O que é clivagem? - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

A fecundação é uma das primeiras etapas da reprodução, ocasião em que o óvulo e o espermatozoide se encontram e se unem nas tubas uterinas. Esse processo origina uma célula conhecida como zigoto, que contém informações genéticas do casal.

O zigoto passa por diversas divisões celulares até que se transforme em um embrião. Esse período de desenvolvimento é denominado clivagem.

O processo, naturalmente também integra as técnicas de reprodução assistida, indicadas para pessoas que sofrem com problemas de infertilidade

Este texto aborda mais sobre o assunto. Acompanhe a leitura até o final e entenda o que é a clivagem e como acontece na reprodução assistida.

O que é clivagem?

A primeira fase do desenvolvimento embrionário é a clivagem. Inicia com a formação do zigoto, que se divide em duas células nucleadas que podem originar todos as células humanas.

O processo acontece via meiose, o que significa que o citoplasma é dividido sem que a célula original aumente o seu volume. A divisão acontece até que uma esfera seja formada, dando origem a outra fase, conhecida como mórula, estágio em que algumas células formam um pré-embrião, cerca de três a quatro dias após o encontro entre o óvulo e o espermatozoide.

Na etapa seguinte, conhecida como blastocisto, o embrião já se encontra na cavidade uterina, as células se separam e formam uma camada externa, que constituirá parte da placenta, e uma camada interna, que dará origem ao embrião.

Nesse momento, a clivagem chega ao fim e o novo embrião pode se fixar no endométrio (parede interna do útero), quando a gestação tem início.

Como a clivagem acontece na reprodução assistida?

A clivagem cumpre papel essencial para o desenvolvimento embrionário e, portanto, integra também as técnicas de reprodução assistida. Na FIV (fertilização in vitro), no entanto, ganha mais notoriedade devido à possibilidade de acompanhamento.

Isso acontece porque, na FIV, a fecundação e o desenvolvimento de embriões acontecem em laboratório, fora do corpo feminino. Assim, pode-se observar todas essas fases e escolher o dia ideal para a transferência do embrião para o útero materno, onde a gestação segue seu curso natural.

Antes disso acontecer, no entanto, a paciente da FIV passa por diversas etapas. Após exames e escolha do tratamento ideal, a mulher é submetida à estimulação ovariana, acompanhamento por ultrassonografia, coleta de gametas e a fecundação em laboratório.

Após a fertilização, geralmente feita por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), técnica que introduz o espermatozoide, de boa qualidade, diretamente no óvulo, em ambiente controlado que favorece a fecundação de mais óvulo e a formação de mais embriões.

Os embriões são posteriormente cultivados por alguns dias, procedimento também controlado diariamente por um embriologista. 

Após um período de 3 a 6 dias, a equipe médica realiza a transferência do embrião para o útero materno. Há casos, no entanto, em que é melhor esperar o ciclo menstrual seguinte, pela possível influência dos medicamentos utilizados na estimulação ovariana na receptividade do endométrio. 

Nesse casos, os embriões em blastocisto, entre o quinto e sexto dia de desenvolvimento, são criopreservados.

Quando ocorre a transferência de embriões na FIV?

A transferência embrionária pode acontecer em mais ou menos tempo, decisão que varia conforme alguns fatores. Na gestação natural, a implantação do embrião (nidação) acontece em cerca de 5 dias após a fecundação.

Isso significa que a transferência em D5 ou blastocisto seria o estágio mais natural, pois as células estão desenvolvidas e divididas por função. Estudos indicam que a taxa de implantação e de gestação bem-sucedida são maiores nesses casos.

Assim, essa tende a ser a principal escolha, especialmente nos casos em que o ciclo de FIV gerou uma quantidade considerável de embriões, se for preciso rastrear alterações genéticas ou cromossômicas no embrião ou reequilibrar os níveis hormonais da mulher.

Esses procedimentos são, em alguns casos, necessários para evitar abortos espontâneos e bebê com doenças genéticas.

No entanto, há casos em que optar pela transferência em uma etapa de desenvolvimento anterior, em D3, quando acontece a clivagem, pode ser mais interessante.

Essa pode ser uma opção mais viável quando o ciclo da FIV gerou poucos embriões ou embriões de baixa qualidade, que podem se desenvolver melhor em ambiente uterino.

Porém, a tecnologia reprodutiva atual permite o cultivo embrionário por mais tempo com segurança, em ambiente semelhante ao uterino, o que tornou a transferência embrionária em D5 a principal opção na maioria dos casos. 

A clivagem é o processo de divisões celulares que compreende o período da formação do zigoto, após a fecundação até o blastocisto, quando o embrião formado já possui as células formadas e divididas por função e está pronto para se fixar ao endométrio materno. 

As mesmas etapas fazem parte da FIV, quando muitas vezes é necessário transferir o embrião durante o processo de clivagem, entre o segundo e terceiro dia de desenvolvimento embrionário, fase conhecida como D3. 

Encontre mais informações sobre a FIV (fertilização in vitro) suas indicações, técnicas complementares e etapas.

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