Infertilidade e DIP: qual a relação? - Elo Medicina Reprodutiva
Elo Medicina| WhatsApp

Por Elo Clínica

A pelve é a região entre o tronco e os membros inferiores. Na lista dos órgãos que ela protege estão os do sistema reprodutor feminino e masculino, por isso, a presença de dor pélvica é um sintoma comum em doenças que podem causar infertilidade.

Um dos principais fatores que podem levar à dificuldade para engravidar é a doença inflamatória pélvica (DIP) que, como o nome indica, atinge essa região. Ela afeta homens e mulheres e a demora no seu tratamento é um grande risco para a saúde reprodutiva.

Continue a leitura para entender a relação entre a infertilidade e a DIP!

O que é infertilidade?

A infertilidade atinge milhões de casais em todo mundo e afeta, igualmente, homens e mulheres. Em geral, ela é percebida apenas quando o casal está tentando engravidar e não consegue. Esse tema é complexo, pois diversos aspectos estão relacionados a ela. A boa notícia é que existem tratamentos para recuperar a capacidade reprodutiva.

Com relação aos homens, a infertilidade está ligada a quantidade e a qualidade dos espermatozoides. Infecções, obstruções, fatores endócrinos e a varicocele são as causasmais comuns de infertilidade.

Já as mulheres podem ter a fertilidade afetada por doenças e condições que prejudiquem o funcionamento dos órgãos do sistema reprodutor. Obstruções tubárias e fatores ovulatórios e uterinos estão entre as principais causas. 

A DIP é um caso especial por ser uma infecção que atinge ambos os sexos. E, em casos graves, pode afetar a fertilidade.

O que é DIP?

A DIP é uma doença provocada pormicrorganismos, resultando em uma inflamação na região pélvica. O agente infeccioso entra pelo canal vaginal (das mulheres) ou pela uretra (nos homens), comprometendo os órgãos do sistema reprodutor. Entre as principais bactérias que podem provocar a DIP, temos:

• Chlamydia trachomatis;

• Neisseria gonorrhoeae;

• Escherichia coli;

• Mycoplasma genitalium;

• Bacteroides fragilis.

As duas primeiras são responsáveis pela maioria dos casos da DIP e, além disso, estão entre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns do mundo: a clamídia e a gonorreia. Em vista disso, a sua principal forma de contágio é por contato sexual sem o uso de preservativos.

A invasão das bactérias também pode acontecer durante procedimentos médicos como a inserção do dispositivo intrauterino (DIU), partos e abortamentos.

Entre os principais sintomas nas mulheres estão: dores pélvicas, corrimentos com mal cheiro, sangramentos fora do período menstrual e febre. Ao perceber qualquer um deles, procure auxilio médico.

Qual a relação entre a DIP e a infertilidade?

A DIP é uma das principais causas de infertilidade, tanto masculina, quanto feminina. Com o tempo, a infecção pode se espalhar e provocar obstruções nos órgãos. Por isso, é fundamental o tratamento precoce da doença.

Nos homens, ela pode evoluir para uma prostatite crônica. A próstata é responsável por produzir uma parte do líquido que compõe o sêmen, ajudando na locomoção e na proteção dos espermatozoides. Desse modo, uma inflamação aumenta o tamanho do órgão e pode afetar a qualidade dos espermatozoides.

Também pode causar a inflamação dos epidídimos, epididimite e dos testículos, orquite. O processo inflamatório pode provocar a formação de aderências. Nos epidídimos, causam obstruções que impedem o transporte dos espermatozoides para serem ejaculados. 

Nos testículos, por outro lado, interferem na produção dos espermatozoides. Ambos os casos resultam em azoospermia, quando os gametas masculinos não estão presente no sêmen, uma das causas mais comuns de infertilidade masculina. 

Nas mulheres, a DIP pode provocar obstruções tubárias, dificultando o encontro entre o óvulo e o espermatozoide. Sem a fecundação, não é possível engravidar naturalmente. Além disso, também aumenta o risco de uma gravidez ectópica (fora do útero).

Pode ainda provocar a inflamação dos ovários, ooforite, resultando em distúrbios de ovulação, assim como se houver a formação de aderências, impossibilita a liberação do óvulo. Ou do endométrio, endometrite, interferindo na implantação do embrião, levando a falhas e abortamento.

Existe tratamento para essa doença?

O tratamento da DIP consiste na administração de antibióticos para eliminar o agente infeccioso. Devido à facilidade de transmissão das ISTs, é importante que o parceiro da paciente também seja diagnosticado e receba o tratamento.

A recuperação é rápida, porém, não impede que a pessoa seja infectada novamente. Por isso, usar preservativos em todas as relações sexuais é uma das principais recomendações para evitar a doença.

O quanto antes a paciente for diagnosticada e receber o tratamento, melhor. Caso a doença provoque algum dano aos órgãos reprodutores, a fertilidade pode ser afetada. Nesse cenário, a reprodução assistida é recomendada. 

Entre as técnicas disponíveis, a fertilização in vitro (FIV) é a mais indicada para os casos de infertilidade causada por obstruções tubárias e fatores graves masculinos. A técnica possibilita, ainda, contornar problemas como os distúrbios hormonais ou a receptividade endometrial, minimizando, nesse caso, os riscos de falhas na implantação. 

Na FIV, a fecundação acontece fora do corpo da mulher e os embriões formados são transferidos para o útero da paciente. A sua taxa de sucesso é alta, por isso, o sonho de ter filhos é possível, mesmo após receber o diagnóstico de infertilidade.

A inflamação é uma resposta do nosso organismo a uma invasão de agentes microbianos. No caso da DIP, ela é causada geralmente por bactérias da clamídia e da gonorreia. 

A doença pode causar infertilidade ao provocar danos nos órgãos do sistema reprodutivo. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoce são medidas essenciais para evitar alterações na saúde reprodutiva.

Realizar o sonho de ter filhos pode ser mais difícil para algumas mulheres. A DIP é apenas uma das causas que podem alterar o sistema reprodutor e dificultar a gravidez. Aprofunde-se nesse tema com o nosso texto sobre a infertilidade feminina!

Deixe seu comentário!

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *