março 2021 - Elo Medicina Reprodutiva
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Azoospermia: o que é e como diagnosticar?

Para que a fecundação aconteça em uma gestação natural, dois fatores são essenciais: os óvulos e os espermatozoides. Sem um deles, não há fecundação, provocando a infertilidade conjugal. Por isso, quando o assunto é infertilidade masculina, a azoospermia é uma das suas principais causas.

Homens e mulheres possuem a mesma probabilidade de serem inférteis e, no caso deles, o potencial reprodutivo está diretamente relacionado com a qualidade e a quantidade de gametas. A presença de um distúrbio nos parâmetros seminais pode dificultar a gravidez.

Neste artigo o nosso foco será em uma das alterações seminais mais comuns: a azoospermia. Vamos mostrar o seu conceito, como diagnosticá-la e como casais podem ter filhos biológicos mesmo após a confirmação de azoospermia por meio da reprodução assistida.

Boa leitura!

O que é azoospermia?

A azoospermia é definida pela ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado. Ela não é uma doença, mas uma condição. A presença de alguns distúrbios hormonais, infecções e doenças têm como consequência a azoospermia.

Por ser dividida em dois tipos, vamos mostrar as principais características de cada uma, a seguir.

Azoospermia obstrutiva

Ela é caracterizada por um obstáculo, que impede o transporte dos espermatozoides. Ou seja, eles são produzidos normalmente pelos testículos, porém, a presença de uma obstrução no canal deferente — canal que transporta os espermatozoides dos epidídimos até a uretra — impede que eles se juntem ao líquido seminal.

Ela é o tipo mais comum de azoospermia e entre as suas principais causas, temos:

  • Infecções (incluindo ISTs como a clamídia e a gonorreia);
  • Vasectomia (método contraceptivo masculino definitivo);
  • Traumas;
  • Doenças genéticas.

Azoospermia não obstrutiva

Na azoospermia não obstrutiva, a ausência de espermatozoides no sêmen acontece porque há um problema na produção de gametas. Com isso, o homem ejacula normalmente, porém, nenhum espermatozoide é encontrado no sêmen.

Ela é causada, principalmente, por:

  • Varicocele;
  • Distúrbios hormonais;
  • Alterações cromossômicas;
  • Alterações genéticas;
  • Malformações congênitas dos testículos;
  • Tratamento de pacientes oncológicos com radioterapia ou quimioterapia.

A infertilidade masculina pode ser causada por diversos fatores que afetam a qualidade ou a quantidade de espermatozoides. No caso da azoospermia, a ausência de espermatozoides no sêmen impede que o casal engravide de forma natural. Com a azoospermia, o óvulo e os espermatozoides não se encontram nas tubas uterinas. Desse modo, a fecundação não acontece, assim como a gestação.

Sobre essa condição, vale ressaltar também que ela não apresenta sintomas e também não afeta a ereção ou o desempenho sexual do homem.

Como a azoospermia é diagnosticada?

O principal exame para diagnosticá-la é o espermograma. A partir de uma amostra seminal, ele analisa diversos aspectos macro e microscópicos do sêmen e dos espermatozoides. Dessa forma, é possível comparar os resultados dos exames com os parâmetros definidos pela Organização Mundial de Saúde e avaliar a fertilidade do paciente.

Além do diagnóstico, é importante descobrir o que causou a condição e se ela é obstrutiva ou não. Para isso, podem ser necessários exames complementares, como a dosagem hormonal e a ultrassonografia dos testículos.

O espermograma também é utilizado para detectar outras alterações seminais que podem ocorrer paralelamente com a azoospermia. A baixa concentração de espermatozoides, problemas na motilidade ou na sua morfologia são diferentes tipos de alterações seminais que também podem levar à infertilidade masculina.

Como a reprodução assistida pode ajudar homens com azoospermia?

O tratamento dessa condição visa reverter o quadro de infertilidade para que o homem consiga ter filhos utilizando o seu próprio material genético. A fertilização in vitro é a técnica de reprodução assistida mais indicada para casos de azoospermia e outros fatores relacionados à infertilidade masculina grave.

As técnicas de recuperação espermática complementam o processo da FIV e têm o objetivo de coletar os gametas diretamente dos testículos (onde são produzidos) ou dos epidídimos (onde são armazenados após a produção). A TESE e a Micro-TESE são indicadas para os casos de azoospermia não-obstrutiva e a PESA e a MESA quando o paciente é diagnosticado com azoospermia obstrutiva.

Após a coleta dos gametas femininos e masculinos, a fecundação acontece em um laboratório por meio da técnica ICSI. Ela revolucionou a medicina reprodutiva possibilitando que um espermatozoide fosse inserido diretamente no óvulo. Dessa forma, mesmo homens com baixa produção de espermatozoides podem se beneficiar com a técnica.

Caso a recuperação espermática não apresentar bons resultados, o casal pode optar pela doação de sêmen.

A azoospermia é definida pela falta de espermatozoides no sêmen. Ela é causada por diversos fatores, que podem causar uma obstrução na passagem dos gametas (obstrutiva) ou afetar a sua produção (não obstrutiva). A dificuldade para engravidar pode ser superada com a FIV, pois ela possibilita que os gametas sejam coletados diretamente dos testículos ou dos epidídimos.

Distúrbios nos parâmetros seminais estão entre as principais causas de infertilidade masculina. Neste artigo mostramos apenas uma delas e, para se aprofundar nesse assunto, confira a nossa página sobre a azoospermia!

Endometriose: como é a classificação da doença?

A endometriose, uma das principais causas de infertilidade, é uma doença complexa e difícil de ser diagnosticada. Apesar de ser mais conhecida atualmente, devido aos diversos estudos sobre ela, ela ainda está longe de consenso. Há teorias sobre a sua causa, por exemplo, mas ela não é unânime.

De caráter progressivo, ela se torna mais grave ao longo do tempo. Nos casos mais avançados, além do aumento de sintomas como dores pélvicas e irregularidades menstruais, que prejudicam a qualidade de vida da mulher, ela também pode dificultar a gravidez.

Diversos esforços foram feitos para classificar a endometriose, especialmente, com o propósito de entender a doença e encontrar a melhor conduta para tratá-la.

Continue a leitura para descobrir como é feita a classificação da endometriose e os benefícios desse esforço para o conhecimento e o tratamento da doença.

Vamos lá?

O que é endometriose?

A endometriose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela presença de células endometriais fora do útero, como nos ovários, no intestino, nas tubas uterinas, entre outros órgãos. Essas células respondem à ação do estrogênio, provocando inflamações e alterações nos órgãos.

A sua causa mais aceita é a da menstruação retrógrada. Quando a gravidez não acontece, o tecido endometrial descama e é eliminado pelo organismo (o que chamamos de menstruação). No entanto, nessa teoria, os fragmentos seguem um caminho diferente e se direcionam para outros órgãos.

Como é feita a classificação da endometriose?

A endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina, por isso, a sua classificação é importante para que ela seja melhor compreendida e estudada. Nos últimos 100 anos, diversos estudos foram realizados sobre a doença, resultando em classificações que foram se aperfeiçoamento de acordo com o nosso conhecimento sobre ela.

A American Fertility Society, em 1985, criou uma classificação cirúrgica atrelado a um sistema de pontos. A endometriose era dividida em: mínima, leve, moderada e severa. Ela considerava a extensão da doença, a presença de aderências e outros fatores. Porém, o sistema de pontos definia pesos diferentes entre as lesões, o que prejudicava a classificação.

Atualmente, a classificação mais aceita avalia os aspectos morfológicos. Ela é dividida em três tipos, que vamos apresentar a seguir.

Endometriose superficial peritoneal

A forma mais leve de endometriose é a superficial peritoneal. Os seus implantes (focos endometriais) são superficiais e estão espalhadas pelo peritônio, na região abdominal. O seu diagnóstico é difícil, pois a ultrassonografia e o exame clínico não apresentam alterações.

Endometriose ovariana (endometriomas)

A endometriose ovariana é caracterizada pela presença de cistos endometriais — chamados de endometriomas — nos ovários, podendo ser unilateral ou bilateral.

Os cistos são de tamanhos variados e de formato achatado, a coloração vermelha bem escura se assemelha a cor do chocolate, por isso, eles também são chamados de cistos de chocolate. Os endometriomas são diagnosticados por ultrassonografia e é comum que ela esteja associada a endometriose profunda.

Endometriose infiltrativa profunda

A endometriose infiltrativa profunda é o caso mais grave e o que mais afeta a qualidade de vida da mulher. As lesões possuem mais de 5 mm de profundidade. Os seus sintomas são os mais graves e, assim como os endometriomas, ela está relacionada à infertilidade.

Como a endometriose afeta a qualidade de vida e a fertilidade feminina?

Ela atinge diversos órgãos e, em casos graves, impede muitas mulheres de terem uma boa qualidade de vida. Diversos sintomas estão relacionados com ela, por isso, é difícil de ser diagnosticada.

Entre os seus principais sintomas, estão:

  • Dor pélvica (dores incapacitantes, principalmente, próximas ao período menstrual);
  • Dispareunia (dor durante a relação sexual);
  • Aumento do fluxo menstrual;
  • Infertilidade;

Entre os tipos de endometriose, os endometriomas e a infiltrativa profunda são as mais relacionadas com a infertilidade feminina. Os cistos nos ovários provocam uma alteração na anatomia e na função dos órgãos, afetando a ovulação e a reserva ovariana da paciente.

A profundidade das lesões de endometriose infiltrativa profunda nas tubas uterinas podem causar obstruções e aderências, dificultando a fecundação. Porém, não são apenas os sintomas físicos que afetam as pacientes. As consequências da doença também atingem aspectos como a saúde mental, a financeira e a profissional.

As mulheres levam, em média, 5 anos para receber o diagnóstico da doença. Durante esse período, muitas pacientes procuram diversos profissionais e cancelam compromissos pessoais e profissionais devido às dores incapacitantes da endometriose. Como consequência, muitas também relatam quadros de depressão e ansiedade. Além disso, a demora no diagnóstico aumenta o risco de infertilidade.

Quais são as possibilidades de tratamento para mulheres que desejam engravidar?

A endometriose não tem cura, porém, é possível controlar os seus sintomas e melhorar a qualidade de vida da paciente. Como a doença pode se manifestar de diversas formas, a melhor conduta para o tratamento deve ser avaliada por um médico especializado.

Para as pacientes com infertilidade e que desejam engravidar, os tratamentos mais indicados são o cirúrgico e a reprodução assistida. A indicação deve considerar a idade da paciente, a gravidade das lesões e os órgãos atingidos.

A cirurgia, geralmente realizada por videolaparoscopia, visa retirar os focos endometriais e recuperar a anatomia do órgão atingido. Enquanto a fertilização in vitro é a técnica de reprodução assistida mais indicada para casos graves de endometriose.

Ela se diferencia das demais técnicas porque a sua fecundação é realizada em laboratório e os embriões são transferidos para o útero da paciente, após alguns dias de desenvolvimento.

A endometriose é uma doença caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. De acordo com os seus aspectos morfológicos ela é classificada em: superficial peritoneal, ovariana e infiltrativa profunda. A classificação da doença é importante, especialmente, para facilitar o diagnóstico e o tratamento.

Ao longo da leitura mostramos os aspectos gerais da doença e como ela é classificada. Para se aprofundar nesse tema e conhecer os seus fatores de risco, leia o nosso conteúdo sobre a endometriose!

Reserva ovariana: saiba o que é

Um dos fatores mais importantes relacionados à fertilidade feminina é a reserva ovariana. Ela diminui ao longo da idade da mulher, chegando ao fim na menopausa. Engravidar depois dos 35 anos é mais difícil por esse motivo. Porém, a tendência atual segue por um caminho diferente de décadas passadas.

Com o objetivo de priorizar a carreira e objetivos pessoais, muitas mulheres estão optando pela maternidade tardia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mães brasileiras acima dos 30 anos aumentou nos últimos anos.

Para nos aprofundarmos sobre esse tema, o foco deste artigo é a reserva ovariana. Ao longo da leitura vamos mostrar por que ela é importante e qual é a sua relação com a fertilidade feminina e a maternidade tardia.

Vamos lá!

O que é reserva ovariana?

A reserva ovariana representa a quantidade de folículos disponíveis nos ovários que ainda podem amadurecer para serem utilizados durante a ovulação. Ou seja, é o “estoque” de óvulos da mulher, pois os óvulos são armazenados dentro dos folículos ovarianos.

Eles são finitos, ao contrário dos gametas masculinos que são produzidos ao longo de toda a vida do homem. Ainda na sua vida intrauterina, entre a 20ª semana de gestação, a reserva ovariana da mulher é formada.

Ao nascer, o bebê possui mais de um milhão de folículos ovarianos. Na puberdade, o número diminui para cerca de trezentos mil. A reserva ovariana vai decrescendo até a chegada da menopausa, por volta dos 50 anos.

A reserva ovariana mede a quantidade de óvulos, mas não é capaz de avaliar a sua qualidade. Até o momento, não existe um exame que consiga medir a qualidade de um óvulo. No entanto, estimamos que os óvulos de mulheres mais jovens tenham uma qualidade superior, em comparação com mulheres mais velhas.

Entre os fatores que influenciam a reserva ovariana estão o número de folículos que a mulher possui e a velocidade que ela os perde ao longo da vida, por isso, a idade da mulher está relacionada com a fertilidade. Além disso, fatores ambientais também devem ser considerados. Pacientes em tratamento oncológico por quimioterapia ou radioterapia podem ter a sua reserva ovariana afetada, por exemplo.

Qual é a relação entre a reserva ovariana e a fertilidade?

Para entendermos a relação entre a reserva ovariana e a fertilidade, precisamos entender como funciona o ciclo menstrual. A cada ciclo menstrual, sob a influência do hormônio FSH, alguns folículos são estimulados a se desenvolverem. Apenas um deles amadurece por completo, liberando o óvulo do seu interior em um processo chamado ovulação. O óvulo se direciona até uma das tubas uterinas para aguardar a fecundação.

Esse processo se repete ao longo da vida reprodutiva da mulher. Com o tempo, a sua reserva de folículos ovarianos vai diminuindo, chegando ao seu fim na menopausa. Por isso, a idade da mulher é um dos fatores relacionados com a infertilidade.

Assim como a quantidade diminui com o tempo, o envelhecimento e a qualidade dos óvulos também são afetados a partir dos 35 anos. Esses fatores também comprometem a fertilidade feminina.

A preservação social da fertilidade é uma alternativa cada vez mais procurada por mulheres com o desejo de adiar a gravidez e driblar a queda da reserva ovariana provocada pela idade. A técnica consiste no congelamento dos óvulos por tempo indeterminado. Quando a paciente quiser engravidar, os seus gametas são descongelados e utilizados no processo de reprodução assistida.

A reprodução assistida é indicada para casos de baixa reserva ovariana?

As técnicas de reprodução assistida são cada vez mais procuradas por casais inférteis e por mulheres que desejam postergar a maternidade. Todo o processo da reprodução assistida é individualizado desde o início, pois diversos fatores devem ser considerados ao longo do caminho. Entre eles, a reserva ovariana da mulher.

A avaliação da reserva ovariana é um exame utilizado para avaliar a resposta dos folículos aos hormônios que serão utilizados durante a estimulação ovariana e a indução da ovulação, etapas que dão início a todas as técnicas de reprodução assistida.

O teste também é importante para estimar a atual reserva ovariana da paciente e indicar o melhor tratamento para ela. Para isso são realizados exames hormonais e ultrassonografia.

Para as mulheres com mais de 35 anos ou que criopreservaram os seus óvulos, a fertilização in vitro (FIV) é a técnica mais indicada. Ela possui a maior taxa de sucesso, pois possibilita a adição de técnicas complementares — a criopreservação, inclusive, é uma delas — durante o seu processo, de acordo com as necessidades de cada caso.

A sua fecundação é realizada fora do corpo da paciente e, após alguns dias de desenvolvimento, os embriões são transferidos para o útero da mulher para concluir o processo da FIV.

A reserva ovariana é um dos principais fatores para medir a fertilidade feminina. Ela é finita, por isso, fatores genéticos e ambientais influenciam na quantidade de folículos ovarianos que a mulher tem disponível. Com o avanço da idade, o estoque diminui, afetando a fertilidade. Porém, o baixo número de óvulos não é motivo para que a mulher desista de ter filhos.

As técnicas de reprodução assistida são uma alternativa para mulheres com baixa reserva ovariana ou que desejam postergar a gravidez. O primeiro passo é a realização de uma avaliação da reserva ovariana. Confira como ela é realizada!

Espermograma: saiba mais sobre o exame

O espermograma é o principal exame solicitado durante a investigação de infertilidade masculina. Ele analisa a qualidade do sêmen e dos espermatozoides, fundamentais para que a fecundação aconteça.

O sêmen é um líquido esbranquiçado expelido pela uretra masculina no momento da ejaculação. Além de transportar os espermatozoides até as tubas uterinas da parceira, ele também é composto por secreções da vesícula, da próstata e da glândula bulbouretral. Para manter os gametas masculinos com energia durante a jornada até a fecundação, o líquido seminal também é rico em nutrientes.

Os espermatozoides são as células reprodutivas masculinas, responsáveis por carregar as informações genéticas de origem paterna. Eles são formados por uma cabeça (onde está localizado o material genético) e uma cauda (para auxiliar na sua movimentação).

O objetivo deste artigo é mostrar uma visão geral sobre o espermograma e por que ele é considerado o principal exame para investigar a infertilidade masculina.

Continue a leitura e confira!

O que é espermograma?

O espermograma é um exame utilizado para analisar o sêmen e os espermatozoides. A partir de parâmetros quantitativos e qualitativos preestabelecidos, ele detecta alterações na amostra seminal que podem indicar infertilidade. Ele também é indicado para o diagnóstico de problemas urológicos e para confirmar o sucesso da cirurgia de vasectomia e a sua reversão.

Para chegar até as tubas uterinas e fecundar o óvulo, os espermatozoides passam por diversos desafios. Por isso, a vitalidade, a motilidade e a morfologia dos gametas masculinos são fatores relevantes para a fertilidade.

O exame considera os aspectos macro e microscópicos da amostra seminal. Os aspectos macroscópicos avaliam o sêmen. Entre eles, temos:

  • Liquefação (tempo para a amostra se tornar líquida);
  • Viscosidade;
  • Aparência do sêmen (cor, opacidade e homogeneidade);
  • Volume;

Enquanto os aspectos microscópicos analisam os espermatozoides. Entre os principais, destacamos:

  • Motilidade (movimentação dos espermatozoides);
  • Morfologia (análise do formato e tamanho);
  • Vitalidade;
  • Concentração.

Como ele é realizado

Para o exame, o homem não precisa fazer muitas preparações. A principal recomendação é que o paciente fique alguns dias em abstinência sexual (entre 3 a 4 dias), incluindo todas as práticas sexuais que levem à ejaculação.

Para a realização do espermograma, que pode ser feito na clínica ou no laboratório, o homem deve fazer a coleta por masturbação. A amostra seminal é coletada em um recipiente que é direcionado para a análise. A coleta também pode ser feita em casa, mas apenas em situações excepcionais. Nesses casos, para preservar a qualidade da amostra, ela deve ser entregue em até 1 hora no laboratório.

Após a realização do exame, o homem é liberado e pode retornar à sua rotina normal.

Qual é a importância do espermograma na investigação da infertilidade?

Após 12 meses tentando engravidar sem sucesso, o casal deve procurar ajuda médica para investigar a fertilidade. Ambos possuem a mesma probabilidade de serem inférteis. Quando abordamos a infertilidade masculina, diversas doenças e infecções — principalmente, quando não são tratadas corretamente — podem levar à infertilidade.

A partir do resultado do espermograma, o médico pode solicitar exames complementares ou, de acordo com cada caso, iniciar o tratamento do paciente.

Quais alterações podem indicar infertilidade?

No caso dos homens, a infertilidade está relacionada com a qualidade e a quantidade de espermatozoides, fatores fundamentais para a fecundação em uma gestação natural.

De acordo com os parâmetros de cada aspecto analisado durante o exame, o médico pode identificar a presença de alterações na amostra seminal do paciente. Entre as principais que estão relacionadas à infertilidade, temos:

  • Azoospermia: ausência de espermatozoides no sêmen;
  • Astenozoospermia: baixa motilidade dos espermatozoides;
  • Oligozoospermia: número de espermatozoides abaixo dos limites de referência.

O paciente pode ter mais de uma alteração ao mesmo tempo, por isso, o tratamento deve ser individualizado e conduzido por um médico especializado.

Como a reprodução assistida pode ajudar homens com infertilidade?

Em casos de infertilidade, a reprodução assistida é uma grande aliada para os casais que desejam ter filhos. A medicina reprodutiva evoluiu muito nas últimas décadas, aumentando a taxa de sucesso e a segurança das técnicas. Entre elas, a fertilização in vitro (FIV) é a técnica de reprodução assistida mais moderna e a mais indicada para os casos de infertilidade envolvendo fatores masculinos graves.

Na FIV, a fecundação acontece em um laboratório por meio da técnica ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), que consiste na introdução de um espermatozoide diretamente no óvulo. Para realizá-la, o casal deve fazer a coleta dos seus gametas. No caso dos homens, eles podem ser coletados por masturbação ou diretamente dos testículos ou dos epidídimos.

O espermograma é um exame muito utilizado durante a investigação da infertilidade masculina por ser capaz de analisar aspectos micro e macroscópicos do sêmen e dos espermatozoides. Caso a infertilidade seja confirmada, a reprodução assistida (em especial, a FIV) é o tratamento mais indicada para os casais que desejam ter filhos.

Para saber mais detalhes sobre esse exame, que também é solicitado para outras finalidades além da infertilidade, confira a nossa página sobre o espermograma!

Histerossalpingografia: conheça o exame

A histerossalpingografia avalia as condições das tubas uterinas e do útero, sendo um dos exames mais solicitados durante a investigação da infertilidade feminina. A presença de aderências e obstruções no sistema reprodutor feminino dificulta a fecundação e a implantação do embrião. Com isso, muitas mulheres têm dificuldade para engravidar.

A infertilidade leva muitos casais a procurarem na reprodução assistida uma forma de realizar o sonho de ter filhos. Para indicar a melhor técnica, o médico precisa investigar a saúde reprodutiva do casal, que é realizada por uma série de exames. A histerossalpingografia é um deles.

A histerossalpingografia é um exame muito utilizado para o diagnóstico de diversas doenças que podem causar infertilidade. Neste artigo, vamos reunir as principais informações sobre esse ele.

Vamos lá?

O que é histerossalpingografia?

A histerossalpingografia é um exame de raio-X indicado para analisar as tubas uterinas e o útero. Ele se diferencia de uma ultrassonografia pélvica devido a um contraste iodado que é inserido no colo do útero da paciente para melhor visualização das obstruções e alterações dos órgãos. Dessa forma, ele possui uma melhor visualização de malformações ou aderências uterinas e obstruções tubárias.

O exame dura, em média, 30 minutos e é um dos mais solicitados para investigar a infertilidade feminina. Além de ser rápido, ele é pouco invasivo e seguro. Após o procedimento, todo o resíduo do contraste é eliminado do corpo da paciente.

Como o exame é realizado?

A histerossalpingografia necessita de alguns cuidados antes do exame, que devem ser orientadas por um médico. Apesar de ser um exame seguro, ela não é indicada para pacientes alérgicas a iodo, substância utilizada durante o procedimento.

Além disso, por ser um exame de raio-X, a mulher não pode realizá-lo estando grávida, pois a radiação e o contraste utilizados durante o procedimento podem prejudicar o feto. Dessa forma, é recomendado que ele seja marcado após a menstruação da paciente.

Para obter imagens claras, a paciente deve tomar o medicamento para limpar o intestino indicado pelo seu médico e esvaziar a bexiga pouco tempo antes de iniciar o exame.

A paciente se deita, em posição ginecológica, na maca onde será realizado o exame. Um cateter é introduzido no seu colo do útero com o auxílio de um espéculo vaginal e, por meio dele, o contraste é injetado lentamente. Ele percorre todo o útero e a cavidade uterina. Enquanto o contraste avança pelo sistema reprodutor, são feitas radiografias para avaliar as condições dos órgãos.

O exame é rápido e seguro, mas a histerossalpingografia é conhecida por causar “medo” em algumas mulheres. Ele levou essa fama porque o procedimento pode causar um desconforto. Quando ela é realizada por profissionais capacitados, com cuidado e com bons equipamentos, a dor é mínima. Em alguns casos, a paciente pode receber uma sedação antes do procedimento para o seu maior conforto.

Em quais casos a histerossalpingografia é indicada?

A histerossalpingografia é indicada para avaliar a presença de obstruções, alterações e anomalias nas tubas uterinas e no útero. Distúrbios tubários e uterinos são comuns em mulheres com dificuldade para engravidar. Por isso, o exame é muito solicitado durante a investigação de infertilidade feminina.

Ele é indicado para o diagnóstico de doenças tubárias e uterinas como:

  • Salpingite;
  • Hidrossalpinge;
  • Doença inflamatória pélvica (DIP);
  • Malformações congênitas uterinas;
  • Adenomiose;
  • Miomas;
  • Pólipos endometriais;
  • Entre outras.

O exame também é indicado para pacientes que passaram por mais de um abortamento espontâneo consecutivo, condição chamada de abortamento de repetição.

Em uma gestação natural, o encontro entre o óvulo e o espermatozoide acontece na tuba uterina. Em seguida, o óvulo fecundado se implanta no endométrio, camada interna do útero. Após alguns dias, a mulher pode realizar um exame para confirmar a gravidez.

Porém, a presença de aderências ou obstruções nas tubas uterinas dificultam a fecundação, ou seja, o encontro entre os gametas femininos e masculinos. Da mesma forma, alterações e anomalias uterinas também tornam o processo de implantação mais difícil.

Como vimos, a histerossalpingografia é muito utilizada durante a investigação de infertilidade feminina, realizada antes do procedimento de reprodução assistida. Um dos fatores mais relevantes para indicar a melhor técnica de reprodução assistida é descobrir a causa da dificuldade do casal engravidar.

Além dos casos de infertilidade, a histerossalpingografia também é indicada para analisar outros procedimentos ginecológicos. O exame é realizado para confirmar se a cirurgia de laqueadura foi bem-sucedida, quando ela é realizada por histeroscopia.

A histerossalpingografia é um exame de imagem indicado para o diagnóstico de diversas doenças e condições que podem causar a infertilidade feminina. O exame é realizado com a introdução de um contraste no colo do útero da paciente, possibilitando uma melhor visualização das tubas uterinas e da cavidade uterina.

O objetivo deste artigo foi mostrar as principais informações sobre a histerossalpingografia, exame muito utilizado para o diagnóstico de distúrbios que atingem o sistema reprodutor feminino. Para saber mais sobre ele e quais são os seus principais riscos, confira o nosso conteúdo sobre a histerossalpingografia!

Miomas: quais são os sintomas?

O útero é um dos principais órgãos do sistema reprodutor feminino. É nele que o embrião se implanta e se desenvolve até o nascimento. Formado por três camadas – endométrio, miométrio e perimétrio ou serosa –, duas delas são particularmente importantes ao processo de gravidez.

O endométrio, camada que o reveste internamente, é responsável por abrigar e nutrir o embrião até que a placenta seja formada: no endométrio ocorre a nidação, ou seja, a implantação do embrião. Já o miométrio, camada intermediária e muscular, promove as contrações na hora do parto.

Durante a fase reprodutiva, diferentes patologias femininas podem afetar o útero, provocando infertilidade, entre elas endometriose, pólipos endometriais, doença inflamatória pélvica (DIP) e os miomas uterinos.

No entanto, os miomas, assim como as outras doenças, têm tratamento na maioria dos casos, incluindo a reprodução assistida. As chances são maiores quando o diagnóstico é realizado precocemente: os sintomas são um alerta importante.

Quer conhecer os sintomas de miomas e saber mais como eles afetam a fertilidade? Continue a leitura deste texto.

O que são miomas?

Miomas uterinos ou leiomiomas são tumores benignos que se formam a partir da multiplicação anormal das células do miométrio: uma única célula se multiplica originando um ou mais miomas. Na maioria dos casos, mais de um mioma se forma.

Os miomas podem ser muito pequenos, visíveis apenas ao microscópio, ou atingir um tamanho grande e até ocupar todo o útero. O crescimento está associado a diferentes fatores, como hormonais, idade, obesidade, genética e menarca precoce. Além disso, mulheres negras têm mais chances de desenvolver a doença.

Miomas e infertilidade

Nem todos os miomas interferem na fertilidade. Existem três tipos de miomas: subserosos, intramurais e submucosos.

Os miomas subserosos, por exemplo, oferecem pouco risco à fertilidade, pois crescem na parte externa do útero, a camada serosa, ou perimétrio. Já os miomas submucosos estão diretamente relacionados à dificuldade de engravidar por estarem localizados próximos ao endométrio: podem dificultar a fecundação ou a fixação do embrião no endométrio para início da gravidez.

No caso de miomas intramurais, os mais comuns, que se desenvolvem no próprio miométrio, também podem afetar a fertilidade, dependendo de suas características, embora isso aconteça com menos frequência que os miomas submucosos.

Quais são os sintomas de miomas uterinos?

Há muitos casos de miomas assintomáticos. Nas pacientes que eles se manifestam, variam de acordo com a localização, tamanho e direção do crescimento do tumor.

Os sintomas mais frequentes associados aos miomas uterinos são:

  • Sangramento entre os períodos menstruais acompanhado de cólicas;
  • Sangramento menstrual intenso;
  • Períodos menstruais que podem durar mais do que o normal;
  • Cólica ou dor durante os períodos;
  • Necessidade de urinar com mais frequência;
  • Sensação de pressão na parte inferior do abdômen;
  • Dor durante a relação sexual;
  • Dor abdominal;
  • Alterações intestinais, como constipação;
  • Dor lombar;

É importante ficar atenta a qualquer manifestação de sintomas. Eles podem ocorrer individualmente ou em associação e alertam para a necessidade de procurar um especialista.

Para detectar os miomas, o ginecologista realiza um exame de rotina verificando alterações na forma e volume uterino. Posteriormente, solicita diferentes exames de imagem. Os mais comuns são a ultrassonografia pélvica, a ressonância magnética (RM) e a histeroscopia ambulatorial, que permite uma visualização mais detalhada do canal cervical e da cavidade uterina.

Tratamento indicado para miomas

O tratamento de miomas uterinos depende de vários fatores, como idade, estado de saúde, sintomas ou se a paciente está grávida ou quer ter filhos ou não. Pode ser farmacológico, não cirúrgico ou cirúrgico. Se houver infertilidade, pode ser indicada a reprodução assistida, mas uma avaliação completa deve ser feita do casal.

Em mulheres assintomáticas, por exemplo, os miomas normalmente são apenas regularmente acompanhados, a não ser que haja infertilidade associada. Nesse caso, estudamos a melhor forma de a paciente engravidar.

Quando os miomas são menores e os sintomas menos intensos, geralmente é indicada a terapia hormonal, que ao mesmo tempo alivia os sintomas e promove a redução dos miomas.

Terapia hormonal específica com análogos da GnRH, hormônio que libera as gonadotrofinas LH e FSH (hormônio luteinizante e folículo-estimulante, respectivamente), age bloqueando a síntese de hormônios femininos (estradiol e progesterona). Controla o sangramento e reduz o volume do mioma, embora seu uso seja por tempo limitado, pelos efeitos colaterais que apresenta.

Suplementos de ferro são importantes se o sangramento excessivo causar anemia.

Há ainda a opção de tratamentos não cirúrgicos, como a embolização da artéria uterina, que utiliza um cateter para injetar pequenas partículas (agentes embólicos) nas artérias uterinas, que fornecem sangue aos miomas e ao útero. O objetivo é colapsar os vasos sanguíneos dos miomas, restringir o fluxo sanguíneo e fazer com que eles encolham e morram.

Quando os sintomas provocam maior impacto na qualidade de vida e a mulher está tentando engravidar, o tratamento cirúrgico pode ser a opção mais adequada. Para facilitar a remoção dos miomas, geralmente a terapia hormonal também é prescrita antes para diminuir o volume dos miomas.

O procedimento para a remoção, chamado miomectomia, é realizado por técnica minimamente invasiva, como a videolaparoscopia e a vídeo-histeroscopia (para remover principalmente miomas submucosos).

Dependendo do caso, para engravidar a mulher precisa da reprodução assistida, principalmente da fertilização in vitro (FIV).

A FIV permite contornar problemas como alterações na receptividade endometrial ou obstruções nas tubas uterinas. Além disso, é o tratamento de produção assistida com os maiores percentuais de sucesso.

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Inseminação artificial (IA): saiba mais sobre essa técnica de reprodução assistida

Ainda que os problemas de fertilidade afetem milhões de pessoas no mundo todo, têm tratamento na maioria dos casos. As técnicas de reprodução assistida são a indicação padrão para infertilidade feminina e masculina.

Relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV) são as principais, classificadas de acordo com a complexidade do procedimento. IA, assim como a RSP são consideradas de baixa complexidade, pois preveem a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas, processo conhecido como in vivo.

A inseminação artificial foi investigada ainda no século XVIII como solução para a disfunção sexual masculina – dificuldades de ereção e ejaculação – e, com o desenvolvimento da Medicina Reprodutiva, aprimorada.

Atualmente é uma das principais opções para o tratamento de mulheres com distúrbios de ovulação, ao mesmo tempo que aumenta as chances de gravidez quando há fatores a infertilidade masculina de menor gravidade, incluindo os de disfunção sexual.

Em quais casos a inseminação artificial é indicada?

Como na IA a fecundação acontece naturalmente nas tubas uterinas, elas deverão estar saudáveis. Além disso, é mais adequada para mulheres com até 35 anos, que possuam níveis mais altos de reserva ovariana, ou seja, maior quantidade de folículos (bolsas que contém os óvulos) armazenados nos ovários.

Mulheres que preencham esses requisitos podem utilizar a técnica para tratar as seguintes condições:

  • Distúrbios de ovulação: quando há dificuldades no amadurecimento do folículo ou no rompimento dele para liberação do óvulo (ovulação). Geralmente resultam de irregularidades menstruais, caracterizada por ciclos mais longos do que o normal, com maior ou menor quantidade de fluxo ou ausência de menstruação (amenorreia).
  • Anormalidades no muco cervical: muco cervical é o fluído que facilita o transporte dos espermatozoides até as tubas uterinas durante o período fértil;
  • Cicatrizes no colo do útero: cicatrizes no colo uterino dificultam a entrada dos espermatozoides e podem ser consequência de um parto, processos inflamatórios ou qualquer procedimento cirúrgico ginecológico;
  • Endometriose nos estágios iniciais: o processo inflamatório característico na doença pode causar interferência na ovulação nos estágios iniciais;
  • Infertilidade sem causa parente (ISCA): quando o diagnóstico é de infertilidade sem causa aparente (ISCA), ou seja, se os exames que investigam a infertilidade falharem em identificar a causa.

O tratamento também é possível quando há os problemas masculinos como:

  • Disfunção erétil: dificuldades em ter ou manter a ereção;
  • Problemas de ejaculação: ejaculação em pequenos volumes ou ejaculação precoce;
  • Pequenas alterações nos espermatozoides: na forma (morfologia) ou movimento (motilidade).

Desde 2013 a inseminação artificial da mesma forma que as outras técnicas de reprodução assistida, pode ser utilizada por casais homoafetivos. Está entre as opções para que casais homoafetivos femininos possam ter filhos. Nesse caso, o tratamento é realizado com a utilização de espermatozoides doados.

Como a inseminação artificial é realizada?

A primeira etapa da IA é a estimulação ovariana. Como o nome sugere é um procedimento que estimula o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos e, consequentemente, de mais óvulos.

Para isso são utilizados medicamento hormonais em dosagens mais baixas, com o objetivo de obter até três óvulos maduros, aumentando as chances de fecundação.

No ciclo natural, por exemplo, embora vários folículos cresçam, apenas um desenvolve e amadurece para posteriormente ovular. O desenvolvimento folicular é acompanhado por exames de ultrassonografia.

Quando eles estão próximos ao amadurecimento, novos medicamentos hormonais são administrados, induzindo-os à maturação final e ao rompimento. A ovulação ocorre em aproximadamente 36 horas.

Enquanto a mulher é submetida à estimulação ovariana, o sêmen do parceiro é coletado e os espermatozoides capacitados por técnicas de preparo seminal.

A inseminação é então realizada: os melhores espermatozoides são inseridos em um cateter e depositados no útero logo após a indução da ovulação. O procedimento é bastante simples e realizado na própria clínica de reprodução assistida.

Após mais ou menos quinze dias a gravidez já pode ser confirmada. As taxas são semelhantes à da gestação espontânea: entre 20% e 25% a cada ciclo de realização do tratamento. A IA pode ser realizada por até três ciclos, depois disso perde em eficácia e a indicação passa ser o tratamento por fertilização in vitro, técnica de maior complexidade.

O tratamento por IA provoca algum risco?

A IA é um procedimento considerado de baixo risco, as raras complicações podem incluir:

  • Infecções e sangramento: infecções e sangramento leve provocados pela inserção do cateter. Porém, são eventos que não interferem na gravidez e são facilmente resolvidos.
  • Gestação gemelar: o desenvolvimento de mais folículos aumenta as chances de gestação gemelar. Mesmo muitas vezes desejada pelos pais, pode ser mais perigosa para a mãe e para o bebê, quando comparada com a gravidez única.
  • Síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO): o aumento da produção de hormônios pelos ovários pode resultar no desenvolvimento de uma condição conhecida como Síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO). Ela aumenta o risco de alterações metabólicas e de problemas mais graves, como a trombose venosa profunda (TVP), principalmente nas pernas, assim como de abortamento. O acompanhamento clínico e laboratorial, entretanto, minimiza bastante o risco.

Entenda detalhadamente a IA tocando aqui.

SOP: sintomas mais comuns

Os hormônios sexuais são produzidos pelas gônadas, ou glândulas sexuais: nas mulheres, os ovários e nos homens, os testículos.

Estrogênio e a progesterona são os principais hormônios sexuais femininos e, o masculino, a testosterona, que também é produzida em pequenas quantidades pelos ovários.

Eles atuam no desenvolvimento das características sexuais, na libido e são fundamentais para o processo reprodutivo. A produção desses hormônios é estimulada pelo eixo hipotálamo-hipofisário que ativa a liberação das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante).

Nos ovários, o FSH estimula o crescimento dos folículos, enquanto o LH promove ainda mais a secreção de estrogênio, funcionando como um gatilho que induz o amadurecimento final do folículo e o rompimento dele (ovulação).

Os níveis hormonais sofrem variações em diferentes fases da vida, como por exemplo a puberdade, gravidez e menopausa. No entanto, devem estrar em equilíbrio para o bom funcionamento do sistema reprodutivo, o que pode ser alterado por diferentes condições causando complicações para a saúde, entre elas infertilidade.

Muito comum em mulheres durante a fase reprodutiva, a síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma das patologias femininas que podem causar essas alterações.

O que é SOP?

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino que pode afetar até 10% das mulheres na fase reprodutiva. Tem como característica, principalmente, a anovulação crônica e o aumento da testosterona (hiperandrogenismo).

Em um ciclo natural, diversos folículos crescem, no entanto, apenas um se torna dominante, amadurece e ovula, enquanto os outros são naturalmente eliminados.

Na SOP, o desequilíbrio hormonal, ao mesmo tempo que impede o desenvolvimento e amadurecimento do folículo, os que cresceram, em vez de serem eliminados, acumulam na parte externa dos ovários. Assim, tem ainda como característica o crescimento de múltiplos cistos na parte externa deles, ou seja, pequenos folículos ovarianos imaturos.

Por ser uma síndrome, ou seja, provocada pela associação de características e sintomas que ocorrem frequentemente juntos, a causa exata da SOP ainda permanece desconhecida.

No entanto, diversos estudos sugerem fatores que podem aumentar para o desenvolvimento da doença, entre eles estão a genética e a resistência à insulina (RI):

  • Genética: é frequentemente observada a incidência da doença em parentes de primeiro grau das mulheres portadoras: mulheres que possuem mãe ou irmãs com SOP, portanto, têm maior risco de desenvolvê-la.
  • Resistência à insulina (RI): a resistência à insulina também é um fator desencadeador. O hormônio, produzido pelo pâncreas, é responsável pelo metabolismo da glicose para gerar energia, da mesma forma que age na maturação do folículo. A RI, provoca o aumento de glicose no sangue, resultando, consequentemente, na elevação dos níveis de insulina, estimulando a produção de andrógenos, levando a dificuldades na ovulação. Além disso, está associada à obesidade, condição comum à boa parte das mulheres com SOP.

Quais são os sintomas de SOP?

O hiperandrogenismo resulta no surgimento de traços masculinos, enquanto anovulação, por outro lado, pode ser sinalizada por irregularidades menstruais. Veja abaixo os sintomas que podem ser manifestados pela SOP:

  • Crescimento de pelos em locais anormais como face, seios ou costas;
  • Alterações na pele, como acne;
  • Queda temporária de cabelo (alopecia);
  • Seborreia;
  • Ausência de menstruação (amenorreia);
  • Menstruação com frequência anormal, em intervalos de mais de 35 dias. Ciclos mais longos do que o normal (oligomenorreia);
  • Ciclos mais longos do que o normal;
  • Períodos com maior ou menor quantidade de fluxo menstrual;
  • A resistência à insulina, comum em mulheres obesas, pode causar, ainda, acantose nigricans, caracterizada pelo espessamento e escurecimento da pele nas axilas, base do pescoço, dobras dos dedos e cotovelos;
  • Ganho de peso, com dificuldade de controlá-lo;
  • Transtornos emocionais como depressão e ansiedade;
  • Alterações do humor;
  • Problemas relacionados ao sono;
  • Cefaleia;

O hiperandrogenismo associado à falta de equilíbrio dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo provoca a anovulação, ou ausência de ovulação, resultando, assim, em infertilidade: a anovulação é, inclusive, considerada a principal causa de infertilidade feminina.

Entenda melhor o que é hiperandrogenismo e por que ele ocorre

O controle inadequado do eixo hipotálamo-hipofisário-gonodal, com todas glândulas funcionantes e a resistência à insulina levam a um microambiente androgênico nas células foliculares imaturas hiperestimuladas: elas passam a secretar mais testosterona, provocando, assim, o quadro de hiperandrogenismo, ou seja, aumento na produção de hormônios andrógenos.

Esse microambiente impede o desenvolvimento e amadurecimento do folículo, resultando em anovulação.

A SOP é, portanto, a principal causa de hiperandrogenismo feminino, hirsutismo, anovulação crônica e infertilidade por fator anovulatório.

Como a SOP é diagnosticada?

Para diagnosticar a SOP são realizados exames que avaliam os níveis hormonais, a reserva ovariana e para confirmar a presença dos cistos nos ovários.

  • Teste hormonal: tem como objetivo analisar os níveis de testosterona e dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo;
  • Avaliação da reserva ovariana: determina a quantidade de folículos presentes nos ovários, incluindo os folículos antrais, ou seja, os que possuem capacidade para ovular;
  • Exames de imagem: a ultrassonografia transvaginal é o primeiro exame realizado para detectar a presença de cistos. Além de identificar a quantidade e o tamanho deles, possibilita ainda, a medida do volume ovariano, uma vez que o aumento também pode ser indicativo de SOP.

Como a SOP é tratada?

O tratamento para SOP considera o desejo da mulher de engravidar no momento. Se não houver a intenção, são prescritos medicamentos que aliviam e controlam os sintomas.

  • Para hiperandrogenismo: são prescritos antiandrogênios, hormônios esteroides de ação antiandrogênica, que evitam ou inibem a manifestação dos sintomas masculinos.
  • Para a resistência à insulina (RI): é prescrito um agente sensibilizante para reduzir os níveis do hormônio;
  • Para irregularidades menstruais: são prescritos medicamentos hormonais como anticoncepcionais orais combinados.

Quando a mulher pretende engravidar o tratamento é realizado pelas técnicas de reprodução assistida, indicadas de acordo com cada paciente.

Em todas elas a primeira etapa do tratamento é a estimulação ovariana. Procedimento que estimula o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, a partir do uso de medicamentos hormonais. O objetivo é obter mais óvulos maduros, aumentando, assim, as chances de fecundação.

Nas técnicas de baixa complexidade – relação sexual programada (RSP) e inseminação intrauterina (IIU) –, que preveem a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas (in vivo), as dosagens hormonais utilizadas são mais baixas, com o propósito de obter até três óvulos. As chances de gravidez são semelhantes às da gestação natural: aproximadamente 25% a cada ciclo de realização do tratamento.

Já na fertilização in vitro, de alta complexidade, óvulos e espermatozoides são fecundados em laboratório, in vitro. Por isso, as dosagens são mais altas. A FIV é a técnica de reprodução assistida que possui os percentuais mais altos de gravidez por ciclo de tratamento: em média 40%.

Leia tudo sobre a SOP tocando aqui.

Relação sexual programada ou coito programado: veja se a técnica pode ser indicada para você

Existem diversas técnicas para que o casal possa realizar o sonho de ter filhos quando recebem o diagnóstico de infertilidade. Nesse cenário, perguntamos: você já ouviu falar em relação sexual programada (RSP) ou coito programado?

A relação sexual programada ou coito programado (os termos são sinônimos) é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade. Isso significa que não há micromanipulação de gametas e os procedimentos são mais simples.

Dessa forma, as indicações também são bastante reduzidas, embora uma boa indicação da técnica ofereça boas taxas de sucesso. Vamos entender mais sobre ela e conferir se é uma boa opção para você? Continue conosco!

Quando a relação sexual programada é indicada?

A relação sexual programada (RSP) é uma das técnicas de reprodução assistida. As outras são a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV). De forma geral, essas técnicas são indicadas, hoje, para casais com dificuldades de engravidar, casais homoafetivos masculinos e femininos, para pessoas solteiras que querem ter filhos e para casais que não são inférteis, mas querem evitar a transmissão de doença genética conhecida na família.

A RSP, assim como a IA, é uma técnica de baixa complexidade, portanto só é indicada em casos específicos. Então, se você está tentando engravidar há mais de um ano pelos métodos tradicionais e não está conseguindo, talvez o coito programado seja uma alternativa interessante.

A RSP é a técnica menos complexa da reprodução assistida. Ela não exige micromanipulação de gametas nem uma série de procedimentos que a FIV, por exemplo, realiza. Por isso, é necessário que o casal tenha boas condições reprodutivas:

  • homem: precisa apresentar resultados dentro dos padrões no exame de espermograma, que avalia critérios importantes tanto do sêmen (análise macroscópica – volume, viscosidade, pH, entre outros aspectos) como dos espermatozoides (análise microscópica – concentração, motilidade, morfologia, entre outros);
  • mulher: deve ter menos que 35 anos e as tubas uterinas permeáveis (abertas, senão reduz as chances de fecundação), assim como não pode ter doenças ou malformações no útero.

Como a fecundação na RSP ocorre nas tubas uterinas, naturalmente, quaisquer alterações nos órgãos reprodutivos devem ser avaliadas para que a relação sexual programada seja um sucesso.

Dessa forma, a RSP pode ser indicada para casais cujo homem tem bons parâmetros seminais e cuja mulher apresenta as seguintes alterações:

  • disfunção ovulatória;
  • endometriose mínima ou leve;
  • infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Disfunção ovulatória

Quando há sintomas de alterações no ciclo menstrual (apresentando um intervalo muito maior do que o normal entre as menstruações ou quando não existe um fluxo menstrual), a disfunção ovulatória deve ser investigada. Isso significa que há distúrbios relacionados à ausência de ovulação.

As doenças mais comuns que podem provocar alterações na ovulação são a síndrome dos ovários policísticos (SOP), o hipotireoidismo e a falência ovariana prematura (FOP). No entanto, dependendo da gravidade dessas doenças, só a FIV pode superar a infertilidade, por isso o casal deve ser investigado de forma detalhada. A indicação do melhor tratamento sempre é personalizada.

Endometriose mínima ou leve

A endometriose é uma das principais patologias ginecológicas e compromete os órgãos reprodutores femininos. No entanto, quando a paciente é diagnosticada com endometriose mínima ou leve – dependendo das características da doença –, também pode engravidar com a RSP.

Infertilidade sem causa aparente (ISCA)

Quando todos os exames do casal não apresentam fator que justifique um diagnóstico de infertilidade, ocorre a infertilidade sem causa aparente. Dessa maneira, os pacientes podem tentar a gestação com a RSP, inclusive, como a primeira alternativa de tratamento.

Como o coito programado é realizado?

A relação sexual programada, ou coito programado, é simples e é feito em três etapas principais:

  1. estimulação ovariana;
  2. indução da ovulação;
  3. tentativas de gravidez.

1. Estimulação ovariana

Em ciclos menstruais, a mulher libera apenas 1 óvulo dos ovários para que possa haver a fecundação. Em mulheres com problemas de fertilidade, esse óvulo pode não ser liberado, sendo necessária a estimulação ovariana.

A estimulação é feita com medicamentos hormonais que agem nos ovários para que eles liberem de 1 a 3 óvulos. Esse número é importante porque um número superior a esse eleva o risco de gestação gemelar, que deve ser evitada sempre devido a seus riscos.

Ao longo da estimulação ovariana o crescimento dos folículos (os quais são responsáveis por armazenar os óvulos) é monitorado por ultrassonografias.

Quando os folículos atingem a dimensão esperada, é feita a indução da ovulação.

2. Indução da ovulação

A indução da ovulação é feita com medicação injetável (hormônio hCG). Ela promove o amadurecimento final do óvulo e o rompimento do folículos para que o óvulo seja liberado.

Dessa forma, ele segue e é capturado com mais facilidade pelas tubas uterinas, onde o óvulo será fecundado pelo espermatozoide naturalmente.

3. Tentativas de gravidez

A última etapa são as tentativas de gravidez, quando, de fato, acontece a relação sexual programada. Assim, é determinado o período fértil da mulher, momento que ela deve manter relações sexuais para aumentar as chances de concepção. Dessa forma, são determinados os dias e horários para que o casal tenha relações sexuais.

Precisamos ressaltar que a técnica é indicada por no máximo seis ciclos. Se o casal não conseguir engravidar neste período, a FIV pode ser indicada.

Quais são as taxas de sucesso do coito programado?

As taxas de sucesso do coito programado são em torno de 20%. Para isso, a técnica precisa ser bem indicada e realizada por um profissional qualificado e especializado em reprodução assistida.

Você gostou do texto? Se sim, complemente o seu estudo sobre a RSP conferindo mais informações importantes aqui.

ICSI: conheça os detalhes sobre o processo de fecundação da FIV

A fertilização in vitro (FIV) é a principal técnica de reprodução assistida. Surgiu na década de 1970 como solução para obstrução tubária, uma das causas mais comuns de infertilidade feminina.

Na ocasião tornou-se conhecida como bebê de proveta, em referência ao fato de a técnica possibilitar a fecundação fora do organismo, de forma artificial, em laboratório, o que até aquela época figurava apenas como temática em histórias de ficção científica.

Na FIV, após a fecundação dos gametas os embriões formados também são cultivados em laboratório por alguns dias e, posteriormente, transferidos para o útero materno para que ocorra o desenvolvimento da gravidez. É a técnica de reprodução assistida que possui os percentuais mais altos de sucesso gestacional por ciclo de realização do tratamento.

Continue a leitura e conheça os detalhes sobre o processo de fecundação da FIV com a utilização da ICSI.

O que é ICSI?

Com a evolução da medicina reprodutiva e as novas tecnologias a FIV também evoluiu e, em 1992, teve um de seus mais importantes avanços: a incorporação da ICSI ou injeção intracitoplasmática de espermatozoides, que proporcionou o tratamento de infertilidade masculina provocada por fatores mais graves.

A ICSI ajuda a superar problemas de fertilidade masculina, como:

  • O parceiro não apresenta espermatozoides no sêmen ejaculado (azoospermia);
  • Produz poucos espermatozoides (oligozoospermia);
  • O espermatozoide pode não se mover de maneira normal (astenozoospermia);
  • O espermatozoide pode ter problemas na forma que dificultam a fusão com o óvulo (teratozoospermia);
  • Se houver presença de anticorpos antiespermatozoides, que erroneamente atacam os espermatozoides.

Além disso, também é importante para preservação da fertilidade de pacientes oncológicos, assim como proporciona o tratamento de infertilidade feminina por fatores mais graves e é a técnica indicada para mulheres acimas de 36 anos, idade na qual os óvulos possuem a zona pelúcida (camada glicoproteica que envolve o óvulo) mais espessa, o que dificulta a penetração do espermatozoide para que ocorra a fecundação.

Hoje, a FIV com ICSI é o método mais utilizado em clínicas de reprodução assistida do mundo todo para o tratamento de infertilidade feminina e masculina.

Como a ICSI funciona?

Para entender melhor como a ICSI funciona, é importante conhecer o processo de fertilização por FIV clássica.

Nesse método a fecundação acontece de forma natural: milhares de espermatozoides são colocados juntos a um óvulo em uma placa de cultura, no laboratório, até que um deles se ligue à camada externa do óvulo empurrando-a para o citoplasma, substância gelatinosa presente no interior da célula onde a fecundação acontece.

No entanto, alterações na forma do espermatozoide, no movimento ou mesmo uma camada externa mais espessa podem impedir que a fecundação aconteça e, por isso, apenas um pequeno número de óvulos geralmente é fecundado.

Na FIV com ICSI, por outro lado, cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo. O processo é realizado a partir do uso de um aparelho de alta precisão conhecido como micromanipulador de gametas.

Acoplado a um microscópio, possibilita a captura de um único espermatozoide após ele ser avaliado, em movimento, injetando-o diretamente no citoplasma do óvulo, aumentando, dessa forma, as chances de fecundação.

Óvulos e espermatozoides que serão fecundados são anteriormente coletados. Para isso, a mulher é submetida à estimulação ovariana.

O procedimento utiliza medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos naturais, com o propósito de estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos (cavidades em forma de saco que armazenam os óvulos), uma vez que no ciclo natural, embora vários cresçam a cada mês, apenas um deles se torna dominante e amadurece rompendo para liberar o óvulo.

O processo de desenvolvimento é acompanhado por exames de ultrassonografia transvaginal realizados periodicamente, até que eles atinjam o tamanho ideal para serem induzidos ao amadurecimento final e ovulação, que ocorre em aproximadamente 36 horas.

Durante esse período os folículos maduros são coletados por punção folicular e os óvulos extraídos em laboratório.

Simultaneamente é feita a coleta de sêmen e os melhores espermatozoides são capacitados por técnicas de preparo seminal, que possibilitam a seleção dos que possuem melhor forma (morfologia) e movimento (motilidade).

Em homens com azoospermia, condição na qual os espermatozoides não estão presentes no sêmen ejaculado, eles podem ser recuperados diretamente dos epidídimos ou dos testículos.

Os epidídimos são dutos que os armazenam e nutrem até que ganhem mais motilidade e, os testículos, as glândulas sexuais masculinas onde são produzidos nos túbulos seminíferos.

Após a seleção, os melhores gametas (óvulos e espermatozoides) são, então, fecundados em laboratório.

Os embriões formados a partir da fecundação também são cultivados em laboratório por até seis dias. Podem ser transferidos para o útero materno em dois estágios de desenvolvimento: D3 ou clivagem, entre o segundo e terceiro dia, no início da divisão celular e, blastocisto, entre o quinto e sexto dia, quando o embrião já possui as células formadas e diferenciadas por função.

A melhor estratégia, nesse caso, é definida pelo especialista, de acordo com cada caso.

A ICSI é um método de fecundação que pode ser utilizado apenas na FIV. Nas outras técnicas de reprodução assistida, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas. O processo, nesse caso, é conhecido como in vivo.

Cada ciclo de realização da FIV proporciona taxas bastante expressivas de gravidez bem-sucedida: em média 40%.

Para saber mais sobre a FIV com ICSI, toque aqui.