Por Elo Clínica
Homens e mulheres possuem gametas responsáveis pelo processo de reprodução. Os espermatozoides, gametas masculinos, são produzidos nos testículos e chegam por meio do líquido seminal até as tubas uterinas para fecundar o óvulo, gameta feminino liberado pelos ovários.
As mulheres nascem com uma quantidade determinada de folículos, bolsas que armazenam o óvulo imaturo, que ao longo de sua vida reprodutiva desenvolvem, amadurecem e liberam os óvulos. Já os homens passam toda a vida, desde a puberdade, produzindo seus gametas e liberando-os na ejaculação pelo sêmen.
Quando a fecundação acontece, são formados embriões, que se fixam no endométrio, parede mais interna do útero, dando início à gestação. Esse processo pode acontecer de forma natural ou pelo tratamento com técnicas de reprodução assistida.
Além de técnicas muito eficientes para vencer a infertilidade, existem alguns métodos complementares para auxiliar nesse processo. A fertilização in vitro (FIV) é a principal técnica da medicina reprodutiva e é muito utilizada em diversos casos.
Na FIV, existe um procedimento realizado como forma de complementar o tratamento e aumentar as chances de sucesso, a doação de embriões. Pode ser feito em algumas situações e ajudar na busca pela gravidez.
A seguir, conheça um pouco mais sobre a técnica de doação de embriões, entenda como ela é feita e em quais casos pode ser indicada
O que é a doação de embriões?
A doação de embriões acontece quando o casal passa por problemas de infertilidade relacionados à quantidade ou qualidade dos gametas.
Existem algumas regras determinadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece as normas éticas que direcionam a doação de gametas e de embriões na reprodução assistida.
A doação é feita de forma anônima, uma vez que apenas a clínica possui as informações dos doadores. Não pode haver fins lucrativos ou comerciais envolvidos na doação e a identidade dos doadores e receptores é mantida em sigilo.
É obrigatório que as clínicas mantenham um registro permanente com dados fenotípicos dos doadores, juntamente com seu material genético, assim como existem algumas orientações quanto ao número de embriões a serem transferidos, de acordo com a idade da mulher:
- Mulheres até 35 anos: até 2 embriões;
- Mulheres de 36 a 39 anos: até 3 embriões;
- Mulheres com 40 anos ou mais: até 4 embriões.
Quem pode optar pela doação de embriões e em quais situações?
Normalmente, a infertilidade conjugal é causada por fatores masculinos, femininos ou ambos, sendo a doação de embriões uma boa opção quando o problema resulta de alterações relacionadas à quantidade e qualidade de gametas, que dificultam ou impedem a formação do embrião.
Outra situação em que a técnica é indicada é quando o casal apresenta incompatibilidade genética ou riscos de transmissão de distúrbios genéticos para o embrião.
Casais com repetidas falhas no tratamento da FIV devido à má qualidade embrionária também podem optar pela doação de embriões, assim como os homoafetivos, que desejam ter filhos.
Como é feita a doação de embriões?
A doação de embriões acontece somente na FIV. Normalmente, os embriões utilizados são resultado de ciclos de tratamento de outros pacientes, mantidos sob preservação: quando um casal que passa pelo tratamento possui embriões excedentes, pode escolher a criopreservação para guardá-los para uma próxima tentativa ou doá-los.
Os doadores são escolhidos de acordo com as características biológicas dos futuros pais, com ajuda médica, já que o processo acontece de forma anônima.
A FIV é feita em cinco etapas principais: estimulação ovariana e indução da ovulação, punção folicular e preparo seminal, fecundação, cultivo dos embriões e transferência embrionária. Quando a técnica de doação é utilizada, o casal é encaminhado diretamente para a última etapa, para transferir os embriões.
Em alguns casos, a mulher recebe uma dosagem de medicamentos hormonais para melhorar a sua receptividade endometrial, aumentando as chances de sucesso da implantação. A transferência é um processo simples e a mulher é liberada rapidamente para aguardar os resultados do tratamento.
Quando o casal deve congelar os embriões?
Na FIV, todos os embriões formados em um ciclo de tratamento que não forem transferidos a fresco são congelados para uso em um próximo ciclo, caso ocorram falhas, ou no futuro, para obter uma nova gestação.
No entanto, após a gravidez nem sempre os embriões são utilizados. Por isso, o CFM determina que podem permanecer congelados por apenas 3 anos. Após esse período devem ser descartados ou doados.
A doação de embriões, entretanto, se tornou uma opção importante para ajudar pessoas com problemas de infertilidade a alcançarem a gravidez. As taxas de sucesso gestacional proporcionadas pela FIV são semelhantes quando o tratamento é realizado com embriões frescos ou congelados e as mais altas da reprodução assistida.
Se você se interessou pelo assunto, leia mais sobre a doação de embriões e entenda detalhadamente a sua utilização no tratamento com FIV.