fevereiro 2021 - Elo Medicina Reprodutiva
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ISCA: o que é?

Ao apresentar problemas para engravidar, o casal deve procurar ajuda médica para detectar o que está provocando esse problema. A resposta pode estar relacionada a fatores femininos, a fatores masculinos ou ambos, sendo uma probabilidade de 30% para cada. Mas uma quarta possibilidade, presente em 10% dos casos, pode provocar uma grande frustração nos casais: a infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Essa investigação é realizada geralmente quando o casal se enquadra na definição de infertilidade. Ou seja, após 12 meses de tentativas para engravidar naturalmente sem sucesso. Como a fertilidade diminui com a idade, esse período diminui para 6 meses se a mulher tiver mais de 35 anos. Quando o motivo da infertilidade é inconclusivo, o caso é considerado de ISCA.

Neste texto, o nosso objetivo é mostrar o que é ISCA e como a investigação da infertilidade é realizada. Além disso, vamos apresentar as possibilidades de tratamento para os casais que receberam esse diagnóstico.

Confira!

O que é ISCA?

ISCA é a sigla para infertilidade sem causa aparente. O seu nome já é autoexplicativo, pois nesses casos não há um diagnóstico conclusivo para a infertilidade do casal. Isso não significa que a causa não exista, mas apenas que ela não foi identificada, por alguma razão. Ou seja, a ISCA se refere à ausência de um diagnóstico.

Para investigar o motivo da dificuldade para engravidar, o casal realiza uma série de exames. Ao longo do processo, as possíveis causas vão sendo descartadas até que uma das suspeitas seja confirmada. Porém, na ISCA, o diagnóstico é feito por exclusão e o resultado não é conclusivo pois nenhum exame apresenta alterações.

Como é realizada a investigação da infertilidade?

Uma maneira de entender melhor a ISCA é compreendendo como é feita a investigação da infertilidade. Na primeira consulta, o médico conversa com o casal para entender o histórico familiar de ambos.

Todo esse processo é individualizado. A realidade de cada casal é única e os exames solicitados podem variar. De forma geral, o percurso da investigação da infertilidade se inicia com uma pesquisa básica e vai se aprofundando para encontrar o diagnóstico.

A seguir, conheça os exames mais solicitados durante a investigação tanto da infertilidade feminina, quanto da masculina.

Investigação da infertilidade feminina

Para investigar a fertilidade feminina, a paciente realiza alguns exames de imagem e de sangue. Exames mais solicitados visam analisar a anatomia do útero, tubas uterinas e ovários e testes para verificar o nível dos hormônios relacionados à ovulação.

Entre os exames mais pedidos temos:

Investigação da infertilidade masculina

O espermograma é o principal exame para avaliar a fertilidade masculina. Ele avalia a contagem e a qualidade dos gametas em comparação com o padrão de normalidade estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Quando o espermograma não apresenta alterações, os testes de função espermática, principalmente o de fragmentação do DNA espermático, podem ser solicitados. Esses exames avaliam a presença de alguma alteração na constituição dos espermatozoides que possam levar à infertilidade.

Quais são as causas de infertilidade que podem não ser diagnosticadas de início?

Algumas doenças, mesmo tendo os seus efeitos sobre a fertilidade conhecidos pela ciência, podem ser difíceis de ser diagnosticadas quando estão em seus estágios iniciais. Por não serem detectadas durante a investigação, a conclusão pode levar à ISCA.

Entre elas, temos a endometriose, uma doença difícil de ser diagnosticada durante os estágios iniciais. Em muitos casos, a mulher é assintomática e aquelas que apresentam sintomas podem acreditar que as cólicas menstruais e dores pélvicas crônicas que estão sentindo são normais.

Além disso, doenças provocadas por infecções sexualmente transmissíveis — como a clamídia e a gonorreia — podem não provocar sintomas e dificultar o diagnóstico.

Nos casos de ISCA, como o casal pode ter filhos?

Apesar de a ISCA ser frustrante para o casal, ainda é possível ter filhos por meio da reprodução assistida. A relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA) são técnicas de baixa complexidade e a fertilização in vitro (FIV), de alta complexidade.

As duas primeiras são indicadas para casos leves de infertilidade e a sua fecundação ocorre dentro nas tubas uterinas da mulher. A fecundação na FIV é feita em laboratório, possibilitando o uso de técnicas mais modernas. Por isso, a sua taxa de sucesso é superior às demais.

Após sucessivos casos malsucedidos da RSP ou da IA, a FIV pode s

er indicada. Dependendo de alguns fatores, como a idade da paciente, a FIV pode ser indicada como primeira opção.

Nos casos em que a investigação da infertilidade não encontrou o motivo da dificuldade para o casal engravidar, ela é chamada de ISCA. Ou seja, os exames não evidenciaram nenhuma alteração e o diagnóstico foi inconclusivo. Mas mesmo com esse resultado o casal pode ter filhos com a reprodução assistida, principalmente com a FIV.

Para saber mais detalhes sobre esse tema, veja a nossa página sobre a ISCA!

Endometrite: você sabe o que é e como ela pode afetar a sua fertilidade?

Diversas doenças podem atingir os órgãos do sistema reprodutor e prejudicar a saúde reprodutiva feminina. Entre elas, temos a endometrite, que provoca um processo inflamatório na cavidade uterina, mais especificamente no endométrio, camada interna do útero.

A presença desse distúrbio pode levar à infertilidade, pois altera as condições do útero de receber o embrião para dar início à gravidez.

Se você quer saber o que é endometrite e como ela se relaciona com a infertilidade, então esse texto é para você! Vamos mostrar também os seus sintomas, causas, fatores de risco e como a reprodução assistida pode ajudar mulheres com dificuldade para engravidar devido a essa doença.

Boa leitura!

O que é endometrite?

A endometrite é caracterizada pela inflamação do endométrio. Porém, antes de abordarmos a doença em si, é importante conhecermos mais sobre essa parte do útero. O endométrio é a camada interna uterina e a sua importância para a fertilidade é enorme, pois é o local em que o embrião se fixa e a placenta se forma para dar início à gravidez.

A endometrite acontece quando agentes infecciosos migram da vagina através do colo do útero para o útero e provocam um quadro inflamatório no endométrio. Ela é classificada como aguda ou crônica. De forma geral, a falta de tratamento da endometrite aguda pode evoluir para um quadro crônico e mais grave para a saúde da mulher.

Causas

A endometrite é provocada por bactérias, sendo as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) a causa mais comum. A clamídia e a gonorreia, em especial, são ISTs provocadas por bactérias que podem causar a doença inflamatória pélvica (DIP), levando a infecção até o endométrio.

Além das ISTs, ela também está relacionada a procedimentos ginecológicos invasivos. Entre eles: a colocação do dispositivo intrauterino (DIU), o parto (vaginal ou por cesariana) e a curetagem devido a um abortamento.

Fatores de risco

A partir da análise das principais causas da endometrite, podemos observar alguns fatores que aumentam o risco de endometrite, entre eles:

  • relações sexuais sem o uso de preservativos;
  • colocação de DIU;
  • procedimentos ginecológicos, abortamentos e partos.

Qual é a relação entre a endometrite e a infertilidade?

A principal consequência da endometrite para a fertilidade é o risco de falhas de implantação do embrião. Isso acontece porque, ao longo do ciclo menstrual, o corpo da mulher se prepara para a gravidez e o endométrio se torna mais espesso para se tornar mais receptivo ao embrião.

No entanto, o processo inflamatório provocado pela endometrite altera as características naturais do endométrio, tornando mais difícil para o embrião se fixar. Ou seja, aumenta o risco de infertilidade feminina. Além disso, ela também está relacionada ao abortamento de repetição, condição marcada por perdas gestacionais consecutivas.

Quais são os sintomas e o tratamento da doença?

A endometrite é uma doença silenciosa, pois não apresenta sintomas na maioria dos casos, o que dificulta o seu diagnóstico. Os sinais estão mais relacionados aos casos agudos do que crônicos. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • sangramento uterino anormal;
  • corrimento vaginal com odor, cor ou consistência anormais;
  • dor pélvica;
  • distensão abdominal;
  • dor durante a relação sexual;
  • menstruação dolorosa.

Os sintomas da paciente levantam suspeita de endometrite, que é confirmada com o exame pélvico realizado no consultório e outros exames complementares. Os mais solicitados são a ultrassonografia transvaginal, a biópsia do endométrio e os laboratoriais de sangue e urina.

No entanto, a endometrite tem tratamento e o casal pode engravidar naturalmente após a sua conclusão. Por ser causada por uma bactéria, antibióticos são receitados para conter a infecção. Os anti-inflamatórios também podem ser administrados para o alívio dos sintomas.

Para os casos mais graves da doença, caracterizados pela formação de abscessos e de aderências na cavidade uterina, o tratamento cirúrgico é o mais indicado. As técnicas mais utilizadas são as cirurgias por videolaparoscopia ou por histeroscopia cirúrgica.

Como a reprodução assistida pode ajudar casais inférteis devido à endometrite?

A endometrite é um dos fatores que podem dificultar a gestação, seja de forma natural, seja por meio da reprodução assistida. Por isso, é recomendado que a paciente finalize o tratamento da doença antes de tentar engravidar.

Para os casos de infertilidade por endometrite, a fertilização in vitro (FIV) apresenta os melhores resultados. Além disso, ela é a única que possibilita o uso de ferramentas específicas para avaliar as condições do endométrio antes da transferência embrionária, evitando falhas de implantação e abortamentos.

Dependendo do caso, é importante fazer a pesquisa de endometrite antes do início da reprodução assistida, já que a doença pode provocar falhas de implantação também nesse contexto.

Neste texto, o nosso foco foi mostrar a relação entre essa doença e a infertilidade. Para saber mais detalhes sobre ela, acesse a nossa página sobre a endometrite!

O que é aborto espontâneo e por que ele ocorre?

Segundo estimativas, 20% das gestações não chegam até o final devido ao abortamento espontâneo. A perda gestacional involuntária ocorre, na maioria das vezes, até a 20ª semana da gravidez. Apesar de ser um processo relativamente comum, esse momento pode causar dor e frustração para o casal, especialmente para aqueles que estão tentando engravidar.

Em geral, as pessoas têm receio de falar sobre esse assunto por não terem muitas informações a respeito dele. Por isso, neste texto vamos mostrar as suas causas e consequências para a saúde da mulher, e, ainda, como a reprodução assistida pode ajudar os casais a terem filhos mesmo após passarem pela experiência da perda gestacional.

Continue a leitura e confira!

O que é aborto espontâneo?

Apesar de o termo aborto ser o mais conhecido, ele não é o mais adequado. A perda gestacional é chamada de abortamento, ocorrendo até a 22ª semana da gestação e com o feto pesando, no máximo, 500 gramas. E o produto do abortamento é que é chamado de aborto.

O abortamento espontâneo é um evento bastante comum e muitas vezes acontece antes de a mulher saber que está grávida. Por isso, saber mais sobre ele e suas principais causas são também uma forma de prevenir novos abortamentos.

A interrupção da gravidez, de forma involuntária, pode ocorrer por diversos motivos, como mostraremos a seguir.

Quais são as principais causas do abortamento espontâneo?

É comum que o motivo do abortamento espontâneo não seja diagnosticado, especialmente quando ele ocorre durante as primeiras semanas da gestação. Os sintomas podem não ser aparentes e, quando a gravidez é muito recente, a mulher pode confundir esse momento com o sangramento menstrual normal.

Entre as principais causas desse tipo de abortamento temos: as anormalidades cromossômicas, os fatores uterinos e endócrinos, e as infecções.

Anormalidades cromossômicas

A maioria dos casos de abortamento espontâneo acontece até a 12ª semana e, em geral, a causa está relacionada a anormalidades cromossômicas. Ela ocorre devido a um problema na divisão celular do embrião ou por serem originados de gametas com alterações, impedindo o seu desenvolvimento.

Fatores uterinos

As alterações uterinas podem ser congênitas ou adquiridas ao longo da vida. No primeiro grupo temos as malformações, como o útero bicorno, septado e unicorno. Eles reduzem o espaço para o feto se desenvolver de forma adequada.

Os fatores adquiridos são consequências de doenças que podem provocar lesões e aderências na cavidade uterina, dificultando o desenvolvimento da gestação. Entre as doenças mais comuns estão os miomas e os pólipos endometriais.

Fatores endócrinos

As condições endócrinas estão relacionadas a problemas hormonais, fator muito importante para o desenvolvimento saudável do feto. Assim, problemas na produção de progesterona e dos hormônios da tireoide podem causar abortamento espontâneo.

Infecções

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) podem causar graves consequências para a saúde reprodutiva da mulher, incluindo o risco de abortamento espontâneo. Os agentes infecciosos podem ser bactérias, vírus ou outros microrganismos. Entre as ISTs mais comuns temos: gonorreia, clamídia, HIV e sífilis. Outra doença que pode causar abortamento é a rubéola.

Passar por um processo de abortamento não significa que você passará novamente, mas isso pode acontecer, dependendo da causa do abortamento. Quando há mais do que 2 ocorrências consecutivas, ele é chamado de abortamento de repetição.

Nesses casos, é importante que o casal procure ajuda médica para investigar a causa das perdas gestacionais, que podem estar relacionadas a outros fatores e demandar providências diferentes do abortamento espontâneo.

Existem consequências físicas ou psicológicas?

Nos casos de abortamento espontâneo, as consequências físicas são pequenas. As complicações são raras e em pouco tempo a mulher está bem fisicamente. Para uma melhor recuperação, a paciente deve receber orientações dos próximos passos e apoio psicológico para lidar com a dor da perda. O suporte emocional do parceiro e da família também é muito importante nessa fase.

Se for do desejo da mulher tentar engravidar novamente, recomenda-se um intervalo de 3 meses entre o abortamento e o início da nova tentativa.

Após casos de abortamento, como casais podem ter filhos?

O abortamento espontâneo não impede que a mulher engravide naturalmente no futuro e tenha uma gestação saudável. No entanto, uma investigação médica deve ser feita se o casal tiver dificuldade para engravidar após um ano de tentativas ou em caso de abortamento de repetição.

A reprodução assistida pode ser indicada para esses casos em que o casal quer engravidar e não consegue, em especial a fertilização in vitro (FIV). Ela possui a maior taxa de sucesso entre as técnicas de reprodução assistida.

Além disso, a FIV também possibilita a utilização de técnicas complementares para aumentar as chances de uma gestação. Para os casais com histórico de abortamento, as mais indicadas são o teste genético pré-implantacional (PGT) e o teste de receptividade endometrial (ERA), mas cada caso é individualizado. Estudamos cada um para fazer a melhor indicação de tratamento.

Caso a paciente passe por abortamentos espontâneos consecutivos, a conduta mais indicada é investigar o motivo, embora nem sempre seja possível encontrá-lo. Para saber mais sobre o abortamento de repetição, as suas causas e alternativas de tratamento, confira a nossa página sobre o assunto!