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O que é preparo seminal?

O sêmen contém substâncias que auxiliam na chegada dos espermatozoides até o óvulo, entretanto, isso não é necessário na reprodução assistida. Além disso, ele muitas vezes conta com alguns espermatozoides mortos ou que não estão tão saudáveis para conseguir realizar a fecundação de forma satisfatória.

Neste texto, explicaremos o que é o preparo seminal e como essa técnica ajuda a resolver esses problemas, permitindo, assim, que as tentantes consigam engravidar com mais facilidade. Vamos lá?

Entenda o que é o preparo seminal

O preparo seminal é uma técnica na qual são utilizados diferentes métodos para capacitar os espermatozoides, dessa forma, apenas os melhores são utilizados no processo de reprodução assistida. 

Além disso, também auxilia na remoção dos líquidos utilizados pelos espermatozoides para chegarem até o óvulo, o que não é necessário na reprodução assistida. Também são removidas prostaglandinas e outros componentes que podem causar reações negativas.

A coleta das amostras de sêmen é feita por masturbação, entretanto, quando os espermatozoides não estão presentes nas amostras, condição conhecida como azoospermia, os espermatozoides podem ser recuperados por punção, diretamente dos testículos ou dos epidídimos. 

As amostras são levadas para o laboratório, local em que é realizada uma análise seminal ou espermograma, para a definição do melhor método que será utilizado no preparo seminal em si. São avaliados uma série de parâmetros para isso e, após o processo, apenas os melhores exemplares são selecionados para a fecundação.

Qual a sua importância para a reprodução assistida?

O preparo seminal é uma das fases mais importantes dos procedimentos de reprodução assistida, já que ele seleciona os melhores espermatozoides para realizarem a fecundação. Essa etapa aumenta consideravelmente as chances de sucesso.

Isso acontece porque os gametas que estiverem mortos ou com muitas alterações na morfologia e motilidade são descartados, assim como as substâncias que não são necessárias para o processo de fecundação.

Dependendo da idade em que a mulher se encontra ou da qualidade seminal, é muito importante que sejam tomadas todas as medidas para que a gravidez se concretize mais rapidamente, já que as chances de sucesso podem ser naturalmente mais baixas nesses casos.

Atualmente, as taxas de sucesso da fertilização in vitro (FIV), por exemplo, principal técnica de reprodução assistida em que o preparo seminal é uma das etapas, são, em média, de 40% por tentativa. O que é bastante alto, principalmente ao comparar com as de concepção por via natural, de aproximadamente 20% por ciclo ovulatório.

Como esse procedimento é feito?

Agora que você entendeu um pouco mais sobre o que é o preparo seminal e qual a sua importância para a reprodução assistida, veja como essa etapa é realizada.

Atualmente, são utilizadas três técnicas para o preparo: lavagem simples, gradiente descontínuo de densidade e a migração ascendente, também chamada de swim-up. A seguir, conheça cada uma delas.

Lavagem simples

Lavagem simples é a técnica utilizada quando as amostras possuem alta qualidade. Nela, as amostras são centrifugadas em um meio de lavagem separando o sêmen dos espermatozoides e selecionando os que possuem melhor motilidade, ou seja, movimento. 

Gradiente descontínuo de densidade

Essa é a técnica aplicada quando as amostras têm baixos parâmetros de concentração dos espermatozoides, morfologia (forma) e motilidade . A amostra é posicionada no topo de uma mídia de densidade e os espermatozoides devem vencer gradientes de densidade diferentes com a força da centrifugação. Dessa forma, ficam depositados no fundo os que possem maior qualidade e, na camada superior, os menos qualificados. 

Migração ascendente (ou swim-up)

Já a migração ascendente é a técnica utilizada quando os parâmetros são normais. O material coletado é colocado no fundo do tubo de ensaio e um meio de cultura no topo. Com a centrifugação os espermatozoides de melhor qualidade nadam para o meio de cultura e os menos qualificados permanecem depositados no fundo. 

Como o preparo seminal ocorre na reprodução assistida?

O preparo seminal é realizado em duas técnicas de reprodução assistida: inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV). 

São dois tratamentos utilizados por quem quer engravidar, e uma das etapas para que os procedimentos tenham o máximo de eficiência é o preparo seminal. Entenda como ele funciona em cada situação.

Preparo seminal na inseminação artificial (IA)

A coleta do sêmen é feita horas antes do procedimento, por masturbação. Depois de coletado, ele é levado para o laboratório onde é feita a preparação do material utilizando uma das técnicas explicadas no tópico anterior.

Os melhores gametas são, então, introduzidos no interior da cavidade uterina durante o período fértil da mulher com o auxílio de um cateter, para que a fecundação aconteça naturalmente, nas tubas uterinas. 

A IA é indicada para casos menos graves de infertilidade masculina, como pequenas alterações na motilidade e morfologia dos espermatozoides e, para possibilitar a gravidez de casais homoafetivos femininos, situação em que o tratamento é realizado com a utilização de espermatozoides doados, cujo doador pode ser selecionado em bancos de esperma. 

Preparo seminal na FIV

No caso da FIV, o processo é parecido, porém a técnica é indicada quando há alterações mais graves na estrutura dos espermatozoides, se eles não estiverem presentes no sêmen (azoospermia), ou para possibilitar a gravidez de casais homoafetivos masculinos (com ovodoação) e femininos, se houver a intenção de gestação compartilhada. 

Após a seleção dos melhores gametas (óvulos e espermatozoides) a fecundação é realizada em laboratório por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide). Nessa técnica, cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo por um micromanipulador de gametas. 

Ao entender melhor como funciona o preparo seminal, qual a sua importância para a eficácia dos tratamentos por FIV e IA e como ele é realizado, você pode ter mais segurança na hora de realizá-los.

Gostou do texto? Leia outro conteúdo no qual explicamos detalhadamente como esse procedimento funciona. Acesse o link agora e confira!

Gestação compartilhada: o que é e quando pode ser feita?

Nos últimos anos, avanços importantes tanto em técnicas de reprodução assistida, quanto na área jurídica, trouxeram novas opções para casais homoafetivos que têm o desejo de formar uma família. 

Especialmente na fertilização in vitro, em que se tornou possível casais homoafetivos femininos vivenciarem a experiência gestativa de novas formas. Um exemplo disso é a chamada gestação compartilhada.

Também conhecido como método ROPA (recepção de óvulos da parceira), a gestação compartilhada é exclusiva da FIV, prevista e autorizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para casais homoafetivos femininos.

Continue a leitura e compreenda melhor o que é a gestação compartilhada e como ela se difere da técnica da inseminação artificial (IA), que também possibilita a gravidez de casais homoafetivos femininos. Ainda, descubra mais sobre como ela é feita e outros detalhes sobre o procedimento. 

O que é gestação compartilhada?

A gestação compartilhada é uma alternativa para que casais homoafetivos femininos tenham uma experiência compartilhada de gestação, ou seja, compartilhar igualmente o processo de maternidade. Por meio dela, a mãe gestacional recebe um óvulo de sua parceira.

Como é feita a gestação compartilhada?

Quando o casal homoafetivo feminino decide tentar a gravidez, entre as opções de reprodução assistida, há a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV). No entanto, apenas a FIV proporciona a gestação compartilhada.

Isso porque na IA a fecundação ocorre naturalmente, nas tubas uterinas. Enquanto na FIV é realizada em laboratório e os embriões transferidos para o útero da parceira. 

Em ambos os casos, é necessário a utilização de espermatozoides doados, cujos doadores podem ser escolhidos em bancos de esperma, de acordo com as características do casal. 

A gestação compartilhada é feita com uma parceira fornecendo os óvulos e a outra dando continuidade ao processo gestacional. 

A parceira fornecedora dos óvulos passará pela estimulação ovariana, procedimento realizado com medicamentos hormonais semelhantes ao produzidos pelo organismo, para elevar as chances de mais folículos desenvolverem e obter um maior número de óvulos para a fecundação. 

Os medicamentos são administrados ainda nos primeiros dias do ciclo menstrual e o desenvolvimento dos folículos é acompanhado por exames de ultrassonografia transvaginal realizados em intervalos regulares. Quando já estão quase maduros, novos medicamentos os induzem ao amadurecimento final e rompimento. 

Após a indução, são coletados por punção folicular: o líquido de cada folículo é aspirado e o óvulo posteriormente extraído. Os melhores óvulos são então selecionados e preparados para a fecundação. 

Nesse estágio, depois de definido o doador de sêmen, as amostras são enviadas para o preparo seminal, técnica que possibilita a seleção dos espermatozoides mais capacitados para a fecundação. 

A fecundação acontece em laboratório por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide). Nessa técnica, os espermatozoides são individualmente avaliados, em movimento, com o auxílio de um microscópio de alta magnificação. 

Somente após ter a saúde confirmada, é injetado diretamente no citoplasma do óvulo. A ICSI aumentou as chances de sucesso, possibilitando que um número maior de embriões seja formado. 

No método clássico, por exemplo, após serem selecionados pelo preparo seminal, os espermatozoides são colocados junto aos óvulos em uma placa de cultura e para a fecundação ocorrer 😮 espermatozoide deve romper a zona pelúcida e penetrar o óvulo. 

Os embriões formados deverão seguir para o cultivo embrionário, etapa em que são armazenados em incubadora, em meios de cultura com condições bastante semelhantes às encontradas no útero humano. 

Em alguns casos pode ser feita a preparação uterina da parceira que irá ter a experiência de gestar, garantindo, assim, que o endométrio esteja receptivo para receber o embrião. 

A última etapa é a transferência dos embriões, cuja quantidade transferida varia conforme a idade da paciente, segundo determinação do CFM: mulheres até 37 anos, até 2 embriões, com mais de 37 anos, até 3 embriões. 

Em aproximadamente duas semanas, é feito um exame de gravidez para verificar o sucesso do tratamento. 

No entanto, é importante destacar que, antes desses procedimentos, ambas as parceiras deverão realizar diversos exames para avaliar sua saúde geral e reprodutiva, de modo a obter dados para orientar a tomada de decisão sobre a técnica que garantirá maiores chances de resultados positivos. 

Quais são as chances de sucesso da gestação compartilhada?

Embora as taxas de sucesso dependam de diferentes variáveis, incluindo a idade da mãe que vai doar os óvulos e a saúde reprodutiva da que vai gestar, a fertilização in vitro é a técnica de reprodução assistida que possui as mais altas por ciclo de realização do tratamento: em média 40%.

Além disso, caso não exista sucesso na primeira tentativa, a transferência pode ser novamente repetida em um ciclo seguinte: os embriões que não foram transferidos, são congelados com esse objetivo, ou para uma nova gravidez no futuro. 

Saiba mais sobre o assunto lendo também nosso texto sobre técnicas de reprodução assistida para casais homoafetivos.

Casais homoafetivos masculinos e reprodução assistida: quais são as possibilidades?

Você sabe que os casais homoafetivos masculinos podem ter filhos? No entanto, tem dúvidas das possibilidades, das técnicas e resultados dos tratamentos? Fique tranquilo! Neste post, obterá informações relevantes sobre o assunto para que possa realizar seu sonho de ser pai.

Antigamente, os casais homoafetivos só podiam ter seus bebês, se adotassem um. Entretanto, com o avanço da medicina e das leis, adquiriram direito de terem uma criança, basta um parceiro ser o genitor biológico. Isso é possível por meio da reprodução assistida e regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). 

Assim, pensando em trazer maior esclarecimento sobre o tema, produzimos o texto abaixo. Acompanhe!

Veja como a reprodução assistida permite que casais homoafetivos masculinos tenham filhos

Desde 2013 o CFM autorizou a utilização das técnicas de reprodução assistida para que casais homoafetivos femininos e masculinos possam gerar filhos biológicos. 

A gravidez dos casais femininos, que devem contar com um doador de espermatozoides, pode ser obtida por duas técnicas: inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV). Enquanto a dos masculinos é possível apenas pela FIV. 

Além de uma doadora de óvulos os casais homoafetivos masculinos precisam ainda da cessão temporária do útero ou gravidez de substituição. Nessa técnica, complementar à FIV, o útero pode ser cedido por parentes de até quarto grau dos pacientes. 

A participação de parentes próximos na gravidez, com a resolução atual do CFM publicada em maio desse ano, tornou-se também extensiva à doação de óvulos, considerando o mesmo grau de parentesco. No entanto, a opção por escolher entre doadoras anônimas com as mesmas características fenotípicas do casal, disponíveis em clínicas de reprodução assistida, ainda permanece. 

Conheça as estatísticas

De acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), entre os anos de 2016 e 2017, houve um aumento de 10% no número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo no Brasil. Logo, são mais casais formando novas famílias. Desses, 15% são casamentos entre mulheres (mais de 3.300) e 3,7% de homens (2,5 mil).

Inclusive, segundo a Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (REDLARA) os casais brasileiros são recordistas na fertilização in vitro, inseminação artificial e transferência de embriões. Pois, nasceram 83 mil crianças em apenas 25 anos, deixando a Argentina e o México para trás. Todavia, a pesquisa não informa o índice de procedimentos em pais homoafetivos.

Por outro lado, sabe-se, hoje, que milhões de crianças em diferentes países, entre adotivas e biológicas, são filhos de casais homoafetivos masculinos. Dessa maneira, mais homens no mundo todo têm encontrado caminhos para ser pai, e a reprodução assistida é um deles.

Saiba de que maneira um casal homoafetivo masculino pode ter filhos

Primeiro, é necessário procurar uma clínica de reprodução assistida para o casal ser avaliado. Como foi dito acima, os parceiros masculinos só podem ter filhos pela FIV. 

A mulher que vai ceder o útero, após ter a saúde avaliada para confirmar a capacidade de gestar a criança, se for necessário, recebe medicamentos hormonais para garantir a receptividade do endométrio, fundamental no processo de implantação do embrião, que inicia a gestação. 

Entenda como isso ocorre na prática e tire suas dúvidas

Após a escolha da doadora de óvulos, o parceiro que vai doar o sêmen faz a coleta das amostras, submetidas posteriormente ao preparo seminal, técnica que seleciona por diferente métodos os melhores espermatozoides para a fecundação. 

Quando a doadora é parente, após a estimulação ovariana e indução da ovulação, procedimento que estimula o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, os maduros são coletados por punção folicular e os óvulos selecionados em laboratório para a fecundação. Já os óvulos de doadoras anônimas, devem ser descongelados. 

A fecundação também acontece em laboratório, atualmente a técnica mais utilizada é a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide): cada espermatozoide é novamente avaliado e injetado diretamente no óvulo por um micromanipulador de gametas.

Os embriões formados são cultivados em laboratório por alguns dias e transferidos ao útero de substituição para que a implantação aconteça naturalmente. 

O CFM permite a transferência de até 2 embriões se a mulher que for gestar a criança tiver até 37 anos e, até 3 embriões para mulheres acima dessa idade. 

Assim, depois de aproximadamente 15 dias a parente fará o exame de gravidez para verificar se o embrião fixou no endométrio. 

Agora você sabe que os casais homoafetivos masculinos podem se tornar pais. Por isso, se esse é um desejo seu e de seu parceiro, busque uma clínica de reprodução assistida especializada, com médicos qualificados e que oferecem a segurança e o acolhimento necessários para esse momento.

Para entender mais profundamente sobre a FIV, toque aqui. Boa leitura!

Reversão da laqueadura: o que é e quando é indicada?

Por muitos anos, a laqueadura foi um dos procedimentos mais utilizados para garantir a contracepção da mulher quando ela não desejava ou, então, não podia utilizar métodos hormonais (como a pílula anticoncepcional). Porém, atualmente, essa recomendação está em desuso e já não é indicada normalmente.

Hoje podemos optar por outros métodos com alta taxa de eficácia. É o caso, por exemplo, do DIU de cobre ou hormonal e o implante subdérmico.

Porém, muitas mulheres passaram pela laqueadura e depois se arrependem e desejam engravidar novamente. O que pode ser feito nesses casos? Uma das opções que a medicina oferece é a reversão da laqueadura.

Neste texto, falaremos sobre o que é esse procedimento e quando ele é indicado. Continue a leitura e tire suas dúvidas sobre o tema.

O que é a laqueadura?

A laqueadura é um método de contracepção feminina definitivo, também chamado de esterilização feminina. No procedimento, é realizada uma obstrução das tubas uterinas, impedindo a passagem dos espermatozoides e inviabilizando a fecundação.

O procedimento pode ser feito por alguns métodos, tais como:

  • Amarrar e cortar as tubas;
  • Apenas amarrar;
  • Cauterizar. 

Ainda assim, há uma chance rara de falha do método, dependendo da técnica utilizada. É quando ocorre uma reversão espontânea da laqueadura. 

Por que ela não é mais tão utilizada?

Como falamos na introdução, anteriormente a laqueadura era indicada para as pessoas que não queriam engravidar e desejavam métodos de longo prazo ou duradouros. Por isso, essa era a indicação nesse tipo de situação, já que não haviam, de forma popularizada, os métodos contraceptivos de longo prazo e opções não-hormonais.

Atualmente as mulheres podem contar com:

  • DIU de cobre (ou cobre e prata), cuja duração é 10 anos; 
  • DIU hormonal, cuja duração é 5 anos;
  • Implante subdérmico, cuja duração é 3 anos.

Contudo, mesmo assim, muitas ainda buscam a laqueadura por se tratar, justamente, de um método quase definitivo. Elas não desejam engravidar e, assim, não querem se preocupar com métodos contraceptivos temporários, ainda que possam ser utilizados por longo prazo.

Mas, e quando a laqueadura é realizada e a mulher se arrepende posteriormente? Eventualmente isso ocorre. Por isso, pode ser interessante pensar em outras alternativas ao invés do procedimento definitivo. Entre os casos mais comuns de arrependimento, estão:

  • O início de um novo relacionamento, que despertou o desejo em formar uma nova família com a pessoa;
  • Realização do procedimento de forma precoce, levando a um arrependimento depois de um tempo;
  • Influência de um então parceiro e familiares, gerando um procedimento que não era o que a mulher desejava naquele momento.

Nesses casos, pode-se indicar a reversão da laqueadura, como veremos a seguir.

O que é a reversão da laqueadura?

A reversão de laqueadura é um procedimento cirúrgico, que também é chamado de reanastomose tubária. Ela é possível quando não houve uma remoção das tubas ou não foram utilizados métodos como a cauterização. Assim, é possível buscar formas de realizar a religação.

A cirurgia é feita normalmente por videolaparoscopia. Esse é um dos métodos mais seguros e menos invasivos e garante que a paciente terá uma boa recuperação do procedimento.

Quando a reversão da laqueadura é indicada?

A reversão da laqueadura possui algumas indicações específicas. São elas:

  • Idade da mulher (abaixo de 35 anos);
  • Tempo transcorrido desde o momento em que o procedimento foi realizado;
  • A técnica utilizada na laqueadura;
  • As condições do sistema reprodutor feminino. 

É importante considerar, portanto, se realmente vale a pena, no que diz respeito às condições de fertilidade da mulher ou mesmo do seu parceiro. Por isso, ambos também são submetidos a diferentes exames para avaliar a saúde reprodutiva. 

Há outras opções além da reversão da laqueadura?

Quando o caso não se enquadra no caso de reversão da laqueadura é possível conseguir engravidar novamente? A resposta é sim. A medicina reprodutiva oferece como solução, nesse caso, a fertilização in vitro (FIV).

Na técnica a fecundação acontece em laboratório, sem precisar das tubas uterinas, e os embriões formados são transferidos posteriormente para o útero.

Reversão da laqueadura ou FIV: qual a melhor opção?

Quando pensamos em questões de custo-benefício e possiblidades de uma frustração, a FIV mostra-se um procedimento muito mais recomendado para quem deseja engravidar novamente. A reversão de laqueadura não garante o retorno da fertilidade. Isso dependerá de muitas questões relacionadas às condições do sistema reprodutor feminino naquele momento.

Por isso, a reprodução assistida permite que você já recorra diretamente à possiblidade de engravidar, com menos sofrimento pelas diversas tentativas malsucedidas.

A FIV É um tratamento indicado diversos casos de infertilidade, feminina e masculina

Contudo, há ainda quem tenha interesse em realizar a reversão de laqueadura. É o seu caso? Então, leia outro texto completo detalhando como o procedimento é feito e tire suas dúvidas sobre o tema.

Reversão da vasectomia: o que é e quando é indicada?

Nas últimas décadas, as técnicas de medicina reprodutiva evoluíram bastante. Nesse contexto, surgiu a possibilidade de reversão da vasectomia — uma cirurgia de esterilização masculina que era considerada definitiva. No entanto, essa é apenas uma das diversas formas para auxiliar os homens com dificuldades reprodutivas, mesmo aquelas causadas por procedimentos voluntários. 

Sabemos que a vida é dinâmica: novos relacionamentos, perdas e amadurecimento frequentemente levam as pessoas a reavaliar escolhas passadas. Por isso, uma característica importante da medicina reprodutiva é o seu olhar humanizado e personalizado para os pacientes.

Em uma avaliação, observamos as características biológicas, o contexto sociocultural, as expectativas e objetivos de ambos os parceiros. A partir disso, é possível mostrar as vantagens e desvantagens de cada tratamento para que a melhor decisão seja tomada junto com o casal. 

Ficou interessado em saber mais sobre o assunto? Acompanhe a leitura!

O que é a vasectomia?

A vasectomia é um procedimento contraceptivo cirúrgico realizado no homem com efeitos potencialmente definitivos. Para que ela seja indicada, é preciso que o indivíduo se enquadre em alguns requisitos, como:

  • Idade superior a 25 anos;
  • Ter, pelo menos, 2 filhos vivos;
  • Expressar o desejo de passar pela vasectomia após ter sido informado sobre suas consequências. Por isso, é feito um termo de consentimento, o qual deve ser assinado antes do procedimento.

O conceito da cirurgia é relativamente simples quando se entende a anatomia do sistema reprodutor masculino.

Os espermatozoides são produzidos nos testículos e amadurecidos em uma estrutura anexa, chamada de epidídimo. Durante a ejaculação, eles são transportados por uma série de canais. O primeiro deles é o ducto deferente, que tem de 30 a 40 cm.

Depois disso, ele se une com o ducto da vesícula seminal e forma o ducto ejaculatório. Após passar pela próstata, as células reprodutivas são transportadas para a uretra, que vai liberá-las durante a relação sexual.

A vasectomia busca interromper o trajeto dos espermatozoides logo no início, nos ductos deferentes em sua porção que fica dentro do escroto. Assim, após o período de recuperação, o conteúdo da ejaculação (sêmen) não conterá espermatozoides. 

Quais motivos podem levar ao arrependimento?

De forma geral, os motivos do arrependimento são os seguintes:

  • Desejo de ter filhos com uma nova parceira;
  • Falecimento de um ou mais filhos;
  • Realização do procedimento ainda jovem.

Entretanto, pode haver outras razões. Sem julgamento, o profissional vai ouvir atentamente os pacientes e conversar sobre as vantagens ou desvantagens de cada opção de tratamento. 

Quais as indicações de reversão da vasectomia?

A cirurgia é indicada para todos os homens que passaram por vasectomia. Apesar disso, os estudos mostram que há determinados fatores que reduzem as chances de sucesso reprodutivo após a reversão:

  • Período desde realização da cirurgia: após a cirurgia, ocorre um processo de cicatrização progressivo, que obstrui os ductos deferentes e reduz sua funcionalidade;
  • Presença de granulomas: devido à inflamação pós-cirúrgica, pode-se formar um “tumor” benigno, chamado de granuloma;
  • Infertilidade grave da parceira: há determinadas condições que impedem os diferentes estágios da ovulação e da fertilização; 
  • Idade da parceira maior do que 35 anos: esta pesquisa demonstrou que as taxas de gravidez após a reversão da vasectomia eram de 54% quando a parceira tinha mais de 35 anos. Após os 40 anos, ela se reduz ainda mais e chega a 14%. 

A maioria desses casos contraindica a reversão da vasectomia, mas não implicam a infertilidade do casal. Há técnicas de reprodução assistida que podem proporcionar a gestação desejada com excelentes taxas de sucesso. Afinal, apesar de não liberados pela ejaculação, os espermatozoides podem continuar viáveis.

Por isso, o olhar da medicina reprodutiva é tão importante. Após uma avaliação completa da saúde do casal, um plano terapêutico personalizado é elaborado de acordo com os diagnósticos estabelecidos e as expectativas dos pacientes.

Como é a cirurgia de reversão da vasectomia?

A cirurgia envolve um cuidadoso religamento das bordas cortadas do ducto deferente. Com isso, o canal é reconstruído e os espermatozoides poderão seguir o seu caminho pelo sistema reprodutor masculino. Tecnicamente, esse processo é chamado de recanalização.

Para isso, após a anestesia, será feito um corte na bolsa escrotal para a localização e exposição dos ductos deferentes. Então, dois métodos podem ser empregados:

  • Vasovasostomia: a conexão é feita diretamente pela união de duas extremidades do ducto deferente;
  • Vasoepididimostomia: em vez de reconectá-los diretamente, eles serão ligados ao epidídimo. Todavia, essa técnica é muito mais complexa e está associada a mais complicações. 

Depois disso, o sucesso da cirurgia dependerá da boa recuperação do paciente. Por esse motivo, serão necessários alguns cuidados:

  • Controle da inflamação por meio de medicamentos e compressas frias;
  • Utilização de suspensório escrotal;
  • Abstinência sexual e repouso por 4 semanas;
  • Uso de antibióticos, quando há indicação médica.

As complicações envolvem principalmente a formação de um hematoma local ou de granulomas. Já as chances de reobstrução estão relacionadas ao tipo de cirurgia. Mesmo em caso de sucesso da cirurgia, não há garantia de gravidez pelas relações sexuais. Isso pode levar à frustração do casal, que terá de tentar outro método de reprodução.

Por isso, especialmente quando há contraindicação, o paciente deve avaliar alternativas à reversão da vasectomia, como a fertilização in vitro (FIV). Nessa técnica, os espermatozoides são coletados diretamente dos testículos e dos epidídimos por procedimentos minimamente invasivos, como o PESA, o MESA, o TESE e o Micro-TESE. Da mesma forma, a mulher será preparada para garantir a coleta de óvulos viáveis.

Então, a fertilização é realizada em laboratório. Se ela for bem-sucedida, os embriões gerados são cultivados por um período de 3 a 6 dias. Ao final do cultivo, são transferidos ao útero e espera-se que pelo menos um deles se implante no endométrio. Depois disso, a evolução da gestação será acompanhada de perto. 

Portanto, a reversão da vasectomia não é o único caminho para que os homens esterilizados cirurgicamente possam voltar a ter filhos. Há várias técnicas de reprodução assistida com resultados excelentes. Por esse motivo, a atenção médica especializada é essencial para fazer a avaliação da saúde reprodutiva do casal e, assim, indicar um tratamento personalizado e humanizado.

Quer entender melhor o procedimento de reversão da vasectomia? Então, não deixe de ler este nosso conteúdo completo sobre o tema!

Casais homoafetivos femininos e reprodução assistida: quais as possibilidades?

Constituir família e ter filhos biológicos faz parte dos sonhos de muitos casais, inclusive os homoafetivos. A constante evolução das técnicas de reprodução assistida e as mudanças das leis, inclusive com o reconhecimento oficial da união homoafetiva, abrem o caminho para a realização desses desejos. 

Neste artigo abordaremos as principais informações sobre a reprodução assistida, que além de tratar a infertilidade, torna possível a gravidez homoafetiva para casais femininos. Continue a leitura e confira!

O que é reprodução assistida?

A reprodução assistida é um conjunto de procedimentos técnicos e laboratoriais que viabilizam a gravidez nos casos de infertilidade ou casais homoafetivos, tanto masculinos, quanto femininos. 

As técnicas que possibilitam a gravidez dos casais homoafetivos femininos, são a inseminação artificial (IA), também chamada inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV)

Nesse caso, a decisão de qual tratamento realizar é do casal, mas é importante ressaltar que antes ambas as parceiras são submetidas a diferentes exames para confirmar a saúde reprodutiva. Apenas com os resultados, o médico especialista pode determinar a mais adequada em cada caso. 

Com funciona a reprodução assistida para casais homoafetivos femininos?

O Conselho Federal de Medicina (CFM), por meio de resolução, permite que os casais homoafetivos utilizem recursos de reprodução assistida para gerarem filhos biológicos. No caso dos femininos, permite ainda a gestação compartilhada, situação em que o embrião obtido a partir da fecundação dos óvulos de uma mulher é transferido para o útero de sua parceira. 

Já os casais masculinos podem contar com a barriga solidária ou cessão temporária do útero, em que útero para gestar a criança pode ser cedido por parentes de até 4º grau dos pacientes em tratamento. 

Para os casais femininos o processo é mais fácil, pois já possuem os óvulos e o útero, sendo necessário apenas os espermatozoides. Enquanto os masculinos, além da barriga solidária, devem contar com óvulos de uma doadora. 

A resolução mais recente do CFM, publicada em maio desse ano, permite que os doadores também sejam parentes de até 4º grau dos pacientes, assim como podem ser escolhidos em bancos de esperma, no caso das mulheres, e em clínicas de reprodução assistida, dos homens, de acordo com as características fenotípicas do casal. 

Como mencionado anteriormente, as técnicas mais utilizadas para a gravidez de casais homoafetivos femininos são a IA e a FIV. Confira as principais informações sobre as duas. 

Inseminação artificial

Nessa técnica, a parceira escolhida para passar pela gestação começa o tratamento com um procedimento chamado estimulação ovariana, que utiliza medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento de mais folículos, acompanhado por ultrassonografias realizadas a cada dois ou três dias, que indicam quando novos medicamentos devem induzi-los ao amadurecimento final e ovulação.

O sêmen do doador, passa pelo preparo seminal, técnica que capacita os espermatozoides por diferentes métodos, selecionando os mais saudáveis, inseridos no útero da mulher que vai gestar logo após a indução da ovulação. 

Em aproximadamente duas semanas a mulher realiza o teste de gravidez. Caso não seja positivo, novas tentativas podem ser feitas, conforme orientação da equipe médica. 

Vale ressaltar que a inseminação artificial é rápida e indolor e a paciente pode retomar suas atividades cotidianas imediatamente após o procedimento. No entanto, as tubas uterinas devem estar permeáveis, sem nenhum tipo de obstrução, uma vez que a fecundação acontece naturalmente, assim como o útero, para não haver nenhum problema no desenvolvimento da gravidez. 

Fertilização in vitro 

A FIV é indicada quando há a intenção de gestação compartilhada, se houver algum problema de infertilidade que impeça a gravidez por IA ou se o tratamento com o uso da técnica não for bem-sucedido. 

A primeira decisão do casal, após os resultados diagnósticos, é sobre qual das duas parceiras doará os óvulos, que será fertilizado pelo sêmen de um doador, e qual deverá gestar a criança. 

A doadora de óvulos, também é submetida à estimulação ovariana. Porém, após a indução da ovulação, os folículos maduros são coletados por punção, os óvulos selecionados e preparados para a fecundação. Enquanto os espermatozoides são, da mesma forma, capacitados pelo preparo seminal. 

O processo de fecundação ocorre em ambiente laboratorial. A técnica mais utilizada atualmente é a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI): cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo com o uso de um aparelho específico chamado micromanipulador de gametas. 

Após a fecundação, os embriões formados são armazenados em uma incubadora por alguns dias, em condições muito parecidas com o útero humano, e transferidos para o útero da parceira que vai gestar. 

Assim como na IA, no caso de insucesso, é possível realizar novas tentativas. Na FIV, entretanto, os embriões que não foram transferidos, são congelados, para uso em um próximo ciclo, ou no futuro. 

Quer saber mais sobre barriga de aluguel? Toque aqui.

Transferência embrionária na FIV: como é feita?

Para diferentes causas de infertilidade, a fertilização in vitro (FIV) é a técnica mais eficaz. É um tratamento complexo, composto por cinco etapas, sendo que a última é a transferência embrionária para o útero materno.

Essa etapa final pode ser feita entre o segundo e o sexto dia de cultivo embrionário em laboratório, sendo que a escolha do melhor protocolo depende de alguns fatores.

Se você tem interesse em entender os detalhes da transferência de embriões na FIV, vai gostar de acompanhar este texto. Continue a leitura e tire suas dúvidas sobre esse assunto!

Quais são as etapas da FIV?

Para explicar como acontece a transferência embrionária, é importante destacar todas as etapas da FIV. Veja a seguir.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

Na estimulação ovariana, a mulher recebe medicamentos à base de hormônios, como os produzidos naturalmente pelo corpo feminino. O intuito é o desenvolvimento de uma grande quantidade de folículos, estruturas que armazenam o óvulo.

O crescimento dos folículos é monitorado por meio de exames de ultrassonografia: quando atingem o tamanho ideal, a mulher recebe o hormônio hCG para finalizar o processo de maturação e induzir ao rompimento e liberação do óvulo (ovulação). 

Aspiração folicular e preparo seminal

A mulher é sedada para que seja feita a aspiração do líquido dentro dos folículos, onde estarão os óvulos, que passam por uma análise em laboratório, sendo separados somente aqueles maduros e saudáveis.

Em paralelo, uma amostra do sêmen é coletada e preparada para a escolha dos espermatozoides que cumpram os quesitos de vitalidade e motilidade.

Fecundação

Com a seleção dos melhores gametas, chega o momento da fertilização. A técnica convencional fazia o processo em placas de cultura, porém o procedimento mais adotado atualmente é a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), em que cada espermatozoide é injetado no interior do óvulo.

Cultivo dos embriões

Após fertilizados, os embriões ficam na fase de cultivo por 2 a 6 dias, processo acompanhado por um especialista em embriologia para verificar se os embriões estão desenvolvendo adequadamente. Nessa fase, quando o embrião está no blastocisto, entre o quinto e sexto dia de desenvolvimento, podem ser avaliadas alterações genéticas e cromossômicas.

Transferência embrionária

É o momento de os embriões saudáveis serem transportados para o útero materno, como detalharemos no tópico seguinte.

Como ocorre a transferência embrionária?

Na quinta e última etapa da FIV, os embriões são depositados no útero da mãe, um processo em que ela não precisa receber anestesia. Assim, a transferência é feita em ambiente ambulatorial e o médico utiliza a ultrassonografia para servir como um guia no transporte dos embriões para a cavidade uterina.

Em alguns casos, a mulher pode receber medicamentos à base de hormônios para favorecer a receptividade endometrial, desse modo, ter um sucesso maior na implantação do embrião. 

Depois da transferência, ela espera por cerca de duas semanas e realiza o teste de gravidez.

Em que momento é feita essa transferência?

A transferência dos embriões pode ocorrer seguindo dois protocolos distintos e a escolha vai depender de cada tratamento. 

Transferência em D3

Chamada de transferência em fase de clivagem, é um processo em que os embriões são transportados para o útero com 2 ou 3 dias de desenvolvimento. É uma opção para casais com poucos embriões formados, já que o ambiente intrauterino pode ser o mais propício para o desenvolvimento embrionário adequado.

Mulheres com idade avançada e homens com problemas de fertilidade com comprometimento da qualidade dos gametas podem se beneficiar com esse protocolo nessa etapa da FIV.

Transferência em D5

É a transferência de blastocisto, estágio atingido pelo embrião com entre o 5 e 6 dias de divisão celular. É um momento em que ele tem boas chances de implantação no útero, pois é esse o tempo em que, naturalmente, se implanta na gestação espontânea.

O processo é muito utilizado, pois se beneficia das tecnologias das incubadoras, que evitam interferências do ambiente externo no cultivo embrionário, favorecendo, dessa forma, o desenvolvimento.

Quantos embriões são utilizados?

A reprodução assistida deve seguir as normas do Conselho Federal de Medicina (CFM) que, em sua Resolução nº 2.294/2021, determina o número de embriões que podem ser transferidos de acordo com a idade da mulher:

  • Mulheres com até 37 (trinta e sete) anos: até 2 (dois) embriões; 
  • Mulheres com mais de 37 (trinta e sete) anos: até 3 (três) embriões; 

Apesar da transferência de mais do um embrião, o objetivo do tratamento é a gestação de somente um bebê por conta dos riscos associados de uma gestação múltipla, quando comparada à única. 

Qual a relação entre transferência de embriões e receptividade endometrial?

Para o sucesso da etapa de transferência embrionária, é preciso uma boa receptividade do endométrio, que é a camada do útero em que o embrião será implantado. Dessa maneira, esse tecido deve ter a espessura adequada para fixar o embrião, o que ocorre em apenas alguns dias do ciclo menstrual.

Nesse sentido, é parte da FIV também analisar qual é o melhor período para essa implantação. Para mulheres que já apresentaram falhas na fixação embrionária, pode ser feito o teste ERA, utilizado para avaliar a receptividade endometrial.

Temos que destacar, ainda, a possibilidade da técnica freeze-all, que congela os embriões depois da fecundação para que a transferência ocorra em um ciclo menstrual futuro. Pode ser a alternativa mais viável para pacientes que não estão com o endométrio preparado para a boa fixação embrionária.

A transferência embrionária é a última fase da FIV, sendo que, depois desse procedimento, em poucos dias o casal pode fazer o teste de gravidez para aguardar o tão sonhado positivo.

Quer conhecer mais sobre um dos protocolos da transferência de embriões? Confira como é a transferência de blastocistos!

Barriga de aluguel: o que é e quando é indicada? 

A barriga de aluguel é usada para possibilitar a gravidez em casos de infertilidade feminina, quando problemas uterinos ou a ausência do órgão impedem a mulher de gestar a criança. A técnica é viabilizada somente por meio da fertilização in vitro (FIV) e também permite que casais homoafetivos masculinos tenham filhos.

No Brasil, existem regras claras para a prática legal e ética da cessão temporária de útero ou útero de substituição, termos técnicos para barriga de aluguel.

Deseja saber mais sobre a barriga de aluguel? Este texto reúne as informações completas sobre o assunto: o que é a prática, como é realizada e para quais casos é indicada e/ou permitida no país. Confira!

O que é barriga de aluguel

Barriga de aluguel é um termo popular utilizado para denominar a cessão temporária do útero de uma mulher, que gesta o embrião de pessoas que não podem ter filhos. Trata-se uma técnica gestacional em praticamente qualquer situação de infertilidade, feminina ou masculina. 

Diferentemente do que o nome popular sugere, a barriga de aluguel com fins lucrativos é proibida no Brasil. De acordo com a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), a cessão temporária do útero deve acontecer voluntariamente e apenas entre familiares com até o 4º grau de parentesco. Ou seja, mãe, filha, avó, irmã, tia, sobrinha ou prima. Então, para se referir à técnica, os termos mais corretos são cessão temporária de útero, útero ou gestação de substituição.

Essa é somente uma das regras estabelecidas pelo CFM para normatizar a utilização da barriga de aluguel no Brasil. Além da proibição como prática lucrativa, existem outros princípios que regem essa técnica de modo a assegurar a ética e a segurança das pessoas envolvidas. Confira as situações onde ela pode ser utilizada. 

A quem é indicada?

A barriga de aluguel é indicada para as pessoas que não podem gerar filhos, o que compreende os mais variados casos de infertilidade. Conheça os principais:

Ausência de útero

Em dois casos, a mulher pode apresentar a ausência de útero: pode ser uma condição congênita (apresentada desde o nascimento) ou por conta de procedimentos cirúrgicos. No primeiro caso, trata-se de um distúrbio raro chamado síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKH), em que órgãos do sistema reprodutor como o útero e a vagina são subdesenvolvidos ou ausentes. 

No segundo caso, a mulher passa pela histerectomia, ou seja, a retirada do útero, devido a problemas.

Anomalias congênitas

Algumas mulheres têm malformações na estrutura uterina desde o nascimento, que afetam a capacidade de gestar . Embora incomum, essas anormalidades congênitas prejudicam a função do útero, podendo gerar desde a infertilidade até a incapacidade de continuidade de uma gestação saudável, quando o feto não se desenvolve resultando em abortamento.

Casais homoafetivos masculinos

A barriga de aluguel é uma técnica de reprodução assistida ideal para casais homoafetivos masculinos que desejam ter filhos. Os parceiros podem doar seus espermatozoides para a fecundação em óvulos obtidos de doadoras selecionadas na própria clínica de reprodução assistida.

Riscos para a saúde da gestante

Pacientes diagnosticadas com problemas pulmonares, cardíacos, renais ou mulheres que não apresentem condições clínicas favoráveis para uma gestação saudável, também podem recorrer à barriga de aluguel para ter filhos biológicos.

Homens que desejam a produção independente

Embora incomum, a prática da barriga de aluguel também é facultada aos homens que desejam ser pais biológicos.

Como é feita?

O útero de substituição ou cessão temporária de útero é viabilizada somente pelo tratamento com FIV, única técnica de reprodução assistida em que a fecundação acontece em laboratório e os embriões são posteriormente transferidos ao útero da mulher que vai gestar. 

É justamente por esse aspecto que tal procedimento se diferencia das demais técnicas de reprodução assistida, como a inseminação artificial (IA) e a relação sexual programada (RSP), nas quais a fecundação ocorre naturalmente, nas tubas uterinas. Contudo, o óvulo pode ser tanto de doadoras, quanto próprios, a depender do caso.

Toda as etapas para a realização da cessão de útero são assistidas por uma equipe médica: desde a realização de exames clínicos para avaliar as condições de saúde da mulher que vai gestar o bebê até o pré-natal. Além disso, os pais da criança e a cedente do útero têm acompanhamento psicológico em todo o processo por conta dos aspectos emocionais envolvidos.

As taxas de sucesso da FIV são as mais altas da reprodução assistida e não sofrem variações quando o tratamento é realizado com da cessão temporária do útero. Trata-se de um procedimento para quem deseja realizar o sonho de ter filhos com segurança, regulamento pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). 

Deseja saber mais sobre a barriga de aluguel? Confira outro texto com mais detalhes. 

DIP (doença inflamatória pélvica): quais são as causas? 

A DIP, ou doença inflamatória pélvica, é uma infecção que afeta a região pélvica da mulher, podendo atacar tubas uterinas, útero, ovários e/ou cérvice. Ela geralmente inicia no colo do útero ou na vagina para depois se espalhar por outras regiões da pelve.

Essa é uma doença que atinge muitas mulheres sexualmente ativas no mundo todo, que costumam ter sintomas como sangramento vaginal, corrimento esverdeado ou amarelado com mau cheiro, dor no ventre (ao apalpá-lo) e no contato íntimo, febre, etc. 

Neste texto, falaremos um pouco mais sobre a doença inflamatória pélvica, mostrando suas principais causas, fatores de risco, tratamento e a sua relação com a infertilidade. Continue lendo e saiba mais sobre o assunto. 

Causas da DIP

As causas da DIP são variadas, mas ela normalmente surge em decorrência da proliferação de microrganismos na região pélvica. Isso costuma acontecer como resultado de relações sexuais sem proteção (que facilitam a transmissão), sendo consequência de bactérias como as sexualmente transmissíveis, incluindo Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Mycoplasma genitalium.

Por isso, muitas mulheres entre 15 e 25 anos que não usam preservativo e/ou têm múltiplos parceiros sexuais são propensas ao problema. No entanto, vale ressaltar que a prevenção reduz as chances da DIP. Além disso, também é importante evitar o uso de duchas vaginais, pois elas facilitam o desenvolvimento de doenças ao modificar a flora vaginal. 

Outras causas da doença inflamatória pélvica são: 

  • Uso de objetos contaminados durante a masturbação;
  • Ter começado a usar o DIU recentemente (por volta de 3 semanas);
  • Consequência de infecção pós-parto.

Fatores de risco da DIP

A doença inflamatória pélvica é bastante rara durante a gestação, após a menopausa ou antes da menarca e em mulheres com mais de 35 anos. E, como dito, os principais fatores de risco são a falta de proteção associada à atividade sexual com vários parceiros, o que acontece com as ISTs, infecções sexualmente transmissíveis, em geral. Mas, além desses fatores, também podemos listar: 

  • Já ter sido acometida pela DIP (um percentual expressivo das mulheres voltam a ter a doença);
  • Presença de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs);
  • Vaginose bacteriana;
  • Ter um parceiro sexual que tem relações com outras mulheres;
  • Uso de ducha vaginal. 

Tratamento da DIP

Inicialmente, o tratamento para a DIP é feito com antibióticos ministrados por via muscular ou oral durante 14 dias. Junto disso, a paciente deve tomar alguns cuidados para que os tecidos da região pélvica cicatrizem. São eles o repouso e o não contato sexual (mesmo sendo com preservativo) nesse período. 

Geralmente esse tratamento da doença inflamatória pélvica é feito de forma completamente ambulatorial, pois os antibióticos já eliminam as bactérias. 

Vale ressaltar que o parceiro sexual também deve ser tratado para evitar reinfecção, mesmo se não houver sintomas. A paciente também pode ser internada caso esteja em gestação ou haja sintomas graves, como febre alta ou a formação de abscessos. 

Por fim, alguns casos mais graves exigem tratamentos prolongados ou até mesmo intervenções cirúrgicas para drenar abscessos e/ou tratar inflamações das tubas uterinas. A cirurgia para as mulheres que estão em idade reprodutiva também pode ter a finalidade de preservar os órgãos reprodutores para manter a fertilidade. 

DIP e infertilidade

Como dito, a intervenção cirúrgica pode estar relacionada à manutenção da fertilidade. Isso acontece porque, dependendo da situação, a doença inflamatória pélvica também traz riscos à saúde reprodutiva feminina. Afinal, os sintomas costumam ser brandos, mas existem casos em que acontece a lesão das tubas uterinas, ovários e do útero, que podem causar a infertilidade feminina

Ambas estão tão interligadas que muitas vezes a DIP é diagnosticada apenas quando a paciente busca ajuda profissional por não conseguir engravidar. Nesses casos, a mulher já convive com o problema há algum tempo e encontra dificuldades como essa.

Isso é apontado em estudos que mostram que boa parte das mulheres inférteis tem lesões no útero ou nas tubas uterinas causadas pela DIP. Além disso, o problema aumenta a possibilidade de gravidez ectópica e do desenvolvimento de dores pélvicas que podem durar por anos.

No entanto, não é impossível ter um filho mesmo quando há um problema de infertilidade causado pela DIP. Nesses casos, a reprodução assistida é indicada, particularmente a FIV, fertilização in vitro

A doença inflamatória pélvica afeta muitas mulheres, trazendo algumas complicações ao dia a dia da paciente. No entanto, ela costuma ser facilmente tratável por antibióticos, sem exigir grandes intervenções. 

A grande questão é que qualquer sinal da DIP deve ser observado para que a paciente não desenvolva problemas futuros, como a infertilidade. É o mesmo cuidado que deve ser tomado para prevenir doenças como a endometrite, uma das consequências da DIP que também pode comprometer a fertilidade feminina.

Quer saber mais? Leia o nosso texto completo sobre endometrite.

O que é DIP (doença inflamatória pélvica)? 

Existem diversas doenças femininas que podem causar infertilidade, sendo a DIP (ou doença inflamatória pélvica) uma delas. A DIP é uma infecção que acomete a região pélvica da mulher e, por isso, possui diversas consequências.

Ela acontece quando há a entrada de agentes infecciosos pela vagina, afetando os órgãos reprodutores. Sendo assim, atinge o útero, as tubas uterinas e ovários, causando inflamações.

Você tem dúvidas sobre esse assunto? Então continue a leitura deste conteúdo e aprenda mais! Vamos lá?

O que é DIP?

Como vimos, a DIP é uma doença inflamatória que acomete a região pélvica e é causada por uma infecção polimicrobiana (quando há a existência de várias espécies microbianas), que pode afetar o cérvix uterino, útero, tubas uterinas e ovários. Nos três últimos, a infecção tende a acontecer ao mesmo tempo.

Ela pode ser transmitida sexualmente e, em casos mais graves, se espalhar. Existem diversas complicações quando isso acontece, como dor pélvica crônica, gestação ectópica, quando o embrião se implanta fora do útero, geralmente nas tubas uterinas e, infertilidade.

Geralmente, a DIP aparece em mulheres com idade inferior a 35 anos e raramente surge na menarca, durante uma gestão ou após a menopausa.

Quais são os principais sintomas da doença?

Os sintomas mais comuns da DIP são: dor abdominal, corrimento cervical, febre, sangramento uterino anormal, durante ou após a menstruação, dores na parte inferior das costas e dores circunstanciais durante a micção e relações sexuais.

Os sintomas são bem diversos e, por isso, o diagnóstico pode ser difícil. Além disso, muitas mulheres têm sintomas inespecíficos, leves ou são assintomáticas.

Qual é a relação da DIP com a infertilidade?

Uma das complicações da DIP é a salpingite, inflamação das tubas uterinas, que pode causar cicatrizes e aderências tubárias e, com elas, obstruções, dificultando ou impedindo a fecundação, aumentando o risco de infertilidade ou de gestação ectópica.

A inflamação dos ovários, ooforite, pode afetar o processo de desenvolvimento e amadurecimento folicular ou a qualidade do óvulo, impedindo a ovulação e, consequentemente, a fecundação, ou resultando em abortamento por falhas na implantação do embrião. 

Já a endometrite, inflamação do endométrio, tecido que reveste internamente o útero, pode interferir na receptividade endometrial, o que também resulta em falhas na implantação e abortamento. 

 Como é feito o diagnóstico de DIP?

De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), para diagnóstico e confirmação clínica da DIP, é necessário que haja:

  • Três critérios maiores e um critério menor;

Ou

  • Um critério elaborado.

Os critérios são:

Critérios maiores

  • Dor hipogástrica;
  • Dor à palpação dos anexos;
  • Dor à mobilização de colo uterino.

Critérios menores

  • Temperatura axilar > 37,5°C ou > 38,3°C;
  • Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal;
  • Massa pélvica;
  • Mais de cinco leucócitos por campo de imersão em material de endocérvice, ou seja, após a análise da secreção presente no colo do útero, a presença de leucócitos pode indicar a inflamação;
  • Leucocitose em sangue periférico;
  • Proteína C reativa ou velocidade de hemossedimentação (VHS) elevada;
  • Comprovação laboratorial de infecção cervical por bactérias.

Critérios elaborados

  • Evidência histopatológica de endometrite;
  • Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem;
  • Laparoscopia com evidência de DIP.

Para isso, o médico ginecologista realiza exames como o microscópico da secreção vaginal, ultrassonografia e laparoscopia.

Como é realizado o tratamento?

O tratamento é realizado com antibióticos. Se as mulheres têm um quadro clínico mais leve e sem sinais de pelviperitonite, aplica-se o tratamento ambulatorial.

Somente quando há casos de cirurgias emergenciais, gravidez ou a incapacidade de seguir o tratamento ambulatorial, acontece a internação e antibioticoterapia endovenosa.

Qual é a melhor maneira de prevenir a DIP?

A melhor forma de prevenção da doença é usar preservativos em todas as relações sexuais. Isso diminui os riscos de infeção, pois eles atuam como uma barreira contra as bactérias que podem transmiti-la

Qual é a relação da DIP com a reprodução humana assistida?

Mulheres que já tiveram um episódio de DIP têm mais chance de ter uma gravidez ectópica ou se tornar inférteis.

Então, como a DIP é uma doença que afeta a vida reprodutiva da mulher, assim como a sua qualidade em geral, é preciso ressaltar que a demora no diagnóstico pode levar a consequências mais graves, como o risco de sequelas no sistema reprodutor. 

Em outras palavras, quanto mais rápido a mulher receber o seu diagnóstico, melhor, pois isso irá preservar a sua fertilidade. 

Sendo assim, como vimos anteriormente, a DIP pode causar infertilidade quando o processo inflamatório afeta os órgãos reprodutores, como as tubas uterinas ou os ovários. 

Vale ressaltar que a doença também pode se manifestar nos homens. Nesse caso, pode resultar na inflamação dos epidídimos, epididimite, dos testículos, orquite ou da próstata, prostatite. O que interfere na qualidade dos espermatozoides, na espermatogênese, processo pelo qual são produzidos, assim como pode causar obstruções impedindo o transporte para serem ejaculados.

Portanto, nos homens a DIP pode, da mesma forma, resultar em infertilidade.

No entanto, se a infertilidade permanecer após o tratamento primário, há ainda a possibilidade de realizar o sonho de ter um bebê por meio da reprodução assistida. A técnica mais indicada nesses casos é a fertilização in vitro (FIV)

Na FIV, a fecundação acontece em laboratório, não nas tubas uterinas e os embriões formados são transferidos diretamente ao útero. Os melhores gametas femininos e masculinos são selecionados para a fecundação e, quando os espermatozoides não estão presentes no sêmen, podem ainda ser recuperados dos epidídimos ou testículos. 

Além disso, diferentes técnicas complementares ao tratamento ajudam a solucionar diferentes problemas, como as falhas na implantação, aumentando as chances de sucesso.

Gostou de aprender mais sobre a DIP? Que tal aprofundar os seus conhecimentos sobre uma das doenças que causam a infertilidade feminina: a endometrite. Boa leitura!