Clamídia e infertilidade: veja a relação - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

Chlamydia trachomatis (CT) é o agente bacteriano causador de uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais prevalentes em todo o mundo. De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 100 milhões de novas infecções ocorrem anualmente.

A infecção por clamídia é facilmente tratada com antibióticos. No entanto, como é comumente assintomática em homens e mulheres, pode passar despercebida por muito tempo e causar complicações mais graves, como infertilidade.

A clamídia pode causar uma série de complicações graves em homens e mulheres, incluindo doença inflamatória pélvica (DIP), que é uma doença que pode estar associada à infertilidade.

Mulheres com fertilidade comprometida devido à infecção por clamídia podem se beneficiar de tratamentos de fertilidade. Continue a leitura e saiba mais sobre esse assunto!

Clamídia: sintomas e consequências

Essa é uma das ISTs mais comuns. É causada por uma bactéria que existe nas secreções vaginais e no sêmen (esperma). Pode ser transmitida por sexo vaginal, oral ou anal sem preservativo. Mulheres grávidas também podem passá-la para seus bebês durante o parto, conhecida como transmissão vertical.

Os sintomas podem incluir corrimento vaginal e ardor ao urinar, mas a maioria das mulheres é assintomática.

A clamídia pode ser tratada com antibióticos. Se não for tratada, pode se espalhar para os órgãos reprodutivos internos superiores da mulher (ovários e trompas de Falópio) e causar a doença inflamatória pélvica (DIP), podendo levar à infertilidade.

As complicações entre os homens são mais raras. A infecção às vezes se espalha para o epidídimo (área onde os espermatozoides amadurecem), podendo causar dor, febre e infertilidade. Além disso, a infecção genital por clamídia pode causar artrite, que pode ser acompanhada de lesões cutâneas e inflamação do olho e da uretra (síndrome de Reiter).

Clamídia — uma ameaça à fertilidade

Os efeitos da clamídia na fertilidade estão bem estabelecidos e se aplicam tanto aos homens quanto às mulheres. Ela pode afetar a fertilidade de várias maneiras:

  • Infecções cervicais podem impedir que os espermatozoides cheguem à cavidade uterina e, consequentemente, ao óvulo, impedindo a fecundação e o desenvolvimento da gravidez;
  • A infecção tubária (trompas de Falópio) pode causar hidrossalpinge, que é um acúmulo de líquido em uma ou em ambas as trompas. A hidrossalpinge geralmente causa infertilidade, uma vez que o bloqueio provavelmente impedirá que o espermatozoide encontre o óvulo da paciente para fertilizá-lo. Se isso acontecer, também obstrui o caminho do embrião para o útero, aumentando, assim, o risco de gravidez ectópica, caso de alguma forma aconteça a fecundação;
  • A infecção uterina pode causar um desenvolvimento endometrial insuficiente ou inflamação (endometrite), que, por sua vez, pode impedir o processo de implantação do embrião;
  • Pode produzir reações inflamatórias, que resultam na formação de aderências pélvicas nas trompas de Falópio, interferindo no transporte de gametas (óvulos e espermatozoides).

Além disso, a clamídia não tratada pode ter consequências graves durante a gravidez, como:

  • Aumento do risco de aborto espontâneo;
  • Infecções do líquido amniótico (líquido que envolve o embrião);
  • Ruptura prematura da membrana;
  • Nascimento prematuro do bebê;
  • Baixo peso do recém-nascido;
  • Infecções de pneumonia ou conjuntivite neonatal durante o parto vaginal.

Tratamento e reprodução assistida

Se detectada precocemente, a clamídia pode ser facilmente tratada com antibióticos. No entanto, uma vez curada, mulheres e homens devem fazer o teste de clamídia novamente, cerca de três meses após o tratamento.

Isso é indicado porque as mulheres cujos parceiros não foram tratados adequadamente têm um alto risco de reinfecção, o que aumenta o também o risco de complicações na saúde reprodutiva.

Se os órgãos reprodutivos da paciente tiverem sido afetados (principalmente no caso de obstrução tubária), a fertilização in vitro (FIV) é o tratamento mais indicado para conseguir a gravidez. 

Os danos causados ​​pela bactéria Chlamydia trachomatis frequentemente dificultam o transporte de gametas (óvulos e espermatozoides) ou bloqueiam o caminho do embrião (óvulo fertilizado) em direção ao útero.

No entanto, a fertilização in vitro (FIV) aumenta significativamente as chances de essa mulher conseguir a gravidez. A primeira etapa é a estimulação ovariana, que promove o crescimento de um elevado número de óvulos (depende de algumas condições, como da idade da mulher). Esses óvulos são retirados dos ovários e fertilizados em laboratório com condições controladas.

O objetivo é formar embriões de qualidade, que são mantidos em incubadoras por alguns dias até que amadureçam, e transferi-los para o útero da paciente.

Portanto, a FIV não precisa das trompas de Falópio (tubas uterinas), oferecendo maior probabilidade de gravidez quando comparada aos demais tratamentos disponíveis.

É importante ressaltar que as infecções por clamídia devem ser tratadas antes de iniciar um ciclo de fertilização in vitro (FIV) para maximizar as chances de sucesso da técnica.

Esperamos que este texto tenha sido útil para você. Aproveite que chegou até aqui e faça uma leitura complementar sobre o assunto. Leia também um texto especial sobre o tema: infecção por clamídia.

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