ICSI: conheça os detalhes sobre o processo de fecundação da FIV - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

A fertilização in vitro (FIV) é a principal técnica de reprodução assistida. Surgiu na década de 1970 como solução para obstrução tubária, uma das causas mais comuns de infertilidade feminina.

Na ocasião tornou-se conhecida como bebê de proveta, em referência ao fato de a técnica possibilitar a fecundação fora do organismo, de forma artificial, em laboratório, o que até aquela época figurava apenas como temática em histórias de ficção científica.

Na FIV, após a fecundação dos gametas os embriões formados também são cultivados em laboratório por alguns dias e, posteriormente, transferidos para o útero materno para que ocorra o desenvolvimento da gravidez. É a técnica de reprodução assistida que possui os percentuais mais altos de sucesso gestacional por ciclo de realização do tratamento.

Continue a leitura e conheça os detalhes sobre o processo de fecundação da FIV com a utilização da ICSI.

O que é ICSI?

Com a evolução da medicina reprodutiva e as novas tecnologias a FIV também evoluiu e, em 1992, teve um de seus mais importantes avanços: a incorporação da ICSI ou injeção intracitoplasmática de espermatozoides, que proporcionou o tratamento de infertilidade masculina provocada por fatores mais graves.

A ICSI ajuda a superar problemas de fertilidade masculina, como:

  • O parceiro não apresenta espermatozoides no sêmen ejaculado (azoospermia);
  • Produz poucos espermatozoides (oligozoospermia);
  • O espermatozoide pode não se mover de maneira normal (astenozoospermia);
  • O espermatozoide pode ter problemas na forma que dificultam a fusão com o óvulo (teratozoospermia);
  • Se houver presença de anticorpos antiespermatozoides, que erroneamente atacam os espermatozoides.

Além disso, também é importante para preservação da fertilidade de pacientes oncológicos, assim como proporciona o tratamento de infertilidade feminina por fatores mais graves e é a técnica indicada para mulheres acimas de 36 anos, idade na qual os óvulos possuem a zona pelúcida (camada glicoproteica que envolve o óvulo) mais espessa, o que dificulta a penetração do espermatozoide para que ocorra a fecundação.

Hoje, a FIV com ICSI é o método mais utilizado em clínicas de reprodução assistida do mundo todo para o tratamento de infertilidade feminina e masculina.

Como a ICSI funciona?

Para entender melhor como a ICSI funciona, é importante conhecer o processo de fertilização por FIV clássica.

Nesse método a fecundação acontece de forma natural: milhares de espermatozoides são colocados juntos a um óvulo em uma placa de cultura, no laboratório, até que um deles se ligue à camada externa do óvulo empurrando-a para o citoplasma, substância gelatinosa presente no interior da célula onde a fecundação acontece.

No entanto, alterações na forma do espermatozoide, no movimento ou mesmo uma camada externa mais espessa podem impedir que a fecundação aconteça e, por isso, apenas um pequeno número de óvulos geralmente é fecundado.

Na FIV com ICSI, por outro lado, cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo. O processo é realizado a partir do uso de um aparelho de alta precisão conhecido como micromanipulador de gametas.

Acoplado a um microscópio, possibilita a captura de um único espermatozoide após ele ser avaliado, em movimento, injetando-o diretamente no citoplasma do óvulo, aumentando, dessa forma, as chances de fecundação.

Óvulos e espermatozoides que serão fecundados são anteriormente coletados. Para isso, a mulher é submetida à estimulação ovariana.

O procedimento utiliza medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos naturais, com o propósito de estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos (cavidades em forma de saco que armazenam os óvulos), uma vez que no ciclo natural, embora vários cresçam a cada mês, apenas um deles se torna dominante e amadurece rompendo para liberar o óvulo.

O processo de desenvolvimento é acompanhado por exames de ultrassonografia transvaginal realizados periodicamente, até que eles atinjam o tamanho ideal para serem induzidos ao amadurecimento final e ovulação, que ocorre em aproximadamente 36 horas.

Durante esse período os folículos maduros são coletados por punção folicular e os óvulos extraídos em laboratório.

Simultaneamente é feita a coleta de sêmen e os melhores espermatozoides são capacitados por técnicas de preparo seminal, que possibilitam a seleção dos que possuem melhor forma (morfologia) e movimento (motilidade).

Em homens com azoospermia, condição na qual os espermatozoides não estão presentes no sêmen ejaculado, eles podem ser recuperados diretamente dos epidídimos ou dos testículos.

Os epidídimos são dutos que os armazenam e nutrem até que ganhem mais motilidade e, os testículos, as glândulas sexuais masculinas onde são produzidos nos túbulos seminíferos.

Após a seleção, os melhores gametas (óvulos e espermatozoides) são, então, fecundados em laboratório.

Os embriões formados a partir da fecundação também são cultivados em laboratório por até seis dias. Podem ser transferidos para o útero materno em dois estágios de desenvolvimento: D3 ou clivagem, entre o segundo e terceiro dia, no início da divisão celular e, blastocisto, entre o quinto e sexto dia, quando o embrião já possui as células formadas e diferenciadas por função.

A melhor estratégia, nesse caso, é definida pelo especialista, de acordo com cada caso.

A ICSI é um método de fecundação que pode ser utilizado apenas na FIV. Nas outras técnicas de reprodução assistida, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas. O processo, nesse caso, é conhecido como in vivo.

Cada ciclo de realização da FIV proporciona taxas bastante expressivas de gravidez bem-sucedida: em média 40%.

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