Sintomas de endometrite: veja quais são - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

É amplamente conhecida a importância do útero na geração de um bebê: o órgão abriga a nova vida, desde quando ela é apenas um embrião até o nascimento.

Esse acolhimento inicia quando o embrião, recém-formado pela fecundação, se implanta no endométrio, a camada de revestimento interno do útero. O endométrio é um tecido que, a cada ciclo reprodutivo, se renova e se desenvolve para propiciar uma boa recepção ao embrião, pois sem o sucesso dessa implantação não há gravidez, mesmo tendo ocorrido a fecundação.

Por esse motivo é muito importante, principalmente para aquelas que desejam ter filhos, diagnosticar e tratar eventuais problemas que afetem o útero, como a endometrite, da qual falaremos nesse texto.

O que é endometrite?

A endometrite figura entre as doenças do útero que podem ser um empecilho para a fertilidade feminina. Ela é uma inflamação do tecido endometrial, que pode ocorrer de forma aguda ou crônica. 

Essa inflamação é geralmente causada por agentes infecciosos, principalmente bactérias, e pode estar associada a outras infecções ginecológicas, como a doença inflamatória pélvica (DIP) e infecções sexualmente transmissíveis (IST) como clamídia e gonorreia.

Esses agentes podem ter acesso ao útero durante procedimentos de manipulação do órgão, como cesarianas, parto vaginal e curetagem, durante histeroscopia cirúrgica ou implantação de DIU (dispositivos intrauterinos).

Além do endométrio, pode afetar todas as camadas que revestem o útero, ser aguda ou crônica.

A aguda normalmente é de curta duração, enquanto a crônica pode ocorrer pela persistência da infecção em função da falta de tratamento ou quando ele é feito de forma inadequada, assim como ocorre de maneira mais sutil, apresentando-se nesse formato desde o início, sem passar por um estágio agudo. 

Geralmente não manifesta sintomas nessa fase, embora seja associada à infertilidade feminina.

Sintomas e complicações provocados pela endometrite

Assim como a dificuldade para engravidar, que geralmente indica problemas de fertilidade, e a sensibilidade uterina, comum às duas fases, a doença pode apresentar diferentes sintomas enquanto aguda ou crônica.

Na fase aguda, apesar de durar poucos dias, podem ocorrer sintomas como o aumento do fluxo menstrual, cólicas mais severas durante a menstruação, corrimento vaginal amarelado ou esbranquiçado e com odor forte (leucorreia), inchaço abdominal repentino, febre alta, calafrios e mal-estar em geral. Eles indicam a presença da infecção e alertam para a necessidade de procurar auxílio médico com urgência.

Quando se torna crônica, por outro lado, mesmo assintomática na maioria dos casos, também pode presentar alguns sintomas mais discretos, entre eles sangramento uterino anormal, caracterizado pela presença de manchas avermelhadas entre os períodos menstruais ou hemorragia em intervalos irregulares, dor durante as relações sexuais, leucorreia, micção frequente e febre moderada.

O processo inflamatório pode espalhar para as tubas uterinas, ovários e colo uterino, causando salpingite (inflamação das tubas uterinas), ooforite (inflamação dos ovários), cervicite (inflamação do colo uterino). A salpingite resulta na falta de mobilidade tubária e na formação de aderências, que provocam obstruções impedindo a fecundação.

Além disso, tende a afetar a qualidade dos óvulos e a receptividade do endométrio, fundamental para implantação do embrião ser bem-sucedida, levando a falhas e abortamentos recorrentes na gestação natural, frequentemente registrados em mulheres com o processo inflamatório crônico. E, ainda, causar complicações obstétricas e neonatais.

Como a endometrite é diagnosticada e tratada?

Atualmente o principal exame solicitado para diagnosticar a endometrite é o ALICE, que proporciona a identificação das principais bactérias associadas à doença.

O tratamento da doença é, da mesma forma, facilmente realizado pela administração de antibióticos, prescritos de acordo com o tipo de bactéria que causou a inflamação. Quando são agentes sexualmente transmissíveis o parceiro também deverá ser investigado e tratado.

Na fase crônica podem ser formados abscessos na cavidade uterina ou na pélvica. Nesse caso a indicação é cirúrgica, com o objetivo de drená-los. A cirurgia pode ser ainda necessária para a remoção de aderências.

Após o tratamento a fertilidade geralmente é restaurada, possibilitando a gravidez espontânea na maioria dos casos.

Endometrite e reprodução assistida

A endometrite também é associada a falhas de implantação repetida na fertilização in vitro (FIV), ou seja, se houver perda de gravidez em dois ou três ciclos de transferência embrionária, mesmo quando os embriões possuem boa saúde. Da mesma forma que gestação natural, pode interferir no mecanismo fisiológico de fecundação dos óvulos.

O problema geralmente só é percebido após a ocorrência de abortamento recorrente. Para evitar que isso aconteça, a inflamação deve ser totalmente curada antes de a mulher iniciar o tratamento. Atualmente, inclusive, o exame passou a compor a relação dos que geralmente são solicitados para avaliar a fertilidade feminina.

Essa investigação também deve ser feita por mulheres com histórico de abortamento recorrente, normalmente associados a problemas de fertilidade feminina. 

Após a cura da inflamação, as chances de gravidez aumentam, ao mesmo tempo que os percentuais de falhas na implantação do embrião tendem a diminuir.

Para se ter uma ideia a FIV, hoje, é considerada a principal técnica de reprodução assistida, com os percentuais mais altos de sucesso gestacional por ciclo de realização do tratamento.

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