos exames que podem ser solicitados tanto para o homem quando para a mulher na tentativa de identificar as possíveis causas da infertilidade conjugal. Alguns exames femininos que podem ser solicitados são:

  • exames de sangue;
  • avaliação da reserva ovariana;
  • ultrassonografias;
  • histerossalpingografia;
  • ressonância magnética.

Alguns exames masculinos que podem ser solicitados são:

  • exames de sangue;
  • espermograma;
  • fragmentação do DNA espermático;
  • ultrassonografias.

Alguns exames mais específicos também podem ser solicitados, mas depende da avaliação médica.

Se não forem encontradas alterações que possam justificar a infertilidade conjugal, a ISCA pode ser determinada. É importante perceber que a ISCA não é um diagnóstico, mas justamente a impossibilidade de determinar as causas da infertilidade. 

Quais são as principais causas da ISCA?

A ISCA acontece quando as causas da infertilidade não são identificadas. Existem algumas doenças e condições que são mais difíceis de encontrar em exames, que podemos definir como causas mais prováveis de ISCA:

  • endometriose superficial;
  • fatores autoimunes;
  • baixa qualidade dos óvulos;
  • alterações nos espermatozoides.

O que fazer em casos de ISCA?

A ISCA não é o fim da linha para quem quer engravidar. Ainda assim é possível realizar o sonho de ter um bebê. Não identificar as causas da infertilidade pode dificultar a gravidez natural, porque é mais difícil tratar uma condição ou doença sem diagnóstico. Nesses casos, no entanto, é possível recorrer à reprodução assistida.

Para determinar a melhor técnica a ser indicada, são considerados critérios como a idade da mulher, o tempo de infertilidade, os resultados de todos os exames já realizados, entre outros fatores. Por exemplo, se a mulher tiver mais do que 37 anos, a indicação vai ser de fertilização in vitro (FIV).

Qual é a relação da ISCA com a reprodução assistida?

A ISCA pode ser tratada pelas três técnicas de reprodução humana assistida:

Para indicar a melhor técnica, são analisados inúmeros fatores. Em muitos casos, a FIV é a melhor indicação, principalmente quando a idade da mulher é superior a 37 anos. A FIV é a única técnica de alta complexidade da reprodução assistida, portanto é a mais indicada nos casos de ISCA, embora seja possível, em alguns casos, fazer tentativas de baixa complexidade antes de ir para a FIV, dependendo das características do casal. 

Todos os processos, tanto os de baixa quanto o de alta complexidade, iniciam com a estimulação ovariana, para que haja o crescimento e a maturação dos folículos. Isso é importante para conseguir um número adequado de óvulos. O crescimento dos folículos é acompanhado por ultrassonografias, que determinam o momento mais apropriado para induzir a ovulação.

Depois disso, na RSP, o casal recebe orientações sobre o melhor período para ter relações sexuais. O teste de gravidez pode ser feito alguns dias depois. Na inseminação artificial, os espermatozoides são introduzidos no útero da paciente e o teste de gravidez também pode ser feito alguns dias depois. Na FIV, é feita a coleta do sêmen e a fecundação é realizada em laboratório, mas o processo não termina aqui. Os embriões formados são cultivados por alguns dias em laboratório e, finalmente, transferidos ao útero.

A FIV é técnica com maiores chances de sucesso e é indicada para praticamente qualquer caso de infertilidade.

Portanto, é muito importante ter em mente que, mesmo o casal com ISCA tem boas alternativas – e com altas taxas de sucesso – para conseguir realizar o sonho de ter filhos.

Gostou de aprender mais sobre o assunto? Complemente a sua leitura conferindo mais informações sobre o assunto aqui!

Clamídia: exames e diagnóstico

A clamídia é uma infecção sexualmente transmissível (ISTs) considerada grave. Por ser uma doença silenciosa, pode ser muito perigosa, inclusive para a fertilidade. Como geralmente é assintomática (cerca de 80% dos casos), os índices de disseminação são altos, ou seja, as pessoas podem não saber que têm a doença e acabam transmitindo-a para outras pessoas.

Ela é causada pela bactéria chamada de Chlamydia trachomatis e pode afetar tanto homens quanto mulheres que não usam preservativos nas suas relações sexuais. Se a doença não for tratada, pode causar uma série de complicações, entre elas a infertilidade feminina ou masculina.

É fácil prevenir a clamídia: basta utilizar preservativo em todas as relações sexuais (oral, vaginal e anal). O contato sexual é a principal forma de transmissão da doença.

A clamídia também pode ser transmitida de forma congênita, ou seja, da mãe para o filho durante a gestação.

Por isso, entender mais sobre o assunto é importante para saber como prevenir e tratá-la. Vamos lá? Continue conosco!

Quais são os sintomas da clamídia?

A clamídia é geralmente assintomática, ou seja, na maioria dos casos não provoca sinais nem sintomas. Por isso, a melhor maneira de prevenção é sempre utilizar preservativos. Veja quais são os sintomas mais comuns nos homens e nas mulheres:

Homens

  • corrimento pela uretra com pus;
  • dor e inchaço na bolsa testicular – nos testículos;
  • ardor ao urinar.

Mulheres

  • sangramento durante ou após o ato sexual;
  • sangramento espontâneo;
  • dor durante a relação sexual e para urinar;
  • urgência para urinar;
  • corrimento vaginal claro ou amarelado;
  • dor pélvica.

Quais são as complicações da doença?

A infecção por clamídia, nas mulheres, pode ascender ao trato reprodutivo e afetar as tubas uterinas (trompas de Falópio). Ela também pode causar a peritonite, pois a infecção pode se disseminar para o revestimento da pelve e da cavidade abdominal. 

Sendo assim, a clamídia pode causar doença inflamatória pélvica (DIP). Além disso, as complicações da doença podem formar cicatrizes nas tubas uterinas. Como consequência, pode causar infertilidade ou gravidez ectópica, caso aconteça a fecundação.

Nos homens, a infecção pode atingir o epidídimo (tubo em espiral no alto de cada testículo) e inflamar a próstata (causando prostatite). Isso impede a passagem dos espermatozoides, causando, assim, infertilidade.

Já nos recém-nascidos, pode causar pneumonia e conjuntivite, pois eles podem ser infectados durante o parto.

Em algumas situações, a clamídia também pode inflamar as articulações, tanto dos homens quanto das mulheres. Isso pode desencadear artrite.

Quais são os exames para detectar a clamídia?

Por geralmente não causar sintomas – e ter o potencial de causar graves complicações –, é importante que as pessoas sexualmente ativas façam a triagem de clamídia anualmente, mesmo que usem preservativo em todas as relações sexuais. Isso pode evitar sérias complicações.

Alguns fatores de risco são determinantes para a indicação da realização da triagem anual de clamídia:

  • histórico de ISTs;
  • parceiro com histórico de ISTs;
  • múltiplos parceiros;
  • não utilização de preservativo.

As mulheres grávidas também precisam fazer a triagem de clamídia. Dependendo da situação, precisam fazer no começo e no terceiro trimestre de gestação. A triagem faz parte do pré-natal.

O exame para detecção de clamídia é feito mediante coleta de secreção do colo do útero, vagina, pênis, garganta e/ou reto. Também pode ser solicitada uma amostra de urina.

Diagnóstico de clamídia

O diagnóstico começa com a suspeita da doença, que geralmente é fundamentada na anamnese, na qual é possível identificar os possíveis sintomas. Se houver sintomas, os exames são solicitados e o diagnóstico é baseado nos resultados. Se não houver sintomas, avaliam-se os fatores de risco para considerar se é necessário pedir os exames de clamídia.

Os exames indicam a presença ou ausência de anticorpos ou de material genético da bactéria na secreção ou na urina.

Também é a anamnese que vai indicar de onde as secreções serão coletadas. Se houver infecção na garganta, por exemplo, é importante coletar secreção dessa região.

Como é o tratamento?

O tratamento da clamídia é realizado com antibióticos. Eles interrompem a ação dos agentes patogênicos, reduzindo os sintomas do processo infeccioso e eliminando os agentes causadores da clamídia. No entanto, dependendo do estágio da doença, os órgãos reprodutores podem ter sido comprometidos. Portanto, um dos maiores riscos da doença é a infertilidade.

Também é importante ressaltar que o casal deve realizar o tratamento de forma simultânea e não pode manter relações sexuais no período, para aumentar as chances de cura e evitar uma nova transmissão. 

Além disso, a cura total da clamídia não evita uma futura contaminação. Portanto, o ideal é sempre utilizar preservativos em todas as relações sexuais.

Clamídia e reprodução assistida

Se uma mulher teve clamídia e foi diagnosticada com infertilidade, mas quer ter filhos, a reprodução assistida é uma alternativa.

A técnica mais utilizada, nesses casos, é a fertilização in vitro (FIV), que oferece as melhores taxas de sucesso.

Antes de iniciar esse tratamento, entretanto, o casal precisa passar por uma série de exames para avaliar sua fertilidade. Dessa forma, é possível detectar quais são os reais problemas que estão dificultando a gravidez.

Portanto, se você foi diagnosticada com clamídia e está com dificuldades para engravidar, não se preocupe porque a reprodução assistida é uma possibilidade.

Gostou de aprender mais sobre os exames e o diagnóstico da clamídia? Complemente a sua leitura sobre o tema aqui!

Varicocele: veja como identificar os sintomas

Você já ouviu falar em varicocele? Ela é uma das doenças que podem causar infertilidade conjugal por fator masculino, embora isso não seja tão comum. Portanto, identificar os sintomas é fundamental. No entanto, a varicocele muitas vezes é assintomática, principalmente em graus mais leves.

A varicocele tem diferentes graus e os sintomas geralmente vão ficando cada vez mais evidentes, assim como o aumento do risco de infertilidade. Em alguns casos, o homem precisa da reprodução assistida para ter filhos.

Vamos entender mais a varicocele? Venha conosco!

O que é varicocele?

A varicocele, também conhecida como varizes nos testículos, é uma dilatação anormal das veias do plexo pampiniforme, que formam a massa principal do cordão espermático, responsável pela drenagem do sangue na bolsa testicular.

Sendo assim, formam-se varizes nos testículos, devido à alteração provocada no retorno venoso, que fica comprometido. Quando há a presença de veias varicosas no cordão espermático, há uma interferência na oxigenação do órgão e na circulação sanguínea. Dessa maneira, há uma elevação da temperatura escrotal e intratesticular, aumentando também a toxicidade no local.

Assim, a doença afeta a produção dos espermatozoides. Por isso, a varicocele pode provocar infertilidade masculina, além de atrofia testicular. No entanto, isso não acontece em todos os casos. Também há homens que podem recuperar a fertilidade com cirurgia.

Quais são os graus da doença?

A varicocele pode ser classificada em três tipos: pequenas (grau I), quando as veias dilatadas são palpáveis somente quando é realizado um exercício de respiração com nariz e boca tampados, chamado de manobra de Valsalva; moderadas (grau II), quando as varizes são palpáveis; e grandes (grau III), quando as veias são visíveis.

Como é feito o diagnóstico da doença?

O exame físico é importante para o diagnóstico da doença. Dependendo do grau da varicocele, as veias já podem ser identificadas nesse exame. Além disso, podem ser realizados outros específicos para ajudar no diagnóstico, como: 

  • Espermograma: avalia a qualidade e a quantidade de espermatozoides;
  • Ultrassonografia da bolsa testicular com doppler observa o fluxo sanguíneo da região;
  • Teste de fragmentação do DNA espermático: analisa a taxa de espermatozoides que têm seu DNA fragmentado;
  • Venografia da veia espermática: radiografia das veias após a injeção para mostrar como o sangue flui por esses vasos;
  • Termografia escrotal: avaliação da superfície do escroto para identificar anormalidades, como o aumento ou redução de temperatura superficial;
  • Cintilografia: exame de imagem que faz parte da medicina nuclear e avalia o fluxo sanguíneo.

Quais são os sintomas?

Como vimos, a varicocele pode ser assintomática, principalmente quando a doença está em graus baixos. Dessa maneira, ela pode ser identificada apenas nos exames de rotina ou, se for o caso, durante a investigação da infertilidade.

Entretanto, existem alguns sintomas que vão se agravando com o quadro. Por exemplo: o homem pode notar algumas alterações nos testículos e ter:

  • Dor nos testículos e na região da virilha (piorando ao longo do dia ou quando são realizadas atividades físicas e diminuindo ao se deitar);
  • Inchaço ou assimetria testicular;
  • Sensação de peso e desconforto na bolsa testicular;
  • Infertilidade.

Aqui, precisamos ressaltar que um dos fatores que podem fazer a doença evoluir é a falta de hábito dos homens em realizar consultas periódicas. Afinal, quando a doença é diagnosticada e tratada no início, as chances de cura são maiores.

Quais são os tratamentos?

O tratamento da varicocele depende do estágio da doença. As varizes pequenas e que geralmente não comprometem a fertilidade, por exemplo, podem apenas ser acompanhadas de forma periódica, com o uso de analgésicos quando houver dor e de um suspensório testicular. Sendo assim, não é necessária a correção cirúrgica.

Dependendo do desejo reprodutivo e do grau da doença, pode ser indicada cirurgia e/ou reprodução assistida.

Qual é a relação da reprodução humana assistida e a varicocele?

Quando o homem faz a correção cirúrgica da varicocele, ele geralmente tem uma melhora significativa nos parâmetros da análise seminal. Ou seja, a sua fertilidade pode ser restaurada. No entanto, isso pode não acontecer e, mesmo que aconteça, o processo é lento ou, em muitos casos, insuficiente para conseguir uma concepção natural.

Por isso, a reprodução humana assistida se torna uma opção interessante para os casais que sonham em ter filhos. Nesse caso, a técnica mais recomendada é a fertilização in vitro (FIV), uma vez que ela utiliza a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) para fazer a fecundação, sendo necessários poucos espermatozoides para isso.

De uma maneira resumida, a FIV é uma técnica em que o óvulo é fecundado pelos espermatozoides em laboratório. Para isso, é realizada a estimulação ovariana, a aspiração folicular e o preparo seminal, a fertilização dos óvulos em laboratório, o cultivo dos embriões e a transferência para o útero.

Na ICSI, um único espermatozoide (previamente selecionado) é inserido no interior do óvulo. Sendo assim, o gameta masculino não tem esforço para romper a zona pelúcida, membrana exterior do óvulo.

Dessa maneira, para os casais que sonham em ter filhos e foram diagnosticados com infertilidade masculina, a reprodução humana assistida é uma opção.

Gostou de aprender mais sobre a varicocele? Aproveite para se aprofundar no assunto conferindo outro conteúdo aqui.

Histeroscopia ambulatorial ou diagnóstica: veja as indicações e como é feita

O útero é um dos órgãos fundamentais no processo reprodutivo e participa de eventos importantes, como o transporte de esperma, implantação do embrião (nidação) e nutrição do bebê durante toda a gestação.

Vários fatores anatômicos uterinos podem causar infertilidade, abortos de repetição ou parto prematuro. Eles podem ser anormalidades anatômicas congênitas (desde o nascimento), como malformações uterinas, ou anormalidades adquiridas, como miomas intrauterinos, pólipos endometriais e sinequias uterinas.

Inúmeras técnicas diagnósticas, dentre as quais se destaca a histeroscopia ambulatorial, também conhecida como histeroscopia diagnóstica, têm contribuído para o diagnóstico e tratamento dessas patologias, restaurando as funcionalidades do útero, o que aumenta as chances de uma implantação embrionária bem-sucedida, por exemplo.

Vamos esclarecer neste texto os aspectos mais importantes relacionados a esse tema. Tome nota!

O que é histeroscopia ambulatorial ou diagnóstica?

A histeroscopia ambulatorial é uma técnica minimamente invasiva utilizada para examinar o interior do útero. É feita com um instrumento chamado histeroscópio, que transmite em tempo real imagens a um monitor para que o cirurgião possa fazer as intervenções que sejam necessárias.

É um procedimento simples e seguro realizado em ambulatório que ajuda a diagnosticar problemas no útero e a investigar a infertilidade feminina.

A histeroscopia é uma das técnicas mais avançadas hoje para diagnóstico e tratamento de condições uterinas. É considerada padrão-ouro para o tratamento de diversas doenças.

Quais são os tipos de histeroscopia?

Existem duas modalidades de histeroscopia: ambulatorial, também conhecida como diagnóstica, e cirúrgica.

Histeroscopia ambulatorial

A histeroscopia ambulatorial é indicada para detectar alterações no útero de forma geral (miomas e malformações), incluindo no endométrio (miomas, pólipos, neoplasias etc.).

Esse exame tem finalidade diagnóstica e é uma intervenção rápida e minimamente invasiva. Mesmo assim, às vezes pode ser aplicada anestesia local para reduzir o desconforto da paciente tanto quanto possível.

Em casos raros, a histeroscopia diagnóstica pode tratar pequenos miomas e pólipos, dependendo das características da doença.

Histeroscopia cirúrgica

Além de ser um instrumento de observação como a diagnóstica, a histeroscopia cirúrgica também pode realizar intervenções para tratar doenças.

Muitas vezes, a histeroscopia diagnóstica não é necessária, dependendo dos exames que tiverem sido feitos previamente. Se houver suspeita de pólipo, por exemplo, ao ultrassom, a mulher pode ter indicação de histeroscopia cirúrgica direto, sem a necessidade da diagnóstica.

Quando uma histeroscopia ambulatorial é indicada?

Na medicina reprodutiva, a histeroscopia ambulatorial é considerada uma ferramenta muito útil para o diagnóstico e tratamento de casais inférteis.

Esse exame frequentemente auxilia a confirmar ou descartar a presença de pólipos ou miomas, aderências intrauterinas ou malformações no útero, que podem colocar em risco a fecundação, implantação (nidação) ou o desenvolvimento do embrião.

A histeroscopia diagnóstica também pode ser indicada nos casos em que há irregularidades na menstruação, quando houver suspeita de que a causa da infertilidade feminina esteja relacionada ao útero, nos casos de abortamentos de repetição ou quando, na história anterior da paciente, for observado que houve falhas de implantação em ciclos de FIV.

Contraindicações

As contraindicações são poucas e incluem:

  • Gravidez: a histeroscopia ambulatorial é um método minimamente invasivo, mas é contraindicada para pacientes grávidas, pois pode levar à infecção do embrião ou interromper uma gravidez;
  • Infecção cervical ou uterina recente: existe o risco de espalhar a infecção para a cavidade peritoneal através das trompas de falópio;
  • Sangramento uterino profuso.

Como a histeroscopia ambulatorial é realizada?

O exame é realizado no consultório médico e a paciente fica em posição ginecológica. O médico procede à dilatação do útero com soro fisiológico, de forma que haja espaço suficiente para a introdução do histeroscópio, pequeno tubo que emite luz, de aproximadamente 4 mm de diâmetro, com uma pequena câmera na ponta.

Pela câmera, o médico pode visualizar o útero em tempo real, identificando alterações ou lesões, e, caso encontre algum problema, pode retirar uma amostra de tecido (biópsia) e enviá-la ao laboratório para análise. Dessa forma, o médico pode concluir um diagnóstico e determinar o melhor tratamento.

O melhor momento para fazer a histeroscopia ambulatorial é logo após o término da menstruação, no início da fase proliferativa. Se o procedimento for realizado durante a fase lútea, o endométrio é mais espesso e tem uma aparência ondulada, o que pode levar a diagnósticos equivocados.

Complicações

Atualmente, as complicações da histeroscopia ambulatorial são cada vez menos frequentes e menos graves. Todo o material utilizado foi sendo aprimorado com o tempo e hoje a cirurgia é feita com grande precisão. As câmeras de vídeo são digitais e dispositivos eletrônicos controlam precisamente o volume de fluxo perfundido do meio de distensão, bem como a pressão intrauterina.

A histeroscopia ambulatorial é, portanto, uma ferramenta importante na atenção à saúde da mulher e pode ser indicada para identificar e tratar diversos problemas.

Se você gostou deste texto sobre histeroscopia, toque aqui e saiba mais!

Histeroscopia cirúrgica: conheça mais sobre o procedimento

Nas últimas décadas, as técnicas de reprodução assistida evoluíram de forma mais intensa do que em qualquer outro período, aumentando as esperanças de casais inférteis que sonham em ter filhos e não estão tendo sucesso.

A infertilidade pode ser causada por fatores masculinos e femininos, por isso ela sempre é considerada conjugal, e parte dos casos de infertilidade é causada por fatores uterinos. Patologias como miomas, pólipos, septos, aderências etc. podem dificultar tanto o caminho de ascensão dos espermatozoides e a implantação do embrião como o crescimento do feto em desenvolvimento.

A investigação da infertilidade e o tratamento de doenças que podem causá-la são fundamentais quando o casal tem dificuldade de engravidar, e a histeroscopia é um recurso importante nesse contexto.

Existem duas modalidades de histeroscopia: diagnóstica e cirúrgica. Aqui vamos falar sobre a histeroscopia cirúrgica, principalmente no contexto da investigação da infertilidade e reprodução assistida.

O que é histeroscopia?

A histeroscopia é um procedimento de baixo risco feito por via vaginal com um instrumento chamado histeroscópio. O objetivo é avaliar a cavidade uterina e tratar doenças que estejam acometendo o local.

O histeroscópio é um telescópio longo e estreito conectado a uma fonte de luz para iluminar a área a ser visualizada. Existem duas modalidades de histeroscopia: diagnóstica e cirúrgica. A principal diferença entre elas é o calibre histeroscópio. Na diagnóstica ele é menor do que na cirúrgica.

A histeroscopia diagnóstica é realizada com o objetivo de visualizar o interior da cavidade uterina para diagnosticar alguma doença que possa estar afetando a região. Esse procedimento não requer anestesia, mas ela pode ser aplicada.

A histeroscopia cirúrgica é indicada quando a intervenção cirúrgica é necessária para o tratamento da doença. Nesse caso, o procedimento é feito com a mulher anestesiada.

Essa técnica pode tratar patologias como pólipos endometriais, miomas submucosos, aderências, entre outras.

Quando a histeroscopia cirúrgica é indicada?

A histeroscopia cirúrgica é indicada para tratar doenças uterinas, principalmente que estejam causando sintomas e complicações que precisam ser tratadas.

Algumas das indicações são:

  • Remoção de pólipos endometriais;
  • Remoção de miomas submucosos;
  • Biópsia do endométrio;
  • Remoção de aderências (cicatrizes);
  • Remoção de DIU (dispositivo contraceptivo intrauterino).

Nem sempre, por exemplo, os miomas precisam ser retirados. As doenças precisam ser avaliadas individualmente.

Miomas intramurais e subserosos não podem ser retirados pela histeroscopia. Geralmente a indicação nesses casos é de videolaparoscopia.

Contraindicações da histeroscopia

Existem algumas contraindicações à realização da histeroscopia: infecções pélvicas, gravidez, estenose cervical, câncer cervical e doenças cardiopulmonares.

Como é realizada a histeroscopia cirúrgica?

A histeroscopia cirúrgica é realizada em centro cirúrgico e é feita sob anestesia geral. Na maioria dos casos, a paciente fica em posição ginecológica. Técnicas de assepsia são usadas para reduzir o risco de infecção.

O cirurgião insere o histeroscópio pelo colo do útero para chegar ao útero. A cavidade uterina precisa ser distendida para ser visualizada corretamente. A distensão é feita com soro fisiológico, que promove uma distensão mais simétrica e uma melhor visualização da cavidade endometrial.

Uma vez que o tubo é instalado e o útero limpo, a luz na extremidade do histeroscópio permite que o médico verifique o revestimento do útero. 

Por último, pequenos instrumentos são inseridos para a realização da intervenção. Isso depende do que será feito.

A histeroscopia é, portanto, um método seguro e eficaz que pode restaurar a saúde e melhorar as chances de concepção natural, bem como da fertilização in vitro, se o casal ainda assim tiver dificuldade de engravidar.

Cuidados após a histeroscopia e os possíveis riscos

A recuperação de uma histeroscopia cirúrgica é rápida e geralmente não há sintoma duradouro além dos primeiros dias após o procedimento. Pode ocorrer sintoma semelhante à cólica menstrual, que alivia com medicação analgésica (a medicação deverá ser receitada pelo médico). A paciente deve evitar relações sexuais por três a quatro semanas após a histeroscopia cirúrgica.

Os riscos associados são extremamente baixos. Se realizada em um ambiente cirúrgico e por profissionais especializados, não oferece risco. 

No entanto, como em qualquer procedimento cirúrgico, podem surgir complicações. As mais frequente são: 

  • Síncope vasovagal: ocorre como consequência de um reflexo vagal ao passar o histeroscópio pelo orifício cervical interno (OCI). É caracterizada pelo aparecimento de bradicardia (diminuição na frequência cardíaca), hipotensão e tonturas;
  • Perfuração uterina: pode ocorrer no momento do acesso à cavidade uterina, criando uma falsa via, ou durante um procedimento já dentro da cavidade uterina;
  • infecção do útero: geralmente pode ser tratada com antibióticos prescritos pelo especialista.

A histeroscopia recebe alguns nomes de acordo com a doença que trata: polipectomia (tratamento de pólipos), miomectomia (tratamento de miomas) e assim por diante.

Essa técnica cirúrgica é considerada uma das mais avançadas e considerada padrão-ouro no tratamento de muitas doenças.

O tempo de procedimento pode variar de acordo com a complexidade da intervenção, mas geralmente é rápido.

Para saber mais sobre as indicações e contraindicações da histeroscopia, toque no link.

Clamídia e infertilidade: veja a relação

Chlamydia trachomatis (CT) é o agente bacteriano causador de uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais prevalentes em todo o mundo. De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 100 milhões de novas infecções ocorrem anualmente.

A infecção por clamídia é facilmente tratada com antibióticos. No entanto, como é comumente assintomática em homens e mulheres, pode passar despercebida por muito tempo e causar complicações mais graves, como infertilidade.

A clamídia pode causar uma série de complicações graves em homens e mulheres, incluindo doença inflamatória pélvica (DIP), que é uma doença que pode estar associada à infertilidade.

Mulheres com fertilidade comprometida devido à infecção por clamídia podem se beneficiar de tratamentos de fertilidade. Continue a leitura e saiba mais sobre esse assunto!

Clamídia: sintomas e consequências

Essa é uma das ISTs mais comuns. É causada por uma bactéria que existe nas secreções vaginais e no sêmen (esperma). Pode ser transmitida por sexo vaginal, oral ou anal sem preservativo. Mulheres grávidas também podem passá-la para seus bebês durante o parto, conhecida como transmissão vertical.

Os sintomas podem incluir corrimento vaginal e ardor ao urinar, mas a maioria das mulheres é assintomática.

A clamídia pode ser tratada com antibióticos. Se não for tratada, pode se espalhar para os órgãos reprodutivos internos superiores da mulher (ovários e trompas de Falópio) e causar a doença inflamatória pélvica (DIP), podendo levar à infertilidade.

As complicações entre os homens são mais raras. A infecção às vezes se espalha para o epidídimo (área onde os espermatozoides amadurecem), podendo causar dor, febre e infertilidade. Além disso, a infecção genital por clamídia pode causar artrite, que pode ser acompanhada de lesões cutâneas e inflamação do olho e da uretra (síndrome de Reiter).

Clamídia — uma ameaça à fertilidade

Os efeitos da clamídia na fertilidade estão bem estabelecidos e se aplicam tanto aos homens quanto às mulheres. Ela pode afetar a fertilidade de várias maneiras:

  • Infecções cervicais podem impedir que os espermatozoides cheguem à cavidade uterina e, consequentemente, ao óvulo, impedindo a fecundação e o desenvolvimento da gravidez;
  • A infecção tubária (trompas de Falópio) pode causar hidrossalpinge, que é um acúmulo de líquido em uma ou em ambas as trompas. A hidrossalpinge geralmente causa infertilidade, uma vez que o bloqueio provavelmente impedirá que o espermatozoide encontre o óvulo da paciente para fertilizá-lo. Se isso acontecer, também obstrui o caminho do embrião para o útero, aumentando, assim, o risco de gravidez ectópica, caso de alguma forma aconteça a fecundação;
  • A infecção uterina pode causar um desenvolvimento endometrial insuficiente ou inflamação (endometrite), que, por sua vez, pode impedir o processo de implantação do embrião;
  • Pode produzir reações inflamatórias, que resultam na formação de aderências pélvicas nas trompas de Falópio, interferindo no transporte de gametas (óvulos e espermatozoides).

Além disso, a clamídia não tratada pode ter consequências graves durante a gravidez, como:

  • Aumento do risco de aborto espontâneo;
  • Infecções do líquido amniótico (líquido que envolve o embrião);
  • Ruptura prematura da membrana;
  • Nascimento prematuro do bebê;
  • Baixo peso do recém-nascido;
  • Infecções de pneumonia ou conjuntivite neonatal durante o parto vaginal.

Tratamento e reprodução assistida

Se detectada precocemente, a clamídia pode ser facilmente tratada com antibióticos. No entanto, uma vez curada, mulheres e homens devem fazer o teste de clamídia novamente, cerca de três meses após o tratamento.

Isso é indicado porque as mulheres cujos parceiros não foram tratados adequadamente têm um alto risco de reinfecção, o que aumenta o também o risco de complicações na saúde reprodutiva.

Se os órgãos reprodutivos da paciente tiverem sido afetados (principalmente no caso de obstrução tubária), a fertilização in vitro (FIV) é o tratamento mais indicado para conseguir a gravidez. 

Os danos causados ​​pela bactéria Chlamydia trachomatis frequentemente dificultam o transporte de gametas (óvulos e espermatozoides) ou bloqueiam o caminho do embrião (óvulo fertilizado) em direção ao útero.

No entanto, a fertilização in vitro (FIV) aumenta significativamente as chances de essa mulher conseguir a gravidez. A primeira etapa é a estimulação ovariana, que promove o crescimento de um elevado número de óvulos (depende de algumas condições, como da idade da mulher). Esses óvulos são retirados dos ovários e fertilizados em laboratório com condições controladas.

O objetivo é formar embriões de qualidade, que são mantidos em incubadoras por alguns dias até que amadureçam, e transferi-los para o útero da paciente.

Portanto, a FIV não precisa das trompas de Falópio (tubas uterinas), oferecendo maior probabilidade de gravidez quando comparada aos demais tratamentos disponíveis.

É importante ressaltar que as infecções por clamídia devem ser tratadas antes de iniciar um ciclo de fertilização in vitro (FIV) para maximizar as chances de sucesso da técnica.

Esperamos que este texto tenha sido útil para você. Aproveite que chegou até aqui e faça uma leitura complementar sobre o assunto. Leia também um texto especial sobre o tema: infecção por clamídia.

Endometrite e infertilidade: saiba mais sobre a relação

Em uma gestação, logo após ser fecundado pelo espermatozoide o óvulo se transforma em zigoto, célula-ovo que sofre sucessivas divisões celulares até se tornar embrião, enquanto é transportado ao útero para se fixar no endométrio.

O endométrio é o tecido que reveste a parede mais interna do útero, rico em vasos sanguíneos. Nele, o embrião implanta e será nutrido até que a placenta seja devidamente formada. 

Quando o endométrio não possui as condições adequadas, como espessura ou receptividade, é possível que aconteçam falhas nessa implantação, com consequente abortamento, muitas vezes de repetição, quando ocorrem mais de três perdas consecutivas. 

É o que pode acontecer em casos de endometrite, a inflamação do endométrio: a fixação do embrião é comprometida e se a inflamação não for corretamente tratada, pode afetar a capacidade reprodutiva da mulher e resultar em infertilidade. 

A seguir, entenda melhor sobre a endometrite e quais são os possíveis tratamentos. Confira!

O que é o endométrio e quais são as causas da endometrite

Endométrio é a camada mais interna do útero. Mensalmente, sob a ação dos hormônios estrogênio e progesterona, ele é preparado para receber o embrião, tornando-se mais espesso e vascularizado. Quando não há a fecundação, descama e é expelido pela menstruação, iniciando um novo ciclo. 

A inflamação desse tecido se chama endometrite, em que há um desequilíbrio da flora bacteriana uterina. É possível que procedimentos médicos, como parto normal, cesariana, ou a implantação de dispositivos intrauterinos (DIU), facilitem a ascensão de bactérias naturalmente presentes na vagina. Nesse caso é classificada como endometrite aguda. 

Também é uma das consequências da doença inflamatória pélvica (DIP), provocada na maioria das vezes por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia e a gonorreia.

Já a endometrite crônica resulta normalmente da permanência da infecção, o que ocorre quando a doença não é tratada durante a fase aguda, ou o tratamento é feito de forma inadequada. 

Quais são os sintomas da endometrite

Quando a endometrite é aguda, tem curta duração, no entanto, pode causar sintomas muitas vezes severos, como cólicas menstruais de maior intensidade antes e durante a menstruação (dismenorreia), aumento excessivo do fluxo menstrual, corrimento com odor forte, inchaço repentino da região abdominal, febre alta, calafrios e mal-estar em geral. 

Na endometrite crônica os sintomas se diferem na forma de sangramento, como hemorragia em intervalos irregulares ou a presença de manchas avermelhadas entre os períodos menstruais. Além disso, quando há febre ela é moderada e pode ocorrer micção frequente e urgente. 

No entanto, quase sempre a endometrite crônica é assintomática, descoberta principalmente diante da dificuldade em engravidar. Nessa fase a doença é, inclusive, reconhecida como uma das causas mais comuns de infertilidade feminina, sendo esse, portanto, seu sintoma mais grave. 

Como diagnosticar e tratar a endometrite? 

A presença dos sintomas, embora auxilie no diagnóstico, não é conclusiva. Na avaliação ginecológica, o médico realiza também um exame clínico da região pélvica, percebendo, por exemplo, se o útero está sensível ao toque, e solicita exames, como o hemograma completo para verificar a presença de bactérias e o tipo, o teste de urina e uma análise da secreção vaginal, para constatar agentes sexualmente transmissíveis. 

Recomenda-se, além disso, a realização da histeroscopia, técnica que oferece uma visualização mais detalhada das condições uterinas ao introduzir pelo colo do útero um aparelho com uma microcâmera. Durante o exame é possível coletar uma amostra de tecido para biópsia. 

O tratamento da endometrite é feito com a administração de antibióticos, prescritos de acordo com cada tipo de bactéria. Em alguns casos, também é necessário a realização de intervenção cirúrgica para a remoção de fragmentos abortivos, placentários ou drenar abscessos. 

Qual a relação entre endometrite e infertilidade?

A infertilidade é uma condição definida pela incapacidade de engravidar após uma mulher em idade reprodutiva tentar por um período maior de um ano sem o uso de contraceptivos. A endometrite, quando já está instalada e se torna crônica, é uma causa frequentemente registrada.

A inflamação altera o ciclo endometrial, provocando um deslocamento do período de receptividade do endométrio e, assim, falhas na implantação e abortamento. Quando espalha para todo o útero, pode causar a formação de aderências, que levam à distorção da anatomia do órgão, dificultando ou impedindo a gravidez, resultando, da mesma forma, em abortamento. 

Ao espalhar para as tubas uterinas e ovários, impende, de diferentes formas, a fecundação.

No entanto, com a cura da inflamação a fertilidade tende a ser restaurada e a mulher engravida de forma espontânea. Se tiver provocado maiores danos, a gravidez ainda pode ser obtida por técnicas de reprodução assistida, particularmente pela fertilização in vitro (FIV). 

No entanto, a cura da infecção também é fundamental antes de iniciar o tratamento com a técnica, pois a endometrite, da mesma forma, pode causar falhas na implantação do embrião. 

Assim, quanto mais cedo e eficiente for o tratamento, melhor a condição do endométrio para receber o embrião. 

Para saber mais sobre a endometrite, suas causas e formas de tratamento, toque aqui.