Por Elo Clínica
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença complexa que atinge milhares de mulheres em idade reprodutiva. As suas complicações afetam a qualidade de vida e o dia a dia das pacientes com SOP, principalmente as que desejam engravidar. O motivo: ela é uma das causas mais comuns de infertilidade feminina.
Porém, antes de tratarmos sobre esse assunto, precisamos entender o que é esse distúrbio. A SOP é uma doença crônica estrogênio-dependente causada pelo aumento da produção de hormônios masculinos.
Entre as consequências deste desequilíbrio hormonal estão os cistos nos ovários, o hiperandrogenismo e os ciclos anovulatórios. Este último possui uma relação direta com a dificuldade em engravidar.
Continue a leitura para conhecer a relação entre a SOP, a anovulação e a infertilidade. Ao longo do artigo vamos explicar essa relação e mostrar como casais inférteis devido a esses fatores podem engravidar por meio da reprodução assistida.
Continue a leitura e confira!
Qual é a relação entre a SOP e a anovulação?
A SOP é a principal causa de anovulação, ou seja, a ausência de ovulação. Durante o ciclo menstrual, o estrogênio atua no amadurecimento dos folículos ovarianos. Dentro de cada um deles há um óvulo e, na ovulação, apenas um é liberado em direção às tubas uterinas para ser fecundado.
Nas pacientes com SOP, a presença de um distúrbio hormonal provoca um amadurecimento de diversos folículos ao mesmo tempo. Isso causa os microcistos, mas nenhum deles recebe a quantidade adequada de hormônios nas diversas fases de maturação folicular, o que não cria as condições adequadas para ficarem maduros o suficiente para serem fecundados pelo espermatozoide.
Todo esse processo incompleto e deficitário impede que a ovulação aconteça. A anovulação causa alguns sintomas que podem ser um sinal de alerta para que a mulher procure um médico, como:
- ausência da menstruação (amenorreia);
- ciclos menstruais muito longos, com mais de 35 dias (oligomenorreia);
- alterações no fluxo menstrual.
Por que a anovulação causa infertilidade?
Para que uma gravidez ocorra de forma natural, uma série de fatores precisam estar alinhados. Durante o ciclo menstrual, os ovários liberam um óvulo, que segue em direção às tubas uterinas.
Nesse momento, se houver o encontro entre os gametas feminino e masculino (espermatozoide), a fecundação acontece e o embrião segue até o útero para começar a se desenvolver.
Com isso, podemos perceber que a fecundação é um processo fundamental para que o casal engravide. Se a mulher passa por ciclos anovulatórios, ela não ovula e, consequentemente, a fecundação não pode acontecer. Ou seja, esse cenário é um exemplo de infertilidade feminina por anovulação.
Quais são as alternativas para tratar a SOP?
Antes de discutirmos as possibilidades, precisamos ressaltar que a SOP é uma doença crônica. Logo, não há um tratamento definitivo para essa condição. O objetivo é a melhora da qualidade de vida e a recuperação da fertilidade da paciente.
Além disso, a escolha do tratamento deve ser individualizada, considerando fatores como: a idade da paciente, a intensidade dos sintomas, o desejo da mulher de engravidar ou não, entre outros.
De forma geral, o tratamento medicamentoso é o mais utilizado para regular o ciclo menstrual e aliviar os sintomas de hiperandrogenismo. Entre as alternativas, o anticoncepcional oral é indicado para as pacientes que não desejam engravidar no momento.
Adotar hábitos saudáveis também é um fator importante para a qualidade de vida das pacientes com SOP. A prática de exercícios físicos regulares contribui para o alívio dos sintomas e o restabelecimento da ovulação, aumentando as chances de a mulher engravidar naturalmente. Porém, quando a mudança no estilo de vida não é suficiente, a reprodução assistida é indicada.
Quais são as possibilidades de pacientes com SOP terem filhos?
A SOP afeta o ciclo menstrual da mulher, causando ciclos anovulatórios. A primeira fase de todas as técnicas de reprodução assistida é a estimulação ovariana e a indução da ovulação. Nessa etapa, a paciente recebe medicação hormonal para amadurecer um número maior de folículos ovarianos e, consequentemente, obter mais óvulos para serem utilizados no processo.
As técnicas de reprodução assistida são divididas em 2 categorias: baixa e alta complexidade. A relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA) fazem parte do primeiro grupo e a fertilização in vitro (FIV) do segundo.
A RSP e a IA são indicadas para pacientes de até 35 anos com problemas leves de infertilidade, e que tenham as tubas uterinas em perfeitas condições. Nesses casos, a fecundação acontece nas tubas uterinas, como na gravidez natural.
Se a mulher tiver mais que 35 anos ou for diagnosticado que o casal possui outros fatores relacionados à infertilidade, a FIV apresenta os melhores resultados. Ela se diferencia por coletar o maior número possível de óvulos durante a estimulação ovariana para a fecundação, que ocorre em laboratório. Em seguida, os embriões formados são transferidos para o útero da paciente.
A SOP é a principal causa da anovulação, caracterizada pela ausência de ovulação. Ela é uma das causas de infertilidade mais comuns porque sem a liberação do óvulo não há fecundação, ou seja, não é possível engravidar naturalmente. Para os casais que se encontram nessa situação, a reprodução assistida apresenta excelentes resultados com a RSP e a FIV.
Para saber mais detalhes sobre essa doença, acesse a nossa página com todas as informações sobre a SOP!