Por Elo Clínica
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são transmitidas por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de proteçãocom uma pessoa que esteja infectada.
Existem mais de 30 bactérias e vírus conhecidos que são transmitidos por contato sexual. Segundo as estimativas mais recentes da OMS, aproximadamente 38 milhões de pessoas sexualmente ativas entre 15 e 49 anosnas Américas têm uma IST facilmente curável(clamídia, gonorreia, sífilis e/ou tricomoníase).
Entre as ISTs mais comuns e que causam maior índice de infertilidade está a clamídia. Aqui você vai saber um pouco mais sobre essa doença, sintomas, tratamento e modo de prevenção!
O que é clamídia?
A clamídia é tanto o nome dado a uma bactéria como a uma doença. A doença é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e é uma infecção sexualmente transmissível(IST) muito comum. Frequentemente é chamada de ‘infecção silenciosa’ porque tende a ser assintomática e, assim, a maioria das pessoas não percebe que é portadora.
Pode afetar mulheres e homens de todas as idades, mas ocorre com mais frequência em jovens com menos de 25 anos, principalmente quando têm múltiplos parceiros sexuais.
A doença também pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto.
Quais são os sintomas da infecção por clamídia?
A maioria dos casos da clamídia não apresenta sintomas (em torno de 70% a 80% das situações). Quando presentes, os sintomas mais comuns nas mulheres são:
• Escapes de sangue entre períodos menstruais;
• Corrimento alterado e com odor;
• Dor abdominal e após as relações sexuais;
• Urgência e frequência de micção;
• Queimação ou dor para urinar.
Enquanto nos homens, geralmente ocorrem:
• Secreção peniana;
• Sensibilidade testicular;
• Irritação no ânus e presença de sangue na região;
• Urgência e frequência de micção;
• Queimação ou dor para urinar.
Diagnóstico da clamídia
Em pessoas com sintomas, o diagnóstico é feito pela coleta de uma amostra das secreções com um tipo de cotonete da uretra, orofaringe, colo do útero ou ânus e seu posterior processamento em laboratório.
Quando houver suspeita sem a presença de sintomas, o exame de sangue também possibilita a detecção da bactéria Chlamydia trachomatis. Nas mulheres, pode, ainda, ser identificada pelo papanicolau de rotina.
Tratamento da clamídia
O tratamento adequado para clamídiadependerá da avaliação do médico, contudo a utilização de antibióticos é fundamental para aeliminação da bactéria.
Quando administrados de maneira adequada, os antibióticos curam a infecção e podem diminuir a chance de complicações futuras. No entanto, é muito comum a reinfecção porclamídia, por isso é recomendado que a parceria ou parceiro seja investigado e tratadopara evitar.
Um novo rastreio também é indicado três meses após o tratamento. Se a bactéria Chlamydia trachomatis ainda estiver presente, o tratamento deve ser repetido até a cura definitiva.
Possíveis consequências da falta de tratamento
Infecções por clamídia não tratadas nas mulheres podem levar a:
• Doença inflamatória pélvica (DIP), uma infecção grave dos órgãos reprodutores da mulher (útero, trompas de Falópio e ovários). Se não for tratada, a DIP pode causar infertilidade, dor pélvica crônica ou gravidez ectópica (tubária);
• Cistite (inflamação da bexiga urinária);
• Uma condição chamada cervicite mucopurulenta, caracterizada por uma secreção amarela do colo do útero;
A clamídia não tratada em homens pode levar a:
• Prostatite (inflamação da próstata);
• Orquite (inflamação dos testículos);
• Epididimite (inflamação dos epidídimos);
Por que a clamídia pode causar infertilidade?
Quando a infecção resulta em DIP, o processo inflamatório estimula a formação de aderências, que dificulta tanto a fecundação como a movimentação do possível embrião.
A inflamação também pode afetar o endométrio. Nesse caso, é chamada de endometrite, que causa alterações no período de receptividade endometrial, fundamental para a implantação do embrião ser bem-sucedida, resultando em falhas de implantação e abortamento.
Qual é o tratamento da infertilidade por clamídia?
Quando há infertilidade decorrente da infecção por clamídia, geralmente o tratamento indicado é por fertilização in vitro (FIV).
Na FIV, como óvulos e espermatozoides são previamente selecionados e coletados para a fecundação, realizada em laboratório, é possível contornar problemas como obstruções nos ovários e nas tubas uterinas.
Quando não há espermatozoides no sêmen, os gametas podem ser obtidos por recuperação espermática diretamente dos epidídimos ou dos testículos. As técnicas são chamadas PESA, MESA, TESE e Micro-TESE.
Os embriões formados pela fecundação são posteriormente transferidos ao útero para que possam se implantar no endométrio e dar início à gestação.
A FIV, por ser de alta complexidade, tem as mais altas taxas de sucesso da reprodução assistida.
Prevenção da clamídia
A forma mais segura de prevenir a infecção causada pela clamídia é fazer o uso do preservativo corretamente em todas as relações sexuais. Objetos sexuais, se não forem cobertos com preservativo, também podem facilitar a transmissão.
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