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FIV: veja quais são as indicações

A medicina reprodutiva vem evoluindo muito ao longo dos anos e já conta com técnicas disponíveis para atender diversos tipos de problemas de infertilidade. A principal delas é a fertilização in vitro (FIV), que possui procedimentos de alta complexidade em seu tratamento.

A técnica é realizada em etapas e, devido ao avanço na tecnologia, é possível adotar medidas que auxiliam o processo e aumentam as chances de sucesso. Alguns exames e procedimentos podem ser realizados de forma complementar.

A FIV é muito indicada em vários casos de infertilidade masculina ou feminina, principalmente os mais graves ou quando há falhas em tratamentos anteriores com outras técnicas de menor complexidade. É um método muito eficiente e possui elevados índices de sucesso.

Saiba em quais casos a FIV pode ser indicada como recurso para casais com problemas de infertilidade e conheça as etapas do tratamento.

Em quais casos a FIV pode ser indicada?

Devido às altas taxas de gravidez resultantes do tratamento e da complexidade dos seus procedimentos, a FIV é indicada em vários casos de infertilidade ou quando as outras técnicas disponíveis não são bem sucedidas: relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IS) ou intrauterina (IIU).

Para mulheres, a FIV geralmente é indicada nas seguintes situações:

  • Idade mais avançada (acima de 35 anos);
  • Baixa reserva ovariana;
  • Histórico de abortamentos de repetição;
  • Obstruções nas tubas uterinas ou ausência delas;
  • Alterações no útero causadas por malformações congênitas e doenças.

Já os fatores masculinos incluem situações como: 

  • Vasectomia;
  • Baixa concentração de espermatozoides;
  • Má qualidade dos gametas;
  • Azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen).

Antes do início do tratamento o casal passa por uma investigação de fertilidade. Em alguns casos, podem ser detectadas doenças genéticas. A FIV é importante quando isso acontece por possuir meios de prevenir a transmissão para os filhos. 

Quando os exames tradicionais falham em determinar a causa de infertilidade e o diagnóstico é de infertilidade sem causa aparente (ISCA), a FIV é a técnica mais indicada, embora, nesses casos, o tratamento possa ser inicialmente realizado pelas de menor complexidade.

Muitos casais homoafetivos ou pacientes com o desejo de produção independente procuram a reprodução assistida como solução para alcançar a gravidez e também estão entre os casos em que a FIV pode auxiliar.

Quando são indicadas outras técnicas de reprodução assistida?

A escolha do tratamento para infertilidade é feita de acordo com os resultados da investigação que o casal faz para definir as causas do problema. A partir dela, é possível definir uma linha a ser seguida, buscando a individualizar cada situação.

A RSP e a IIU são técnicas de baixa complexidade, porém muito eficientes quando utilizadas corretamente: 

RSP

Nesta técnica, nenhum procedimento é realizado em laboratório e a fecundação acontece de forma natural no corpo da mulher. Para isso, é essencial que o casal apresente boas condições reprodutivas. Os homens devem ter os resultados do espermograma comprovando boa qualidade dos gametas.

Já a mulher, não pode apresentar alterações nas tubas uterinas ou malformações no útero. Problemas mais graves do que a disfunção na ovulação, como os cistos, devem ser analisados. Alterações em órgãos essenciais para a reprodução podem atrapalhar nas tentativas de gravidez em casos de RSP.

Além de problemas ovulatórios, a técnica pode ser indicada em casos de ISCA ou de endometriose leve. Porém, o método perde em eficiência quando realizado por mulheres com idade superior a 35 anos.

IA ou IIU

A IIU também é considerada de baixa complexidade e pode ser indicada em casos mais brandos de infertilidade. Nela, a fecundação acontece da mesma forma naturalmente, nas tubas uterinas, quando os espermatozoides selecionados por técnicas de preparo seminal são inseridos no útero durante o período fértil.

Normalmente, é indicada para mulheres com idade inferior a 35 anos, que possuam um útero saudável e com pelo menos uma das tubas em condições de receber os espermatozoides para a fecundação.

Algumas situações em que a indicação da IIU acontece são: quando a mulher sofre com disfunções ovulatórias, endometriose em estágios iniciais, se houver pequenas alterações no colo do útero ou no muco cervical, o homem apresentar pequenas alterações nos espermatozoides e para casais homoafetivos femininos ou mulheres que buscam uma produção independente.

Como a FIV é realizada?

A FIV é um procedimento realizado em etapas, a maioria em laboratório. Ela tem início com o uso de medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento de folículos e assim obter mais óvulos para o tratamento, etapa chamada estimulação ovariana.

Quando os folículos atingem o tamanho ideal são induzidos por novos medicamentos hormonais ao amadurecimento final e ovulação. Após a indução da ovulação, os folículos maduros são coletados e os óvulos extraídos e selecionados para a fecundação, assim como os espermatozoides são selecionados por técnicas de preparo seminal. 

Com os melhores gametas, a fecundação acontece em laboratório e os embriões formados são cultivados em um meio de cultura adequado por até seis dias.

Quando o endométrio se encontra preparado para receber o embrião, ele é transferido ao útero materno. A implantação embrionária acontece de forma natural, assim, a FIV realiza apenas procedimentos anteriores para aumentar as chances de sucesso gestacional.

Saiba mais sobre a fertilização in vitro (FIV) e entenda detalhadamente como funciona todo o tratamento.

Miomas e infertilidade: veja a relação

A infertilidade é uma doença do sistema reprodutor masculino e/ou feminino definida pelo insucesso em conseguir uma gravidez após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares sem uso de qualquer tipo de contraceptivo. Caso a mulher tenha mais de 35 anos, esse tempo é reduzido para 6 meses.

infertilidade por fatores femininos pode ser causada por uma série de alterações nos ovários, útero, tubas uterinas (também conhecidas como trompas de Falópio) e sistema endócrino.

Os miomas são tumores benignos comuns em mulheres em idade fértil, mas na maioria dos casos não causam infertilidade, embora precisem ser avaliados e acompanhados periodicamente porque podem crescer de repente.

Neste texto explicamos com mais detalhes os miomas, principalmente sua relação com a infertilidade. Continue a leitura! 

que são miomas?

Os miomas uterinos são tumores benignos com elevada prevalência na população feminina em idade reprodutiva. Crescem a partir da reprodução desordenada de uma única célula do miométrio, que é a camada intermediária muscular uterina. 

Podem causar grande impacto na qualidade de vida e na fertilidade, além de abortos de repetição, de acordo com a localização e tamanho dos tumores.

Classificação dos miomas

Os miomas são classificados da seguinte forma:

• Miomas submucosos (crescem na camada interna);

• Miomas intramurais (crescem no miométrio);

• Miomas subserosos (crescem na camada externa).

Miomas e infertilidade

Cada tipo de mioma oferece um risco diferente de infertilidade. Quanto mais próximo da cavidade uterina, maior é a chance de deformá-la e, assim, maior é a chance de causar infertilidade, por isso o mioma submucoso é o que oferece o maior risco de infertilidade à mulher.

Miomas subserosos

Miomas subserosos, em sua maioria, não causam infertilidade, no entanto, por teremmais espaço para crescer podem atingir grandes dimensões, comprimindo órgãos adjacentes ao útero, como a bexiga e o intestino, levando à manifestação de sintomas como micção frequente e urgente, constipação e inchaço abdominal.

Ainda assim, existe uma pequena chance de a mulher se tornar infértil devido a esse tipo de mioma.

Miomas intramurais

São o tipo mais comum e possuem tamanhos variados. Em maiores dimensões, podem causar alterações na anatomia uterina, dificultando o desenvolvimento fetal ou mesmo impedindo a sustentação da gravidez. 

Miomas submucosos

Os miomas submucosos são os que crescem mais perto da cavidade uterina, por isso o risco de infertilidade é maior nesses casos. Por crescerem próximos ao endométrio, camada na qual o embrião se implanta para que a gravidez se desenvolva, tendem a reduzir o espaço para o desenvolvimento do feto e a interferir na receptividade endometrial, resultando em falhas na implantação e, consequentemente, abortamento. 

Possíveis causas de miomas uterinos 

Embora as causas definitivas dos miomasuterinos permaneçam desconhecidas, alguns fatores são considerados de risco, incluindo: 

• Hormonais: o estrogênio desempenha um papel fundamental para estimular o espessamento do endométrio durante o ciclo menstrual, preparando-o para receber o embrião. O desenvolvimento de miomas é associado à ação desse hormônio, que estimula o crescimento, ao mesmo tempo que eles tendem a regredir a partir da menopausa, quando os níveis desse hormônio naturalmente diminuem;

• Genéticos: também podem afetar o desenvolvimento de miomas. Por exemplo, ter parentes de primeiro grau com miomas aumenta o risco de desenvolvimento da doença;

• Obesidade: mulheres com sobrepeso apresentam maior risco de desenvolver miomas.

Sintomas de miomas

Algumas mulheres com miomas não apresentam sintomas. Quando presentes, osmais comuns incluem:

• Sangramento uterino anormal, incluindo sangramento prolongado ou excessivo, fora do período menstrual e menstruação com maior fluxo;

• Cólicas menstruais;

• Pressão nos órgãos próximos ao útero, como bexiga e intestinos;

• Micção frequente ou constipação cíclica;

• Infertilidade.

Opções de tratamento

O tratamento depende, principalmente, dos sintomas da doença. Isso tem relação com o número, tamanho e localização dos miomas. Outros fatores que podem ser considerados para a indicação do melhor tratamento são a idade da mulher, o seu estado de saúde e o desejo de preservar a fertilidade. O tratamento pode ser feito com medicações (para controlar os sintomas, se possível) ou cirurgia.

Medicação (terapêuticas hormonais e não hormonais)

A medicação é considerada apenas quando a mulher não pretende engravidar e os miomas estão controlados, sem afetar órgãos próximos. 

Se esse for o caso, os medicamentos mais indicados são:

• anticoncepcionais orais combinados e progestágenos;

• análogos do GnRH.

Essa medicação reduz o tamanho e o fluxo sanguíneo dos miomas.

Também existe a possibilidade de indicação do DIU hormonal, mas essa indicação só pode ser feita se não houver alteração anatômica do útero.

Cirurgia (miomectomia)

O tipo de cirurgia também varia de acordo com a localização do mioma, sintomas, tamanho e desejo da paciente de preservar a fertilidade(preservar o útero).

Miomas submucosos geralmente são retiradospela histeroscopia, pois a técnica é minimamente invasiva e feita por via vaginal, o que oferece uma boa visão interna do útero.

Miomas intramurais e subserosos geralmente são retirados por videolaparoscopia, também minimamente invasiva, mas feita por via abdominal.

A cirurgia é indicada, principalmente, em casos de:

• dor intensa;

• abortamentos de repetição relacionados aos miomas;

• órgãos próximos afetados por compressão;

• infertilidade;

• sangramento uterino anormal recorrente.

Miomas e reprodução assistida

Se os miomas afetarem a fertilidade sem causar distorções na anatomia uterina e a mulher não quiser ser submetida à cirurgia, a principal indicação para aumentar as chances de engravidar é a fertilização in vitro (FIV). 

Na FIV, a fecundação é realizada em laboratório e os embriões formados são posteriormente transferidos para o útero. Como as tubas uterinas não têm nenhuma função nesse processo, as possíveis obstruções provocadas por miomas submucosos podem ser contornadas. 

A FIV tem as melhores taxas de sucesso da reprodução assistida e pode ser indicada para praticamente qualquer caso de infertilidade.

Gostou deste texto? Quer saber mais? Toque aqui e conheça detalhadamente os miomas uterinos.

Adenomiose e endometriose: conheça as diferenças

O útero é um dos órgãos mais importantes do sistema reprodutor feminino e desempenha funções fundamentais durante a gravidez e o parto.

O tecido que reveste o útero internamente é chamado de endométrio, onde ocorre a implantação, também chamada de nidação. O endométrio se torna mais espesso durante o ciclo menstrual para permitir que o embrião se implante. Se não houver gravidez, o tecido endometrial se desprende e é eliminado na menstruação.

Alterações nessa dinâmica podem desencadear doenças, como endometriose. Essa doença atinge muitas mulheres na idade fértil. Além disso, pode causar dor intensa e prejudicar a qualidade de vida.

Muito se tem falado da endometriose, entretanto pouco se fala da adenomiose, que também tem relação com o endométrio, mas de uma forma diferente.

O objetivo deste texto é abordar ambas as doenças, demonstrando como elas funcionam e quais são as suas diferenças. Saiba mais a seguir!

Entendendo o sistema reprodutivo feminino

As mulheres nascem com um número determinado de folículo, bolsas que ficam nos ovários e contêm os óvulos primários – cada folículo tem um único óvulo (também pode não ter nenhum). Os óvulos são as células sexuais femininas e, depois do início da puberdade, em cada ciclo menstrual, um óvulo é liberado para ser fecundado pelo espermatozoide e gerar um futuro bebê.

Esse processo ocorre até que a mulher não tenha mais folículos, o que geralmente acontece por volta dos 50 anos. Os principais órgãos do sistema reprodutor feminino são:

• Útero: caso o óvulo tenha sido fertilizado, o útero, além de ser responsável pela implantação do embrião, mantém e nutre o feto em desenvolvimento até o parto;

• Ovários: os ovários armazenam os folículos e são responsáveis pela produção dos hormônios sexuais femininos, estrogênio e progesterona. Quando um folículo amadurece, o óvulo é liberado na direção de uma trompa de Falópio;

• Trompas de Falópio ou tubas uterinas: a fecundação acontece nessas pequenas estruturas. As tubas capturam o óvulo liberado e promovem a sua movimentação na direção do útero. Durante esse deslocamento pode haver a fecundação, caso espermatozoides alcancem essa região.

Endometriose

endometriose é uma doença em que o endométrio (o tecido que reveste o interior do útero) está presente fora do útero. Esse tecido ectópico se desenvolve mais frequentemente em locais próximos do útero, como peritônio,tubas uterinas, ovários e ligamentos uterossacros.

Adenomiose

Na adenomiose, também ocorre o desenvolvimento de um tecido semelhante ao endométrio fora do seu lugar de origem. No entanto, ao contrário da endometriose, esse crescimento ocorre no próprio útero, no miométrio, camada muscular intermediária do útero. Na adenomiose, há uma invasão do tecido endometrial no miométrio.

Adenomiose e endometriose: doenças diferentes

Adenomiose e endometriose têm algumas características semelhantes, como alguns sintomas, por isso a adenomiose por muito tempo foi considerada uma forma de endometriose, mas hoje são consideradas doenças diferentes, principalmente porque a apresentação clínica e o desenvolvimento patológico das doenças são diferentes. Elas também podem coexistir nas pacientes.

A cada ciclo menstrual o endométrio é preparado para receber o embrião, tornando-se mais espesso. Essa ação é motivada inicialmente pelo estrogênio e, depois, pela progesterona. 

Da mesma forma que esse endométrio no útero, o tecido ectópico também responde à ação dos hormônios, estimulando o desenvolvimento dessas doenças.

Alguns sintomas são comuns às duas doenças:

1. Cólicas menstruais mais intensas;

2. Dor durante a relação sexual (dispareunia);

3. Dificuldade para engravidar ou infertilidade.

Ambas as doenças podem prejudicar a qualidade de vida da paciente, principalmente pela dor, que pode ser bastante intensa em ambos os casos.

O tratamento depende de uma série de fatores, incluindo os desejos reprodutivos da mulher. Tanto a investigação das doenças como o tratamento são individualizados porque essas doenças se manifestam de formas muito diferentes nas mulheres.

O mais importante é o diagnóstico. Quando sabemos contra o que estamos lutando fica mais fácil tratar. No entanto, geralmente demora-se muito para fazer o diagnóstico dessas doenças, principalmente porque muitas pessoas ainda consideram que sentir dor é normal. Sempre procure um médico quando tiver dor.

Endometriose, adenomiose e reprodução assistida

Todas as técnicas de reprodução assistida aumentam as chances de gravidez de mulheres com endometriose. Elas são indicadas de acordo com critérios como a idade da mulher e o estágio da doença.

As técnicas de baixa complexidade, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), por exemplo, podem serindicadas para mulheres com até 35 anos equando a doença ainda está em estágios iniciais e não provocou a formação de aderências. Nessas técnicas, a fecundação acontece naturalmente.

Já a fertilização in vitro (FIV) pode ser indicada para casos mais graves de infertilidade, incluindo quando a endometriose já provocou a formação de aderências que fecharam as tubas uterinas. Na FIV, as tubas não têm função porque a fecundação é feia em laboratório.

Assim, os tratamentos de reprodução assistida oferecem maiores chances de mulheres com endometriose ou adenomiose realizarem o sonho de ter filhos. 

Neste texto, procuramos esclarecer os principais pontos sobre a endometriose e adenomiose. Se você quiser saber mais sobre endometriose, toque aqui!

Clamídia: você sabe o que é?

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são transmitidas por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de proteçãocom uma pessoa que esteja infectada. 

Existem mais de 30 bactérias e vírus conhecidos que são transmitidos por contato sexual. Segundo as estimativas mais recentes da OMS, aproximadamente 38 milhões de pessoas sexualmente ativas entre 15 e 49 anosnas Américas têm uma IST facilmente curável(clamídia, gonorreia, sífilis e/ou tricomoníase).

Entre as ISTs mais comuns e que causam maior índice de infertilidade está a clamídia. Aqui você vai saber um pouco mais sobre essa doença, sintomas, tratamento e modo de prevenção!

que é clamídia?

clamídia é tanto o nome dado a uma bactéria como a uma doença. A doença é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e é uma infecção sexualmente transmissível(IST) muito comum. Frequentemente é chamada de ‘infecção silenciosa’ porque tende a ser assintomática e, assim, a maioria das pessoas não percebe que é portadora.

Pode afetar mulheres e homens de todas as idades, mas ocorre com mais frequência em jovens com menos de 25 anos, principalmente quando têm múltiplos parceiros sexuais.

A doença também pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto. 

Quais são os sintomas da infecção por clamídia?

A maioria dos casos da clamídia não apresenta sintomas (em torno de 70% a 80% das situações). Quando presentes, os sintomas mais comuns nas mulheres são:

• Escapes de sangue entre períodos menstruais;

• Corrimento alterado e com odor; 

• Dor abdominal e após as relações sexuais;

• Urgência e frequência de micção;

• Queimação ou dor para urinar.

Enquanto nos homens, geralmente ocorrem:

• Secreção peniana;

• Sensibilidade testicular;

• Irritação no ânus e presença de sangue na região;

• Urgência e frequência de micção;

• Queimação ou dor para urinar.

Diagnóstico da clamídia

Em pessoas com sintomas, o diagnóstico é feito pela coleta de uma amostra das secreções com um tipo de cotonete da uretra, orofaringe, colo do útero ou ânus e seu posterior processamento em laboratório.

Quando houver suspeita sem a presença de sintomas, o exame de sangue também possibilita a detecção da bactéria Chlamydia trachomatisNas mulheres, pode, ainda, ser identificada pelo papanicolau de rotina.

Tratamento da clamídia

O tratamento adequado para clamídiadependerá da avaliação do médico, contudo a utilização de antibióticos é fundamental para aeliminação da bactéria. 

Quando administrados de maneira adequada, os antibióticos curam a infecção e podem diminuir a chance de complicações futuras. No entanto, é muito comum a reinfecção porclamídia, por isso é recomendado que a parceria ou parceiro seja investigado e tratadopara evitar.

Um novo rastreio também é indicado três meses após o tratamento. Se a bactéria Chlamydia trachomatis ainda estiver presente, o tratamento deve ser repetido até a cura definitiva.

Possíveis consequências da falta de tratamento

Infecções por clamídia não tratadas nas mulheres podem levar a:

• Doença inflamatória pélvica (DIP), uma infecção grave dos órgãos reprodutores da mulher (útero, trompas de Falópio e ovários). Se não for tratada, a DIP pode causar infertilidade, dor pélvica crônica ou gravidez ectópica (tubária);

• Cistite (inflamação da bexiga urinária);

• Uma condição chamada cervicite mucopurulenta, caracterizada por uma secreção amarela do colo do útero;

• infertilidade.

clamídia não tratada em homens pode levar a:

• Prostatite (inflamação da próstata);

• Orquite (inflamação dos testículos);

• Epididimite (inflamação dos epidídimos);

• infertilidade.

Por que a clamídia pode causar infertilidade?

Quando a infecção resulta em DIP, o processo inflamatório estimula a formação de aderências, que dificulta tanto a fecundação como a movimentação do possível embrião.

A inflamação também pode afetar o endométrio. Nesse caso, é chamada de endometrite, que causa alterações no período de receptividade endometrial, fundamental para a implantação do embrião ser bem-sucedida, resultando em falhas de implantação e abortamento. 

Qual é o tratamento da infertilidade por clamídia?

Quando há infertilidade decorrente da infecção por clamídia, geralmente o tratamento indicado é por fertilização in vitro (FIV). 

Na FIV, como óvulos e espermatozoides são previamente selecionados e coletados para a fecundação, realizada em laboratório, é possível contornar problemas como obstruções nos ovários e nas tubas uterinas.

Quando não há espermatozoides no sêmen, os gametas podem ser obtidos por recuperação espermática diretamente dos epidídimos ou dos testículos. As técnicas são chamadas PESA, MESA, TESE e Micro-TESE.

Os embriões formados pela fecundação são posteriormente transferidos ao útero para que possam se implantar no endométrio e dar início à gestação.

A FIV, por ser de alta complexidade, tem as mais altas taxas de sucesso da reprodução assistida.

Prevenção da clamídia

A forma mais segura de prevenir a infecção causada pela clamídia é fazer o uso do preservativo corretamente em todas as relações sexuais. Objetos sexuais, se não forem cobertos com preservativo, também podem facilitar a transmissão. 

Agora que você já sabe o que é clamídia e que esse problema tem tratamento, que tal aprofundar mais o assunto? Toque aqui!

Relação sexual programada ou coito programado: veja se a técnica pode ser indicada para você

Existem diversas técnicas para que o casal possa realizar o sonho de ter filhos quando recebem o diagnóstico de infertilidade. Nesse cenário, perguntamos: você já ouviu falar em relação sexual programada (RSP) ou coito programado?

A relação sexual programada ou coito programado (os termos são sinônimos) é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade. Isso significa que não há micromanipulação de gametas e os procedimentos são mais simples.

Dessa forma, as indicações também são bastante reduzidas, embora uma boa indicação da técnica ofereça boas taxas de sucesso. Vamos entender mais sobre ela e conferir se é uma boa opção para você? Continue conosco!

Quando a relação sexual programada é indicada?

A relação sexual programada (RSP) é uma das técnicas de reprodução assistida. As outras são a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV). De forma geral, essas técnicas são indicadas, hoje, para casais com dificuldades de engravidar, casais homoafetivos masculinos e femininos, para pessoas solteiras que querem ter filhos e para casais que não são inférteis, mas querem evitar a transmissão de doença genética conhecida na família.

A RSP, assim como a IA, é uma técnica de baixa complexidade, portanto só é indicada em casos específicos. Então, se você está tentando engravidar há mais de um ano pelos métodos tradicionais e não está conseguindo, talvez o coito programado seja uma alternativa interessante.

A RSP é a técnica menos complexa da reprodução assistida. Ela não exige micromanipulação de gametas nem uma série de procedimentos que a FIV, por exemplo, realiza. Por isso, é necessário que o casal tenha boas condições reprodutivas:

• homem: precisa apresentar resultados dentro dos padrões no exame de espermograma, que avalia critérios importantes tanto do sêmen (análise macroscópica – volume, viscosidade, pH, entre outros aspectos) como dos espermatozoides (análise microscópica – concentração, motilidade, morfologia, entre outros);

• mulher: deve ter menos que 35 anos e astubas uterinas permeáveis (abertas, senão reduz as chances de fecundação), assim como não pode ter doenças ou malformações no útero.

Como a fecundação na RSP ocorre nas tubas uterinas, naturalmente, quaisquer alterações nos órgãos reprodutivos devem ser avaliadas para que a relação sexual programada seja um sucesso. 

Dessa forma, a RSP pode ser indicada para casais cujo homem tem bons parâmetros seminais e cuja mulher apresenta as seguintes alterações:

• disfunção ovulatória;

• endometriose mínima ou leve;

• infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Disfunção ovulatória

Quando há sintomas de alterações no ciclo menstrual (apresentando um intervalo muito maior do que o normal entre as menstruações ou quando não existe um fluxo menstrual), a disfunção ovulatória deve ser investigada. Isso significa que há distúrbios relacionados à ausência de ovulação.

As doenças mais comuns que podem provocar alterações na ovulação são a síndrome dos ovários policísticos (SOP), o hipotireoidismo e a falência ovariana prematura (FOP). No entanto, dependendo da gravidade dessas doenças, só a FIV pode superar a infertilidade, por isso o casal deve ser investigado de forma detalhada. A indicação do melhor tratamento sempre é personalizada.

Endometriose mínima ou leve

A endometriose é uma das principais patologias ginecológicas e compromete os órgãos reprodutores femininos. No entanto, quando a paciente é diagnosticada com endometriose mínima ou leve – dependendo das características da doença –, também pode engravidar com a RSP.

Infertilidade sem causa aparente (ISCA)

Quando todos os exames do casal não apresentam fator que justifique um diagnóstico de infertilidade, ocorre a infertilidade sem causa aparente. Dessa maneira, os pacientes podem tentar a gestação com a RSP, inclusive, como a primeira alternativa de tratamento.

Como o coito programado é realizado?

A relação sexual programada, ou coito programado, é simples e é feito em três etapasprincipais:

1. estimulação ovariana; 

2. indução da ovulação;

3. tentativas de gravidez.

1. Estimulação ovariana

Em ciclos menstruais, a mulher libera apenas 1 óvulo dos ovários para que possa haver a fecundação. Em mulheres com problemas de fertilidade, esse óvulo pode não ser liberado, sendo necessária a estimulação ovariana. 

A estimulação é feita com medicamentos hormonais que agem nos ovários para que eles liberem de 1 a 3 óvulos. Esse número é importante porque um número superior a esse eleva o risco de gestação gemelar, que deve ser evitada sempre devido a seus riscos.

Ao longo da estimulação ovariana o crescimento dos folículos (os quais são responsáveis por armazenar os óvulos) é monitorado por ultrassonografias.

Quando os folículos atingem a dimensão esperada, é feita a indução da ovulação.

2. Indução da ovulação

A indução da ovulação é feita com medicação injetável (hormônio hCG). Ela promove oamadurecimento final do óvulo e o rompimento do folículos para que o óvulo seja liberado.

Dessa forma, ele segue e é capturado com mais facilidade pelas tubas uterinas, onde o óvulo será fecundado pelo espermatozoide naturalmente.

3. Tentativas de gravidez

A última etapa são as tentativas de gravidez,quando, de fato, acontece a relação sexual programada. Assim, é determinado o período fértil da mulher, momento que ela deve manter relações sexuais para aumentar as chances de concepção. Dessa forma, são determinados os dias e horários para que o casal tenha relações sexuais.

Precisamos ressaltar que a técnica é indicada por no máximo seis ciclos. Se o casal não conseguir engravidar neste período, a FIV pode ser indicada.

Quais são as taxas de sucesso do coito programado?

As taxas de sucesso do coito programado são em torno de 20%. Para isso, a técnica precisa ser bem indicada e realizada por um profissional qualificado e especializado emreprodução assistida. 

Você gostou do texto? Se sim, complemente o seu estudo sobre a RSP conferindo mais informações importantes aqui.

Infertilidade e DIP: qual a relação?

A pelve é a região entre o tronco e os membros inferiores. Na lista dos órgãos que ela protege estão os do sistema reprodutor feminino e masculino, por isso, a presença de dor pélvica é um sintoma comum em doenças que podem causar infertilidade.

Um dos principais fatores que podem levar à dificuldade para engravidar é a doença inflamatória pélvica (DIP) que, como o nome indica, atinge essa região. Ela afeta homens e mulheres e a demora no seu tratamento é um grande risco para a saúde reprodutiva.

Continue a leitura para entender a relação entre a infertilidade e a DIP!

O que é infertilidade?

A infertilidade atinge milhões de casais em todo mundo e afeta, igualmente, homens e mulheres. Em geral, ela é percebida apenas quando o casal está tentando engravidar e não consegue. Esse tema é complexo, pois diversos aspectos estão relacionados a ela. A boa notícia é que existem tratamentos para recuperar a capacidade reprodutiva.

Com relação aos homens, a infertilidade está ligada a quantidade e a qualidade dos espermatozoides. Infecções, obstruções, fatores endócrinos e a varicocele são as causasmais comuns de infertilidade.

Já as mulheres podem ter a fertilidade afetada por doenças e condições que prejudiquem o funcionamento dos órgãos do sistema reprodutor. Obstruções tubárias e fatores ovulatórios e uterinos estão entre as principais causas. 

A DIP é um caso especial por ser uma infecção que atinge ambos os sexos. E, em casos graves, pode afetar a fertilidade.

O que é DIP?

A DIP é uma doença provocada pormicrorganismos, resultando em uma inflamação na região pélvica. O agente infeccioso entra pelo canal vaginal (das mulheres) ou pela uretra (nos homens), comprometendo os órgãos do sistema reprodutor. Entre as principais bactérias que podem provocar a DIP, temos:

• Chlamydia trachomatis;

• Neisseria gonorrhoeae;

• Escherichia coli;

• Mycoplasma genitalium;

• Bacteroides fragilis.

As duas primeiras são responsáveis pela maioria dos casos da DIP e, além disso, estão entre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns do mundo: a clamídia e a gonorreia. Em vista disso, a sua principal forma de contágio é por contato sexual sem o uso de preservativos.

A invasão das bactérias também pode acontecer durante procedimentos médicos como a inserção do dispositivo intrauterino (DIU), partos e abortamentos.

Entre os principais sintomas nas mulheres estão: dores pélvicas, corrimentos com mal cheiro, sangramentos fora do período menstrual e febre. Ao perceber qualquer um deles, procure auxilio médico.

Qual a relação entre a DIP e a infertilidade?

A DIP é uma das principais causas de infertilidade, tanto masculina, quanto feminina. Com o tempo, a infecção pode se espalhar e provocar obstruções nos órgãos. Por isso, é fundamental o tratamento precoce da doença.

Nos homens, ela pode evoluir para uma prostatite crônica. A próstata é responsável por produzir uma parte do líquido que compõe o sêmen, ajudando na locomoção e na proteção dos espermatozoides. Desse modo, uma inflamação aumenta o tamanho do órgão e pode afetar a qualidade dos espermatozoides.

Também pode causar a inflamação dos epidídimos, epididimite e dos testículos, orquite. O processo inflamatório pode provocar a formação de aderências. Nos epidídimos, causam obstruções que impedem o transporte dos espermatozoides para serem ejaculados. 

Nos testículos, por outro lado, interferem na produção dos espermatozoides. Ambos os casos resultam em azoospermia, quando os gametas masculinos não estão presente no sêmen, uma das causas mais comuns de infertilidade masculina. 

Nas mulheres, a DIP pode provocar obstruções tubárias, dificultando o encontro entre o óvulo e o espermatozoide. Sem a fecundação, não é possível engravidar naturalmente. Além disso, também aumenta o risco de uma gravidez ectópica (fora do útero).

Pode ainda provocar a inflamação dos ovários, ooforite, resultando em distúrbios de ovulação, assim como se houver a formação de aderências, impossibilita a liberação do óvulo. Ou do endométrio, endometrite, interferindo na implantação do embrião, levando a falhas e abortamento.

Existe tratamento para essa doença?

O tratamento da DIP consiste na administração de antibióticos para eliminar o agente infeccioso. Devido à facilidade de transmissão das ISTs, é importante que o parceiro da paciente também seja diagnosticado e receba o tratamento.

A recuperação é rápida, porém, não impede que a pessoa seja infectada novamente. Por isso, usar preservativos em todas as relações sexuais é uma das principais recomendações para evitar a doença.

O quanto antes a paciente for diagnosticada e receber o tratamento, melhor. Caso a doença provoque algum dano aos órgãos reprodutores, a fertilidade pode ser afetada. Nesse cenário, a reprodução assistida é recomendada. 

Entre as técnicas disponíveis, a fertilização in vitro (FIV) é a mais indicada para os casos de infertilidade causada por obstruções tubárias e fatores graves masculinos. A técnica possibilita, ainda, contornar problemas como os distúrbios hormonais ou a receptividade endometrial, minimizando, nesse caso, os riscos de falhas na implantação. 

Na FIV, a fecundação acontece fora do corpo da mulher e os embriões formados são transferidos para o útero da paciente. A sua taxa de sucesso é alta, por isso, o sonho de ter filhos é possível, mesmo após receber o diagnóstico de infertilidade.

A inflamação é uma resposta do nosso organismo a uma invasão de agentes microbianos. No caso da DIP, ela é causada geralmente por bactérias da clamídia e da gonorreia. 

A doença pode causar infertilidade ao provocar danos nos órgãos do sistema reprodutivo. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoce são medidas essenciais para evitar alterações na saúde reprodutiva.

Realizar o sonho de ter filhos pode ser mais difícil para algumas mulheres. A DIP é apenas uma das causas que podem alterar o sistema reprodutor e dificultar a gravidez. Aprofunde-se nesse tema com o nosso texto sobre a infertilidade feminina!

Fertilização in vitro (FIV) e PGT (teste genético pré-implantacional): o que é e quando é indicado?

Os fatores genéticos estão entre as principais causas de infertilidade. As anormalidades cromossômicas aumentam o risco de complicações durante a gestação (como o abortamento) e do desenvolvimento de doenças. Graças ao avanço das técnicas de reprodução assistida, a fertilização in vitro (FIV) oferece muitas possibilidades para casais com dificuldades para engravidar.

A FIV incorpora técnicas complementares para aumentar a sua taxa de sucesso. Elas são indicadas apenas em casos específicos e, neste artigo, o nosso foco será no teste genético pré-implantacional, mais conhecido como PGT. Ele é recomendado para casais com histórico de doenças genéticas na família.

Durante a leitura, vamos mostrar como o PGTé realizado e os seus benefícios. Mas para começar, precisamos entender o que é esse teste. Vamos lá?

O que é PGT?

O principal objetivo do PGT é evitar a transmissão de doenças genéticas e anormalidades cromossômicas, pelo material genético de origem materna e paterna para os seus descendentes. Além do risco de afetar a saúde do herdeiro, elas também podem causar complicações durante a gravidez, como perdas gestacionais.

O exame analisa os embriões formados na FIV para detectar quais deles são saudáveis antes de serem transferidos para o útero da paciente. Dessa forma, a probabilidade de o embrião ter alguma anomalia é muito menor.

O PGT é capaz de detectar alterações numéricas e estruturais dos cromossomos e doenças genéticas. Ele é dividido em três tipos de teste, são eles:

• PGT-M: teste genético pré-implantacional para doenças monogênicas (voltado para doenças genéticas hereditárias);

• PGT-A: teste genético pré-implantacional para aneuploidias (indicado para alterações cromossômicas);

• PGT-SR: teste genético pré-implantacional para rearranjos estruturais (indicado para alterações cromossômicas).

Como ele se relaciona com a FIV?

O PGT pode ser realizado apenas no contexto da FIV, pois ela é a única técnica de reprodução assistida em que a fecundação acontece em laboratório. A seguir, confira o seu passo a passo.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

A primeira fase é a estimulação ovariana e indução da ovulação, onde a paciente recebe medicação hormonal para gerar o maior número possível de folículos ovarianos maduros. Os óvulos estão localizados dentro dessas “bolsas” e, quanto mais forem coletados, melhor.

Punção folicular e preparo seminal

A segunda etapa é a punção folicular e preparoseminal. Quando os folículos atingem o tamanho ideal, eles são aspirados e os óvulos são coletados em laboratório. A amostra dos gametas masculinos, em geral, é obtida por masturbação e depois passa pelo preparo seminal, que possibilita a seleção dos espermatozoides mais saudáveis

Fecundação

Com os gametas preparados, chegamos na terceira fase: a fecundação. Com o auxílio da técnica injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), os espermatozoides são injetados diretamente nos óvulos.

Cultivo embrionário

O PGT é realizado durante a quarta etapa da FIV, o cultivo embrionário. Nessa fase, os embriões formados são mantidos em observação em uma incubadora, onde as primeiras divisões celulares acontecem. Algumas células embrionárias são retiradas para o PGT e, após o resultado do teste, apenas os embriões saudáveis serão utilizados na última etapa do processo.

Transferência embrionária

Na fase da transferência embrionária, os embriões são transferidos para o útero materno. Após alguns dias, a mulher pode fazer o exame de gravidez para confirmar o sucesso da FIV.

Caso tenha sobrado embriões viáveis, de acordo com as regras do Conselho Federal de Medicina (CFM), eles devem ser criopreservados. O casal pode utilizá-los em uma futura gestação, doá-los para pessoas com problemas de infertilidade ou descartá-los após 3 anos.

Quando o PGT é indicado?

Todo o processo de reprodução assistida é individualizado a fim de atender as necessidades de cada caso. A recomendação do teste é sinalizada após a avaliação do casal para que a taxa de sucesso da FIV seja a maior possível.

O PGT é recomendado, principalmente, para os casais que possuem histórico de doenças genéticas na família. Além disso, é indicado para mulheres com mais de 36 anos, casais com histórico de abortamento de repetição e que passaram por falhas anteriores no tratamento da FIV. Ou seja, ele deve ser indicado apenas quando há um critério muito claro.

A realização do teste minimiza o risco de transmissão de doenças genéticas, mas não o elimina completamente. 

Como é feito o PGT?

O PGT representa um grande avanço na medicina reprodutiva. A criação do método next generation sequencing (NGS), possibilitou sequenciar o DNA humano em poucas horas e por um custo menor do que as tecnologias anteriores.

Durante o cultivo embrionário, algumas células são retiradas dos embriões em blastocisto, entre o quinto e sexto dia de desenvolvimento,para análise. O sequenciamento compara o DNA do embrião com o material genético da família. A partir do resultado, são separados os embriões saudáveis — que serão usados na FIV — daqueles que apresentam alguma alteração.

O PGT é utilizado para diminuir o risco de transmissão de doenças genéticas e aumentar as chances de sucesso da FIV. Ele é realizado durante a fase de cultivo embrionário, sem provocar nenhuma alteração nas etapas da reprodução assistida.

Para conhecer com mais profundidade essa técnica de alta complexidade, confira nosso texto institucional sobre a FIV!

Tratamento de DIP: como é feito?

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) podem causar diversas complicações, entre elas, a doença inflamatória pélvica (DIP). Ela ocorre quando bactérias invadem o canal vaginal. Além das ISTs, procedimentos ginecológicos também podem ser a porta de entrada para a doença.

A DIP pode afetar ambos os gêneros, porém, vamos focar nas consequências da doença para as mulheres e mostrar por que elas precisam ficar atentas. Apesar de ter cura, a demora no tratamento aumenta o risco de danos permanentes que podem levar à infertilidade.

Ao longo do artigo, o nosso objetivo será mostrar como é feito o tratamento da DIP e quais são as possibilidades para o casal engravidar em casos de infertilidade. Mas primeiro, vamos abordar os seus principais sintomas e como ela é diagnosticada.

Boa leitura!

Quais são os sintomas da DIP?

As bactérias causadoras da clamídia e da gonorreia são os principais agentes infecciosos da DIP. Desse modo, precisamos entender como elas se manifestam.

Na maior parte dos casos, as pacientes com esses tipos de ISTs são assintomáticas, aumentando o risco de transmissão e a demora no tratamento. Quando a DIP apresenta sintomas, os mais comuns são:

  • Dor pélvica;
  • Dor durante a relação sexual;
  • Corrimento amarelado com mau cheiro;
  • Sangramento anormal entre os períodos menstruais e depois da relação sexual;
  • Ardência ao urinar;
  • Febre;
  • Infertilidade.

Como a doença é diagnosticada?

O diagnóstico da DIP é feito com exames laboratoriais e de imagem. Hemograma completo, exame de urina e uma análise da amostra coletada do colo do útero da paciente são os mais pedidos. 

A ultrassonografia transvaginal também pode ser solicitada para identificar alguma alteração nos órgãos do sistema reprodutor, como obstruções e abscessos.

O tempo é um fator chave para o desenvolvimento da DIP. A demora no diagnóstico faz com que a infecção se espalhe para outros órgãos do sistema reprodutor e cause maiores danos. Ou seja, quanto mais tempo demorar, mais grave a doença pode se tornar.

Quais são as consequências da falta de tratamento?

A DIP é uma das causas mais comuns de infertilidade feminina, porém, ser diagnosticada com a doença não significa que a paciente será infértil. É a demora no tratamento que pode provocar graves consequências para a saúde reprodutiva da mulher.

A DIP pode ocasionar ooforite, inflação dos ovários, salpingite, das tubas uterinas, cervicite, do colo uterino e endometrite, do endométrio. 

Ao atingir as tubas uterinas, por exemplo, pode danificar o órgão alterando a sua anatomia. A infertilidade por fatores tubários é provocada por um bloqueio total ou parcial das tubas uterinas, que dificulta a passagem dos espermatozoides e, consequentemente, impede a fecundação. 

Além disso, a doença aumenta o risco de gravidez ectópica. Ela pode ocorrer mesmo nos casos em que o óvulo e o espermatozoide se encontram, pois existe uma maior probabilidade de o embrião implantar nas tubas uterinas devido ao bloqueio.

Como é feito o tratamento da DIP?

O tratamento da DIP depende do agente etiológico. Desse modo, é importante que o diagnóstico identifique o causador da doença. A medicação indicada para tratar a infecção por clamídia é diferente da utilizada para tratar a bactéria da gonorreia, por exemplo.

A DIP é combatida com a administração de antibióticos de dose única ou que se estendem durante alguns dias. Os primeiros sinais de melhora aparecem rapidamente, após 3 dias do início do tratamento. O parceiro também deve fazer os exames e ser tratado.

Uma das principais recomendações consiste em finalizar o tratamento da IST e confirmar a cura antes de voltar a ter relações sexuais. Assim, não há risco de reinfecção.

Nos casos em que a fertilidade não pode ser preservada, a reprodução assistida é recomendada para o casal. A técnica mais indicada para infertilidade por fatores tubários é a fertilização in vitro (FIV).

De alta complexidade, ela se diferencia das demais pois a fecundação é realizada em laboratório. De uma forma resumida, os gametas do casal são coletados e preparados para que apenas os mais saudáveis participem do processo.

Em seguida, a técnica injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é utilizada para inserir o gameta masculino diretamente no óvulo, aumentando as chances de sucesso. Após alguns dias de desenvolvimento, os embriões são transferidos para o útero da paciente.

Uma das consequências que as bactérias responsáveis pela infecção por clamídia e gonorreia podem causar é a DIP. O principal meio de transmissão é por contato sexual desprotegido, por isso, o uso de preservativos é essencial para preveni-la. A DIP é tratada facilmente com antibióticos, porém, a demora no tratamento pode causar complicações sérias, como a infertilidade.

A dificuldade para engravidar atinge milhares de mulheres em todo o mundo. Nesse artigo, mostramos apenas um dos fatores que podem afetar a saúde reprodutiva feminina. Aprofunde-se no tema com o nosso texto sobre infertilidade!

Doação de embriões: como é feita e quando buscar a técnica

Homens e mulheres possuem gametas responsáveis pelo processo de reprodução. Os espermatozoides, gametas masculinos, são produzidos nos testículos e chegam por meio do líquido seminal até as tubas uterinas para fecundar o óvulo, gameta feminino liberado pelos ovários.

As mulheres nascem com uma quantidade determinada de folículos, bolsas que armazenam o óvulo imaturo, que ao longo de sua vida reprodutiva desenvolvem, amadurecem e liberam os óvulos. Já os homens passam toda a vida, desde a puberdade, produzindo seus gametas e liberando-os na ejaculação pelo sêmen.

Quando a fecundação acontece, são formados embriões, que se fixam no endométrio, parede mais interna do útero, dando início à gestação. Esse processo pode acontecer de forma natural ou pelo tratamento com técnicas de reprodução assistida.

Além de técnicas muito eficientes para vencer a infertilidade, existem alguns métodos complementares para auxiliar nesse processo. A fertilização in vitro (FIV) é a principal técnica da medicina reprodutiva e é muito utilizada em diversos casos.

Na FIV, existe um procedimento realizado como forma de complementar o tratamento e aumentar as chances de sucesso, a doação de embriões. Pode ser feito em algumas situações e ajudar na busca pela gravidez.

A seguir, conheça um pouco mais sobre a técnica de doação de embriões, entenda como ela é feita e em quais casos pode ser indicada

O que é a doação de embriões?

A doação de embriões acontece quando o casal passa por problemas de infertilidade relacionados à quantidade ou qualidade dos gametas. 

Existem algumas regras determinadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece as normas éticas que direcionam a doação de gametas e de embriões na reprodução assistida.

A doação é feita de forma anônima, uma vez que apenas a clínica possui as informações dos doadores. Não pode haver fins lucrativos ou comerciais envolvidos na doação e a identidade dos doadores e receptores é mantida em sigilo.

É obrigatório que as clínicas mantenham um registro permanente com dados fenotípicos dos doadores, juntamente com seu material genético, assim como existem algumas orientações quanto ao número de embriões a serem transferidos, de acordo com a idade da mulher:

  • Mulheres até 35 anos: até 2 embriões;
  • Mulheres de 36 a 39 anos: até 3 embriões;
  • Mulheres com 40 anos ou mais: até 4 embriões.

Quem pode optar pela doação de embriões e em quais situações?

Normalmente, a infertilidade conjugal é causada por fatores masculinos, femininos ou ambos, sendo a doação de embriões uma boa opção quando o problema resulta de alterações relacionadas à quantidade e qualidade de gametas, que dificultam ou impedem a formação do embrião. 

Outra situação em que a técnica é indicada é quando o casal apresenta incompatibilidade genética ou riscos de transmissão de distúrbios genéticos para o embrião.

Casais com repetidas falhas no tratamento da FIV devido à má qualidade embrionária também podem optar pela doação de embriões, assim como os homoafetivos, que desejam ter filhos.

Como é feita a doação de embriões?

A doação de embriões acontece somente na FIV. Normalmente, os embriões utilizados são resultado de ciclos de tratamento de outros pacientes, mantidos sob preservação: quando um casal que passa pelo tratamento possui embriões excedentes, pode escolher a criopreservação para guardá-los para uma próxima tentativa ou doá-los.

Os doadores são escolhidos de acordo com as características biológicas dos futuros pais, com ajuda médica, já que o processo acontece de forma anônima.

A FIV é feita em cinco etapas principais: estimulação ovariana e indução da ovulação, punção folicular e preparo seminal, fecundação, cultivo dos embriões e transferência embrionária. Quando a técnica de doação é utilizada, o casal é encaminhado diretamente para a última etapa, para transferir os embriões.

Em alguns casos, a mulher recebe uma dosagem de medicamentos hormonais para melhorar a sua receptividade endometrial, aumentando as chances de sucesso da implantação. A transferência é um processo simples e a mulher é liberada rapidamente para aguardar os resultados do tratamento.

Quando o casal deve congelar os embriões?

Na FIV, todos os embriões formados em um ciclo de tratamento que não forem transferidos a fresco são congelados para uso em um próximo ciclo, caso ocorram falhas, ou no futuro, para obter uma nova gestação. 

No entanto, após a gravidez nem sempre os embriões são utilizados. Por isso, o CFM determina que podem permanecer congelados por apenas 3 anos. Após esse período devem ser descartados ou doados. 

A doação de embriões, entretanto, se tornou uma opção importante para ajudar pessoas com problemas de infertilidade a alcançarem a gravidez. As taxas de sucesso gestacional proporcionadas pela FIV são semelhantes quando o tratamento é realizado com embriões frescos ou congelados e as mais altas da reprodução assistida. 

Se você se interessou pelo assunto, leia mais sobre a doação de embriões e entenda detalhadamente a sua utilização no tratamento com FIV.

Endometriomas: veja como é feito o tratamento

O útero é um órgão feminino responsável pelo desenvolvimento do feto até o seu nascimento. Seu revestimento é feito em camadas, sendo o perimétrio a mais externa, o miométrio a intermediária e o endométrio a mais interna. Quando há um crescimento anormal do tecido endometrial, é caracterizada a endometriose.

O tecido ectópico pode crescer na cavidade pélvica fora do útero, em regiões como o peritônio, ovários, tubas uterinas, bexiga e intestino, por exemplo. A endometriose é um problema comum que atinge muitas mulheres.

A doença pode causar fortes cólicas menstruais, dor durantes as relações sexuais e até mesmo a infertilidade feminina. Muitas vezes, o diagnóstico é demorado devido a semelhança dos sintomas com outros tipos de doenças femininas. Em alguns casos, a severidade pode interferir na qualidade de vida da mulher.

É importante acompanhar a doença de perto para minimizar os sintomas e oferecer melhor qualidade de vida para essas mulheres. 

Existem diferentes formas da endometriose, que variam de acordo com a localização e a profundidade. A seguir, conheça os endometriomas, uma das formas da doença, e saiba como pode ser feito o seu tratamento.

O que são os endometriomas?

A endometriose pode ser encontrada de três formas: superficial, profunda e ovariana, caracterizada pela formação de endometriomas, que podem causar algumas complicações para a saúde da mulher.

Nesse tipo de endometriose, são formados cistos nos ovários, que contêm um líquido espesso com aspecto de chocolate. Isso acontece quando uma parte do tecido endometrial descama e se fixa nos ovários, formando uma pequena bolsa de sangue que pode evoluir de tamanho.

Normalmente a endometriose é uma doença silenciosa e muitas vezes as cólicas causadas não são suficientes para a procura de um médico. Já os endometriomas apresentam algumas características, sendo o agravamento das dores uma das principais.

Quando eles se rompem, por exemplo, podem causar alguns sintomas como: dores abdominais intensas e repentinas. Além disso, geralmente provocam sangramentos fora do período menstrual, dores durante as relações sexuais, cólicas menstruais dolorosas e aumento do fluxo menstrual. Em alguns casos, podem levar à infertilidade devido ao comprometimento dos ovários.

Para diagnosticar o problema, é realizado inicialmente o exame físico com avaliação dos possíveis sintomas, detectando alterações como o aumento no volume dos ovários, comum diante de múltiplos cistos ou quando o endometrioma tem um tamanho maior.

O diagnóstico é confirmado por exames de imagem como a ultrassonografia pélvica transvaginal e a ressonância magnética da pelve, que possibilitam uma análise detalhada os ovários e a identificação dos endometriomas. 

Como os endometriomas afetam a fertilidade feminina?

Os ovários são os responsáveis pelo armazenamento dos folículos e a liberação dos óvulos para a fecundação. Quando são afetados pelos endometriomas sua função fica comprometida, interferindo na quantidade e qualidade dos óvulos.

A presença dos endometriomas pode afetar a ovulação, além de dificultar a implantação do embrião no útero por causa das alterações imunológicas e inflamatórias. 

Se a ovulação não acontece, o óvulo não é liberados e não há fecundação. Em alguns casos, os óvulos formados com a presença dos cistos nos ovários podem apresentar a zona pelúcida espessa, o que dificulta a penetração do espermatozoide.

Outro motivo pelo qual os endometriomas podem afetar a fertilidade da mulher é a alteração na reserva ovariana, levando à diminuição dos folículos ao redor. 

O desequilíbrio hormonal causado pela doença também pode gerar uma dificuldade de o embrião se fixar no endométrio e iniciar a gestação.

Qual o melhor tratamento para os endometriomas?

A endometriose não possui uma cura definitiva, seu tratamento é aplicado para aliviar os sintomas. O tratamento dos endometriomas é feito de acordo com o diagnóstico, pois depende da profundidade das lesões. Pode ser pelo uso de medicamentos hormonais ou por intervenção cirúrgica.

Ambos os tipos de intervenção podem afetar a fertilidade da mulher, por isso, a escolha do melhor tratamento é feita com base na análise de fatores como: a idade da paciente, sintomas apresentados e se ela possui ou não o desejo de ter filhos.

Tratamento hormonal

Pode ser indicado o uso de medicamentos hormonais, anticoncepcional ou DIU, para controlar sintomas como sangramento excessivo, a dor, além de inibir o crescimento dos endometriomas. 

Tratamento cirúrgico

Em alguns casos, pode ser necessária a realização da cirurgia para remoção dos endometriomas, realizada por videolaparoscopia: um tubo longo e fino, com uma luz e uma câmera acopladas na ponta, é inserido por uma pequena incisão. 

Esse método é recomendado para mulheres que apresentam dores intensas, endometriomas maiores ou com de infertilidade feminina. A cirurgia, entretanto, pode diminuir a reserva ovariana, uma vez que os folículos ao redor podem ser perdidos durante a remoção, assim como causar cicatrizes nos ovários, afetando, em ambos os casos, a fertilidade.

Por isso, geralmente é indicado o congelamento dos óvulos para a preservação da fertilidade e obtenção de uma gravidez no futuro.

Para mulheres com endometriomas que desejam engravidar, existe a possibilidade de tratamento pela reprodução assistida, independentemente de ser feita a remoção. A principal técnica utilizada nesses casos é a fertilização in vitro (FIV).

A FIV é muito eficiente e conta com métodos avançados no tratamento. É a técnica de maior complexidade e muito procurada em casos mais graves de infertilidade, tanto masculina quanto feminina.

É feita em cinco etapas principais: estimulação ovariana e indução da ovulação, punção folicular e preparo seminal, fecundação, cultivo dos embriões e transferência embrionária.

Por grande parte ser em laboratório, a FIV permite um controle maior dos seus procedimentos durante o tratamento. Com isso, mulheres com endometriomas podem optar por esse método para realizar os sonho de ter um filho.

Se você se interessou pelo assunto, leia mais sobre a endometriose e entenda melhor a doença e sua ocorrência.