novembro 2023 - Elo Medicina Reprodutiva
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Histeroscopia ambulatorial ou diagnóstica: veja as indicações e como é feita

O útero é um dos órgãos fundamentais no processo reprodutivo e participa de eventos importantes, como o transporte de esperma, implantação do embrião (nidação) e nutrição do bebê durante toda a gestação.

Vários fatores anatômicos uterinos podem causar infertilidade, abortos de repetição ou parto prematuro. Eles podem ser anormalidades anatômicas congênitas (desde o nascimento), como malformações uterinas, ou anormalidades adquiridas, como miomas intrauterinos, pólipos endometriais e sinequias uterinas.

Inúmeras técnicas diagnósticas, dentre as quais se destaca a histeroscopia ambulatorial, também conhecida como histeroscopia diagnóstica, têm contribuído para o diagnóstico e tratamento dessas patologias, restaurando as funcionalidades do útero, o que aumenta as chances de uma implantação embrionária bem-sucedida, por exemplo.

Vamos esclarecer neste texto os aspectos mais importantes relacionados a esse tema. Tome nota!

O que é histeroscopia ambulatorial ou diagnóstica?

A histeroscopia ambulatorial é uma técnica minimamente invasiva utilizada para examinar o interior do útero. É feita com um instrumento chamado histeroscópio, que transmite em tempo real imagens a um monitor para que o cirurgião possa fazer as intervenções que sejam necessárias.

É um procedimento simples e seguro realizado em ambulatório que ajuda a diagnosticar problemas no útero e a investigar a infertilidade feminina.

A histeroscopia é uma das técnicas mais avançadas hoje para diagnóstico e tratamento de condições uterinas. É considerada padrão-ouro para o tratamento de diversas doenças.

Quais são os tipos de histeroscopia?

Existem duas modalidades de histeroscopia: ambulatorial, também conhecida como diagnóstica, e cirúrgica.

Histeroscopia ambulatorial

A histeroscopia ambulatorial é indicada para detectar alterações no útero de forma geral (miomas e malformações), incluindo no endométrio (miomas, pólipos, neoplasias etc.).

Esse exame tem finalidade diagnóstica e é uma intervenção rápida e minimamente invasiva. Mesmo assim, às vezes pode ser aplicada anestesia local para reduzir o desconforto da paciente tanto quanto possível.

Em casos raros, a histeroscopia diagnóstica pode tratar pequenos miomas e pólipos, dependendo das características da doença.

Histeroscopia cirúrgica

Além de ser um instrumento de observação como a diagnóstica, a histeroscopia cirúrgica também pode realizar intervenções para tratar doenças.

Muitas vezes, a histeroscopia diagnóstica não é necessária, dependendo dos exames que tiverem sido feitos previamente. Se houver suspeita de pólipo, por exemplo, ao ultrassom, a mulher pode ter indicação de histeroscopia cirúrgica direto, sem a necessidade da diagnóstica.

Quando uma histeroscopia ambulatorial é indicada?

Na medicina reprodutiva, a histeroscopia ambulatorial é considerada uma ferramenta muito útil para o diagnóstico e tratamento de casais inférteis.

Esse exame frequentemente auxilia a confirmar ou descartar a presença de pólipos ou miomas, aderências intrauterinas ou malformações no útero, que podem colocar em risco a fecundação, implantação (nidação) ou o desenvolvimento do embrião.

A histeroscopia diagnóstica também pode ser indicada nos casos em que há irregularidades na menstruação, quando houver suspeita de que a causa da infertilidade feminina esteja relacionada ao útero, nos casos de abortamentos de repetição ou quando, na história anterior da paciente, for observado que houve falhas de implantação em ciclos de FIV.

Contraindicações

As contraindicações são poucas e incluem:

  • Gravidez: a histeroscopia ambulatorial é um método minimamente invasivo, mas é contraindicada para pacientes grávidas, pois pode levar à infecção do embrião ou interromper uma gravidez;
  • Infecção cervical ou uterina recente: existe o risco de espalhar a infecção para a cavidade peritoneal através das trompas de falópio;
  • Sangramento uterino profuso.

Como a histeroscopia ambulatorial é realizada?

O exame é realizado no consultório médico e a paciente fica em posição ginecológica. O médico procede à dilatação do útero com soro fisiológico, de forma que haja espaço suficiente para a introdução do histeroscópio, pequeno tubo que emite luz, de aproximadamente 4 mm de diâmetro, com uma pequena câmera na ponta.

Pela câmera, o médico pode visualizar o útero em tempo real, identificando alterações ou lesões, e, caso encontre algum problema, pode retirar uma amostra de tecido (biópsia) e enviá-la ao laboratório para análise. Dessa forma, o médico pode concluir um diagnóstico e determinar o melhor tratamento.

O melhor momento para fazer a histeroscopia ambulatorial é logo após o término da menstruação, no início da fase proliferativa. Se o procedimento for realizado durante a fase lútea, o endométrio é mais espesso e tem uma aparência ondulada, o que pode levar a diagnósticos equivocados.

Complicações

Atualmente, as complicações da histeroscopia ambulatorial são cada vez menos frequentes e menos graves. Todo o material utilizado foi sendo aprimorado com o tempo e hoje a cirurgia é feita com grande precisão. As câmeras de vídeo são digitais e dispositivos eletrônicos controlam precisamente o volume de fluxo perfundido do meio de distensão, bem como a pressão intrauterina.

A histeroscopia ambulatorial é, portanto, uma ferramenta importante na atenção à saúde da mulher e pode ser indicada para identificar e tratar diversos problemas.

Se você gostou deste texto sobre histeroscopia, toque aqui e saiba mais!

Histeroscopia cirúrgica: conheça mais sobre o procedimento

Nas últimas décadas, as técnicas de reprodução assistida evoluíram de forma mais intensa do que em qualquer outro período, aumentando as esperanças de casais inférteis que sonham em ter filhos e não estão tendo sucesso.

A infertilidade pode ser causada por fatores masculinos e femininos, por isso ela sempre é considerada conjugal, e parte dos casos de infertilidade é causada por fatores uterinos. Patologias como miomas, pólipos, septos, aderências etc. podem dificultar tanto o caminho de ascensão dos espermatozoides e a implantação do embrião como o crescimento do feto em desenvolvimento.

A investigação da infertilidade e o tratamento de doenças que podem causá-la são fundamentais quando o casal tem dificuldade de engravidar, e a histeroscopia é um recurso importante nesse contexto.

Existem duas modalidades de histeroscopia: diagnóstica e cirúrgica. Aqui vamos falar sobre a histeroscopia cirúrgica, principalmente no contexto da investigação da infertilidade e reprodução assistida.

O que é histeroscopia?

A histeroscopia é um procedimento de baixo risco feito por via vaginal com um instrumento chamado histeroscópio. O objetivo é avaliar a cavidade uterina e tratar doenças que estejam acometendo o local.

O histeroscópio é um telescópio longo e estreito conectado a uma fonte de luz para iluminar a área a ser visualizada. Existem duas modalidades de histeroscopia: diagnóstica e cirúrgica. A principal diferença entre elas é o calibre histeroscópio. Na diagnóstica ele é menor do que na cirúrgica.

A histeroscopia diagnóstica é realizada com o objetivo de visualizar o interior da cavidade uterina para diagnosticar alguma doença que possa estar afetando a região. Esse procedimento não requer anestesia, mas ela pode ser aplicada.

A histeroscopia cirúrgica é indicada quando a intervenção cirúrgica é necessária para o tratamento da doença. Nesse caso, o procedimento é feito com a mulher anestesiada.

Essa técnica pode tratar patologias como pólipos endometriais, miomas submucosos, aderências, entre outras.

Quando a histeroscopia cirúrgica é indicada?

A histeroscopia cirúrgica é indicada para tratar doenças uterinas, principalmente que estejam causando sintomas e complicações que precisam ser tratadas.

Algumas das indicações são:

  • Remoção de pólipos endometriais;
  • Remoção de miomas submucosos;
  • Biópsia do endométrio;
  • Remoção de aderências (cicatrizes);
  • Remoção de DIU (dispositivo contraceptivo intrauterino).

Nem sempre, por exemplo, os miomas precisam ser retirados. As doenças precisam ser avaliadas individualmente.

Miomas intramurais e subserosos não podem ser retirados pela histeroscopia. Geralmente a indicação nesses casos é de videolaparoscopia.

Contraindicações da histeroscopia

Existem algumas contraindicações à realização da histeroscopia: infecções pélvicas, gravidez, estenose cervical, câncer cervical e doenças cardiopulmonares.

Como é realizada a histeroscopia cirúrgica?

A histeroscopia cirúrgica é realizada em centro cirúrgico e é feita sob anestesia geral. Na maioria dos casos, a paciente fica em posição ginecológica. Técnicas de assepsia são usadas para reduzir o risco de infecção.

O cirurgião insere o histeroscópio pelo colo do útero para chegar ao útero. A cavidade uterina precisa ser distendida para ser visualizada corretamente. A distensão é feita com soro fisiológico, que promove uma distensão mais simétrica e uma melhor visualização da cavidade endometrial.

Uma vez que o tubo é instalado e o útero limpo, a luz na extremidade do histeroscópio permite que o médico verifique o revestimento do útero. 

Por último, pequenos instrumentos são inseridos para a realização da intervenção. Isso depende do que será feito.

A histeroscopia é, portanto, um método seguro e eficaz que pode restaurar a saúde e melhorar as chances de concepção natural, bem como da fertilização in vitro, se o casal ainda assim tiver dificuldade de engravidar.

Cuidados após a histeroscopia e os possíveis riscos

A recuperação de uma histeroscopia cirúrgica é rápida e geralmente não há sintoma duradouro além dos primeiros dias após o procedimento. Pode ocorrer sintoma semelhante à cólica menstrual, que alivia com medicação analgésica (a medicação deverá ser receitada pelo médico). A paciente deve evitar relações sexuais por três a quatro semanas após a histeroscopia cirúrgica.

Os riscos associados são extremamente baixos. Se realizada em um ambiente cirúrgico e por profissionais especializados, não oferece risco. 

No entanto, como em qualquer procedimento cirúrgico, podem surgir complicações. As mais frequente são: 

  • Síncope vasovagal: ocorre como consequência de um reflexo vagal ao passar o histeroscópio pelo orifício cervical interno (OCI). É caracterizada pelo aparecimento de bradicardia (diminuição na frequência cardíaca), hipotensão e tonturas;
  • Perfuração uterina: pode ocorrer no momento do acesso à cavidade uterina, criando uma falsa via, ou durante um procedimento já dentro da cavidade uterina;
  • infecção do útero: geralmente pode ser tratada com antibióticos prescritos pelo especialista.

A histeroscopia recebe alguns nomes de acordo com a doença que trata: polipectomia (tratamento de pólipos), miomectomia (tratamento de miomas) e assim por diante.

Essa técnica cirúrgica é considerada uma das mais avançadas e considerada padrão-ouro no tratamento de muitas doenças.

O tempo de procedimento pode variar de acordo com a complexidade da intervenção, mas geralmente é rápido.

Para saber mais sobre as indicações e contraindicações da histeroscopia, toque no link.

Clamídia e infertilidade: veja a relação

Chlamydia trachomatis (CT) é o agente bacteriano causador de uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais prevalentes em todo o mundo. De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 100 milhões de novas infecções ocorrem anualmente.

A infecção por clamídia é facilmente tratada com antibióticos. No entanto, como é comumente assintomática em homens e mulheres, pode passar despercebida por muito tempo e causar complicações mais graves, como infertilidade.

A clamídia pode causar uma série de complicações graves em homens e mulheres, incluindo doença inflamatória pélvica (DIP), que é uma doença que pode estar associada à infertilidade.

Mulheres com fertilidade comprometida devido à infecção por clamídia podem se beneficiar de tratamentos de fertilidade. Continue a leitura e saiba mais sobre esse assunto!

Clamídia: sintomas e consequências

Essa é uma das ISTs mais comuns. É causada por uma bactéria que existe nas secreções vaginais e no sêmen (esperma). Pode ser transmitida por sexo vaginal, oral ou anal sem preservativo. Mulheres grávidas também podem passá-la para seus bebês durante o parto, conhecida como transmissão vertical.

Os sintomas podem incluir corrimento vaginal e ardor ao urinar, mas a maioria das mulheres é assintomática.

A clamídia pode ser tratada com antibióticos. Se não for tratada, pode se espalhar para os órgãos reprodutivos internos superiores da mulher (ovários e trompas de Falópio) e causar a doença inflamatória pélvica (DIP), podendo levar à infertilidade.

As complicações entre os homens são mais raras. A infecção às vezes se espalha para o epidídimo (área onde os espermatozoides amadurecem), podendo causar dor, febre e infertilidade. Além disso, a infecção genital por clamídia pode causar artrite, que pode ser acompanhada de lesões cutâneas e inflamação do olho e da uretra (síndrome de Reiter).

Clamídia — uma ameaça à fertilidade

Os efeitos da clamídia na fertilidade estão bem estabelecidos e se aplicam tanto aos homens quanto às mulheres. Ela pode afetar a fertilidade de várias maneiras:

  • Infecções cervicais podem impedir que os espermatozoides cheguem à cavidade uterina e, consequentemente, ao óvulo, impedindo a fecundação e o desenvolvimento da gravidez;
  • A infecção tubária (trompas de Falópio) pode causar hidrossalpinge, que é um acúmulo de líquido em uma ou em ambas as trompas. A hidrossalpinge geralmente causa infertilidade, uma vez que o bloqueio provavelmente impedirá que o espermatozoide encontre o óvulo da paciente para fertilizá-lo. Se isso acontecer, também obstrui o caminho do embrião para o útero, aumentando, assim, o risco de gravidez ectópica, caso de alguma forma aconteça a fecundação;
  • A infecção uterina pode causar um desenvolvimento endometrial insuficiente ou inflamação (endometrite), que, por sua vez, pode impedir o processo de implantação do embrião;
  • Pode produzir reações inflamatórias, que resultam na formação de aderências pélvicas nas trompas de Falópio, interferindo no transporte de gametas (óvulos e espermatozoides).

Além disso, a clamídia não tratada pode ter consequências graves durante a gravidez, como:

  • Aumento do risco de aborto espontâneo;
  • Infecções do líquido amniótico (líquido que envolve o embrião);
  • Ruptura prematura da membrana;
  • Nascimento prematuro do bebê;
  • Baixo peso do recém-nascido;
  • Infecções de pneumonia ou conjuntivite neonatal durante o parto vaginal.

Tratamento e reprodução assistida

Se detectada precocemente, a clamídia pode ser facilmente tratada com antibióticos. No entanto, uma vez curada, mulheres e homens devem fazer o teste de clamídia novamente, cerca de três meses após o tratamento.

Isso é indicado porque as mulheres cujos parceiros não foram tratados adequadamente têm um alto risco de reinfecção, o que aumenta o também o risco de complicações na saúde reprodutiva.

Se os órgãos reprodutivos da paciente tiverem sido afetados (principalmente no caso de obstrução tubária), a fertilização in vitro (FIV) é o tratamento mais indicado para conseguir a gravidez. 

Os danos causados ​​pela bactéria Chlamydia trachomatis frequentemente dificultam o transporte de gametas (óvulos e espermatozoides) ou bloqueiam o caminho do embrião (óvulo fertilizado) em direção ao útero.

No entanto, a fertilização in vitro (FIV) aumenta significativamente as chances de essa mulher conseguir a gravidez. A primeira etapa é a estimulação ovariana, que promove o crescimento de um elevado número de óvulos (depende de algumas condições, como da idade da mulher). Esses óvulos são retirados dos ovários e fertilizados em laboratório com condições controladas.

O objetivo é formar embriões de qualidade, que são mantidos em incubadoras por alguns dias até que amadureçam, e transferi-los para o útero da paciente.

Portanto, a FIV não precisa das trompas de Falópio (tubas uterinas), oferecendo maior probabilidade de gravidez quando comparada aos demais tratamentos disponíveis.

É importante ressaltar que as infecções por clamídia devem ser tratadas antes de iniciar um ciclo de fertilização in vitro (FIV) para maximizar as chances de sucesso da técnica.

Esperamos que este texto tenha sido útil para você. Aproveite que chegou até aqui e faça uma leitura complementar sobre o assunto. Leia também um texto especial sobre o tema: infecção por clamídia.

Endometrite e infertilidade: saiba mais sobre a relação

Em uma gestação, logo após ser fecundado pelo espermatozoide o óvulo se transforma em zigoto, célula-ovo que sofre sucessivas divisões celulares até se tornar embrião, enquanto é transportado ao útero para se fixar no endométrio.

O endométrio é o tecido que reveste a parede mais interna do útero, rico em vasos sanguíneos. Nele, o embrião implanta e será nutrido até que a placenta seja devidamente formada. 

Quando o endométrio não possui as condições adequadas, como espessura ou receptividade, é possível que aconteçam falhas nessa implantação, com consequente abortamento, muitas vezes de repetição, quando ocorrem mais de três perdas consecutivas. 

É o que pode acontecer em casos de endometrite, a inflamação do endométrio: a fixação do embrião é comprometida e se a inflamação não for corretamente tratada, pode afetar a capacidade reprodutiva da mulher e resultar em infertilidade. 

A seguir, entenda melhor sobre a endometrite e quais são os possíveis tratamentos. Confira!

O que é o endométrio e quais são as causas da endometrite

Endométrio é a camada mais interna do útero. Mensalmente, sob a ação dos hormônios estrogênio e progesterona, ele é preparado para receber o embrião, tornando-se mais espesso e vascularizado. Quando não há a fecundação, descama e é expelido pela menstruação, iniciando um novo ciclo. 

A inflamação desse tecido se chama endometrite, em que há um desequilíbrio da flora bacteriana uterina. É possível que procedimentos médicos, como parto normal, cesariana, ou a implantação de dispositivos intrauterinos (DIU), facilitem a ascensão de bactérias naturalmente presentes na vagina. Nesse caso é classificada como endometrite aguda. 

Também é uma das consequências da doença inflamatória pélvica (DIP), provocada na maioria das vezes por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia e a gonorreia.

Já a endometrite crônica resulta normalmente da permanência da infecção, o que ocorre quando a doença não é tratada durante a fase aguda, ou o tratamento é feito de forma inadequada. 

Quais são os sintomas da endometrite

Quando a endometrite é aguda, tem curta duração, no entanto, pode causar sintomas muitas vezes severos, como cólicas menstruais de maior intensidade antes e durante a menstruação (dismenorreia), aumento excessivo do fluxo menstrual, corrimento com odor forte, inchaço repentino da região abdominal, febre alta, calafrios e mal-estar em geral. 

Na endometrite crônica os sintomas se diferem na forma de sangramento, como hemorragia em intervalos irregulares ou a presença de manchas avermelhadas entre os períodos menstruais. Além disso, quando há febre ela é moderada e pode ocorrer micção frequente e urgente. 

No entanto, quase sempre a endometrite crônica é assintomática, descoberta principalmente diante da dificuldade em engravidar. Nessa fase a doença é, inclusive, reconhecida como uma das causas mais comuns de infertilidade feminina, sendo esse, portanto, seu sintoma mais grave. 

Como diagnosticar e tratar a endometrite? 

A presença dos sintomas, embora auxilie no diagnóstico, não é conclusiva. Na avaliação ginecológica, o médico realiza também um exame clínico da região pélvica, percebendo, por exemplo, se o útero está sensível ao toque, e solicita exames, como o hemograma completo para verificar a presença de bactérias e o tipo, o teste de urina e uma análise da secreção vaginal, para constatar agentes sexualmente transmissíveis. 

Recomenda-se, além disso, a realização da histeroscopia, técnica que oferece uma visualização mais detalhada das condições uterinas ao introduzir pelo colo do útero um aparelho com uma microcâmera. Durante o exame é possível coletar uma amostra de tecido para biópsia. 

O tratamento da endometrite é feito com a administração de antibióticos, prescritos de acordo com cada tipo de bactéria. Em alguns casos, também é necessário a realização de intervenção cirúrgica para a remoção de fragmentos abortivos, placentários ou drenar abscessos. 

Qual a relação entre endometrite e infertilidade?

A infertilidade é uma condição definida pela incapacidade de engravidar após uma mulher em idade reprodutiva tentar por um período maior de um ano sem o uso de contraceptivos. A endometrite, quando já está instalada e se torna crônica, é uma causa frequentemente registrada.

A inflamação altera o ciclo endometrial, provocando um deslocamento do período de receptividade do endométrio e, assim, falhas na implantação e abortamento. Quando espalha para todo o útero, pode causar a formação de aderências, que levam à distorção da anatomia do órgão, dificultando ou impedindo a gravidez, resultando, da mesma forma, em abortamento. 

Ao espalhar para as tubas uterinas e ovários, impende, de diferentes formas, a fecundação.

No entanto, com a cura da inflamação a fertilidade tende a ser restaurada e a mulher engravida de forma espontânea. Se tiver provocado maiores danos, a gravidez ainda pode ser obtida por técnicas de reprodução assistida, particularmente pela fertilização in vitro (FIV). 

No entanto, a cura da infecção também é fundamental antes de iniciar o tratamento com a técnica, pois a endometrite, da mesma forma, pode causar falhas na implantação do embrião. 

Assim, quanto mais cedo e eficiente for o tratamento, melhor a condição do endométrio para receber o embrião. 

Para saber mais sobre a endometrite, suas causas e formas de tratamento, toque aqui.