Correção de varicocele - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

A correção de varicocele, ou varicocelectomia, é um procedimento cirúrgico que visa a reversão dos danos ocasionados pela doença e a restauração das funções reprodutivas masculinas.

Vale lembrar que a varicocele é uma doença que acomete a região escrotal, provocando a dilatação anormal das veias do cordão espermático — ou, para simples entendimento, trata-se da formação de varizes nos testículos.

A alteração na circulação sanguínea e na oxigenação da bolsa testicular provoca aumento de temperatura no órgão e pode comprometer a produção de espermatozoides. Portanto, homens que querem engravidar sua parceira devem procurar avaliação médica e tratamento logo que notarem sintomas de varicocele.

Este texto aborda as causas e sintomas da doença e explica como é realizada a cirurgia de correção de varicocele, além de apresentar as alternativas de tratamento para o casal que almeja uma gravidez.

As causas e sintomas da varicocele

As causas da varicocele ainda não estão totalmente esclarecidas, mas uma das principais teorias propostas atribui a doença à ausência congênita ou limitação na função das válvulas internas do cordão espermático. Essa alteração prejudica o retorno venoso e pode impactar a quantidade de espermatozoides produzidos, bem como a qualidade das células sexuais.

Dentre as condições que provocam infertilidade masculina, a varicocele é a mais comum. Contudo, o homem pode demorar a descobrir o problema, uma vez que muitos casos não apresentam sintomas. As manifestações ocorrem conforme o grau de desenvolvimento da doença.

O homem pode ter inchaço na bolsa escrotal e notar assimetria nos testículos. Sensação de peso e desconforto na região afetada também é um sintoma relatado pelos pacientes. Já a dor pode se manifestar em diferentes níveis — com mais intensidade diante de esforço físico ou quando o homem passa muito tempo em pé, e de forma branda quando se deita.

O diagnóstico e as formas de tratar a doença

A varicocele é diagnosticada a começar pelo exame físico, que permite identificar as veias varicosas de acordo com o grau de desenvolvimento do quadro. Nesse sentido, a doença se divide em três classificações:

  • grau I – varizes pequenas e que podem ser palpadas somente com a manobra de Valsava;
  • grau II – varizes em tamanho moderado e facilmente palpáveis;
  • grau III – veias varicosas grandes, fáceis de palpar e nitidamente visíveis.

Além do exame físico, a ultrassonografia da bolsa escrotal com doppler é importante para avaliar o fluxo sanguíneo na região dos testículos. O espermograma e o teste de fragmentação do DNA espermático são outros exames que ajudam a verificar os efeitos da varicocele nos espermatozoides.

A forma de tratamento depende do grau das varizes e do impacto causado na fertilidade do paciente. Quando as veias varicosas são pequenas e os exames masculinos não detectam prejuízos na produção ou na qualidade dos gametas, é possível adotar uma conduta de observação. O homem também é orientado a tomar analgésicos nos episódios de dor e fazer uso de suspensório escrotal para reduzir o desconforto.

Diante do agravamento do quadro, averiguado no acompanhamento médico regular, outras medidas são consideradas. Em boa parte dos casos, é indicado o procedimento cirúrgico para correção de varicocele. Como alternativa de tratamento não cirúrgico, há também a embolização percutânea, embora a varicocelectomia seja apontada como uma técnica de maior efetividade.

A cirurgia para correção de varicocele

O procedimento cirúrgico para correção de varicocele pode ser feito por diferentes vias:

  • laparoscópica;
  • inguinal;
  • subinguinal;

A correção por microcirurgia subinguinal é o método que apresenta mais taxas de êxito. O procedimento ocorre em ambiente hospitalar, com o paciente sob anestesia, e dura apenas algumas horas.

Durante a cirurgia é utilizado um microscópio com alta resolução para ampliar a visualização do órgão manipulado. Dessa forma, as veias dilatadas são seccionadas sem causar danos às artérias e aos vasos linfáticos dos testículos.

A possibilidade de complicações pós-cirúrgicas é praticamente nula, o que faz da correção de varicocele um procedimento seguro e com boas chances de promover o resultado esperado pelo paciente, especialmente em relação à recuperação da fertilidade.

As alternativas para o casal que pretende engravidar

O sucesso do procedimento pode ser confirmado somente meses depois da correção cirúrgica, uma vez que leva tempo para o completo restabelecimento da espermatogênese. Na maior parte dos casos, ocorre um aumento na quantidade de espermatozoides no líquido seminal, o que resulta em concepção espontânea.

Quando a fertilidade masculina não é recuperada com a correção de varicocele, a melhor alternativa para os casais que querem obter uma gravidez é a fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).

O tratamento é complexo e envolve uma série de etapas para o controle do processo de fecundação. Contudo, a complexidade da técnica está associada às altas chances de êxito da FIV, apontada como a intervenção terapêutica que garante as maiores taxas de gestação clínica.

No percurso do tratamento, o casal passa pelas etapas iniciais de estimulação ovariana, punção folicular e preparação dos gametas. Nesse momento, quando não é possível obter uma quantidade satisfatória de espermatozoides por meio da masturbação, o homem é submetido a procedimentos cirúrgicos de recuperação espermática, nos quais os gametas são coletados dos órgãos reprodutores.

Os espermatozoides coletados e selecionados para a fertilização são, então, injetados no interior de cada óvulo. Os embriões gerados ficam em incubadoras, enquanto seu processo de divisão celular é observado durante a fase de cultivo embrionário. Finalmente, os embriões saudáveis são transferidos para o útero da futura mãe, onde terão condições propícias para a evolução fetal.

Portanto, mesmo que a correção de varicocele não contribua para a obtenção natural da gravidez, o casal pode alcançar o objetivo de ter um filho biológico com os recursos avançados da reprodução assistida.