Por Elo Clínica
A medicina evoluiu nas últimas décadas e hoje diferentes técnicas proporcionam o tratamento de doenças, até bem pouco tempo consideradas sem solução. Na medicina reprodutiva, por exemplo, a infertilidade conjugal de causa feminina e de causa masculina podem contar com o auxílio das técnicas de reprodução assistida para que os casais que sofrem com o problema tenham mais chances de engravidar.
Assim como as técnicas de tratamento, as diagnósticas também evoluíram com o avanço tecnológico. Uma diversidade de exames realizados atualmente permite diagnósticos bastantes precisos, inclusive de doenças que podem resultar em infertilidade.
A ultrassonografia pélvica está entre elas. É um exame diagnóstico não invasivo que produz imagens usadas para avaliar órgãos e estruturas na pelve e região abdominal. Para conhecer mais sobre a técnica e saber em quais casos ela indicada, é só continuar a leitura.
O que é ultrassonografia pélvica e quais são os métodos usados para investigar a fertilidade feminina e masculina?
A ultrassonografia pélvica é um exame de imagem que utiliza um aparelho chamado transdutor. Ele envia pequenos pulsos de ondas sonoras, que refletem órgãos internos, fluidos ou tecidos e são transformadas em imagens de alta resolução (3D ou 4D), transmitidas para um monitor em tempo real e, posteriormente, gravadas em diferentes mídias. Para eliminar o ar e melhorar a condução das ondas sonoras um gel especial é colocado entre o transdutor e a pele.
Na área ginecológica o exame possibilita uma avaliação dos órgãos localizados na região pélvica, incluindo o útero, colo do útero, vagina, tubas uterinas, ovários e bexiga. É realizado por diferentes métodos, sendo os mais utilizados a transvaginal ou endovaginal e a abdominal, conhecida ainda como suprapúbica. Em alguns casos, ambos os métodos podem ser utilizados:
- Ultrassonografia transvaginal ou endovaginal: esse método utiliza um transdutor longo e fino, que é inserido pela vagina após ser coberto pelo gel e por uma proteção lubrificada, com a mulher em posição ginecológica. Depois de inserido é girado e inclinado suavemente pela vagina;
- Ultrassonografia suprapúbica: esse método é realizado pelo abdômen com a mulher deitada em uma maca. O gel é aplicado entre a pele e o transdutor, que é movido e pressionado suavemente para fazer a pesquisa.
Na área urológica, a ultrassonografia pélvica pode ser usada para avaliar os testículos, a próstata e a bexiga. Os métodos mais frequentes são a ultrassonografia de bolsa testicular com doppler, a ultrassonografia abdominal e ultrassonografia transretal. Veja abaixo como a ultrassonografia testicular e a ultrassonografia transretal são realizadas:
- Ultrassonografia testicular: esse método utiliza um transdutor cuja base se encaixa no contorno dos testículos. O homem é deitado em uma maca e os testículos são levantados para melhor avaliação. O gel é aplicado entre eles e o transdutor, que desliza ao redor de ambos para fazer a pesquisa;
- Ultrassonografia transretal: esse método utiliza um transdutor bem delgado, que possibilita uma visualização mais próxima da próstata, identificando alterações ou lesões.
A ultrassonografia também pode ser realizada, em alguns casos, com a utilização de doppler colorido, importante para observação do fluxo sanguíneo, diagnosticando alterações nos vasos da região investigada.
Como a ultrassonografia pélvica pode ajudar a investigar a infertilidade?
O exame pode identificar diferentes condições que causam alterações na fertilidade feminina e masculina.
Condições identificadas pelo exame que podem causar alterações na fertilidade de fator feminino:
- Obstruções nas tubas uterinas;
- Miomas uterinos;
- Pólipos endometriais;
- Endometriose;
- Síndrome dos ovários policísticos;
- Cistos ovarianos;
- Processos inflamatórios nos órgãos reprodutores, entre eles a Doença inflamatória pélvica (DIP), ou ooforite (dos ovários), salpingite (das tubas uterinas) e cervicite (do colo uterino);
- Anormalidades na estrutura do útero, que podem ser congênitas, como septo uterino, ou adquiridas, provocadas por endometriose ou miomas, por exemplo;
- Sangramento anormal.
Além disso, a ultrassonografia pélvica pode ser utilizada, nas mulheres, para identificar gravidez ectópica (que ocorre fora do útero, geralmente nas tubas uterinas), localizar ou confirmar o posicionamento de um dispositivo contraceptivo intrauterino (DIU) e para detectar problemas na bexiga, como incontinência urinária.
Da mesma forma que é fundamental durante a gravidez, verificando o fluxo sanguíneo da placenta para o feto e a formação dos órgãos, ou acompanhando a evolução da gestação e o desenvolvimento fetal e diagnosticando algumas condições ainda durante o desenvolvimento intrauterino.
Condições identificadas pelo exame que podem causar alterações na fertilidade de fator masculino:
Nos homens, a ultrassonografia testicular pode indicar a presença de varicocele, uma das causas mais comuns de infertilidade masculina. A doença causa a dilatação das veias do cordão espermático, que sustenta os testículos, levando ao surgimento de varizes que podem comprometer o processo de produção de espermatozoides.
Da mesma forma que é importante para detectar obstruções que podem dificultar o transporte dos gametas masculinos.
Já a ultrassonografia transretal possibilita a indicação de processos inflamatórios como a prostatite, que ao tronar-se crônica tende a alterar a qualidade do líquido seminal e, consequentemente, dos espermatozoides. A avaliação também pode ser realizada por via abdominal.
Além da suspeita de infertilidade o exame deve ser realizado anualmente a partir dos 40 anos de idade.
Em ambos os casos a ultrassonografia pélvica contribui para detectar tumores na região, indicando a localização deles, embora o diagnóstico exija a realização de outros exames e, para auxiliar em procedimentos de biópsia.
O exame é, ainda, fundamental nos tratamentos de reprodução assistida para monitorar o desenvolvimento dos folículos e, em especial na fertilização in vitro (FIV), para auxiliar nos procedimentos de coleta dos folículos maduros (punção folicular) e transferência do embrião para o útero materno.
Entenda mais detalhadamente sobre o funcionamento da ultrassonografia pélvica tocando aqui.