Endometrioma e reserva ovariana: qual a relação? - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

Toda mulher nasce com uma determinada quantidade de folículos em seus ovários. Essas estruturas são as responsáveis pelo desenvolvimento e liberação dos óvulos, gametas femininos que são fecundados pelos espermatozoides.

Com o passar do tempo e dos ciclos menstruais, o número vai diminuindo e cai consideravelmente quando a mulher atinge idades mais avançadas, próximo à menopausa.

A reserva ovariana representa a quantidade de folículos encontrados nos ovários e é um dos principais indicativos de fertilidade feminina. Quando esse número se esgota, a mulher deixa de ser fértil e entra na menopausa.

Outro fator que contribui para a infertilidade feminina é a qualidade dos óvulos, que diminui ao longo de sua vida reprodutiva. Além de as chances de gravidez serem menores, aumenta os riscos de transmissão de distúrbios genéticos.

Algumas doenças e alterações podem interferir na reserva ovariana da mulher e gerar dificuldades para engravidar. Uma delas são os endometriomas, pequenos cistos nos ovários que podem causar problemas à saúde reprodutiva da mulher.

A seguir, saiba mais sobre os endometriomas e entenda a sua relação com a infertilidade feminina.

O que são endometriomas?

Os endometriomas são um tipo de cisto no ovários, preenchidos por sangue envelhecido, encontrados com mais frequência em mulheres em idade reprodutiva. Eles podem causar intensas dores pélvicas e cólicas menstruais, além de interferir na fertilidade.

Em alguns casos, os cistos funcionais podem desaparecer após a menstruação, mas mulheres com endometriose podem continuar com o problema, causando uma irritação nos tecidos e provocando sintomas.

São considerados um tipo de endometriose e constituídos de glândulas endometriais e estroma, que se formam fora do útero. Os cistos formados são compostos por um líquido espesso, com cor semelhante ao chocolate, como consequência de sangramento e acúmulo do sangue envelhecido.

O aparecimento e a intensidade dos sintomas causados pelos endometriomas variam de mulher para mulher, sendo alguns deles:

  • Cólicas abdominais intensas;
  • Dor na região pélvica;
  • Sangramento anormal;
  • Dor intensa durante a menstruação;
  • Desconforto ao urinar ou defecar;
  • Corrimento vaginal com cor escura;
  • Dor durante as relações sexuais.

O diagnóstico da doença é feito inicialmente por exames físicos em que os médicos procuram nódulos e alterações. Além disso, são realizados exames mais completos como: a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética.

Assim, é possível avaliar as estruturas e os órgãos do sistema reprodutor, visualizando as alterações nos órgãos atingidos pela doença. Com isso, é feito o diagnóstico dos endometriomas e o tratamento adequado pode ser preparado e direcionado de acordo com cada situação.

Por que os endometriomas podem causar infertilidade?

Os ovários atingidos por este problema sofrem uma alteração em sua função, interferindo na quantidade e na qualidade dos gametas e causando uma diminuição da reserva ovariana. Além de dificultar a ovulação, os endometriomas podem interferir na implantação do embrião, devido às alterações inflamatórias causadas pela endometriose.

Os tratamentos para endometriomas têm foco no alívio das dores e na tentativa de recuperação da fertilidade da mulher. São utilizados analgésicos e, em casos de mulheres que não desejam engravidar, contraceptivos para inibir a função ovulatória e cessar o crescimento dos focos endometriais.

Existe um tratamento considerado radical, que pode causar algumas complicações para a paciente, a intervenção cirúrgica. Adotada em casos mais graves de endometriomas, consiste na remoção dos cistos. Porém, existe uma chance de a cirurgia afetar a reserva ovariana, dificultando ainda mais a gravidez ou causando infertilidade permanente.

Mulheres com esse problema, podem buscar a preservação da fertilidade antes do tratamento, pelo congelamento de óvulos, quando os gametas são coletados e preservados para que a utilização em outro momento, quando estiver apta para a gestação.

Como a reprodução assistida pode ajudar em casos de endometrioma?

Em alguns casos é possível engravidar de forma natural mesmo com endometriomas. Quando isso não acontece, a paciente tem ainda a opção de tratamento pela reprodução assistida. Técnicas avançadas foram desenvolvidas a fim de alcançar a gravidez, buscando resolver problemas de infertilidade em diversos casos.

Endometriomas são um tipo de endometriose mais avançada, por isso, a técnica mais adequada é a fertilização in vitro (FIV). É a mais complexa e com as maiores taxas de sucesso, indicada normalmente em casos mais graves ou quando há falhas em outros procedimentos.

A FIV é feita em cinco etapas principais: a estimulação ovariana, seleção e coleta dos gametas, fecundação, cultivo dos embriões e transferência embrionária. A maioria desses procedimentos acontece em laboratório, o que permite um acompanhamento maior para evitar falhas.

Técnicas complementares também estão disponíveis para auxiliar no tratamento, aumentando as chances de sucesso e evitando riscos de falhas de formação ou problemas durante a gravidez.

Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela FIV por ciclo de tratamento são bastante altos, em média 40%. No entanto, se não houver sucesso, a transferência do embrião pode, ainda, ser repetida em um ciclo seguinte, uma vez que os excedentes são congelados para uso no futuro, inclusive uma nova gravidez. 

Para maiores informações sobre esse assunto, leia nosso post sobre a endometriose, entenda como a doença se desenvolve e conheça os tratamentos mais indicados em cada caso.

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