Avaliação da reserva ovariana: veja quais são os exames - Elo Medicina Reprodutiva
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Por Elo Clínica

Reserva ovariana é o termo que descreve o potencial funcional dos ovários e reflete a quantidade de folículos presentes nele, bolsas que armazenam os óvulos primários.

Toda mulher nasce com uma reserva ovariana, composta por milhões de folículos. Essa quantidade naturalmente diminui até a puberdade. Nessa etapa, o número é ainda bastante expressivo: aproximadamente 400 mil e, naturalmente diminui a cada ciclo menstrual, quando diversos folículos são recrutados, mas apenas um deles desenvolve, amadurece e ovula, enquanto os outros são eliminados (mais ou menos 1000 a cada ciclo menstrual).

Assim, a reserva ovariana naturalmente diminui com o envelhecimento, resultando, dessa forma, na falência dos ovários, o que acontece na menopausa, evento marcado pela última menstruação da mulher encerrando o ciclo reprodutivo.

No entanto, além do declínio natural outras condições podem causar alterações na reserva ovariana, confirmadas a partir da realização de exames para avaliação dos níveis. Continue a leitura para saber mais. 

Qual a relação entre reserva ovariana, fertilidade e infertilidade feminina?

A reserva ovariana reflete a capacidade reprodutiva da mulher: à medida que os níveis diminuem, aumenta a dificuldade de engravidar. Por isso, as chances de obter a gravidez são maiores até os 35 anos, quando os níveis da reserva ovariana ainda permanecem mais altos.

Durante a fase reprodutiva, entretanto, algumas condições podem provocar alterações na reserva ovariana, resultando em problemas de ovulação, uma das causas mais comuns de infertilidade feminina, em alterações na qualidade dos óvulos ou na interrupção da função dos ovários.

O envelhecimento não afeta apenas os níveis da reserva ovariana, mas também a qualidade dos óvulos, que igualmente diminui. Assim, o risco de ocorrerem anormalidades cromossômicas é maior. 

Chamadas aneuploidia, têm como característica a presença ou ausência de mais cromossomos do que o normal e estão associadas a falhas na implantação do embrião e abortamento, na gestação espontânea ou nos tratamentos por fertilização in vitro (FIV).

A qualidade dos óvulos também pode ser alterada por processos inflamatórios em regiões como o colo uterino (cervicite), no endométrio (endometrite) ou nos ovários (ooforite). Eles podem, ainda, estimular a formação de aderências nos ovários, inibindo a liberação do óvulo, levando à ausência de ovulação, ou anovulação.

O desequilíbrio dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo, por outro lado, tende a interferir no processo de foliculogênese, quando ocorre o desenvolvimento e amadurecimento do folículo ou na liberação do óvulo, impedindo, da mesma forma a ovulação e, consequentemente a fecundação.

Além disso, lesões nos ovários ou doenças genéticas podem provocar uma condição conhecida como falência ovariana prematura (FOP), caracterizada pela falência da função dos ovários antes dos 40 anos.

A avaliação da reserva ovariana reúne um conjunto de testes que indicam a quantidade de folículos presentes nos ovários no momento em que são realizados. É fundamental para definir a capacidade reprodutiva da mulher, indicando se há problemas de fertilidade. 

Os folículos se formam nos ovários durante o desenvolvimento embrionário. Após esse momento, nunca mais são criados novos e a reserva ovariana só se reduz, inclusive já iniciando essa redução antes mesmo do próprio nascimento. 

No início da puberdade, o número, antes na casa dos milhões, é de aproximadamente 400 mil, quantidade que se torna menor a partir dessa etapa, quando a cada ciclo menstrual os folículos recrutados que não desenvolveram são eliminados pelo organismo. 

Os resultados da avaliação da reserva ovariana contribuem para individualizar a investigação se houver problemas de infertilidade, assim como para a definição da abordagem terapêutica mais adequada a cada paciente.

Conheça os principais exames realizados para avaliar a reserva ovariana

Diferentes exames podem avaliar a reserva ovariana, no entanto, com a evolução dos métodos de imagem a ultrassonografia transvaginal, que hoje conta com as tecnologias 3D e 4D, com alta resolução de imagem, se tornou o principal deles e o mais realizado. 

Possibilita, por exemplo, a indicação de folículos menores, em crescimento, assim como a definição da quantidade de pré-antrais ou antrais, que possuem capacidade para posteriormente ovular. No entanto, outros também podem ser solicitados para confirmar ou complementar o diagnóstico:

  • Hormônio antimülleriano: o hormônio antimülleriano é produzido por células da granulosa dos folículos pré-antrais e antrais, portanto, está presente em todas as fases do desenvolvimento folicular. Assim, a definição dos seus níveis indica a reserva ovariana;
  • Avaliação dos níveis de FSH (hormônio folículo-estimulante):como o hormônio age no desenvolvimento e amadurecimento do folículo, a determinação dos níveis indica a resposta ovariana no ciclo em que o teste é realizado;
  • Avaliação dos níveis de inibina B e estrogênio:inibina-B, proteína produzida pelas células dos folículos em crescimento e o estrogênio são responsáveis pela regulação do FSH. Por isso, a avaliação dos seus níveis indica, da mesma forma, a resposta ovariana naquele ciclo;
  • Biópsia do tecido ovariano: a análise do tecido ovariano possibilita a definição da reserva ovariana a partir da avaliação da densidade folicular, ou seja, quantidade de folículos por unidade de volume do tecido. 

Avaliação da reserva ovariana na reprodução assistida

A avaliação da reserva ovaria é um marcador usado nas técnicas de reprodução assistida com o objetivo de predizer a resposta inadequada à estimulação ovariana ou determinar a dosagem correta para cada paciente.

A estimulação ovariana é a primeira etapa das três técnicas de reprodução assistida: relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV), indicadas quando há diminuição dos níveis da reserva ovariana com o objetivo de estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, garantindo, assim, mais óvulos maduros para a fecundação.

A mais adequada em cada caso quando há diminuição da reserva ovariana, assim como a definição de estratégias individualizadas, são determinadas a partir da observação de alguns critérios, que proporcionam mais chances de sucesso gestacional: 

  • Pacientes em idade mais avançada: em idades mais avanças o risco de ocorrerem alterações cromossômicas é maior, mesmo que os níveis sejam semelhantes aos de mulheres mais jovens;
  • Avaliação da reserva ovariana: a quantidade de óvulos coletados após a estimulação ovariana está relacionada aos níveis da reserva: níveis baixos indicam que poucos óvulos serão coletados para a fecundação;
  • Resposta insatisfatória à estimulação ovariana: mulheres com resposta insatisfatória dos ovários aos medicamentos utilizados na estimulação ovariana, resultando na coleta de mais ou menos 4 óvulos, têm chances de gravidez menores quando comparadas as que obtiveram 10 óvulos ou mais;
  • Sensibilidade ovariana às gonadotrofinas: quando há diminuição da sensibilidade as gonadotrofinas FSH e LH, mesmo se a reserva ovariana for normal.

Quer aprofundar seu conhecimento sobre a reserva ovariana? Continue lendo aqui.

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