SOP: sintomas mais comuns - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

Os hormônios sexuais são produzidos pelas gônadas, ou glândulas sexuais: nas mulheres, os ovários e nos homens, os testículos.

Estrogênio e a progesterona são os principais hormônios sexuais femininos e, o masculino, a testosterona, que também é produzida em pequenas quantidades pelos ovários.

Eles atuam no desenvolvimento das características sexuais, na libido e são fundamentais para o processo reprodutivo. A produção desses hormônios é estimulada pelo eixo hipotálamo-hipofisário que ativa a liberação das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante).

Nos ovários, o FSH estimula o crescimento dos folículos, enquanto o LH promove ainda mais a secreção de estrogênio, funcionando como um gatilho que induz o amadurecimento final do folículo e o rompimento dele (ovulação).

Os níveis hormonais sofrem variações em diferentes fases da vida, como por exemplo a puberdade, gravidez e menopausa. No entanto, devem estrar em equilíbrio para o bom funcionamento do sistema reprodutivo, o que pode ser alterado por diferentes condições causando complicações para a saúde, entre elas infertilidade.

Muito comum em mulheres durante a fase reprodutiva, a síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma das patologias femininas que podem causar essas alterações.

O que é SOP?

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino que pode afetar até 10% das mulheres na fase reprodutiva. Tem como característica, principalmente, a anovulação crônica e o aumento da testosterona (hiperandrogenismo).

Em um ciclo natural, diversos folículos crescem, no entanto, apenas um se torna dominante, amadurece e ovula, enquanto os outros são naturalmente eliminados.

Na SOP, o desequilíbrio hormonal, ao mesmo tempo que impede o desenvolvimento e amadurecimento do folículo, os que cresceram, em vez de serem eliminados, acumulam na parte externa dos ovários. Assim, tem ainda como característica o crescimento de múltiplos cistos na parte externa deles, ou seja, pequenos folículos ovarianos imaturos.

Por ser uma síndrome, ou seja, provocada pela associação de características e sintomas que ocorrem frequentemente juntos, a causa exata da SOP ainda permanece desconhecida.

No entanto, diversos estudos sugerem fatores que podem aumentar para o desenvolvimento da doença, entre eles estão a genética e a resistência à insulina (RI):

  • Genética: é frequentemente observada a incidência da doença em parentes de primeiro grau das mulheres portadoras: mulheres que possuem mãe ou irmãs com SOP, portanto, têm maior risco de desenvolvê-la.
  • Resistência à insulina (RI): a resistência à insulina também é um fator desencadeador. O hormônio, produzido pelo pâncreas, é responsável pelo metabolismo da glicose para gerar energia, da mesma forma que age na maturação do folículo. A RI, provoca o aumento de glicose no sangue, resultando, consequentemente, na elevação dos níveis de insulina, estimulando a produção de andrógenos, levando a dificuldades na ovulação. Além disso, está associada à obesidade, condição comum à boa parte das mulheres com SOP.

Quais são os sintomas de SOP?

O hiperandrogenismo resulta no surgimento de traços masculinos, enquanto anovulação, por outro lado, pode ser sinalizada por irregularidades menstruais. Veja abaixo os sintomas que podem ser manifestados pela SOP:

  • Crescimento de pelos em locais anormais como face, seios ou costas;
  • Alterações na pele, como acne;
  • Queda temporária de cabelo (alopecia);
  • Seborreia;
  • Ausência de menstruação (amenorreia);
  • Menstruação com frequência anormal, em intervalos de mais de 35 dias. Ciclos mais longos do que o normal (oligomenorreia);
  • Ciclos mais longos do que o normal;
  • Períodos com maior ou menor quantidade de fluxo menstrual;
  • A resistência à insulina, comum em mulheres obesas, pode causar, ainda, acantose nigricans, caracterizada pelo espessamento e escurecimento da pele nas axilas, base do pescoço, dobras dos dedos e cotovelos;
  • Ganho de peso, com dificuldade de controlá-lo;
  • Transtornos emocionais como depressão e ansiedade;
  • Alterações do humor;
  • Problemas relacionados ao sono;
  • Cefaleia;

O hiperandrogenismo associado à falta de equilíbrio dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo provoca a anovulação, ou ausência de ovulação, resultando, assim, em infertilidade: a anovulação é, inclusive, considerada a principal causa de infertilidade feminina.

Entenda melhor o que é hiperandrogenismo e por que ele ocorre

O controle inadequado do eixo hipotálamo-hipofisário-gonodal, com todas glândulas funcionantes e a resistência à insulina levam a um microambiente androgênico nas células foliculares imaturas hiperestimuladas: elas passam a secretar mais testosterona, provocando, assim, o quadro de hiperandrogenismo, ou seja, aumento na produção de hormônios andrógenos.

Esse microambiente impede o desenvolvimento e amadurecimento do folículo, resultando em anovulação.

A SOP é, portanto, a principal causa de hiperandrogenismo feminino, hirsutismo, anovulação crônica e infertilidade por fator anovulatório.

Como a SOP é diagnosticada?

Para diagnosticar a SOP são realizados exames que avaliam os níveis hormonais, a reserva ovariana e para confirmar a presença dos cistos nos ovários.

  • Teste hormonal: tem como objetivo analisar os níveis de testosterona e dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo;
  • Avaliação da reserva ovariana: determina a quantidade de folículos presentes nos ovários, incluindo os folículos antrais, ou seja, os que possuem capacidade para ovular;
  • Exames de imagem: a ultrassonografia transvaginal é o primeiro exame realizado para detectar a presença de cistos. Além de identificar a quantidade e o tamanho deles, possibilita ainda, a medida do volume ovariano, uma vez que o aumento também pode ser indicativo de SOP.

Como a SOP é tratada?

O tratamento para SOP considera o desejo da mulher de engravidar no momento. Se não houver a intenção, são prescritos medicamentos que aliviam e controlam os sintomas.

  • Para hiperandrogenismo: são prescritos antiandrogênios, hormônios esteroides de ação antiandrogênica, que evitam ou inibem a manifestação dos sintomas masculinos.
  • Para a resistência à insulina (RI): é prescrito um agente sensibilizante para reduzir os níveis do hormônio;
  • Para irregularidades menstruais: são prescritos medicamentos hormonais como anticoncepcionais orais combinados.

Quando a mulher pretende engravidar o tratamento é realizado pelas técnicas de reprodução assistida, indicadas de acordo com cada paciente.

Em todas elas a primeira etapa do tratamento é a estimulação ovariana. Procedimento que estimula o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, a partir do uso de medicamentos hormonais. O objetivo é obter mais óvulos maduros, aumentando, assim, as chances de fecundação.

Nas técnicas de baixa complexidade – relação sexual programada (RSP) e inseminação intrauterina (IIU) –, que preveem a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas (in vivo), as dosagens hormonais utilizadas são mais baixas, com o propósito de obter até três óvulos. As chances de gravidez são semelhantes às da gestação natural: aproximadamente 25% a cada ciclo de realização do tratamento.

Já na fertilização in vitro, de alta complexidade, óvulos e espermatozoides são fecundados em laboratório, in vitro. Por isso, as dosagens são mais altas. A FIV é a técnica de reprodução assistida que possui os percentuais mais altos de gravidez por ciclo de tratamento: em média 40%.

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