Tratamento de SOP e reprodução assistida - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

Considerada como uma das doenças que mais acomete mulheres em idade reprodutiva, a síndrome dos ovários policísticos – ou simplesmente SOP – é um distúrbio metabólico com potencial para afetar não somente o sistema reprodutivo, mas também alguns tecidos periféricos, como a pele, os pelos, o tecido adiposo e a musculatura esquelética.

A infertilidade e o hiperandrogenismo são dois sintomas típicos da SOP, e bastante temidos pelas mulheres que estão em processo de investigação diagnóstica para essa doença, já que provocam não somente alterações físicas, mas podem também comprometer algumas dinâmicas emocionais, especialmente ligadas à frustração e ao constrangimento que esses sintomas podem provocar.

Atualmente, calcula-se que a incidência da SOP seja de 16% entre as mulheres em idade reprodutiva, e, dessas, até 85% apresente um ou mais sintomas do hiperandrogenismo.

A SOP também é responsável por cerca de 75% dos casos de infertilidade e tem a diabetes, hipertensão arterial e obesidade como alguns dos principais fatores de risco.

A maior parte dos sintomas da SOP pode ser controlada pelos tratamentos adequados, que incluem a terapêutica hormonal e a reprodução assistida.

O objetivo desse texto é mostrar quais são os tratamentos disponíveis atualmente para que a mulher com SOP possa lidar com os principais sintomas manifestados pela doença, inclusive a reprodução assistida. Aproveite a leitura!

Como a SOP altera a dinâmica dos hormônios sexuais?

Considerada uma doença metabólica, cuja origem é composta por aspectos genéticos e ambientais. Na SOP a secreção de gonadotrofinas se apresenta desregulada: enquanto a secreção de LH (hormônio luteinizante) é acima do normal, a de FSH (hormônio folículo-estimulante) é significativamente rebaixada.

O excesso de LH faz com que as células foliculares da teca produzam testosterona em um ritmo mais intenso, enquanto a baixa concentração de FSH se mostra insuficiente para realizar a conversão dessa testosterona em estrogênio, um processo fundamental para que o ciclo reprodutivo ocorra naturalmente, já que os estrogênios atuam na ovulação e também no preparo endometrial.

Quais são os sintomas da SOP?

Todos os sintomas manifestados pela SOP estão ligados ao desequilíbrio hormonal provocado pelas alterações na secreção das gonadotrofinas.

A diminuição do estrogênio é o aspecto da SOP relacionado à infertilidade por anovulação, enquanto os sintomas de hiperandrogenismo estão mais conectados ao aumento na concentração de testosterona, pois os tecidos alvo desse hormônio incluem também a pele, o tecido adiposo e a musculatura.

Outro sintoma marcante da SOP é justamente a presença de cistos ovarianos, cuja observação depende da realização dos exames de imagens, e que são formados como resultado os processos anovulatórios mencionados.

Como a diminuição dos estrogênios e do FSH inibem o desenvolvimento dos folículos, os que não desenvolvem ou conseguem romper no momento da ovulação, permanecem no córtex ovariano, formando os cistos típicos dessa síndrome.

Importante ressaltar que todos os sintomas mencionados anteriormente devem ser confirmados por exames laboratoriais e de imagem.

Como é feito o diagnóstico da SOP?

Os sintomas manifestados pela SOP, se observados de forma isolada podem ser confundidos com sinais de outras doenças e condições hormonais, como a hiperprolactinemia fora do período puerperal.

Por isso, a confirmação diagnóstica desta síndrome não pode ser feita de forma segura a não ser a partir do resultado de exames de imagem, principalmente a ultrassonografia pélvica transvaginal, e de dosagens hormonais, realizadas pela análise laboratorial de amostras de sangue.

Os critérios diagnósticos para determinação da SOP preveem que a mulher deve apresentar ao menos dois dos seguintes sintomas:

  • Infertilidade por anovulação;
  • Cistos ovarianos;
  • Hiperandrogenismo;

Quais são os tratamentos para a SOP?

Por ser uma doença crônica a SOP não tem cura, porém, seus sintomas podem ser controlados a partir de terapêuticas específicas para cada um deles.

As duas principais formas de tratamento para os sintomas da SOP são o uso de contraceptivos orais, indicados para as mulheres que não desejam engravidar, e a reprodução assistida, para aquelas cujo planejamento familiar inclui a gestação em curto prazo.

Os contraceptivos orais combinados de estrogênio e progesterona atuam no corpo da mulher –simulando a fase pós-ovulatória, com o objetivo de inibir a secreção das gonadotrofinas (LH e FSH) e consequentemente a ovulação.

O uso desses medicamentos para o tratamento da SOP é eficiente para atenuar os sintomas de hiperandrogenismo e regular o ciclo menstrual.

Contudo, esse tipo de tratamento é contraindicado para as mulheres que desejam engravidar justamente pelos efeitos contraceptivos dos medicamentos hormonais utilizados.

Dessa forma, a reprodução assistida é a terapêutica mais indicada para as mulheres com SOP que desejam engravidar – especialmente a FIV (fertilização in vitro) – e a escolha entre as técnicas disponíveis depende principalmente do grau de acometimento do processo ovulatório causado pela SOP.

As técnicas de reprodução assistida são divididas em etapas e a estimulação ovariana é um procedimento compartilhado por todas elas, oferecendo benefícios para os casos de infertilidade por anovulação, como a SOP.

A estimulação ovariana é realizada a partir da administração diária de medicamentos similares às gonadotrofinas, e o principal objetivo dessa etapa é potencializar a ovulação, para a RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial), ou aumentar a taxa de recrutamento e amadurecimento folicular, quando utilizada na FIV.

Na RSP e na IA, os protocolos para estimulação ovariana preveem doses baixas desses hormônios, para evitar o risco de gestação múltipla, já que é fecundação nessas técnicas acontece no interior das tubas uterinas e o controle sobre os processos é menor do que na FIV.

Quando utilizada na FIV, a estimulação ovariana é feita a partir de doses mais altas, pois o objetivo é induzir o amadurecimento de aproximadamente 10 folículos ovarianos, que serão posteriormente coletados para que os óvulos sejam extraídos e a fecundação aconteça em ambiente laboratorial de forma mais controlada e precisa.

Toque aqui e leia mais sobre a SOP.

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