Por Elo Clínica
Você já ouviu falar em varicocele? Ela é uma das doenças que podem causar infertilidade conjugal por fator masculino, embora isso não seja tão comum. Portanto, identificar os sintomas é fundamental. No entanto, a varicocele muitas vezes é assintomática, principalmente em graus mais leves.
A varicocele tem diferentes graus e os sintomas geralmente vão ficando cada vez mais evidentes, assim como o aumento do risco de infertilidade. Em alguns casos, o homem precisa da reprodução assistida para ter filhos.
Vamos entender mais a varicocele? Venha conosco!
O que é varicocele?
A varicocele, também conhecida como varizes nos testículos, é uma dilatação anormal das veias do plexo pampiniforme, que formam a massa principal do cordão espermático, responsável pela drenagem do sangue na bolsa testicular.
Sendo assim, formam-se varizes nos testículos, devido à alteração provocada no retorno venoso, que fica comprometido. Quando há a presença de veias varicosas no cordão espermático, há uma interferência na oxigenação do órgão e na circulação sanguínea. Dessa maneira, há uma elevação da temperatura escrotal e intratesticular, aumentando também a toxicidade no local.
Assim, a doença afeta a produção dos espermatozoides. Por isso, a varicocele pode provocar infertilidade masculina, além de atrofia testicular. No entanto, isso não acontece em todos os casos. Também há homens que podem recuperar a fertilidade com cirurgia.
Quais são os graus da doença?
A varicocele pode ser classificada em três tipos: pequenas (grau I), quando as veias dilatadas são palpáveis somente quando é realizado um exercício de respiração com nariz e boca tampados, chamado de manobra de Valsalva; moderadas (grau II), quando as varizes são palpáveis; e grandes (grau III), quando as veias são visíveis.
Como é feito o diagnóstico da doença?
O exame físico é importante para o diagnóstico da doença. Dependendo do grau da varicocele, as veias já podem ser identificadas nesse exame. Além disso, podem ser realizados outros específicos para ajudar no diagnóstico, como:
- Espermograma: avalia a qualidade e a quantidade de espermatozoides;
- Ultrassonografia da bolsa testicular com doppler observa o fluxo sanguíneo da região;
- Teste de fragmentação do DNA espermático: analisa a taxa de espermatozoides que têm seu DNA fragmentado;
- Venografia da veia espermática: radiografia das veias após a injeção para mostrar como o sangue flui por esses vasos;
- Termografia escrotal: avaliação da superfície do escroto para identificar anormalidades, como o aumento ou redução de temperatura superficial;
- Cintilografia: exame de imagem que faz parte da medicina nuclear e avalia o fluxo sanguíneo.
Quais são os sintomas?
Como vimos, a varicocele pode ser assintomática, principalmente quando a doença está em graus baixos. Dessa maneira, ela pode ser identificada apenas nos exames de rotina ou, se for o caso, durante a investigação da infertilidade.
Entretanto, existem alguns sintomas que vão se agravando com o quadro. Por exemplo: o homem pode notar algumas alterações nos testículos e ter:
- Dor nos testículos e na região da virilha (piorando ao longo do dia ou quando são realizadas atividades físicas e diminuindo ao se deitar);
- Inchaço ou assimetria testicular;
- Sensação de peso e desconforto na bolsa testicular;
- Infertilidade.
Aqui, precisamos ressaltar que um dos fatores que podem fazer a doença evoluir é a falta de hábito dos homens em realizar consultas periódicas. Afinal, quando a doença é diagnosticada e tratada no início, as chances de cura são maiores.
Quais são os tratamentos?
O tratamento da varicocele depende do estágio da doença. As varizes pequenas e que geralmente não comprometem a fertilidade, por exemplo, podem apenas ser acompanhadas de forma periódica, com o uso de analgésicos quando houver dor e de um suspensório testicular. Sendo assim, não é necessária a correção cirúrgica.
Dependendo do desejo reprodutivo e do grau da doença, pode ser indicada cirurgia e/ou reprodução assistida.
Qual é a relação da reprodução humana assistida e a varicocele?
Quando o homem faz a correção cirúrgica da varicocele, ele geralmente tem uma melhora significativa nos parâmetros da análise seminal. Ou seja, a sua fertilidade pode ser restaurada. No entanto, isso pode não acontecer e, mesmo que aconteça, o processo é lento ou, em muitos casos, insuficiente para conseguir uma concepção natural.
Por isso, a reprodução humana assistida se torna uma opção interessante para os casais que sonham em ter filhos. Nesse caso, a técnica mais recomendada é a fertilização in vitro (FIV), uma vez que ela utiliza a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) para fazer a fecundação, sendo necessários poucos espermatozoides para isso.
De uma maneira resumida, a FIV é uma técnica em que o óvulo é fecundado pelos espermatozoides em laboratório. Para isso, é realizada a estimulação ovariana, a aspiração folicular e o preparo seminal, a fertilização dos óvulos em laboratório, o cultivo dos embriões e a transferência para o útero.
Na ICSI, um único espermatozoide (previamente selecionado) é inserido no interior do óvulo. Sendo assim, o gameta masculino não tem esforço para romper a zona pelúcida, membrana exterior do óvulo.
Dessa maneira, para os casais que sonham em ter filhos e foram diagnosticados com infertilidade masculina, a reprodução humana assistida é uma opção.
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