Estimulação ovariana: veja como é feita na reprodução assistida - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

Nos ovários ficam armazenados milhares de folículos ovarianos. Cada um contém um óvulo, a célula sexual feminina. Mensalmente, durante o ciclo menstrual, vários folículos crescem. Embora todos tenham capacidade para liberar o óvulo que poderá ser fecundado pelo espermatozoide, apenas um deles se torna dominante, se desenvolve e amadurece para posteriormente ovular.

O folículo dominante rompe durante a ovulação, evento que geralmente ocorre na metade de um ciclo menstrual regular, de 28 dias. Ou seja, no 14º dia.

No entanto, algumas condições podem afetar o desenvolvimento do folículo ou impedir a liberação do óvulo, resultando em distúrbios de ovulação e dificultando a reprodução.

A estimulação ovariana é um procedimento utilizado nas principais técnicas de reprodução assistida, indicadas para mulheres com alterações na capacidade reprodutiva.

As técnicas de reprodução assistida são divididas de acordo com a complexidade do tratamento: baixa ou alta. Por isso, cada uma utiliza um protocolo diferente para realizar a estimulação ovariana. Continue a leitura e saiba mais.

O que é a estimulação ovariana e qual seu objetivo na reprodução assistida?

A estimulação ovariana tem como objetivo estimular o desenvolvimento de mais folículos, garantindo, dessa forma, uma quantidade maior de óvulos para fecundação.

Para isso, utilizam-se medicamentos hormonais semelhantes aos naturais, como o hormônio folículo-estimulante (FSH), que no ciclo natural tem como função estimular o crescimento dos folículos, e o hormônio luteinizante, que funciona como gatilho induzindo o amadurecimento final do folículo e o rompimento dele para que ocorra a liberação do óvulo.

Esses medicamentos são administrados desde o primeiro dia da menstruação, quando começa o ciclo menstrual, na fase conhecida como folicular. Para acompanhar o desenvolvimento dos folículos são realizados exames de ultrassonografia transvaginal a cada dois ou três dias. Eles possibilitam indicar com precisão quando os folículos atingem o tamanho ideal para induzi-los ao amadurecimento e ovulação, também realizada por medicamentos hormonais.

O procedimento é a primeira etapa dos tratamentos de reprodução assistida e é fundamental para aumentar as chances de fecundação. Porém, cada técnica utiliza um protocolo diferente. Nas técnicas de baixa de baixa complexidade – relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), as dosagens dos hormônios são mais baixas, pois o objetivo é obter até três óvulos apenas, uma vez que a fecundação ocorre naturalmente, nas tubas uterinas.

Na fertilização in vitro, por outro lado, de maior complexidade, a fecundação acontece em laboratório. Por isso, a quantidade de óvulos deve ser maior, para garantir maiores chances de fecundação. Assim, as dosagens são mais altas.

A FIV é mais adequada para mulheres acima de 36 anos, com obstruções nas tubas uterinas e outros fatores de maior gravidade que afetem a capacidade reprodutiva.

Antes de iniciar a estimulação ovariana, entretanto, diversos exames são realizados. Testes para avaliação da reserva ovariana e dos níveis dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo, por exemplo, são importantes para determinar a dosagem ideal para cada paciente, individualizando, dessa forma, o tratamento.

Saiba o que acontece nos tratamentos de reprodução assistida após a estimulação ovariana

Veja abaixo o que acontece em cada técnica após a estimulação ovariana:

Relação sexual programada

A relação sexual programada (RSP), como o nome indica, tem o propósito de programar o período de maior fertilidade para intensificar a relação sexual, o que ocorre a partir dos dias que antecedem a indução da ovulação, até aproximadamente 36 horas após a administração dos medicamentos, período previsto para que o evento aconteça.

A RSP é a mais simples das técnicas de reprodução assistida, indicada para mulheres com problemas de ovulação provocados por diferentes condições. Uma das mais comuns é a síndrome dos ovários policísticos (SOP), distúrbio endocrinológico frequentemente registrado em mulheres na idade reprodutiva.

A SOP tem como característica o desenvolvimento de múltiplos cistos nos ovários, que afetam os níveis hormonais e, consequentemente, o amadurecimento e rompimento dos folículos.

Inseminação artificial (IA)

Embora a IA também seja uma técnica de baixa complexidade, o procedimento é mais complexo do que a RSP, pois os espermatozoides são capacitados anteriormente por técnicas de preparo seminal, que possibilitam a seleção dos mais saudáveis. Posteriormente os melhores são inseridos em um cateter e depositados no útero materno logo após a indução da ovulação.

Fertilização in vitro (FIV)

Na FIV a fecundação ocorre em laboratório. Para isso, após a indução da ovulação os folículos maduros são coletados por punção folicular, procedimento que prevê a aspiração individual dos mais maduros, para que os óvulos sejam posteriormente extraídos em laboratório. Simultaneamente os espermatozoides também são selecionados pelo preparo seminal.

Hoje, o método mais utilizado para fecundação é a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), na qual cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo, proporcionando maiores chances de a fecundação ser bem-sucedida.

Os embriões formados são, então, cultivados em laboratório e podem ser transferidos para o útero materno em dois estágios de desenvolvimento: durante a clivagem ou D3, quando ocorre a divisão celular, entre o segundo e terceiro dia de desenvolvimento, ou no blastocisto (D5), em que as células do embrião já estão formadas e divididas por função.

Todas as técnicas aumentam as chances de gravidez. As de baixa complexidade acompanham os mesmos percentuais da gravidez espontânea: entre 20% e 25% por ciclo de tratamento. Enquanto na FIV os percentuais são mais altos: em média 40%.

Quer saber mais sobre a estimulação ovariana? Toque aqui e leia nosso texto completo.

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