dezembro 2020 - Elo Medicina Reprodutiva
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Ultrassonografia pélvica: indicações para investigar a infertilidade

A medicina evoluiu nas últimas décadas e hoje diferentes técnicas proporcionam o tratamento de doenças, até bem pouco tempo consideradas sem solução. Na medicina reprodutiva, por exemplo, a infertilidade conjugal de causa feminina e de causa masculina podem contar com o auxílio das técnicas de reprodução assistida para que os casais que sofrem com o problema tenham mais chances de engravidar.

Assim como as técnicas de tratamento, as diagnósticas também evoluíram com o avanço tecnológico. Uma diversidade de exames realizados atualmente permite diagnósticos bastantes precisos, inclusive de doenças que podem resultar em infertilidade.

A ultrassonografia pélvica está entre elas. É um exame diagnóstico não invasivo que produz imagens usadas para avaliar órgãos e estruturas na pelve e região abdominal. Para conhecer mais sobre a técnica e saber em quais casos ela indicada, é só continuar a leitura.

O que é ultrassonografia pélvica e quais são os métodos usados para investigar a fertilidade feminina e masculina?

A ultrassonografia pélvica é um exame de imagem que utiliza um aparelho chamado transdutor. Ele envia pequenos pulsos de ondas sonoras, que refletem órgãos internos, fluidos ou tecidos e são transformadas em imagens de alta resolução (3D ou 4D), transmitidas para um monitor em tempo real e, posteriormente, gravadas em diferentes mídias. Para eliminar o ar e melhorar a condução das ondas sonoras um gel especial é colocado entre o transdutor e a pele.

Na área ginecológica o exame possibilita uma avaliação dos órgãos localizados na região pélvica, incluindo o útero, colo do útero, vagina, tubas uterinas, ovários e bexiga. É realizado por diferentes métodos, sendo os mais utilizados a transvaginal ou endovaginal e a abdominal, conhecida ainda como suprapúbica. Em alguns casos, ambos os métodos podem ser utilizados:

  • Ultrassonografia transvaginal ou endovaginal: esse método utiliza um transdutor longo e fino, que é inserido pela vagina após ser coberto pelo gel e por uma proteção lubrificada, com a mulher em posição ginecológica. Depois de inserido é girado e inclinado suavemente pela vagina;
  • Ultrassonografia suprapúbica: esse método é realizado pelo abdômen com a mulher deitada em uma maca. O gel é aplicado entre a pele e o transdutor, que é movido e pressionado suavemente para fazer a pesquisa.

Na área urológica, a ultrassonografia pélvica pode ser usada para avaliar os testículos, a próstata e a bexiga. Os métodos mais frequentes são a ultrassonografia de bolsa testicular com doppler, a ultrassonografia abdominal e ultrassonografia transretal. Veja abaixo como a ultrassonografia testicular e a ultrassonografia transretal são realizadas:

  • Ultrassonografia testicular: esse método utiliza um transdutor cuja base se encaixa no contorno dos testículos. O homem é deitado em uma maca e os testículos são levantados para melhor avaliação. O gel é aplicado entre eles e o transdutor, que desliza ao redor de ambos para fazer a pesquisa;
  • Ultrassonografia transretal: esse método utiliza um transdutor bem delgado, que possibilita uma visualização mais próxima da próstata, identificando alterações ou lesões.

A ultrassonografia também pode ser realizada, em alguns casos, com a utilização de doppler colorido, importante para observação do fluxo sanguíneo, diagnosticando alterações nos vasos da região investigada.

 

Como a ultrassonografia pélvica pode ajudar a investigar a infertilidade?

O exame pode identificar diferentes condições que causam alterações na fertilidade feminina e masculina.

Condições identificadas pelo exame que podem causar alterações na fertilidade de fator feminino:

  • Obstruções nas tubas uterinas;
  • Miomas uterinos;
  • Pólipos endometriais;
  • Endometriose;
  • Síndrome dos ovários policísticos;
  • Cistos ovarianos;
  • Processos inflamatórios nos órgãos reprodutores, entre eles a Doença inflamatória pélvica (DIP), ou ooforite (dos ovários), salpingite (das tubas uterinas) e cervicite (do colo uterino);
  • Anormalidades na estrutura do útero, que podem ser congênitas, como septo uterino, ou adquiridas, provocadas por endometriose ou miomas, por exemplo;
  • Sangramento anormal.

Além disso, a ultrassonografia pélvica pode ser utilizada, nas mulheres, para identificar gravidez ectópica (que ocorre fora do útero, geralmente nas tubas uterinas), localizar ou confirmar o posicionamento de um dispositivo contraceptivo intrauterino (DIU) e para detectar problemas na bexiga, como incontinência urinária.

Da mesma forma que é fundamental durante a gravidez, verificando o fluxo sanguíneo da placenta para o feto e a formação dos órgãos, ou acompanhando a evolução da gestação e o desenvolvimento fetal e diagnosticando algumas condições ainda durante o desenvolvimento intrauterino.

Condições identificadas pelo exame que podem causar alterações na fertilidade de fator masculino:

Nos homens, a ultrassonografia testicular pode indicar a presença de varicocele, uma das causas mais comuns de infertilidade masculina. A doença causa a dilatação das veias do cordão espermático, que sustenta os testículos, levando ao surgimento de varizes que podem comprometer o processo de produção de espermatozoides.

Da mesma forma que é importante para detectar obstruções que podem dificultar o transporte dos gametas masculinos.

Já a ultrassonografia transretal possibilita a indicação de processos inflamatórios como a prostatite, que ao tronar-se crônica tende a alterar a qualidade do líquido seminal e, consequentemente, dos espermatozoides. A avaliação também pode ser realizada por via abdominal.

Além da suspeita de infertilidade o exame deve ser realizado anualmente a partir dos 40 anos de idade.

Em ambos os casos a ultrassonografia pélvica contribui para detectar tumores na região, indicando a localização deles, embora o diagnóstico exija a realização de outros exames e, para auxiliar em procedimentos de biópsia.

O exame é, ainda, fundamental nos tratamentos de reprodução assistida para monitorar o desenvolvimento dos folículos e, em especial na fertilização in vitro (FIV), para auxiliar nos procedimentos de coleta dos folículos maduros (punção folicular) e transferência do embrião para o útero materno.

Entenda mais detalhadamente sobre o funcionamento da ultrassonografia pélvica tocando aqui.

Preservação social da fertilidade: veja se é indicada para você

Um recurso importante para pessoas que sofrem com infertilidade, os tratamentos de reprodução assistida, ao mesmo tempo que acompanharam a evolução da medicina, também se adequaram às mudanças que ocorreram no comportamento social.

Atualmente, por exemplo, possibilitam a gravidez de pessoas solteiras, casais homoafetivos ou a preservação da fertilidade em antecipação ao declínio natural provocado pelo envelhecimento, uma tendência no mundo todo, principalmente entre as mulheres, que optam por adiar a gravidez até que a vida profissional esteja mais consolidada.

No entanto, para recorrer às técnicas de reprodução assistida, é preciso observar as regras do Conselho Federal de Medicina, que orienta esses tratamentos no Brasil, assim como outros critérios, entre eles a idade recomendada para preservar a fertilidade feminina.

Continue a leitura para entender mais sobre a preservação da fertilidade e saber se o procedimento é indicado para você.

Entenda o que é a preservação social da fertilidade e a importância do procedimento atualmente

Com maior consciência sobre o declínio da fertilidade relacionado à idade, as mulheres que pretendem atrasar a gravidez por motivos pessoais ou profissionais estão cada vez mais interessadas em preservar a fertilidade.

Diferentes estudos indicam que a taxa de primeiro nascimento registrado atualmente está entre a faixa etária de 35 anos a 39 anos. Até bem pouco atrás, os dados apontavam para mulheres entre os 20 anos e 25 anos.

Embora informações como a opção por uma gravidez independente, motivada pela falta de um parceiro ou pela instabilidade nas relações pessoais, desempenhem um papel importante, o crescimento profissional é igualmente considerado.

A preservação da fertilidade de forma social tornou-se, nesse contexto, um importante recurso para promover a autonomia reprodutiva das mulheres, permitindo que elas possam ter filhos biológicos mais tarde.

A redução da fertilidade feminina inicia, geralmente, a partir dos 30 anos e intensifica após os 35 anos. Assim, é importante garantir a sua preservação antes que o declínio ocorra.

Saiba quando recorrer à preservação social da fertilidade e como o procedimento é realizado

Se nos anos 1960 as mulheres conquistaram a liberdade sexual, hoje conquistaram a liberdade de optar pelo melhor momento para a reprodução.

Ainda que o desejo de ser mãe seja comum a uma grande parte, realizá-lo de forma mais madura e preparada para enfrentar com mais segurança a maternidade se tornou uma escolha motivada por diferentes fatores.

Eles variam da preferência pessoal, aos formatos que garantam maior estabilidade financeira, como formação acadêmica e consolidação da carreira, ou mesmo a instabilidade dos relacionamentos afetivos.

No entanto, embora a preservação seja mais direcionada à mulher, não se restringe a elas. A tendência é comum ao mundo contemporâneo e, portanto, extensiva a casais ou mesmo a homens.

Veja como a preservação social da fertilidade pode ser feita em cada caso:

Preservação social da fertilidade das mulheres

A preservação da fertilidade feminina é feita a partir do congelamento dos óvulos. Para isso, a mulher é submetida à estimulação ovariana: medicamentos hormonais são administrados com o objetivo de estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, bolsas nas quais os óvulos são armazenados, obtendo mais óvulos para serem congelados.

Os folículos maduros são posteriormente coletados por punção folicular, os óvulos são extraídos em laboratório e os melhores selecionados por um microscópio potente para serem congelados.

Preservação social da fertilidade de homens

Para preservar a fertilidades masculina são coletas diferentes amostras de sêmen. Após a coleta os espermatozoides são capacitados por técnicas de preparo seminal, que possibilitam a seleção dos que possuem melhor morfologia e motilidade, ou seja, maior qualidade para a fecundação no futuro.

Embora os homens produzam espermatozoides por toda a vida, a partir dos 40 anos a qualidade dos espermatozoides, como a dos óvulos, também diminui, o que pode resultar em má qualidade embrionária, levando a dificuldades na implantação e abortamento, ou ainda ao desenvolvimento de condições como autismo. Por isso, os gametas masculinos podem ser congelados antes dessa idade.

No entanto, a preservação social é mais buscada por mulheres, cuja capacidade reprodutiva entra em declínio mais cedo e se esgota.

Preservação social da fertilidade de casais

Os casais contam, ao mesmo tempo, com a possibilidade de congelar os embriões. O procedimento é realizado pela fertilização in vitro (FIV), técnica de reprodução assistida na qual óvulos e espermatozoides são fecundados em laboratório e os embriões formados cultivados por alguns dias e congelados.

A técnica utilizada para o congelamento é a vitrificação. Um método ultrarrápido que promove uma solidificação semelhante ao vidro evitando danos as células e possibilitando o armazenamento por mais tempo.

Porém, é importante a atenção ao período adequado para que ocorra o descongelamento. As mulheres, por exemplo, mesmo que mantenham a qualidade dos óvulos, têm maiores riscos de complicações na gravidez em idades mais avançadas.

Preservação social da fertilidade e reprodução assistida

A FIV também é a técnica utilizada para obter a gravidez quando gametas e embriões são descongelados.

A fecundação de óvulos e espermatozoides, hoje, é realizada por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides) nas principais clínicas de reprodução assistida no mundo todo.

O método, que prevê a avaliação individual de cada espermatozoide em movimento e a injeção diretamente no citoplasma do óvulo, proporciona maiores chances de o processo ser bem-sucedido, além de ser o mais indicado quando há o procedimento de congelamento.

Os embriões formados, depois de cultivados por até seis dias, são transferidos para útero. Nos casos em que a fertilidade foi preservada a partir do congelamento de embriões, eles são descongelados e transferidos em seguida.

Em aproximadamente 15 dias a gravidez pode ser confirmada. Se não houver sucesso, o procedimento pode ser repetido. Porém, os percentuais proporcionados pela técnica são bem expressivos: em média 40% a cada ciclo, com a possibilidade de ser repetido por vários ciclos, se for necessário, embora a gravidez geralmente ocorra nas primeiras tentativas.

Toque aqui e conheça tudo sobre a preservação social da fertilidade.