Hidrossalpinge: veja quais são os sintomas - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

As tubas uterinas fazem parte do aparelho reprodutor feminino e são dois tubos contráteis responsáveis por conectar o útero aos ovários, se estendendo para os lados da pelve. Possuem cerca de 10 centímetros de comprimento e são compostas por uma camada muscular, mucosa e serosa. 

Todos os meses, durante o ciclo menstrual, um óvulo é liberado pelos ovários e capturado pelas tubas uterinas onde ocorre a fecundação. O óvulo fecundado também inicia o processo de divisão celular nas tubas uterinas e, depois de se transformar em embrião, migra por elas em direção ao útero onde implanta no endométrio, iniciando o desenvolvimento da gravidez.

Porém, várias condições podem provocar obstruções nas tubas uterinas inibindo esse processo, entre elas a hidrossalpinge. Obstruções nas tubas uterinas estão entre as principais causas de infertilidade feminina.

Embora seja uma condição pouco conhecida, a hidrossalpinge pode provocar a manifestação de sintomas que alertam para o problema. Continue a leitura deste texto até o final, conheça mais sobre a doença e saiba como identificar os sintomas.

O que é hidrossalpinge?

A hidrossalpinge é o termo usado para designar o acúmulo de líquido que pode ocorrer em uma ou ambas as tubas uterinas, provocado na maioria dos casos por uma obstrução. Com a aparência fluída aquosa, geralmente é composto por secreções características de infecções e resulta na à dilatação ou distensão das tubas.

Infecções sexualmente transmissíveis (IST) como clamídia e gonorreia são a causa mais comum associada ao problema. Quando não são adequadamente tratadas podem evoluir para doença inflamatória pélvica (DIP), que causa a inflamação dos órgãos reprodutores femininos, incluindo as tubas uterinas, estimulando a formação de aderências que provocam a obstrução, que também pode ser consequência do tecido endometrial ectópico característico de endometriose. 

Quais são os sintomas de hidrossalpinge?

Embora a geralmente a hidrossalpinge seja assintomática, alguns sintomas podem alertar para o problema, incluindo infertilidade, percebida diante da tentativa malsucedida para engravidar. Outros sintomas mais comuns são:

  • Dor pélvica e abdominal;
  • Dor durante a relação sexual (dispareunia);
  • Corrimento vaginal com odor forte;
  • Febre;
  • Náuseas;
  • Calafrios e fadiga.

Como a hidrossalpinge pode afetar a fertilidade?

O bloqueio pode impedir a captação do óvulo liberado pelos ovários, ou transporte dos espermatozoides para fecundá-lo, assim como do óvulo fecundado até a cavidade uterina. Nos dois primeiros casos, a fecundação não acontece e, no segundo, o embrião não implanta no endométrio. O risco é ainda mais alto quando o bloqueio ocorre nas duas tubas.

Ainda que a fecundação ocorra se o bloqueio for unilateral, o fluído pode acumular na trompa e refluir para o interior do útero, dificultando a implantação do embrião, ao mesmo tempo que causa um ambiente tóxico para ele.

Além de impedir a concepção, também aumenta as chances de ocorrer gravidez ectópica, quando o embrião implanta em uma das tubas em vez do útero, condição potencialmente perigosa para a mulher.

Como a hidrossalpinge é diagnosticada?

A hidrossalpinge é diagnosticada por exames laboratoriais e de imagem. Os laboratoriais incluem exames de sangue e urina para identificar a presença de bactéria, entre elas os agentes sexualmente transmissíveis.

Embora o método considerado padrão-ouro para avaliar a permeabilidade tubária seja a videolaparoscopia com cromotubagem, a histerossalpingografia é o mais utilizado atualmente. É um exame de raio-X com contraste iodado para realçar a cavidade e tubas uterinas, recomendado principalmente quando há suspeita de infertilidade.

Tratamento e reprodução assistida

A hidrossalpinge pode ser tratada por medicamentos ou cirurgia. Nos casos em que o bloqueio foi provocado por aderências resultantes de processos inflamatório, são prescritos antibióticos de acordo com cada tipo de bactéria. O reparo posterior das tubas é feito por salpingostomia, técnica também utilizada para remoção do embrião quando há ocorrência de gravidez ectópica.

No entanto, a abordagem geralmente recomendada é a remoção total da tuba afetada, procedimento chamado salpingectomia, realizado por videolaparoscopia cirúrgica, tecnicamente invasiva que proporciona a correção permanente do problema.

Mesmo com a remoção de uma das tubas, a gravidez espontânea ainda é possível após o procedimento, com boas chances de sucesso. No entanto, se isso não acontecer, o tratamento por fertilização in vitro (FIV) aumenta bastante as chances.

Na FIV, a fecundação acontece de forma artificial, em laboratório, por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), em que cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo com o auxílio de um micromanipulador de gametas. Os embriões são posteriormente cultivados em laboratório por alguns dias e transferidos para o útero materno para que ocorra a implantação e o desenvolvimento da gravidez.

A técnica foi, inclusive, desenvolvida na década de 1970 para solucionar problemas de infertilidade por obstrução tubária, uma vez que as tubas uterinas não possuem função nesse processo. Tornou-se popularmente conhecida como ‘bebê’ de proveta, quando nasceu Louise Brown, o primeiro bebê concebido com a sua utilização. 

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