DIP: veja quais são os sintomas - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

A DIP (doença inflamatória pélvica) é uma infecção polimicrobiana, ou seja, causada pela ação simultânea de diversas bactérias, que atacam antes o canal vaginal e o colo do útero, ascendendo posteriormente para o interior do sistema reprodutivo e da cavidade pélvica, caso não sejam identificada e tratada adequadamente.

Além dos sintomas típicos de um processo infeccioso nessa região, a DIP também oferece risco de infertilidade feminina, especialmente quando afeta as tubas uterinas, já que mesmo após o tratamento a infertilidade pode ser persistente.

É importante ressaltar que a DIP é composta por um conjunto de processos infecciosos que se disseminam com relativa facilidade a partir do momento em que entra em contato com as estruturas do trato superior reprodutivo, oferecendo também o risco de sepse, que nos casos mais graves pode levar à morte.

A identificação dos primeiros sintomas é importante para que o tratamento seja feito de forma precoce, melhorando as chances de cura e também diminuindo a incidência de sequelas que possam afetar a fertilidade das mulheres.

Vamos mostrar aqui quais são os sintomas da DIP e como identificá-los, com o objetivo de ajudar mulheres que desconfiam desse quadro a buscar atendimento médico.

Quais são as causas da DIP?

A principal forma de contaminação primária para o desenvolvimento da DIP acontece por via sexual, embora hábitos de higiene inadequados possam também contribuir para a disseminação, no interior do sistema reprodutivo, de bactérias naturais do trato intestinal.

Nesse sentido, a bactéria Escherichia coli é uma das espécies intestinais mais recorrente nas infecções polimicrobianas que causam a DIP, que também pode ter início em infecções nas vias urinárias e com a proliferação anormal de espécies típicas da flora vaginal, como a Gardnerella vaginalis.

As duas principais ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) envolvidas no desenvolvimento da DIP são a clamídia e a gonorreia, causadas respectivamente pelas bactérias Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, que manifestam sintomas semelhantes.

É possível prevenir a DIP?

Assim como para todas as ISTs a única forma de prevenir a contaminação é a prática do sexo seguro, com o uso de preservativos de barreira, como as camisinhas feminina e masculina.

A disseminação das ISTs também pode ser controlada pela realização regular de testagens, considerando que muitos casos podem ser assintomáticos, levando homens e mulheres a contagiar outras pessoas sem saber.

Quais são os sintomas da DIP?

As infecções primárias que provocam a DIP podem ou não manifestar sintomas, o que constitui um verdadeiro obstáculo para determinação do diagnóstico de forma precoce. Estudos mostram que a clamídia, uma das principais doenças envolvidas na DIP, pode ser assintomática em até 80% dos casos, por exemplo.

Ainda assim, quando um conjunto de bactérias está produzindo infecções ativas e simultâneas na cavidade pélvica, mesmo os casos em que as doenças primárias eram assintomáticas passam a desenvolver uma sintomatologia bastante típica:

Dor ou incômodo no abdômen inferior

A sensação de dor ou incômodo na região pélvica é decorrente do processo inflamatório desencadeado pelas infecções localizadas nessa área.

Esse tipo de sintoma doloroso costuma ser difuso, ou seja, sem uma localização precisa, e pode irradiar-se para as costas, especialmente quando o processo infeccioso afeta o peritônio.

O peritônio é o tecido de preenchimento da cavidade pélvica, em contato com todos os órgãos e estruturas aí localizados, portanto, quando a infecção atinge esse tecido, são altos os riscos de sepse – infecção generalizada nas cavidades abdominal e pélvica – e a mulher deve buscar atendimento médico imediatamente.

Disúria

A proximidade entre o aparelho urinário e o canal vaginal pode fazer com que as infecções nesses dois locais aconteçam, muitas vezes, de forma simultânea.

Quando a uretra feminina é acometida por infecções bacterianas, os processos inflamatórios locais provocam uma hipersensibilidade nas paredes desse canal e uma sensação de ardor no momento em que a urina entra em contato com esses tecidos vulnerabilizados.

Corrimento vaginal

Como acontece em qualquer infecção bacteriana, o embate entre o sistema imunológico e os microrganismos responsáveis pela infecção resulta em um número expressivo de células humanas e bacterianas mortas, que se acumulam na superfície do tecido parasitado, em forma de secreção.

Essa secreção pode ser expelida pelo canal vaginal como corrimento, de cor esbranquiçada ou amarelo esverdeada, e com odor forte e desagradável.

Dispareunia e sangramento durante relações sexuais

De forma semelhante ao que acontece com a hipersensibilidade das vias urinárias quando há disúria, também o canal vaginal se torna revestido por um tecido mais sensível, devido ao processo inflamatório decorrente da infecção localizada nessa região.

Por isso, o atrito das relações sexuais pode ser incômodo e também provocar abertura de microfissuras nas paredes do canal vaginal e do colo do útero, que provocam um pequeno sangramento como resultado da relação sexual.

Febre e náuseas

Quando a mulher passa a sentir, além dos sintomas já mencionados, também um aumento relevante na temperatura corporal, náuseas e vômitos, o conjunto de sintomas podem indicar a contaminação de outros órgãos da cavidade pélvica, o que pode ser bastante grave.

Para todas as infecções, não somente aquelas que afetam a cavidade pélvica, a febre sempre é um sinal de que o corpo não está dando conta de lidar com o processo infeccioso sozinho, e existe a necessidade imediata de dar início a uma terapia medicamentosa, com antibióticos específicos para a bactéria que está causando a infecção.

Menstruação irregular e infertilidade

Especialmente quando a infecção afeta o útero, provocando um quadro de endometrite, o fluxo menstrual pode se mostrar também alterado, e a mulher pode apresentar o sangramento menstrual mais intenso e prolongado, acompanhado de cólicas relativamente mais fortes.

A infertilidade acontece principalmente quando o quadro polimicrobiano parasita a região das tubas uterinas. Quando a infecção está ativa, a mulher pode manifestar hidrossalpinge e o inchaço típico dessa doença pode bloquear a passagem no interior das tubas, impedindo que a fecundação aconteça.

Contudo, muitas vezes mesmo após o tratamento para a infecção tubária, a ação bacteriana deixa cicatrizes que podem ser salientes e obstruir as tubas, prejudicando de forma permanente os processos da fecundação.

Como tratar a DIP?

O tratamento para DIP deve ser direcionado de acordo com a intensidade dos sintomas: nos casos mais graves, quando se observa a presença de sintomas simultâneos de dor e febre, pode haver a necessidade de internação.

De qualquer forma, em todas as abordagens, hospitalar ou ambulatorial, a terapêutica deve ser feita a partir da combinação de antibióticos, que juntos possam incluir o maior número de bactérias possível, já que a DIP é polimicrobiana.

Para os casos em que a infertilidade é persistente mesmo após o tratamento com antibióticos, a abordagem mais indicada é a reprodução assistida e, entre as técnicas, a FIV (fertilização in vitro) é aquela com maior potencial e abrangência, incluindo também os casos de infertilidade por fator tubário obstrutivo, que é a principal forma de infertilidade decorrente da DIP.

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