Como descobrir se sou infértil? - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

A infertilidade é uma condição que afeta cada vez mais homens e mulheres em idade reprodutiva. Em partes, essa incidência crescente pode ser atribuída a comportamentos presentes na sociedade contemporânea, como o estilo de vida e o adiamento da gravidez.

Como se trata de um problema que nem sempre causa sintomas — o que depende do quadro clínico associado —, os casais podem chegar à suspeita de que um dos dois é infértil, ou ambos, somente depois de diversas tentativas de gravidez sem sucesso.

Uma pessoa pode ser infértil por várias causas. Para averiguar a origem do problema, é preciso passar por avaliação médica e realizar exames específicos. A partir da conclusão diagnóstica, as possibilidades de intervenção são apresentadas e o tratamento mais apropriado é definido para que o casal consiga ter filhos.

Condições e hábitos que impactam a fertilidade

Muito se fala sobre a importância dos hábitos saudáveis durante a gravidez, para preservar a saúde da gestante e assegurar o desenvolvimento saudável do feto. Mas é importante saber que as mudanças no estilo de vida devem começar já durante as tentativas de concepção, visto que alguns comportamentos nocivos podem prejudicar a fertilidade.

A alimentação desbalanceada e com baixo teor de vitaminas e minerais, por exemplo, pode resultar em anemia, além de contribuir para os extremos de peso (obesidade ou peso abaixo do normal). Esses quadros tendem a provocar desequilíbrio hormonal e disfunções ovulatórias.

Outra condição que pode interferir na capacidade reprodutiva da mulher é o hábito de se exercitar de forma extenuante. Assim como o sedentarismo é prejudicial à saúde em geral, o excesso de atividades físicas também pode interferir nas ações hipotalâmicas e causar irregularidades menstruais.

O tabagismo é outro fator de risco para a infertilidade, pois tem potencial para impactar tanto a quantidade quanto a qualidade dos óvulos, além de aumentar as chances de abortamentos espontâneos. Já os prejuízos do cigarro para a saúde masculina incluem queda na produção de espermatozoides e risco de disfunção erétil.

O consumo excessivo de álcool pelo homem também pode ter efeitos negativos sobre a qualidade e a produção dos gametas. Se a mulher consumir bebidas alcoólicas em grande quantidade, há riscos para a formação fetal, incluindo defeitos congênitos.

Por fim, um dos principais fatores associados à infertilidade, sobretudo no caso das mulheres, é a idade. Por volta dos 35 anos, a reserva ovariana já passou por uma redução significativa — e quanto menos óvulos armazenados, menor é a chance de engravidar.

Além do número reduzido de folículos ovarianos, a qualidade dos gametas também declina com o avanço da idade, oferecendo riscos aumentados de gerar embriões com alterações cromossômicas e passar por falhas de implantação.

Principais causas da infertilidade feminina

Todas as condições acima citadas são fatores de risco para a infertilidade. Contudo, existem diversas doenças que afetam o sistema reprodutor e dificultam, ou impedem, a gravidez. Conheça as principais causas clínicas da infertilidade feminina:

Disfunções ovulatórias

Os problemas de ovulação representam a causa mais frequente de infertilidade nas mulheres. As principais doenças associadas à anovulação são a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e a falência ovariana prematura (FOP).

Endometriose

A endometriose é uma patologia ginecológica que pode se manifestar de forma branda ou severa. Quando a doença atinge principalmente os ovários, causando cistos — condição chamada de endometrioma —, o risco de infertilidade é grande.

Doenças uterinas

Existe uma série de condições que acometem o útero e que ameaçam a capacidade reprodutiva da mulher, como miomas, pólipos e sinequias. Há também as anomalias congênitas que modificam a anatomia uterina, como útero didelfo, bicorno ou septado.

Doença inflamatória pélvica (DIP)

A DIP é uma infecção que pode afetar o endométrio (endometrite), os ovários (ooforite) e as tubas uterinas (salpingite). Comumente, a doença é associada às bactérias causadoras de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), mas o problema também pode decorrer de um descontrole no sistema imunológico ou de um processo polimicrobiano.

Principais causa da infertilidade masculina

Os homens também são responsáveis por um percentual significativo dos casos de infertilidade conjugal. Determinados fatores interferem no processo de espermatogênese, prejudicam a qualidade dos gametas ou ainda obstruem o transporte das células sexuais, impedindo que elas se unam ao líquido seminal. Veja quais são os principais problemas associados à infertilidade masculina:

Varicocele

A varicocele se caracteriza pela dilatação das veias (varizes) na bolsa testicular. O represamento sanguíneo afeta a oxigenação e provoca a elevação da temperatura nos testículos. Como consequência, o homem pode desenvolver azoospermia — ausência de espermatozoides no fluído ejaculado.

Desequilíbrio hormonal

Falhas na produção e na liberação dos hormônios sexuais masculinos, principalmente a testosterona, impactam diretamente a espermatogênese.

Infecções no trato genital

Processos infecciosos podem causar aderências cicatricais que obstruem a passagem dos espermatozoides. Exemplos são epididimite, orquite, uretrite e prostatite — patologias causadas por ISTs ou por agentes patógenos de infecções urinárias.

Disfunções sexuais

Problemas relacionados à libido, ereção e ejaculação são outras condições que reduzem a fertilidade masculina, como acontece nos casos de disfunção erétil, ejaculação precoce, ejaculação retrógrada e até anomalias anatômicas do órgão genital.

Além das condições masculinas que foram listadas, o homem pode ficar infértil em decorrência de traumas na bolsa testicular, cirurgias, neoplasias, uso de determinados medicamentos — incluindo anabolizantes esteroides — e até exposição dos testículos ao calor excessivo.

Avaliação diagnóstica da infertilidade

Para descobrir se é infértil, a pessoa deve procurar acompanhamento médico especializado, passar por exame físico, investigação clínica e realizar todas avaliações específicas. Os principais exames para detectar a infertilidade feminina são:

  • ultrassonografia;
  • histerossalpingografia;
  • dosagem hormonal;
  • teste da reserva ovariana.

Para avaliar a infertilidade masculina, os exames mais solicitados são:

  • espermograma;
  • dosagem hormonal;
  • ultrassonografia da bolsa escrotal;
  • fragmentação do DNA espermático.

Para ambos os sexos, conforme o histórico levantado pelo médico, podem ser solicitados testes genéticos, como o exame do cariótipo.

Possibilidades de tratamento para pessoas inférteis

A medicina reprodutiva avançou consideravelmente nas últimas décadas. Hoje, a reprodução assistida inclui uma ampla gama de tratamentos e técnicas complementares que oferecem a possibilidade de gestação, até nos casos de maior comprometimento do sistema reprodutor.

A reprodução assistida conta com técnicas de baixa complexidade, como a relação sexual programada (RSP) e a inseminação intrauterina (IIU). Esses tratamentos ficam reservados aos casos mais brandos de infertilidade, sendo ainda necessário que a mulher tenha pelo menos uma das tubas uterinas em boas condições.

A fertilização in vitro (FIV) é considerada uma técnica de alta complexidade, assim como apresenta alta eficácia no tratamento das condições mais graves de infertilidade feminina e masculina.

Conforme a especificidade de cada caso, os pacientes ainda podem recorrer a uma série de técnicas complementares que potencializam o tratamento e garantem mais chances de gravidez.